Diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, Saadi revela decepção com resultados do País na ação contra desvios
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
"No universo de 512 mil presos quantos são os condenados por corrupção passiva?", perguntou o delegado da Polícia Federal. "São 76", ele emenda. "Trabalhei oito anos na delegacia de combate a ilícitos financeiros. Quantas condenações definitivas aconteceram?", ele insistiu. "Zero, nenhuma."
"Sabem quantos pedidos de cooperação jurídica internacional foram realizados em 2009 para casos de corrupção? Um."
Ricardo Andrade Saadi, delegado da PF, é diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), braço do Ministério da Justiça que mira fortunas ilícitas que ladinos mandaram para fora do País.
Na noite de quinta feira, diante de uma plateia formada essencialmente por promotores de Justiça, estudantes de Direito e delegados como ele, Saadi participou de um ciclo de palestras na Escola Superior do Ministério Público de São Paulo.
Durante cerca de uma hora, expôs dados atualizados da saga que é localizar o dinheiro surrupiado dos cofres públicos.
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