sexta-feira, 14 de julho de 2017

Brasília ganha ar de Bagdá entregue a Ali-Babá

Josias de Souza

Ficou para agosto a votação da denúncia contra Michel Temer no plenário da Câmara. O governo entrou numa temporada de vale-tudo. O presidente apertou o botão de dane-se. Para se livrar de uma ação penal por corrupção, Temer negocia a entrega de mais cofres públicos aos partidos que o socorrem. Privilegia legendas como o PP, campeão no ranking de encrencados do petrolão. Ou o PR, feudo cartorial do mensaleiro Valdemar Costa Neto.
Temer exige que sua tropa seja leal. Se a política brasileira fizesse sentido, lealdade deveria pertencer ao mesmo grupo de palavras que inclui honradez e ética, não ao grupo de submissão e cumplicidade. Político confiável seria leal à sua consciência e correto com os seus eleitores. Mas no dicionário do governo honra e ética são outros nomes para deslealdade.
A Lava Jato às vezes parece um marco redentor. Passa a impressão de que o Brasil, maduro para punir a corrupção, jamais será o mesmo. No entanto, Temer sinaliza aos aliados que, para se salvar de uma investigação, está disposto a honrar as alianças espúrias que dão ao Brasil essa aparência de país das negociatas e dos trambiques. Aos poucos, o pedaço de Brasília onde pulsa o coração administrativo do governo vai ganhando a aparência de uma Bagdá entregue a Ali-Babá.

PGR vai denunciar presidente do Senado por propina


Eunício Oliveira será acusado de receber dinheiro da Hypermarcas em troca de ajuda em Medida Provisória

DIEGO ESCOSTEGUY- ÉPOCA
14/07/2017 - 21h10 - Atualizado 14/07/2017 21h25
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Estão em estágio avançado duas denúncias que prometem abalar Brasília no segundo semestre: uma contra o ex-presidente do Senado Renan Calheiros e outra contra o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, ambos do PMDB. Após muito investigar, a Procuradoria-Geral da República reuniu elementos para acusar Eunício de receber propina da Hypermarcas, em troca de ajuda à empresa numa Medida Provisória

MENDES JR NEGOCIA ENTREGAR PROVAS DE MESADA PAGA A RENAN CALHEIROS


Em proposta de delação, empreiteira oferece informação sobre caso em que ex-presidente do Senado é réu

DIEGO ESCOSTEGUY
14/07/2017 - 21h20 - Atualizado 14/07/2017 21h32
Renan Calheiros,presidente do Senado (Foto:   Mateus Bonomi/AGIF/Folhapress)
A Mendes Júnior bateu à porta da Procuradoria-Geral da República na esperança de fechar uma delação. Os donos da empresa finalmente admitiram, nas tratativas, que a famosa mesada paga pela empreiteira ao senador Renan Calheiros era propina. Um deles, que negara a mesada, disse que havia “esquecido” os pagamentos. Renan é réu no Supremo por esse caso. Mas a delação da Mendes Júnior, mesmo que seja fechada, ainda pode demorar.DAS ÉPOCA

 PGR ACHA CONTAS SECRETAS DE OPERADOR DE RENAN

Dinheiro foi rastreado graças a um acordo de cooperação com o Panamá

DIEGO ESCOSTEGUY
14/07/2017 - 21h30 - Atualizado 14/07/2017 21h30
 Os investigadores da Lava Jato, frustrados com a dificuldades em provar a ligação do senador  Renan Calheiros, do PMDB, com a propina nos órgãos públicos que estavam sob influência dele, finalmente tiveram boas notícias. Graças a um acordo com o Panamá, localizaram quatro contas secretas de um dos principais operadores do senador. As contas, segundo as informações já disponíveis, recebiam  dinheiro sujo. Não ficam no Panamá. DA ÉPOCA

REPORTAGEM BOMBA DE 'ISTOÉ' DETONA LULA: VOCÊ VOTARIA EM UM CONDENADO PARA PRESIDENTE?

A reportagem bomba da revista IstoÉ que chega às bancas na tradicional edição em papel neste sábado faz uma devassa sobre os fatos que levaram Lula ao banco dos réus e sua consequente condenação pelo Juiz Sergio Moro. A manchete de capa da revista não deixa por menos indagando em letras garrafais: Você votaria em um condenado para Presidente?
Como aperitivo para os leitores transcrevo o lead da extensa reportagem de IstoÉ que não deixa pedra sobre pedra com link no final do texto para a leitura completa:
Na última semanas, o ex-metalúrgico, líder de massas e presidente da República por duas ocasiões, outrora alçado a mito em razão de sua astronômica popularidade, ganhou um novo e irremediável status: o de criminoso por corrupção e lavagem de dinheiro. Nunca na história, um ex-presidente havia sido condenado à prisão por ter sido corrompido em troca de vantagens pessoais por meios ilícitos.
Etimologicamente, o termo corrupção surgiu a partir do latim ‘corruptus’, que significa o “ato de quebrar aos pedaços, decompor ou deteriorar alto.
Foi o que Lula fez, de acordo com a histórica sentença do juiz Sergio Moro proferida na quarta-feira 12 de junho de 2017, a respeito do tríplex do Guarujá.
Para o Juiz da 13a. Vara de Curitiba, o ex-presidente recebeu o imóvel da OAS como contrapartida aos benefícios concedidos pelo governo petista à empreiteira em contratos com a Petrobras. Ou seja, a Petrobras foi deteriorada para contemplar pessoalmente Lula e seus familiares. “O ex-Presidente foi beneficiado materialmente por débitos da conta geral de propinas, com a atribuição a ele e a sua esposa sem, o pagamento do preço correspondente, de um Apartamento tríplex, e com a realização de custosas reformas no imóvel, às expensas da OAS. Provado, portanto, o crime de corrupção”, sentenciou Moro ao fixar a pena em nove anos e seis meses.
Trata-se apenas da primeira de uma provável série de condenações que podem levar Lula a inapelavelmente para a cadeia - desta vez em tempos democráticos. Suas penas, somadas, podem chegar a 100 anos de prisão. Para usar uma expressão celebrizada por Lula, a marolinha virou um tsunami. Clique AQUI para ler TUDO. DO A.AMORIM

Faça um tour pelas montanhas de Plutão!


Por Salvador Nogueira
Exatos dois anos atrás, em 14 de julho de 2015, chegávamos a Plutão. O sobrevoo da sonda New Horizons revolucionou nosso entendimento do planeta anão mais famoso do Sistema Solar e sua maior lua, Caronte. E, claro, a exploração científica dos dados colhida durante o frenético encontro está apenas começando.
Para comemorar a data, a Nasa divulgou mapas altimétricos de Plutão e Caronte — que indicam basicamente a altitude do terreno nas regiões dos dois corpos celestes que puderam ser registradas com qualidade suficiente durante o sobrevoo. E, para tornar tudo ainda mais interessante, criaram um “tour virtual” pelos dois astros.

Por um lado, os mapas destacam a qualidade das informações colhidas pela missão. Mas, por outro lado, também revelam o quanto da superfície de Plutão ainda ficou oculto. Da latitude de 30 graus Sul para baixo, por exemplo, não temos rigorosamente nada — nem imagens distantes, uma vez que o ângulo de rotação de Plutão manteve essa região permanentemente oculta das câmeras.
Situação similar se viu em Caronte, que mantém um alinhamento permanente com Plutão, com a mesma face sempre voltada para o mesmo lado do planeta anão (e vice-versa, a propósito).
Os mapas são interessantes, mas nada substitui o sobrevoo virtual por esses terrenos que foi possível recriar. Confira o vídeo que mostra como seria passear por sobre várias regiões de Plutão e Caronte — com um exagero de relevo de duas a três vezes o real, para permitir uma percepção visual mais detalhada dos acidentes do terreno.
O trabalho de visualização 3D foi feito pelos cientistas Paul Schenk e John Blackwell, do Instituto Lunar e Planetário, nos Estados Unidos. É imperdível.
Enquanto isso, a New Horizons continua sua odisseia espacial, com um encontro marcado com um pequeno objeto do cinturão de Kuiper em janeiro de 2019. A aventura continua. DA FOLHA

Prefeito de BH faz balanço de gestão: ‘Tá foda!’

Josias de Souza
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), resolveu prestar contas à população da capital mineira pela internet. Com o linguajar rude que o caracteriza, fez um balanço de sua gestão numa transmissão ao vivo pelo Facebook. “Eu não tô sumido”, declarou Kalil. “Eu tô aqui, tentando fazer pra vocês o que eu prometi. E garanto que tá foda! Não tá fácil! Tá difícil! Não é mole isso aqui!”
Criticado por uma operação de retirada de camelôs do centro da capital mineira, Kalil justificou-se: “…Foi uma coisa que me doeu, me tirou o sono. […] Fizemos com o máximo que nós conseguimos de humanidade. Mais do que nós fizemos, não temos competência e capacidade.”
A transmissão durou pouco mais de seis minutos. E foi interrompida três vezes por problemas técnicos na conexão com a web. Ex-presidente do Atlético, Kalil esculhambou a empresa responsável pelo serviço como se ralhasse com os jogadores do seu time depois de um jogo ruim. O prefeito não é um cultor do idioma de Camões. E quando fica bravo, parece preferir expressar-se noutra língua, muito parecida com o português:
“Já pedi pra essa merda dessa Prodabel vim cá arrumá isso dez vezes. Parece que eles num consegue resolver. E a gente tem essa porcaria de internet. Como tudo aqui na prefeitura, desde que nós chegamo, era assim. E nós vamo mudá.” Mais adiante: “Eu vô encerrá porque ocês viram que num tá funcionando. Vô vê se arrumo essa porcaria dessa internet, pra mim poder falar sem corte pra vocês.”
Kalil caprichou na autocrítica: “Não tô aqui pra falar que tá tudo bem, porque não tá. Continua muito ruim. Nós estamos tentando melhorar. Você não tá sendo atendido direito, como eu quero. Mas vai voltar a ser atendido. Nós vamos revirar de cabeça pra baixo aquela Secretaria de Saúde.” A certa altura, o prefeito prometeu abrir um hospital “nem que seja a tapa e pescoção”.
A aparição de Alexandre Kalil ocorreu na tarde de quarta-feira. Ele se comprometeu a prestar contas na web quinzenalmente. Adversário do tucano Aécio Neves e do PSDB mineiro, Kalil encerrou sua transmissão em timbre irônico: “Nós estamos aqui, trabalhando pra burro. Não somos o melhor do mundo, não somos o pior do mundo. A única coisa que aqui não tem é: ninguém tá delatado, ninguém vai ser delatado. Ninguém aqui vai su…” A conexão com ''essa porcaria de internet'' caiu pela terceira vez.

Ex-presidente do Peru é preso por escândalo da Odebrecht

Ex-presidente peruano e esposa são acusados de lavagem de dinheiro e teriam recebido milhões de dólares da empresa brasileira

14 jul 2017 05h56
atualizado às 07h52
Um juiz peruano decretou nesta quinta-feira (13/07) a prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, investigados sob suspeita de terem recebido milhões de dólares da Odebrecht em propina. Acusados de lavagem de dinheiro e conspiração, ambos devem ficar presos preventivamente por 18 meses. O casal já se apresentou à Justiça peruana.
O magistrado Richard Concepción Carhuancho aceitou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público. O juiz afirmou que existem evidências substanciais contra o político esquerdista e a esposa sobre o crime de lavagem de dinheiro.
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Segundo o juiz, as provas apresentadas pela promotoria permitem presumir que o casal recebeu dinheiro da embaixada da Venezuela e da construtora brasileira Odebrecht e, com alto grau de probabilidade, colocou a quantia nas campanhas eleitorais de 2006 e 2011, respectivamente.
Um total de 3 milhões de dólares teria sido pago pela Odebrecht em troca de um contrato para construir um oleoduto no país. Além de financiar as campanhas, o dinheiro ilícito proveniente do Brasil e da Venezuela teria sido usado para lucro pessoal.
O juiz considerou sua decisão "idônea e necessária", e "proporcional" aos crimes praticados. A prisão preventiva evitará que o casal dificulte a coleta de provas. A acusação havia argumentado que os dois podiam fugir do Peru.
A defesa de Humala, por sua vez, considerou a decisão arbitrária. Mesmo assim, o ex-presidente e a esposa se apresentaram à Justiça para cumprir a pena.
Outros presidentes com problemas na Justiça
A Odebrecht admitiu perante as autoridades dos Estados Unidos ter entregado subornos de 29 milhões de dólares no Peru entre 2005 e 2014, período que abrange os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).
O mesmo juiz que decidiu pela prisão preventiva de Humala e da esposa havia ordenado a detenção de Toledo em conexão com o caso Odebrecht. O ex-presidente se encontra nos EUA e contesta uma ordem de deportação. Ele é acusado de receber 20 milhões de dólares da Odebrecht para facilitar os negócios da construtora no país.
Humala também passou a ser o segundo ex-presidente do país detido, após Alberto Fujimori, que governou de 1990 a 2000, ser condenado a 25 anos de prisão por vários casos de corrupção e violações aos direitos humanos cometidos em seu mandato.DO TERRA

Pose ética dos tucanos termina em papagaiada

Josias de Souza

O PSDB foi à votação sobre a denúncia que acusa o presidente da República de corrupção decidido a recuperar sua reputação de avis rara. Conseguiu a proeza de arrematar com conteúdo governista um movimento anti-Temer. Fez na CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, uma opção preferencial pela incongruência.
Dos sete representantes do tucanato na CCJ, dois participaram dos funerais da denúncia contra Temer na condição de coveiros. Ou seja, 28,5% dos votos do PSDB optaram por apagar a luz e acender o forno. Ajudaram a transformar em pizza o relatório que autorizava o STF a decidir o fututo penal de Temer.
Restava aprovar um documento alternativo, que acomodasse sobre a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot uma coroa de flores, preparando o esquife para receber, no plenário da Câmara, em 2 de agosto, a última pá de cal.
Estavam presentes à sessão todos os 66 membros da CCJ. Por mal dos pecados, coube a um dos pizzaiolos do PSDB, o deputado mineiro Paulo Abi-Ackel, fazer o papel de coveiro. Ele preparou e leu o relatório que sonega à Suprema Corte a possibilidade de verificar se Temer é mesmo o corrupto que a Procuradoria diz ser.
Desautorizando os cinco companheiros de ninho que votaram pela continuidade do processo, o tucano Abi-Ackel bicou: “A denúncia, no que diz respeito ao presidente da República, não é precisa, pois não contém a exposição pormenorizada do fato delituoso, com todas as suas circunstâncias. No direito penal, não existe a culpa presumida. É necessário demonstrar com clareza o nexo causal entre a conduta do agente e o evento lesivo, para desencadear a ação penal.”
Apanhada de surpresa, a banda oposicionista do tucanato ficou uma arara. Amigo de Aécio Neves, que coleciona nove inquéritos policiais no Supremo Tribunal Federal, Abi-Ackel frequenta as planilas da Odebrecht com o apelido de Diamente. Graças ao favor que prestou a Temer, os tucanos encenaram na CCJ algo muito parecido com uma papagaiada.

CCJ: uma mão lava outra, mas o resto fica sujo

Josias de Souza

A pretexto de defender Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o criminalista Antonio Cláudio Mariz disse estar “muitíssimo preocupado com o avanço da cultura punitiva no país.” Ele declarou: “Pau que mata Michel, mata Lula! Pau que matou Lula pode matar Michel!”
Falando para um colegiado apinhado de deputados investigados, o advogado de Temer disse que a cultura punitiva pode atingir qualquer cidadão. Foi como se o doutor avisasse: “Se aceitarem a denúncia conta o presidente, o pau que dá em Lula e Michel pode alcançar todos vocês.”
Lula, primeiro ex-presidente da história condenado por corrupção, disse em São Paulo que “o Estado democrático está sendo jogado no lixo”. O advogado de Temer, primeiro presidente da história a ser denunciado por corrupção no cargo, se queixou em Brasília da “cultura punitiva”. Mais um pouco e o papa Francisco vai acabar canonizando Lula e Temer, esse par de santos perseguidos pela sanha punitiva.
O PT de Lula e o PMDB de Temer comandaram a sociedade partidária que promoveu o maior assalto aos cofres públicos de que se tem notícia na história republicana. Lula, hoje, não consegue explicar os seus confortos. Temer pega em lanças para impedir que o Supremo Tribunal Federal o investigue.
O presidente já prevaleceu na Comissão de Justiça da Câmara. A maioria dos deputados se rende à máxima segundo a qual uma mão lava a outra. Eles se esquecem de que o resto continua sujo. E o pau que dá em Lula e Michel paira sobre suas cabeças.

O FENÔMENO JAIR MESSIAS BOLSONARO


Recepção a Jair Bolsonaro no aeroporto de Natal, capital do Rio Grande do Norte, mostra que o deputado e suas propostas têm capilaridade em nível nacional.
Nesse mar de confusão e incerteza ao qual o Brasil foi lançado pelos desgovernos de Lula e seus sequazes era para a maioria dos brasileiros chafurdar num completo niilismo, ou seja, o sentimento de que nada mais vale a pena e tem algum sentido. Mas o instinto da sobrevivência é muito mais poderoso. Não fosse assim a humanidade já teria desaparecido da face da Terra. No entanto, já se contabiliza mais em mais de 7 bilhões o número de habitantes do nosso planeta.
No caso particular brasileiro no que concerne à crise econômica, política e, sobretudo, moral e ética, que fustiga a Nação a maioria da população fala pouco sobre isso e muito menos discute. Aparentemente pode parecer que os brasileiros mergulharam no niilismo. Mas a verdade é que todos estão vendo tudo. E vendo tudo além do que apresenta denominada mídia mainstream já que a cada segundo no mundo inteiro milhares de cidadãos embarcam na internet, sobretudo nas redes sociais, a ponto de empresas como Facebook, Twitter e Google - para citar aquelas com maior abrangência - procuram desesperadamente mecanismos censórios para controlar o que os cidadãos veiculam e debatem no âmbito da grande rede. Creio ser difícil o pretendido retrocesso. A menos - o que é impossível - que a grande rede fosse destruída.
É essa possibilidade ilimitada de informação propiciada pela internet sem parar um segundo nas 24 horas do dia que faz surgir fenômenos incríveis. Exemplo disso estamos vivenciando no Brasil neste turbulento ano de 2017 onde o esgarçamento das instituições jurídico-políticas são levadas ao limite mas não impedem que centenas de milhares de cidadãos alimentem a certeza de que essas adversidades haverão de ser superadas.
Exemplo disso é a performance do deputado federal Jair Messias Bolsonaro. Justamente ele que ao longo de sua carreira política tem sido malhado impiedosamente não só por seus pares do parlamento mas, sobretudo, pela grande mídia e pela histeria esquerdista. 
No entanto, Bolsonaro continua pontuando alto nas pesquisas eleitorais com vistas à eleição presidencial de 2018. O último lance de sua performance foi assinalada pelo Instituto Paraná no Rio de Janeiro onde Bolsonaro lidera em primeiro lugar a preferência do eleitorado carioca. Justo o Rio de Janeiro, aquele caldeirão do esquerdismo delirante e que outrora fora um bastião inexpugnável a barrar quem defendesse qualquer princípio político de viés conservador. Já me referi em outras análises aqui no blog que ao longo da história do Brasil é a primeira vez que agenda conservadora assoma de forma jamais imaginada fazendo um providencial contraponto à agenda esquerdista. Aliás, fato característico das nações mais desenvolvidas do planeta como por exemplo os Estados Unidos, Reino Unido e Israel dentre outros países ocidentais.
E a propósito de Jair Bolsonaro o economista e advogado Aldolfo Sachsida escreveu uma postagem no seu blog 'Opiniões', intitulada “Será que Bolsonaro é um candidato viável para 2018?”, refutando 9 teses que são levantadas contra a candidatura do deputado. Transcrevo na íngegra. Leiam:
 DETONANDO
1) Bolsonaro nunca aprovou nenhum projeto de lei em mais de 20 anos como deputado. Como irá aprovar seu programa de governo?
Resposta) Ron Paul também nunca aprovou nenhum projeto de lei no Congresso Americano, nem por isso meus amigos liberais deixavam de apoiá-lo nas eleições presidenciais americanas. Bolsonaro, tal como Ron Paul, é alguém de fora do establishment. Deputados e senadores nessa condição tem realmente dificuldade em aprovar sua agenda. Exatamente por isso é importante elegermos deputados e senadores liberais e conservadores para auxiliar o próximo presidente nas reformas necessárias.
2) Bolsonaro não tem freios na língua, ele fala demais e não sabe lidar com o contraditório.
Resposta) O mesmo pode ser dito de Ciro Gomes, o mesmo pode ser dito de Donald Trump, e o mesmo poderia ser dito de Winston Churchill e Margareth Thatcher ANTES de se tornarem primeiro-ministro britânicos. Inegável que Churchill e Thatcher ao chegar ao poder fizeram excelente trabalho. 
3) Bolsonaro não tem preparo para o cargo.
Resposta) E quem é que tem? Lula tinha? Dilma tinha? Serra tem? Ciro tem? Era possível dizer que Doria tinha preparo para ser prefeito da maior cidade brasileira? Ao menos Bolsonaro tem a humildade de dizer que precisa se preparar melhor. Justiça seja feita, Serra realmente se preparou para ser presidente. Já os demais contaram com muitos apoios nessa área. Bolsonaro precisa melhorar, mas daí a dizer que ele não tem preparo para o cargo vai uma longa distância. Será que alguém em sã consciência irá dizer que Bolsonaro é menos preparado do que Dilma?
4) Bolsonaro é machista, xenófobo, homofóbico, etc etc etc.
Resposta) Isso é mentira pura e simples. As declarações de Ciro Gomes costumam ser piores do que as de Bolsonaro, nem por isso vejo essa gritaria toda contra o nome de Ciro. A verdade é uma só: Bolsonaro sofre verdadeira perseguição dos grupos de esquerda que não tem problema algum em difamá-lo e mentir a vontade sobre ele.
5) Bolsonaro nunca assumiu um cargo no executivo antes.
Resposta) Sim, isso é verdade. Mas Lula, FHC, e Dilma compartilhavam da mesma limitação.
6) Bolsonaro representa a agenda conservadora.
Resposta) Sim, isso é verdade. Mas qual o problema de representar uma agenda conservadora? Qual o problema de ser contra o aborto? Qual o problema de dar mais destaque a agenda de segurança pública do que a agenda econômica? Num país com mais de 60.000 homicídios por ano essa me parece ser a ordem correta das prioridades.
7) Lula escolheu Bolsonaro para ser seu adversário no segundo turno, pois irá vencê-lo facilmente.
Resposta) Lula não escolheu Bolsonaro... Lula morre de medo de Bolsonaro. Se Lula pudesse escolher um adversário escolheria Alckmin ou Serra. Esse papo furado que alguns tentam espalhar de que Bolsonaro é o mais fácil de ser batido no segundo turno é conversa de quem esta morrendo de medo de um candidato de fora do establishment vencer as eleições!
8) Nenhum grande partido apoia Bolsonaro.
Resposta) Verdade! Contudo, alguém duvida de que uma vez eleito ele contará com o apoio de uma boa base no Congresso? Alguém duvida que o PMDB irá oferecer apoio? Alguém duvida que partidos liberais/conservadores (ao menos no papel) como o DEM e o PSC irão oferecer apoio? Alguém duvida de que poderemos contar com o apoio do PSDB na agenda econômica?
9) Bolsonaro queima o filme da direita.
Resposta) Que filme? O filme da direita vem sendo consistentemente queimado nos últimos 20 anos. Depois de mais de 20 anos de governos de esquerda e centro-esquerda qualquer um rotulado como conservador/liberal é visto como um pária da sociedade. O establishment queimou de tudo quanto é jeito o termo "direita". Não existe muito mais filme para queimar. O que existe sim é uma tradição, um pensamento, um modo de vida a ser resgatado. Bolsonaro certamente não é um lorde, e nem um filósofo, mas daí a dizer que ele queima o filme da direita é um tremendo exagero. Dilma queimou o filme da esquerda? O PSOL queimou o filme da esquerda? Fidel Castro queimou o filme da esquerda? Papo furado que Bolsonaro queima o filme da direita. Isso parece muito mais a conversa de puritanos que veem neles mesmos os únicos representantes legítimos da direita. Existe a direita liberal, a direita conservadora, a direita nacionalista, etc etc. A direita não é um bloco único, e é óbvio que Bolsonaro representa sim parcela importante da direita. - Bolsonaro é sim um candidato viável para 2018. Você certamente tem todo direito de criticá-lo, mas sua viabilidade não é menos razoável do que a de diversos outros políticos que, uma vez eleitos, fizeram um grande trabalho.DO A.AMORIM

Ministros do STF consideram remota chance de liminar garantir candidatura de lula...


A possibilidade de Lula conseguir uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) que permita a ele concorrer à Presidência da República mesmo se condenado em segunda instância pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) é considerada remota entre magistrados da corte.
EXTRA
O ministro Marco Aurélio Mello diz que a Lei da Ficha Limpa foi clara ao prever a inelegibilidade depois da condenação em segunda instância. E que, por esse ser um efeito "extrapenal", e não de "execução da pena", não caberia a discussão.
PONTO FINAL
Outro ministro lembra que, provocado por ações da OAB, o Supremo pacificou a questão em 2012, dizendo que a lei é constitucional e que pode ser aplicada. Antes disso, candidatos conseguiram liminares da corte para concorrer mesmo depois de condenados.
O NOVO
Já ministros de outro tribunal ao qual Lula pode recorrer, o STJ (Superior Tribunal de Justiça), lembram que a corte tem permitido que condenados em segunda instância por improbidade administrativa concorram. O caso de Lula, no entanto, seria novo, pois não se trata de ação administrativa,e sim penal. DA FOLHA

Cunha entrega anexos de delação à PGR

Por Murillo Camarotto | De Brasília
Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Folhapress - 14/6/2017
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entregou na sexta-feira à noite os anexos de sua proposta de delação premiada. Isso não quer dizer, entretanto, que ele esteja perto de assinar um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O material ainda está sendo analisado, mas a expectativa dos investigadores, surpreendentemente, não é das mais otimistas.
Cunha e seu ex-sócio Lúcio Funaro buscam meios para sair da cadeia já há algum tempo, mas só recentemente demonstraram de forma concreta a intenção de confessar seus crimes e delatar comparsas. Apenas um deles dois, entretanto, poderá se tornar colaborador da Justiça. Investigadores envolvidos nas negociações da delação garantem: "Por essa porta só vai passar um".
As delações de ambos têm como pano de fundo a segunda denúncia que a PGR apresentará contra o presidente Michel Temer. Prevista para ser encaminhada em agosto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a peça acusa Temer de ter obstruído investigações ao ter dado sua anuência pessoal à compra do silêncio de Cunha e Funaro.
Preso desde outubro do ano passado em Curitiba, Cunha entregou os anexos e agora aguarda um posicionamento do grupo de trabalho da Lava-Jato na PGR. Funaro - há um ano na cadeia - foi transferido recentemente da Penitenciária da Papuda para a carceragem da Polícia Federal em Brasília. O objetivo: delatar.
Formalmente, a delação de Cunha está mais adiantada, mas o histórico do processo de negociação do acordo, bem como o estágio já avançado da Lava-Jato, jogam contra ele. O ex-presidente da Câmara fez todo o tipo de jogo de cena até sinalizar a intenção real de falar o que sabe.
Inicialmente, Cunha estava receoso em tentar o acordo enquanto Rodrigo Janot estivesse à frente da PGR. O plano original era aguardar a troca no comando do órgão, mas o ex-deputado mudou de ideia ao tomar conhecimento de que a então favorita para o cargo, Raquel Dodge, pretendia endurecer os critérios para aceitar os acordos de delação.
Seus advogados, então, retomaram os contatos com o atual comandante da PGR. É praxe no início das negociações a assinatura de um termo de confidencialidade entre as partes. Os investigadores, no entanto, suspeitaram que Cunha queria esse documento somente para chantagear ex-aliados e não entregou o termo de confidencialidade.
Conforme revelado pelo Valor, há menos de um mês Cunha contratou o criminalista Délio Lins e Silva Júnior. O objetivo era ter um advogado baseado em Brasília e com experiência em colaboração premiada. "Delinho", como é conhecido o advogado, foi responsável pela delação de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador cassado Delcídio do Amaral. Ele nega, no entanto, que esteja negociando um acordo para o ex-deputado.
O pessimismo com o acordo de Cunha decorre do seu histórico de "faltar com a verdade". Há também a percepção de que ele teria poucas novidades bombásticas a ponto de ser vantajoso para a PGR aliviar a pena do ex-deputado. Ademais, a leitura é de que o roteiro de Cunha seria, basicamente, o mesmo de Funaro.
Os últimos depoimentos do doleiro à PF têm demonstrado de forma mais enfática as suas intenções. Até agora, o principal implicado por ele foi o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que chegou a ser preso após Funaro tê-lo acusado de pressionar sua família para interromper a delação.
Em nova oitiva, feita na semana passada, o doleiro voltou à carga. Disse aos policiais que entregou pessoalmente malas de dinheiro a Geddel em uma sala no aeroporto de Salvador.
A situação do Funaro é considerada mais "desconfortável", o que torna sua eventual delação mais promissora. Além dos relatos de ser violento, com pelo menos dois casos registrados de ameaças de morte a pessoas próximas, Funaro acabou arrastando familiares para seu processo.
A irmã do doleiro, Roberta, foi presa após ser filmada recebendo uma mala com R$ 400 mil da JBS. Atualmente ela cumpre regime domiciliar. Dante, irmão de Funaro, também já foi alvo de operações recentes da PF.
Poucas semanas após esses acontecimentos, o doleiro anunciou a contratação do criminalista Antonio Figueiredo Basto, um especialista em delação. Dias depois, Funaro foi transferido para a sede da PF. O local é considerado mais apropriado para cliente e advogado passarem em revista tudo o que pretendem contar aos investigadores da Lava-Jato.
Na comparação com Cunha, a avaliação é de que Funaro teria mais provas concretas a entregar. Pesa contra ele a inconstância de comportamento. Segundo relatos, o doleiro sinaliza a intenção de denunciar certos fatos e pessoas, mas logo em seguida, recua. Ainda assim, na bolsa de apostas dos investigadores, Funaro é o favorito para "passar pela porta". DO VALOR-G1