segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Processos contra partidos do petrolão param no TSE

Coluna do Estadão
27 Novembro 2017 | 05h30
 

Os processos no TSE que apuram se PT, PMDB e PP foram beneficiados com recursos desviados da Petrobrás ainda não avançaram na Corte. As ações podem levar à suspensão de repasses do Fundo Partidário e até a extinção dos partidos. Em agosto, o Ministério Público Eleitoral pediu que as provas colhidas no âmbito da ação contra a chapa de Dilma-Temer – incluindo o depoimento de delatores da Odebrecht – fossem compartilhadas. Três meses depois, os ministros Rosa Weber (relatora do caso do PT e do PP) e Luiz Fux (relator do PMDB) não decidiram o que fazer.
Outro lado. Procurados na noite de sexta, os gabinetes dos ministros não responderam à Coluna até a conclusão desta edição.

A origem. O processo contra o PT foi aberto a pedido do ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE; o do PP e PMDB por solicitação da ex-corregedora da Corte Maria Thereza.
Despacito. A escolha dos relatores das ações contra os partidos também foi lenta. O TSE levou seis meses para decidir enviar os casos aos gabinetes dos ministros Fux e Rosa Weber.
Munição. Foi o próprio presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, quem aconselhou os deputados de Minas Gerais a escreverem uma carta admitindo o desejo de o partido continuar coligado com o PT.
Com vocês. Jucá tranquilizou a bancada mineira de que a decisão de apoiar o governo petista será da maioria. O vice-governador de Minas, Toninho Andrade, que preside o PMDB estadual, apoia uma coligação PMDB-PSDB.
Promessa é… Em troca do apoio, o governador Fernando Pimentel (PT) prometeu trabalhar para reeleger os seis deputados peemedebistas e ainda aumentar a bancada em mais três deputados federais em 2018.
Clube do milhão. Aos 37 anos, o novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, declarou ao TSE na eleição de 2014 patrimônio de R$ 4,2 milhões, incluindo uma BMW de R$ 350 mil ano 2010/2011. Ele gastou R$ 5,4 milhões na campanha de deputado federal em 2014.
Sob pressão. O PP reagendou a data de filiação de Baldy ao partido para dia 7.
Pacotão. O ministro Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia) concluiu o projeto de lei sobre a privatização na Eletrobrás, que seguirá para a Casa Civil. O presidente Temer quer enviá-lo nesta semana ao Congresso.
Sinais Particulares: Michel Temer, presidente da República; por Kleber Sales
Prêmio. Prestes a se filiar ao DEM, o ex-PSB Fábio Garcia (MT) deve ser o relator do projeto da privatização da Eletrobrás.
Extreme Makeover. De olho na eleição de 2018, deputados e senadores começaram a cuidar do visual. Iniciaram sessões de retoques faciais, com direito a muita aplicação de botox.
CLICK. Na página oficial do PMDB, quem brilha é o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) com quatro citações em seu nome e só duas e apenas duas menções ao presidente Michel Temer. O presidente do partido, Romero Jucá (RR), não aparece.

Foto: Reprodução PMDB
Na mira. Em reunião hoje, a Comissão de Ética Pública da Presidência pode deliberar se a ministra Luislinda Valois será investigada pelo pedido para ganhar R$ 61,4 mil sob alegação de trabalho escravo. O caso foi revelado pela Coluna.
Vota. O deputado João Rodrigues (PSD-SC) torce para que o STF confirme o fim do foro privilegiado. Condenado por fraude em licitação quando era prefeito de Pinhalzinho (SC), o processo voltaria ao STJ não seria julgado. O crime prescreve em fevereiro.
PRONTO, FALEI!  
“Todos serão iguais perante à lei, do mais simples homem público à principal figura do País. Nada mais será desigual”, DO DEPUTADO RUBENS BUENO (PPS-PR), sobre a votação do foro privilegiado.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA. COM RAFAEL MORAES MOURA E LU AIKO OTTA

Alckmin alardeia o óbvio e esconde o primordial

Josias de Souza
Geraldo Alckmin apresentou-se num seminário promovido pela Veja, nesta segunda-feira, como um profeta do óbvio. ''Ninguém vai votar em partido” nas eleições de 2018, disse o presidenciável tucano. “Os partidos estão fragilizados, desgastados. Vão votar nas pessoas.''
O fenômeno não é novo. O brasileiro nunca foi de votar em partidos. A epidemia de corrupção apenas potencializou a aversão. Em vez de desperdiçar o tempo da plateia, Alckmin deveria ter explicado o seguinte: o eleitor que votar na sua pessoa optará por uma coligação de partidos malcheirosos.
Alckmin escondeu em sua palestra a informação mais primordial: longe dos refletores, o orador troca a alma por minutos de propaganda televisiva de partidos enlameados no mensalão e na Lava Jato. Ou seja: o eleitor vota num pote que o marjeting diz ser feito de mel de mel elege os ferrões da abelha.

Forças-tarefas da Lava Jato no Rio, São Paulo e Curitiba anunciam ações conjuntas em 2018

Representantes se reuniram no Rio de Janeiro. Durante o encontro, Deltan Dallagnol disse que a operação terá 'batalha final' em 2018.

Por Henrique Coelho e Nicolás Satriano, G1 Rio
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) ligados à Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Curitiba se reuniram nesta segunda-feira (27) e anunciaram ações conjuntas em 2018. O encontro ocorreu na capital fluminense.
Durante o evento, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, afirmou que nenhum dos investigadores tem pretensão eleitoral e que o ano que vem é decisivo.
"2018 é a batalha final da Lava Jato porque as eleições de 2018 determinarão o futuro da luta contra a corrupção do nosso país. Deputados federais e senadores que determinarão se existirão ou não retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam nos trazer um país mais justo com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade", diz ele.
Para o procurador, 2018 é um ano-chave para "reformas sistêmicas" no Congresso Federal e para eventuais retrocessos. Como exemplo, ele citou a soltura dos três deputados do PMDB em votação na Alerj após determinação do TRF-2.
"Será um ano de muito trabalho", resumiu o procurador do MPF no Rio, Eduardo El Hage.
No evento, os procuradores divulgaram uma carta pedindo apoio da sociedade. O documento cita ataques de políticos para garantir a impunidade de corruptos e pede que os eleitores escolham, nas próximas eleições, "candidatos que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção".
Outros temas que merecem a atenção dos eleitores, segundo os procuradores, são o foro privilegiado e a delação premiada, "um dos mais importantes instrumentos de investigação", nas palavras de José Augusto Vagos, do Rio.
Até agora, dizem eles, a Lava Jato recuperou R$ 700 milhões desviados.

'Votação na Alerj foi um alerta do que pode vir'

A carta da força-tarefa relembra votação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que colocou em liberdade os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do PMDB.
O pleito ocorreu um dia após decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) pela prisão dos políticos por envolvimento com crimes investigados pela Operação Cadeia Velha. “Isso é um alerta do que está por vir se nada mudar”, disse Dallagnol.
Também estiveram presentes as procuradoras Anamara Osório Silva e Thamea Danelon, de São Paulo; e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, de Curitiba.

Outdoors de apoio a Bolsonaro se espalham pelo Brasil; veja

 

Pré-candidato à presidência da República recebe apoio popular em todo o país.

Pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem recebendo apoio em diversas partes do país e outdoors do deputado federal vem se espalhando por todo o Brasil.
O próprio #bolsonaro postou em sua conta oficial no Twitter as imagens dos outdoors em algumas cidades brasileiras [VIDEO]. As peças são produzidas por apoiadores do pré-candidato.
As imagens provam que Bolsonaro é hoje um dos políticos mais populares do Brasil e conta com um eleitorado fiel, que promete até mesmo fazer campanha pelo parlamentar gratuitamente.
As pesquisas de intenção de voto mostram Bolsonaro bem cotado para a disputa do segundo turno das eleições presidenciais do ano que vem.

Ceará

O movimento Direita Juazeiro do Norte, no Ceará, alugou um espaço em uma região movimentada da cidade. O outdoor tem duas fotos de Bolsonaro, uma bandeira do Brasil ao fundo a frase “nossa bandeira jamais será vermelha”.
O pré-candidato à Presidência da República recebeu apoio na postagem do Twitter. “Moro em Jardim de piranhas, na região do Seridó, aqui ele está bem popular, principalmente entre jovens, policias e evangélicos”, comentou um seguidor.
 

Maranhão

“Pela honra, moral e ética, somos todos Bolsonaro”, diz a frase de impacto no outdoor mantido pelo grupo Direita Maranhense. O deputado federal agradeceu o apoio do movimento popular.
“Aqui é Maranhão, aqui é #Jair Bolsonaro 2018, doa a quem doer”, comentou um seguidor. A cidade de Barra do Corda, também no Maranhão, demonstrou apoio ao pré-candidato.
 

Paraíba

“Honestidade não é virtude, é obrigação”, a frase de Jair Bolsonaro aparece no outdoor criado pelos movimentos Direita Paraibana, Direita Paraibana Sertão e Direita Pombal. Além desta frase atribuída ao parlamentar, há também uma pergunta para os que leem a peça: “Eu apoio político honesto. E você?”
“Já passou da hora de termos um presidente de verdade, por isso queremos Jair Bolsonaro”, comentou um seguidor do pré-candidato. “O Nordeste e a Paraíba não estão com o Lula”, afirmou outro.
 

Amazonas

O apoio a Bolsonaro chegou também ao Amazonas.
Na cidade de Manacapuru, dezenas de pessoas posaram para foto em frente a um outdoor de apoio ao deputado federal.
“A capital Manaus está contigo também”, frisou um seguidor. “O Amazonas é Bolsonaro. Minhas Manaus nem se fala”, afirmou outro. “Em breve terá mais cidades com placas mostrando o Bolsonaro. Todas feitas por voluntários”, postou mais um apoiador do pré-candidato.
#Bolsonaro

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Moro diz ter sido alvo de "ataques sujos" como juiz

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, disse nesta segunda-feira ter sido alvo de "ataques sujos" durante a condução dos casos da operação e atribui isto ao fato de a Lava Jato envolver pessoas ligadas à política.
Juiz Sérgio Moro, durante evento em São Paulo 24/10/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Juiz Sérgio Moro, durante evento em São Paulo 24/10/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters
"Um lado negativo que eu realmente não esperava foram alguns ataques sujos, por conta desses casos envolverem pessoas da política", disse Moro durante evento promovido pela revista Veja em São Paulo.
Moro classificou de "diversionismo" os ataques de que é alvo e afirmou que não altera a sua conduta por causa das críticas que recebe.
O magistrado se esquivou de comentar sobre se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso, limitando-se a afirmar que o caso em que condenou Lula tramita agora na segunda instância, junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
Moro defendeu a necessidade de reformas estruturais para ajudar a combater a corrupção, mas apontou uma falta de disposição da classe política em realizar essas mudanças. 27 nov 2017 DO TERRA