PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Se reprisar num debate na TV o palavrório sem pé nem cabeça sobre a CPI dos Farsantes, a mulher que fala dilmês vai abreviar o naufrágio do barco sem rumo
Encerrada a
sabatina promovida nesta quarta-feira pela Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), a programação foi em frente com a sequência
de cinco perguntas a Dilma Rousseff formuladas por jornalistas
escolhidos por sorteio. A presidente pareceu pouco à vontade com a
primeira, que tratou de questões econômicas. Pareceu mais tranquila com
as três seguintes, que versaram sobre assuntos agrícolas. A quinta e
última quis saber o que tinha a dizer a entrevistada sobre o
envolvimento de servidores do Palácio do Planalto na trama forjada para
reduzir a CPI da Petrobras a uma ação entre comparsas infiltrados no
Congresso e no governo.
Antes que a pergunta chegasse ao fim, a fisionomia de Dilma avisou que o copo até aqui de cólera começara a transbordar. O palavrório reproduzido pelo site de VEJA permite contemplar a erupção retórica que sacudiu a cabeça que preside o país há mais de três anos e meio. Em poucos segundos, o neurônio solitário enriqueceu a paisagem do Brasil Maravilha com outro monumento à maluquice construído apenas com vogais e consoantes. Confira:
“Vou te falar uma coisa. Acho extraordinário. Primeiro porque o Palácio do Planalto não é expert em petróleo e gás. O expert em petróleo e gás é a Petrobras. Eu queria saber se você pode me informar quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também. Muito obrigada. Não é o Palácio do Planalto nem nenhuma sede de nenhum partido. Quem sabe das perguntas sobre petróleo e gás só tem um lugar. Pergunta só tem um lugar no Brasil. Eu diria vários lugares no Brasil: a Petrobras e todas as empresas de petróleo e gás. Você sabe que há uma simetria de informação entre nós, mortais, e o setor de petróleo. É um setor altamente oligopolizado, extremamente complexo tecnicamente. Acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela”.
Reveja sem pressa a catarata de frases sem pé nem cabeça. É inútil chamar o intérprete: o dilmês primitivo não tem tradução em língua de gente. É inútil chamar o psiquiatra: cérebro baldio não tem conserto. Tampouco adianta chamar o marqueteiro: nem o maior dos tribunos poderá decorar o que será dito necessariamente de improviso. É impossível, portanto, impedir que Dilma Rousseff protagonize derrapagens semelhantes à ocorrida há poucas horas.
Imagine a presidente, no meio do debate na TV, reincidindo num falatório tão alucinado quanto o produzido neste 6 de agosto. Em vez de comentar por 1 minuto o que acabou de ouvir, como estabelecem as regras dos duelos do gênero, o adversário da candidata ao segundo mandato deve confessar que não entendeu nada, doar os 60 segundos à adversária e pedir-lhe que use esse tempo para tentar explicar o que quis dizer. Isso bastará para consumar o naufrágio do barco pilotado por uma navegante sem rumo.
DO AUGUSTO NUNES
Antes que a pergunta chegasse ao fim, a fisionomia de Dilma avisou que o copo até aqui de cólera começara a transbordar. O palavrório reproduzido pelo site de VEJA permite contemplar a erupção retórica que sacudiu a cabeça que preside o país há mais de três anos e meio. Em poucos segundos, o neurônio solitário enriqueceu a paisagem do Brasil Maravilha com outro monumento à maluquice construído apenas com vogais e consoantes. Confira:
“Vou te falar uma coisa. Acho extraordinário. Primeiro porque o Palácio do Planalto não é expert em petróleo e gás. O expert em petróleo e gás é a Petrobras. Eu queria saber se você pode me informar quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também. Muito obrigada. Não é o Palácio do Planalto nem nenhuma sede de nenhum partido. Quem sabe das perguntas sobre petróleo e gás só tem um lugar. Pergunta só tem um lugar no Brasil. Eu diria vários lugares no Brasil: a Petrobras e todas as empresas de petróleo e gás. Você sabe que há uma simetria de informação entre nós, mortais, e o setor de petróleo. É um setor altamente oligopolizado, extremamente complexo tecnicamente. Acho estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela”.
Reveja sem pressa a catarata de frases sem pé nem cabeça. É inútil chamar o intérprete: o dilmês primitivo não tem tradução em língua de gente. É inútil chamar o psiquiatra: cérebro baldio não tem conserto. Tampouco adianta chamar o marqueteiro: nem o maior dos tribunos poderá decorar o que será dito necessariamente de improviso. É impossível, portanto, impedir que Dilma Rousseff protagonize derrapagens semelhantes à ocorrida há poucas horas.
Imagine a presidente, no meio do debate na TV, reincidindo num falatório tão alucinado quanto o produzido neste 6 de agosto. Em vez de comentar por 1 minuto o que acabou de ouvir, como estabelecem as regras dos duelos do gênero, o adversário da candidata ao segundo mandato deve confessar que não entendeu nada, doar os 60 segundos à adversária e pedir-lhe que use esse tempo para tentar explicar o que quis dizer. Isso bastará para consumar o naufrágio do barco pilotado por uma navegante sem rumo.
DO AUGUSTO NUNES
Assessor do Palácio admite atuação na CPI, mas acha o absurdo normal… Ou: Um Zé Mané arrogante acha que pode dar pito na oposição; Dilma perdeu o controle!
Que
gente exótica. Luiz Azevedo, braço-direito do ministro das Relações
Institucionais, Ricardo Berzoini, veio a público por meio de uma nota
oficial para admitir que atuou, sim, na tramoia para fraudar qualquer
resultado eventualmente honesto que pudesse ter a CPI da Petrobras no
Senado. A VEJA revela a conspirata na sua mais recente edição. A Folha
desta quarta informa que Azevedo fez parte da linha de frente do
imbróglio. O governo tentou negar que estivesse envolvido até o pescoço
no rolo. A presidente Dilma disse a respeito coisas incompreensíveis
(vejam post). Mas não dava mais para disfarçar.
E não é
que Azevedo, em sua nota, parece ungido por Deus para cumprir uma
missão? É… O homem não trabalha na Petrobras. O homem não trabalha no
Senado. O homem não é assessor de parlamentar petista. Mesmo assim, ele
revela o que parece ser uma tarefa passada pelo próprio Deus na sarça
ardente da empulhação petista: “evitar o uso político eleitoral da CPI”.
Quem é esse para se considerar protagonista de tal missão? A sua nota é
o retrato de um tempo. Eu a reproduzo na íntegra. Volto em seguida.
Presidência da República
Secretaria de Relações Institucionais
Sobre matéria publicada na Folha de São Paulo – Ação na CPI da Petrobras foi combinada com assessores do Planalto
A respeito da matéria publicada nesta quarta-feira (6), no jornal Folha de São Paulo, esclareço: enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras – relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo.
Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI.
Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado.
Em nenhum momento nossa atuação feriu as atribuições e soberania do parlamento, que preserva suas prerrogativas com denodo e independência.
Luiz Azevedo
Secretário Executivo da Secretaria de Relações Institucionais
Secretaria de Relações Institucionais
Sobre matéria publicada na Folha de São Paulo – Ação na CPI da Petrobras foi combinada com assessores do Planalto
A respeito da matéria publicada nesta quarta-feira (6), no jornal Folha de São Paulo, esclareço: enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras – relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e da liderança do governo.
Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político eleitoral da CPI.
Por se tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que foram, desde o início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo para explorar politicamente o factoide criado.
Em nenhum momento nossa atuação feriu as atribuições e soberania do parlamento, que preserva suas prerrogativas com denodo e independência.
Luiz Azevedo
Secretário Executivo da Secretaria de Relações Institucionais
Volto
Trata-se de uma notável coleção de absurdos. A nota já começa estupidamente errada quando este senhor afirma: “enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras”. Como é que é? Este cara não tem de ter papel nenhum na comissão. Se tem dois, então é uma barbaridade duplicada.
Trata-se de uma notável coleção de absurdos. A nota já começa estupidamente errada quando este senhor afirma: “enquanto funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras”. Como é que é? Este cara não tem de ter papel nenhum na comissão. Se tem dois, então é uma barbaridade duplicada.
Sem vergonha, sem constrangimento, ele diz quais são esses papéis:
1: atuar pra que a empresa forneça todos os dados;
2: fazer uma articulação com a base de apoio.
1: atuar pra que a empresa forneça todos os dados;
2: fazer uma articulação com a base de apoio.
Eis um
caso notável em que não se distinguem partido, empresa, Estado e
governo. Tudo acaba submetido à mesma lógica e à mesma hierarquia. Ainda
que ele estivesse bem intencionado, a Petrobras tem de fornecer as
informações porque deve satisfações ao público, mormente porque é uma
empresa de capital aberto. Um dos papéis de um secretário-executivo de
Relações Institucionais é manter uma interlocução com o Congresso, com o
Poder Legislativo, não apenas como uma fatia dele. Até porque não se
trata de um trabalho de convencimento em favor de um projeto de lei ou
de uma medida do Executivo. Ao contrário: o que se fez, de forma clara,
arreganhada, explícita, foi tentar encabrestar o Parlamento.
Essa gente
perdeu a noção do ridículo. Agora, assessor de segundo escalão se acha
no direito de emitir nota pública com críticas à oposição… Alguém elegeu
esse cara para alguma coisa? Ele já se submeteu ao crivo popular? Além
de ser pego fora do lugar, fazendo o que não deve, arvora-se também em
ombudsman da oposição.
Vai levar
muitos anos para que o país se recupere da degradação institucional a
que o submeteu o PT. Mas será preciso começar em algum momento. Antes
tarde do que nunca. Um Zé Mané arrogante acha que pode dar pito na
oposição. Dilma perdeu o que nunca teve: o controle do governo.
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