segunda-feira, 16 de abril de 2018

"Você vai manter essa gente lá?", por Lillian Witte Fibe - Veja


Outubro vem aí.
Duas manchetes de hoje, duas excrescências. Contra o bolso do eleitor.
Os 513 nobres deputados federais e mais dois terços dos 81 senadores da República serão submetidos ao seu escrutínio no dia 7 de outubro.
Depende de você e só de você reelegê-los.
Ou não.
Em meio a discursos hipócritas de acabar com privilégios dos mais abastados e cuidar melhor dos pobres, o que se vê no parlamento é exatamente o contrário.
Tudo sancionado por um presidente que vai a Lima, no Peru, e discursa contra a corrupção – enquanto, em Brasília, segue cercado por um sem número de assessores investigados, quando não já condenados.
A manchete do jornal Valor de hoje é só mais uma que escancara o que é feito com o seu dinheiro.
Ou melhor, com a fatia dos impostos que não é roubada nem guardada em apartamentos ou em paraísos fiscais.
Fizeram um programa de perdão de dívidas tributárias por vias tão legais quanto imorais.
No Diário Oficial.
(Você já teve alguma dívida tributária perdoada?)
Atenção Minas Gerais: o relator da ideia foi um deputado do MDB, filho do ex-governador Newton Cardoso.
Oi Bahia: o maior desconto de todos?
Beneficiou o pré-candidato do PSDB ao governo! O sujeito obteve abatimento de 95% sobre o valor total do cano que ele já havia dado em você.
O nome dele é João Gualberto.
O destino dessa gente está na sua mão.
A segunda manchete é do Estadão: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,projetos-de-renuncia-fiscal-podem-ter-impacto-de-r-667-bilhoes-ate-2020,70002269981
 Muito mais que o déficit público total, cujo vilão, segundo eles, é o dinheirinho dos aposentados.
Muito mais que o déficit público total, cujo vilão, segundo eles, é o dinheirinho dos aposentados. (reprodução/Reprodução)

Joaquim Barbosa não é "expressão de centro": é cavalo de Troia da esquerda.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Rodrigo Constantino desmente, em seu blog publicado pela Gazeta do Povo, algumas notícias que qualificam o ex-ministro e ex-presidente do STF Joaquim Barbosa como figura de centro. Longe disso, Barbosa é esquerdista: teria votado em Lula e Dilma, além de ter sido contra o impeachment de Dilma. Ninguém de centro faria isso:
"O presidente do PSB, Carlos Siqueira, avalia que o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (15), mostra o potencial da candidatura do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa à Presidência da República.
De acordo com a pesquisa, o ex-presidente do STF aparece em terceiro ou quarto colocado na disputa pelo Palácio do Planalto. A depender de quem são seus concorrentes, ele detém entre 8% e 10% das intenções de voto.
“Avaliamos que a candidatura dele tem potencial muito grande. Inclusive, muito maior se considerarmos que a população ainda não está bem informada sobre candidatura”, afirmou Siqueira à reportagem.
Para ele, o resultado do Datafolha é “animador”. “Alguns postulantes estão há meses (na disputa) ou há mais de um ano, e estão igual ou abaixo (do ministro).”
No Painel da Folha, ao se comentar o mesmo caso, destaca-se Barbosa como “expressão de centro”:
"O desempenho de Joaquim Barbosa (PSB) no Datafolha chamou a atenção de expoentes da esquerda e da direita. Por ter alcançado até 10% das intenções de votos sem nem sequer ter se declarado candidato ao Planalto, despertou nos rivais o temor de que, em campanha, consiga se transformar na “expressão do centro”.
O PSB encomendou pesquisa na qual apresentará ao eleitor, além do nome, a foto de Barbosa. Acredita que, assim, o ex-presidente do STF obterá pontuação ainda maior".
Que Joaquim Barbosa tem condições de crescer ninguém duvida. Ele tem baixa rejeição, é associado ao combate à corrupção por conta do mensalão, mesmo tendo abandonado o cargo antes do tempo, possui apelo às minorias e adota discurso “progressista” alinhado com o que deseja a grande imprensa. Mas chama-lo de “expressão de centro”? Aí já é demais!
Barbosa só é “centro” num país que aboliu a direita do espectro político. Só é “centro” para quem acha que tucanos do PSDB são de direita. O sujeito teria votado em Lula e Dilma, adota discurso claramente esquerdista, foi contra o impeachment, que chamou de “tabajara”, e nunca demonstrou muito apreço ou respeito pela liturgia do cargo que ocupou, deixando transparecer certo desprezo pelos valores republicanos. Eis a opinião de Barbosa sobre o impeachment de Dilma:
Se Joaquim Barbosa é de centro, quem é de esquerda? Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila? Só num país que aboliu a extrema-esquerda! Para nossos “formadores de opinião”, qualquer um à esquerda, por mais radical que seja, será apenas “esquerda”, qualquer um de centro-esquerda será “direita”, e qualquer um à direita da social-democracia será “extrema direita”. É assim que funciona a tática de jogar o “centro” cada vez mais para a esquerda.
Alexandre Borges ironizou em seu Twitter: “Joaquim Barbosa é centro aonde? É como dizer que o Neto da Band é isento num Corinthians x Palmeiras”. Esses jornalistas que tentam enganar seu público e simular uma “imparcialidade” que não possuem estão sendo desmascarados um a um, graças às redes sociais e a eventuais gravações vazadas. O que mais me chocou no caso Chico “Lula” Pinheiro, por exemplo, sequer foi seu petismo apaixonado, mas a quantidade de gente que ficou surpresa!
Joaquim Barbosa é perigoso sim, tem competitividade. Mas não é de centro nem aqui, nem na China. É um cavalo de Troia colocado na disputa pela esquerda, que tenta emplacar alguém mais de fora, um “outsider”, para capturar essa onda de indignação com o establishment “progressista”. Na mídia Barbosa será tratado como centrista moderado. Felizmente temos as redes sociais, para mostrar que se trata de um esquerdista com postura um tanto radical…DO O.TAMBOSI

Presidentes eleitos desde 1989 tinham ao menos 17% das intenções de voto em abril



  • Arte/UOL
    Nos cenários do Datafolha de abril de 2018, só Lula e Bolsonaro passaram de 17%
    Nos cenários do Datafolha de abril de 2018, só Lula e Bolsonaro passaram de 17%
Desde 1989, todos os candidatos à Presidência da República eleitos tinham ao menos 17% das intenções de voto em pesquisas Datafolha do mês de abril do ano da eleição, de acordo com levantamentos do instituto consultados pelo UOL.
Neste domingo (15), o Datafolha divulgou a primeira pesquisa feita após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 7. Ao todo, foram apresentados nove cenários, e apenas dois pré-candidatos superaram a "nota de corte" observada desde a redemocratização (17%): o próprio Lula, que foi testado em três quadros e variou entre 30% e 31% das intenções de voto, e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que nos seis cenários sem Lula ficou com 17%. Quando o petista aparece, Bolsonaro chega a no máximo 16%. A ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) alcançou 16% em uma das simulações de primeiro turno.
Leia também:
Dos quatro presidentes que venceram as sete eleições realizadas nas últimas três décadas, Fernando Collor de Mello foi quem tinha o índice mais baixo em abril de 1989: 17%. O pleito vencido pelo hoje senador de Alagoas e pré-candidato à Presidência, pelo PTC, foi também o mais fragmentado da história do Brasil, com 22 candido

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi o único a conseguir "virar" a disputa, em 1994. Na ocasião, ele estava 16 pontos percentuais atrás de Lula em abril (21% contra 37% do petista), mas conseguiu vencer o pleito ainda no primeiro turno.
O tucano por sua vez, tinha o cenário mais favorável das sete eleições a essa altura da disputa quando se reelegeu para um segundo mandato, em 1998. Em abril daquele ano, ele já ostentava 41% das intenções de voto.
Para o cientista político Ricardo Ismael, professor da PUC-Rio, a eleição de 2018 "talvez se aproxime mais da de 1989".
"Considerando que Lula de fato não será o candidato do PT, a tendência da fragmentação aumenta no primeiro momento, porque muitos candidatos vão entender que a eleição se encontra mais aberta", comentou, referindo-se ao fato de o petista estar teoricamente inelegível pela Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele pondera, no entanto, que há ainda muitos "balões de ensaio". "Vamos ver quem é que vai passar pela convenção partidária [a partir de julho], vai conseguir articular alianças", disse Ismael, apontando que a pesquisa eleitoral é um elemento importante nesse processo. "Quem estiver perto ou acima de dois dígitos vai ter mais condições de ter sustentação partidária."
"Na verdade, eu acho que a eleição vai ficar entre uns cinco, seis, no máximo, que seriam competitivos para chegar ao segundo turno", opinou.
Veja a seguir a situação no Datafolha de abril dos presidentes eleitos desde a redemocratização:

1989 – Fernando Collor de Mello (então no PRN) – 17% em abril
Total de candidatos: 22


Vidal Cavalcante - 14.dez.1989/Folhapress
O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC) participa de debate em 1989
Abril foi justamente o mês em que Collor apareceu pela primeira vez na liderança de uma pesquisa Datafolha, com 17% das intenções de voto. No mês anterior, ele obteve oito pontos percentuais a menos (9%), ficando em quarto lugar. O primeiro turno da eleição daquele ano aconteceu em novembro.
O levantamento de abril testou outros dez candidatos, e quatro apareceram com mais de 5%: Leonel Brizola (PDT) teve 15%, Lula, 14%, Mário Covas (PSDB), 7%, e Ulysses Guimarães (PMDB), 7%. Em junho, Collor alcançou 42% das intenções de voto.
Ele liderou o primeiro turno da eleição, com 30,5% dos votos válidos, e disputou a segunda fase do pleito contra Lula, que obteve 17,2%. O candidato do PRN se elegeu com 53,03% dos votos ante 46,97% do petista.

1994 - Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – 21% em abril
Total de candidatos: 8


Agência O Globo
FHC monta em jegue durante a campanha presidencial de 1994
A primeira pesquisa realizada pelo Datafolha após o prazo final para que candidatos se desincompatibilizassem de cargos públicos, em abril de 1994, mostrou Lula na frente, com 37% das intenções de voto. Com 21%, FHC havia deixado o Ministério da Fazenda dias antes.
No fim de fevereiro daquele ano, o tucano anunciou a segunda fase do plano de estabilização econômica do governo Itamar Franco (PMDB). FHC só apareceu na frente do petista nas pesquisas após o lançamento do Plano Real, em julho.
FHC foi eleito no primeiro turno, com 54,3% dos votos válidos, contra 27,0% de Lula, 7,4% de Enéas (Prona), 4,4% de Orestes Quércia (PMDB) e 3,2% de Brizola.

1998 – Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – 41% em abril
Total de candidatos: 12


Lula Marques/Folhapress
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao lado do vice, Marco Maciel, em foto de 2000
Candidato à reeleição, FHC liderou com folga a pesquisa realizada pelo Datafolha em abril 1998, que mostrou o presidente com 41% das intenções de voto, contra 24% de Lula, 8% de Ciro Gomes (PPS) e 7% de Enéas Carneiro (Prona).
O resultado da eleição de outubro reproduziu a ordem dos candidatos observada em abril daquele ano, mas com porcentagens diferentes. FHC teve 53,06% (e venceu no primeiro turno), Lula, 31,7%, Ciro, 10,97% e Enéas, 2,14%.

2002 - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – 31% em abril
Total de candidatos: 6


Eduardo Knapp/Folhapress
O ex-presidente Lula desfila com a primeira-dama, Marisa Letícia, em sua posse, em 2003
Em abril de 2002, o Datafolha testou quatro cenários para as eleições presidenciais. Lula liderou todos, variando entre 31% e 37% das intenções de voto. O segundo colocado, José Serra (PSDB), obteve de 19% a 26% das escolhas dos eleitores consultados.
O resultado do primeiro turno confirmou a vantagem de Lula apontada nas pesquisas. O petista recebeu 46,44% dos votos válidos, enquanto o tucano teve 23,20%.
Lula se tornou presidente com 61,27% dos votos no segundo turno, ante 38,73% de Serra.

2006 - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – 40% em abril
Total de candidatos: 7


Alan Marques/Folha Imagem
Lula lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em janeiro de 2007
Candidato à reeleição, Lula ficou em primeiro lugar na pesquisa realizada em abril de 2006 pelo Datafolha. Nos quatro cenários apresentados pelo instituto, ele obteve entre 40% e 44% das intenções de voto.
Segundo colocado no levantamento, Geraldo Alckmin (PSDB), que acabara de renunciar ao governo de São Paulo, teve de 20% a 25% da preferência dos entrevistados. Os outros dois principais candidatos, Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT), obtiveram de 1% a 7% no levantamento.
O petista e o tucano receberam, respectivamente, 48,61% e 41,64% dos votos válidos no primeiro turno. Na etapa final, Lula venceu o pleito com 60,83% dos votos (descontados os brancos e nulos). Alckmin, por sua vez, alcançou 39,17%.

2010 - Dilma Rousseff (PT) – 28% em abril
Total de candidatos: 9


Jorge Araújo/Folhapress
Dilma tomou posse em 1º de janeiro de 2011 e sucedeu Lula no Planalto
O Datafolha foi às ruas em abril de 2010 e testou a candidata Dilma Rousseff em quatro cenários, nos quais ela obteve de 28% a 30% das intenções de voto.
Na ocasião, o candidato do PSDB, José Serra, que veio a disputar e perder o segundo turno contra a petista, liderava a pesquisa, variando entre 37% a 42% dos votos.
As posições se inverteram no resultado do primeiro turno, realizado seis meses depois: a petista recebeu 46,91% e o tucano, 32,61% dos votos válidos. Dilma venceu a eleição com 56,05% do total de votos válidos, contra 43,95% de Serra.

2014 - Dilma Rousseff (PT) – 38% em abril
Total de candidatos: 11


Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma Rousseff (PT) foi reeleita em 26 de outubro de 2014
Na pesquisa divulgada em abril de 2014, a então candidata à reeleição tinha entre 38% e 43% das intenções de voto, e liderava a disputa nos três cenários em que foi testada.
Em outros dois panoramas, o Datafolha apresentou o ex-presidente Lula como o candidato do PT, que obteve 48% e 52% das escolhas.
Dilma foi para o segundo turno contra o senador Aécio Neves (PSDB) e ganhou o pleito, em outubro, com 51,64% dos votos válidos, ante 48,36% do tucano. No primeiro turno, ela recebeu 41,59% dos votos válidos –Aécio teve 33,55%.
Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

Temer revela meta secreta: eliminar a corrupção


Michel Temer virou um presidente radioativo. Segundo o Datafolha, 86% dos eleitores jamais votariam num candidato apoiado por ele. Mas o brasileiro pode estar sendo injusto com Temer. O barulho das bombas que Estados Unidos e aliados despejaram sobre a Síria abafou a repercussão de uma estrepitosa novidade. Ao participar da Cúpula das Américas, no Peru, Temer revelou ao mundo algo que constava da agenda secreta do seu governo.
No encerramento da cúpula, no sábado, Temer subscreveu uma carta junto com outros chefes de Estado do continente. O documento contém os compromissos assumidos durante o encontro. O ponto central é o combate à corrupção. Um fenômeno que “debilita a governabilidade democrática e a confiança dos cidadãos nas instituições”, realça a carta. Ao discursar, Temer declarou que “não se pode tolerar a corrupção”. Combatê-la é “um imperativo da democracia”, disse.
Um observador maldoso poderia afirmar que Temer estava apenas sendo cínico, pois sua ficha corrida já inclui um par de denúncias criminais no freezer e dois inquéritos por corrupção na frigideira do Supremo. Mas é preciso considerar a hipótese de que Temer fosse intolerante à corrupção desde quando indicou os primeiros apadrinhados para o Porto de Santos, há duas décadas. Isso faria dele um político revolucionário —do tipo que escancara os crimes de corrupção cometendo-os.
Agora é possível compreender por que não há inocentes no governo Temer, só culpados e cúmplices. A escolha dos piores amigos para integrar o elenco de apoio era parte da agenda sigilosa. Ficou fácil entender por que o presidente abriu o Jaburu para que Joesley Batista o grampeasse. Só um gestor destemido demarcaria com tanto zelo seus erros, para que a Procuradoria e a Polícia Federal os descobrisse.
Temer tornou-se um suicida didático pelo bem do país. Ou o Brasil acredita na existência de uma agenda secreta ou terá de exigir a abertura de um inquérito para identificar o sósia que se fez passar por Temer na Cúpula das Américas. Isso seria trágico, porque custear a participação de um farsante numa cúpula internacional é uma das variantes da velha prática de jogar dinheiro pela janela.
Josias de Souza