PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Duas manchetes de hoje, duas excrescências. Contra o bolso do eleitor.
Os 513 nobres deputados federais e mais dois terços dos 81 senadores da
República serão submetidos ao seu escrutínio no dia 7 de outubro.
Depende de você e só de você reelegê-los.
Ou não.
Em meio a discursos hipócritas de acabar com privilégios dos mais
abastados e cuidar melhor dos pobres, o que se vê no parlamento é
exatamente o contrário.
Tudo sancionado por um presidente que vai a Lima, no Peru, e discursa
contra a corrupção – enquanto, em Brasília, segue cercado por um sem
número de assessores investigados, quando não já condenados.
A manchete do jornal Valor de hoje é só mais uma que escancara o que é feito com o seu dinheiro.
Ou melhor, com a fatia dos impostos que não é roubada nem guardada em apartamentos ou em paraísos fiscais.
Fizeram um programa de perdão de dívidas tributárias por vias tão legais quanto imorais.
No Diário Oficial.
(Você já teve alguma dívida tributária perdoada?)
Atenção Minas Gerais: o relator da ideia foi um deputado do MDB, filho do ex-governador Newton Cardoso.
Oi Bahia: o maior desconto de todos?
Beneficiou
o pré-candidato do PSDB ao governo! O sujeito obteve abatimento de 95%
sobre o valor total do cano que ele já havia dado em você.
A
segunda manchete é do
Estadão: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,projetos-de-renuncia-fiscal-podem-ter-impacto-de-r-667-bilhoes-ate-2020,70002269981
Muito mais que o déficit público total, cujo vilão, segundo eles, é o dinheirinho dos aposentados.
Muito mais que o déficit público total, cujo vilão, segundo eles, é o dinheirinho dos aposentados. (reprodução/Reprodução)
Rodrigo Constantino desmente, em seu blog publicado pela Gazeta do Povo,
algumas notícias que qualificam o ex-ministro e ex-presidente do STF
Joaquim Barbosa como figura de centro. Longe disso, Barbosa é
esquerdista: teria votado em Lula e Dilma, além de ter sido contra o
impeachment de Dilma. Ninguém de centro faria isso:
"O presidente do PSB, Carlos Siqueira, avalia
que o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (15),
mostra o potencial da candidatura do ex-ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Joaquim Barbosa à Presidência da República.
De acordo com a
pesquisa, o ex-presidente do STF aparece em terceiro ou quarto colocado
na disputa pelo Palácio do Planalto. A depender de quem são seus
concorrentes, ele detém entre 8% e 10% das intenções de voto.
“Avaliamos que a
candidatura dele tem potencial muito grande. Inclusive, muito maior se
considerarmos que a população ainda não está bem informada sobre
candidatura”, afirmou Siqueira à reportagem.
Para ele, o resultado do
Datafolha é “animador”. “Alguns postulantes estão há meses (na disputa)
ou há mais de um ano, e estão igual ou abaixo (do ministro).”
No Painel da Folha, ao se comentar o mesmo caso, destaca-se Barbosa como “expressão de centro”:
"O desempenho de Joaquim Barbosa (PSB) no Datafolha
chamou a atenção de expoentes da esquerda e da direita. Por ter
alcançado até 10% das intenções de votos sem nem sequer ter se declarado
candidato ao Planalto, despertou nos rivais o temor de que, em
campanha, consiga se transformar na “expressão do centro”.
O PSB encomendou
pesquisa na qual apresentará ao eleitor, além do nome, a foto de
Barbosa. Acredita que, assim, o ex-presidente do STF obterá pontuação
ainda maior".
Que Joaquim Barbosa
tem condições de crescer ninguém duvida. Ele tem baixa rejeição, é
associado ao combate à corrupção por conta do mensalão, mesmo tendo
abandonado o cargo antes do tempo, possui apelo às minorias e adota
discurso “progressista” alinhado com o que deseja a grande imprensa. Mas
chama-lo de “expressão de centro”? Aí já é demais!
Barbosa só é “centro”
num país que aboliu a direita do espectro político. Só é “centro” para
quem acha que tucanos do PSDB são de direita. O sujeito teria votado
em Lula e Dilma, adota discurso claramente esquerdista, foi contra o
impeachment, que chamou de “tabajara”, e nunca demonstrou muito apreço
ou respeito pela liturgia do cargo que ocupou, deixando transparecer
certo desprezo pelos valores republicanos. Eis a opinião de Barbosa
sobre o impeachment de Dilma:
Se Joaquim Barbosa é
de centro, quem é de esquerda? Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila? Só
num país que aboliu a extrema-esquerda! Para nossos “formadores de
opinião”, qualquer um à esquerda, por mais radical que seja, será apenas
“esquerda”, qualquer um de centro-esquerda será “direita”, e qualquer
um à direita da social-democracia será “extrema direita”. É assim que
funciona a tática de jogar o “centro” cada vez mais para a esquerda.
Alexandre Borges
ironizou em seu Twitter: “Joaquim Barbosa é centro aonde? É como dizer
que o Neto da Band é isento num Corinthians x Palmeiras”. Esses
jornalistas que tentam enganar seu público e simular uma
“imparcialidade” que não possuem estão sendo desmascarados um a um,
graças às redes sociais e a eventuais gravações vazadas. O que mais me
chocou no caso Chico “Lula” Pinheiro, por exemplo, sequer foi seu
petismo apaixonado, mas a quantidade de gente que ficou surpresa!
Joaquim Barbosa é
perigoso sim, tem competitividade. Mas não é de centro nem aqui, nem na
China. É um cavalo de Troia colocado na disputa pela esquerda, que tenta
emplacar alguém mais de fora, um “outsider”, para capturar essa onda de
indignação com o establishment “progressista”. Na mídia Barbosa será
tratado como centrista moderado. Felizmente temos as redes sociais, para
mostrar que se trata de um esquerdista com postura um tanto radical…DO O.TAMBOSI
Nos cenários do Datafolha de abril de 2018, só Lula e Bolsonaro passaram de 17%
Desde 1989, todos os candidatos à Presidência da República eleitos
tinham ao menos 17% das intenções de voto em pesquisas Datafolha do mês
de abril do ano da eleição, de acordo com levantamentos do instituto
consultados pelo UOL.
Neste domingo (15), o
Datafolha divulgou a primeira pesquisa feita após a prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 7. Ao todo, foram
apresentados nove cenários, e apenas dois pré-candidatos superaram a
"nota de corte" observada desde a redemocratização (17%): o próprio
Lula, que foi testado em três quadros e variou entre 30% e 31% das
intenções de voto, e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que nos
seis cenários sem Lula ficou com 17%. Quando o petista aparece,
Bolsonaro chega a no máximo 16%. A ex-senadora Marina Silva (Rede-AC)
alcançou 16% em uma das simulações de primeiro turno. Leia também:
Dos quatro presidentes que venceram as sete eleições realizadas nas
últimas três décadas, Fernando Collor de Mello foi quem tinha o índice
mais baixo em abril de 1989: 17%. O pleito vencido pelo hoje senador de
Alagoas e pré-candidato à Presidência, pelo PTC, foi também o mais
fragmentado da história do Brasil, com 22 candido
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi o único a conseguir "virar" a
disputa, em 1994. Na ocasião, ele estava 16 pontos percentuais atrás de
Lula em abril (21% contra 37% do petista), mas conseguiu vencer o pleito
ainda no primeiro turno.
O tucano por sua vez, tinha o cenário
mais favorável das sete eleições a essa altura da disputa quando se
reelegeu para um segundo mandato, em 1998. Em abril daquele ano, ele já
ostentava 41% das intenções de voto.
Para o cientista político Ricardo Ismael, professor da PUC-Rio, a eleição de 2018 "talvez se aproxime mais da de 1989".
"Considerando que Lula de fato não será o candidato do PT, a tendência
da fragmentação aumenta no primeiro momento, porque muitos candidatos
vão entender que a eleição se encontra mais aberta", comentou,
referindo-se ao fato de o petista estar teoricamente inelegível pela Lei
da Ficha Limpa por ter sido condenado pelos crimes de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro.
Ele pondera, no entanto, que há ainda
muitos "balões de ensaio". "Vamos ver quem é que vai passar pela
convenção partidária [a partir de julho], vai conseguir articular
alianças", disse Ismael, apontando que a pesquisa eleitoral é um
elemento importante nesse processo. "Quem estiver perto ou acima de dois
dígitos vai ter mais condições de ter sustentação partidária."
"Na verdade, eu acho que a eleição vai ficar entre uns cinco, seis, no
máximo, que seriam competitivos para chegar ao segundo turno", opinou. Veja a seguir a situação no Datafolha de abril dos presidentes eleitos desde a redemocratização:
1989 – Fernando Collor de Mello (então no PRN) – 17% em abril Total de candidatos: 22
Vidal Cavalcante - 14.dez.1989/Folhapress
O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC) participa de debate em 1989
Abril foi justamente o mês em que Collor apareceu pela primeira vez na liderança de uma pesquisa Datafolha, com 17%
das intenções de voto. No mês anterior, ele obteve oito pontos
percentuais a menos (9%), ficando em quarto lugar. O primeiro turno da
eleição daquele ano aconteceu em novembro.
O levantamento de
abril testou outros dez candidatos, e quatro apareceram com mais de 5%:
Leonel Brizola (PDT) teve 15%, Lula, 14%, Mário Covas (PSDB), 7%, e
Ulysses Guimarães (PMDB), 7%. Em junho, Collor alcançou 42% das
intenções de voto.
Ele liderou o primeiro turno da eleição, com
30,5% dos votos válidos, e disputou a segunda fase do pleito contra
Lula, que obteve 17,2%. O candidato do PRN se elegeu com 53,03% dos
votos ante 46,97% do petista.
1994 - Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – 21% em abril Total de candidatos: 8
Agência O Globo
FHC monta em jegue durante a campanha presidencial de 1994
A primeira pesquisa realizada pelo Datafolha após o prazo final para
que candidatos se desincompatibilizassem de cargos públicos, em abril de
1994, mostrou Lula na frente, com 37% das intenções de voto. Com 21%, FHC havia deixado o Ministério da Fazenda dias antes.
No fim de fevereiro daquele ano, o tucano anunciou a segunda fase do
plano de estabilização econômica do governo Itamar Franco (PMDB). FHC só
apareceu na frente do petista nas pesquisas após o lançamento do Plano
Real, em julho.
FHC foi eleito no primeiro turno, com 54,3% dos
votos válidos, contra 27,0% de Lula, 7,4% de Enéas (Prona), 4,4% de
Orestes Quércia (PMDB) e 3,2% de Brizola.
1998 – Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – 41% em abril Total de candidatos: 12
Lula Marques/Folhapress
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao lado do vice, Marco Maciel, em foto de 2000
Candidato à reeleição, FHC liderou com folga a pesquisa realizada pelo Datafolha em abril 1998, que mostrou o presidente com 41% das intenções de voto, contra 24% de Lula, 8% de Ciro Gomes (PPS) e 7% de Enéas Carneiro (Prona).
O resultado da eleição de outubro reproduziu a ordem dos candidatos
observada em abril daquele ano, mas com porcentagens diferentes. FHC
teve 53,06% (e venceu no primeiro turno), Lula, 31,7%, Ciro, 10,97% e
Enéas, 2,14%.
2002 - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – 31% em abril Total de candidatos: 6
Eduardo Knapp/Folhapress
O ex-presidente Lula desfila com a primeira-dama, Marisa Letícia, em sua posse, em 2003
Em abril de 2002, o Datafolha testou quatro cenários para as eleições presidenciais. Lula liderou todos, variando entre 31% e 37% das intenções de voto. O segundo colocado, José Serra (PSDB), obteve de 19% a 26% das escolhas dos eleitores consultados.
O resultado do primeiro turno confirmou a vantagem de Lula apontada nas
pesquisas. O petista recebeu 46,44% dos votos válidos, enquanto o
tucano teve 23,20%.
Lula se tornou presidente com 61,27% dos votos no segundo turno, ante 38,73% de Serra.
2006 - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – 40% em abril Total de candidatos: 7
Alan Marques/Folha Imagem
Lula lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em janeiro de 2007
Candidato à reeleição, Lula ficou em primeiro lugar na pesquisa
realizada em abril de 2006 pelo Datafolha. Nos quatro cenários
apresentados pelo instituto, ele obteve entre 40% e 44% das intenções de voto.
Segundo colocado no levantamento, Geraldo Alckmin (PSDB), que acabara
de renunciar ao governo de São Paulo, teve de 20% a 25% da preferência
dos entrevistados. Os outros dois principais candidatos, Heloísa Helena
(PSOL) e Cristovam Buarque (PDT), obtiveram de 1% a 7% no levantamento.
O petista e o tucano receberam, respectivamente, 48,61% e 41,64% dos
votos válidos no primeiro turno. Na etapa final, Lula venceu o pleito
com 60,83% dos votos (descontados os brancos e nulos). Alckmin, por sua
vez, alcançou 39,17%.
2010 - Dilma Rousseff (PT) – 28% em abril Total de candidatos: 9
Jorge Araújo/Folhapress
Dilma tomou posse em 1º de janeiro de 2011 e sucedeu Lula no Planalto
O Datafolha foi às ruas em abril de 2010 e testou a candidata Dilma Rousseff em quatro cenários, nos quais ela obteve de 28% a 30% das intenções de voto.
Na ocasião, o candidato do PSDB, José Serra, que veio a disputar e
perder o segundo turno contra a petista, liderava a pesquisa, variando
entre 37% a 42% dos votos.
As posições se inverteram no
resultado do primeiro turno, realizado seis meses depois: a petista
recebeu 46,91% e o tucano, 32,61% dos votos válidos. Dilma venceu a
eleição com 56,05% do total de votos válidos, contra 43,95% de Serra.
2014 - Dilma Rousseff (PT) – 38% em abril Total de candidatos: 11
Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma Rousseff (PT) foi reeleita em 26 de outubro de 2014
Na pesquisa divulgada em abril de 2014, a então candidata à reeleição tinha entre 38% e 43% das intenções de voto, e liderava a disputa nos três cenários em que foi testada.
Em outros dois panoramas, o Datafolha apresentou o ex-presidente Lula
como o candidato do PT, que obteve 48% e 52% das escolhas.
Dilma
foi para o segundo turno contra o senador Aécio Neves (PSDB) e ganhou o
pleito, em outubro, com 51,64% dos votos válidos, ante 48,36% do
tucano. No primeiro turno, ela recebeu 41,59% dos votos válidos –Aécio
teve 33,55%.
Gustavo Maia
Michel
Temer virou um presidente radioativo. Segundo o Datafolha, 86% dos
eleitores jamais votariam num candidato apoiado por ele. Mas o
brasileiro pode estar sendo injusto com Temer. O barulho das bombas que
Estados Unidos e aliados despejaram sobre a Síria abafou a repercussão
de uma estrepitosa novidade. Ao participar da Cúpula das Américas, no
Peru, Temer revelou ao mundo algo que constava da agenda secreta do seu
governo.
No encerramento da cúpula, no sábado, Temer subscreveu
uma carta junto com outros chefes de Estado do continente. O documento
contém os compromissos assumidos durante o encontro. O ponto central é o
combate à corrupção. Um fenômeno que “debilita a governabilidade
democrática e a confiança dos cidadãos nas instituições”, realça a
carta. Ao discursar, Temer declarou que “não se pode tolerar a
corrupção”. Combatê-la é “um imperativo da democracia”, disse.
Um
observador maldoso poderia afirmar que Temer estava apenas sendo cínico,
pois sua ficha corrida já inclui um par de denúncias criminais no freezer
e dois inquéritos por corrupção na frigideira do Supremo. Mas é preciso
considerar a hipótese de que Temer fosse intolerante à corrupção desde
quando indicou os primeiros apadrinhados para o Porto de Santos, há duas
décadas. Isso faria dele um político revolucionário —do tipo que
escancara os crimes de corrupção cometendo-os.
Agora é possível
compreender por que não há inocentes no governo Temer, só culpados e
cúmplices. A escolha dos piores amigos para integrar o elenco de apoio
era parte da agenda sigilosa. Ficou fácil entender por que o presidente
abriu o Jaburu para que Joesley Batista o grampeasse. Só um gestor
destemido demarcaria com tanto zelo seus erros, para que a Procuradoria e
a Polícia Federal os descobrisse.
Temer tornou-se um suicida
didático pelo bem do país. Ou o Brasil acredita na existência de uma
agenda secreta ou terá de exigir a abertura de um inquérito para
identificar o sósia que se fez passar por Temer na Cúpula das Américas.
Isso seria trágico, porque custear a participação de um farsante numa
cúpula internacional é uma das variantes da velha prática de jogar
dinheiro pela janela.