Olhem esta foto, de Ricardo Bastos, do “Hoje em Dia”.
Agora vejam o gráfico com a popularidade da presidente Dilma, segundo dados de pesquisa Datafolha, publicados na Folha Online e que devem ser detalhados na edição do jornal deste domingo.
É claro
que poderia ser ainda pior para a presidente… Sempre pode. Ela, no
entanto, atingiu o seu pior. Dilma tem hoje apenas 23% de ótimo e bom,
contrastando com 44% de ruim e péssimo. É uma devastação. Nem nos
momentos extremos da crise de 2013 ela chegou tão baixo. O saldo
negativo é de espantosos 21 pontos. A raiz do problema? A roubalheira.
O prefeito
Fernando Haddad (PT) — haverá um post só pra ele — e o governador
Geraldo Alckmin (PSDB) — idem — também veem cair sua popularidade: o
tucano está com 38% de ótimo e bom e com 24% de ruim e péssimo, e o
petista com 44% de ruim e péssimo e 20% de ótimo e bom. Daí que me
pareça desafiar os fatos e o bom senso a afirmação que faz Marcelo Leite
na Folha, a saber: “A queda
abrupta de popularidade arrasta a presidente Dilma Rousseff (PT), o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da
capital, Fernando Haddad (PT), juntos, para a vala comum da rejeição”. Leite ache o que quiser, mas é bobagem. Os números provam.
“Vala
comum” é vala comum, não é? Os cadáveres não se distinguem. Dilma
certamente trocaria seus 23% de ótimo e bom e 44% de ruim e péssimo
pelos apenas 24% de ruim e péssimo e 38% de ótimo e bom de Alckmin, não
é, Leite? Mas garanto que o tucano não aceitaria o convite. Da mesma
sorte, o prefeito permutaria os seus apenas 20% de ótimo e bom e 44% de
ruim e péssimo com os índices do governador. Mas, de novo!, acho que o
tucano não toparia. As palavras fazem sentido. Se Leite diz que os três
estão na “vala comum”, tanto faz ser rejeitado por 44% ou por 24%; não
há diferença entre ser aprovado por 20%, 23% ou 38%. Quando uma opinião
contraria a matemática, é o caso de fazer um “erramos”. Mas sigamos
adiante. Publico também os gráficos referentes a Alckmin e Haddad, mas
escreverei posts específicos sobre cada um.
Corrupção
Dilma foi eleita faz três meses. Não vi a edição impressa do jornal e não sei se o Datafolha, desta feita, fez aquela “pesquisa-recall” que já fez com Alckmin. Três semanas depois da eleição, o instituto quis saber se ele ainda seria reeleito. Seria. No primeiro turno. Não se fez o mesmo em relação a Dilma. Acho que, hoje, ela não seria reeleita.
Dilma foi eleita faz três meses. Não vi a edição impressa do jornal e não sei se o Datafolha, desta feita, fez aquela “pesquisa-recall” que já fez com Alckmin. Três semanas depois da eleição, o instituto quis saber se ele ainda seria reeleito. Seria. No primeiro turno. Não se fez o mesmo em relação a Dilma. Acho que, hoje, ela não seria reeleita.
A resposta
a algumas perguntas dá as pistas. Apesar do descalabro, a corrupção
ainda não aparece em primeiro lugar entre os problemas, segundo os
entrevistados: a saúde está na ponta, com 26% das citações. A
roubalheira vem em segundo lugar: 21%. Mas esperem. Há pouco mais de
três meses, os hospitais públicos já não eram tão miseráveis como hoje, e
o atendimento, uma lástima? Sim! Mas o que já é muito ruim fica
parecendo muito pior quando as pessoas sabem que estão sendo assaltadas
de maneirainédita, como “nunca antes na história deste país”, para
lembrar o chavão de Dom Lulone, o Poderoso Chefão do PT.
Pois é.
Afirmam ter tomado conhecimento das informações do petrolão 86% dos
entrevistados, e 30% se dizem bem informados. Avaliam que a presidente
sabia da roubalheira 77%; 52% consideram que ela sabia e deixou rolar;
só 25% acreditam que, sabendo, ela nada poderia ter feito. Magros 14% a
tomam como a pomba lesa, que a tudo ignorava. Inexpressivos 8% opinam
que a corrupção é irrelevante para a estatal, contra 82% que concluem o
óbvio: a empresa está sendo prejudicada — para 45%, um malefício que vai
durar muito tempo, pondo em risco o futuro da gigante decadente.
Estelionatos
Não é só a corrupção a manchar a reputação da presidente. A sua impressionante coleção de estelionatos eleitorais também está pegando. Seis em cada dez entrevistados afirmam que Dilma mentiu na campanha eleitoral: 46% opinam que ela disse mais mentiras do que verdades, e 14%, só mentiras. Quando a governanta foi reeleita, só 6% acreditavam que a sua própria situação econômica iria piorar; agora, são 23%.
Não é só a corrupção a manchar a reputação da presidente. A sua impressionante coleção de estelionatos eleitorais também está pegando. Seis em cada dez entrevistados afirmam que Dilma mentiu na campanha eleitoral: 46% opinam que ela disse mais mentiras do que verdades, e 14%, só mentiras. Quando a governanta foi reeleita, só 6% acreditavam que a sua própria situação econômica iria piorar; agora, são 23%.
Desonesta
Até havia pouco, a imagem pessoal de Dilma era um tanto descolada dos desastres de seu governo. Eu mesmo cansei de ouvir, em todas as camadas sociais: “É, ela não é boa, mas é honesta”. A pesquisa detecta um outro sentimento: Dilma é desonesta, além de falsa, para 54%; 50% a tomam por indecisa. Entre os petistas, 15% apontam desonestidade, e 19%, falsidade.
Até havia pouco, a imagem pessoal de Dilma era um tanto descolada dos desastres de seu governo. Eu mesmo cansei de ouvir, em todas as camadas sociais: “É, ela não é boa, mas é honesta”. A pesquisa detecta um outro sentimento: Dilma é desonesta, além de falsa, para 54%; 50% a tomam por indecisa. Entre os petistas, 15% apontam desonestidade, e 19%, falsidade.
De volta ao bolo
E olhem que os dissabores da operação Lava Jato, até agora, só atingiram os empreiteiros, apontados pela imprensa, pela Justiça e pelo Ministério Público como os grandes vilões. Ainda falta a cota que cabe aos políticos. Há quem diga que, nesse caso, a carga sobre os ombros de Dilma vai diminuir. Pois é… Acho que vai aumentar.
E olhem que os dissabores da operação Lava Jato, até agora, só atingiram os empreiteiros, apontados pela imprensa, pela Justiça e pelo Ministério Público como os grandes vilões. Ainda falta a cota que cabe aos políticos. Há quem diga que, nesse caso, a carga sobre os ombros de Dilma vai diminuir. Pois é… Acho que vai aumentar.
Ainda não
li a edição impressa do jornal e não sei se há lá mais dados para
satisfazer a minha curiosidade. Seria interessante saber se a população,
hoje, aprovaria o impeachment da presidente — sempre lembrando que, se a
deposição atingir também o vice antes de dois anos, a Constituição
exige que se realizem novas eleições em 60 dias. Também gostaria de
saber se Dilma seria reeleita caso a disputa fosse hoje.
Dilma
apagando velinha nos 35 anos do PT, ao lado de Lula, com João Vaccari
Neto na plateia? Não é o Baile da Ilha Fiscal porque não há mar em Belo
Horizonte e porque, afinal, Dom Pedro 2º era um homem honrado.