Ministro do STF afirmou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é o mais desqualificado que já passou pelo cargo
postado em 07/08/2017 14:55
/ atualizado em 07/08/2017 16:46
Duras
críticas feitas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, causaram
revolta entre os integrantes do Ministério Público. Em nota, a
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) lamentou os
“ataques, proferidos em deliberada série de declarações”. A reação
ocorreu por conta de uma entrevista que Mendes concedeu à Rádio Gaúcha,
afirmando que Janot, que deixa o comando da PGR em setembro, “é o
procurador-geral mais desqualificado que já passou pela história da
Procuradoria”.
Mendes
afirmou também que o procurador não tem preparo jurídico ou emocional
para conduzir os trabalhos à frente do Ministério Público Federal (MPF).
"Quanto a Janot, eu o considero o procurador-geral mais desqualificado
que já passou pela história da Procuradoria. Porque ele não tem
condições, na verdade, não tem preparo jurídico nem emocional, para
dirigir algum órgão dessa importância", avaliou.
Lava-Jato
Mendes,
que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez a
avaliação quando comentava a atuação da Procuradoria-Geral da República
(PGR) e do STF na operação Lava-Jato. Ele disse acreditar que as
denúncias contra o presidente Michel Temer, que é acusado de corrupção
passiva, serão revistas.
A ANPR regiu dizendo que
Mendes age politicamente. "É deplorável que um magistrado, membro da
mais alta Corte do País, esqueça reiteradamente de sua posição para
tomar posições políticas (muito próximas da política partidária) e
ignore o respeito que tem de existir entre as instituições, para atacar
em termos pessoais o Chefe do Ministério Público Federal. Não é o
comportamento digno que se esperaria de uma autoridade da República”,
informa a ANPR em comunicado.
O ministro se
reuniu com o presidente Temer na noite de domingo (6/7), no Palácio do
Jaburu. De acordo com Mendes, o encontro teve como objetivo discutir a
reforma política, e não teria ocorrido nenhum debate em torno da
Lava-Jato. DO C.BRASILIENSE