quinta-feira, 19 de julho de 2018

Centrão trata aliança política como um negócio

 
Desde que a Lava Jato estilhaçou lideranças e partidos, o noticiário político migrou da editoria de política para a de polícia. A costura das coligações para 2018 exige um novo arranjo. O melhor lugar para veicular as notícias sobre a sucessão presidencial é, no momento, a sessão de economia e negócios.
Valdemares, Jeffersons e outros azares, que já passaram ou ainda vão passar pela cadeia negociam com os candidatos como se fossem executivos de empresas falidas que ainda detêm um espólio valioso no mercado eleitoral: tempo de propaganda no rádio e na TV.
O centrão farejou no mercado uma oportunidade de negócios. O grupo reuniu num mesmo cesto todo o tempo de que dispõem no horário eleitoral. E encostou seus interesses inconfessáveis nos projetos de Geraldo Alckmin e Ciro Gomes.
Com ares de quem brinca de cubos, os candidatos negociam suas alianças com os mesmos métodos que deram no mensalão e na Lava Jato. Logo, logo o lema da bandeira —“Ordem e Progresso”— será substituído por negócio é negócio.

Centrão exige até o retorno do imposto sindical


São insaciáveis, como se sabe, os apetites do centrão. A ressurreição do imposto sindical é um dos interesses levados à mesa na negociação do apoio a Geraldo Alckmin (mais provável) ou a Ciro Gomes. Deve-se a exigência ao deputado Paulinho da Força, chefe do Solidariedade, uma das legendas que integram o grupo, ao lado de PR, PP, DEM e PRB.
O imposto sindical obriga trabalhadores a entregarem um dia de trabalho para os sindicatos. A obrigatoriedade foi extinta pelo Congresso na votação da reforma trabalhista do governo Temer. Cacique da Força Sindical, Paulinho e sua tribo querem restabelecer a teta. Com isso, continuariam desobrigados de prestar serviços cuja qualidade estimule o trabalhador a levar a mão ao bolso voluntariamente.
A Procuradoria e a Polícia Federal revelaram na Operação Registro que o Solidariedade, partido de Paulinho, era sócio do PTB no balcão em que operava a quadrilha de venda de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho. Numa única transação, o documento saiu por R$ 4 milhões.
Não é difícil compreender as razões que levam Paulinho a pegar em lanças pela volta do imposto sindical. Entre elas não está a defesa dos interesses dos trabalhadores, dos quais 13 milhões encontram-se no olho da rua. Mas muitos eleitores talvez considerem imcompreensível que os candidatos que cortejam o apoio do centrão dêem asas à desfaçatez.DO J.DESOUZA

UM VERDADEIRO FENÔMENO ELEITORAL: JAIR BOLSONARO É IGUAL A MASSA DE PÃO. QUANTO MAIS BATEM MAIS ELE CRESCE.

quinta-feira, julho 19, 2018

Enquanto o jornalismo a soldo do centrão esquerdista, aquela penca de candidatos ridículos, segue produzindo fake news o presidenciável Jair Bolsonaro está com o pé na estrada.
Nesta quinta-feira desembarcou em Goiânia, a capital do Estado de Goiás e depois deverá seguir para Rio Verde, no interior de Goiás, que se destaca como polo empresarial.
O saguão do aeroporto de Goiânia foi pequeno para conter a multidão que entre outros slogans da campanha do Bolsonaro, em coro repetia: "Eu vim de graça!, conforme se pode constatar no vídeo acima.
A verdade que deixa o dito "centrão", que reúne os últimos capachos da dita "Nova República", mergulhado em profunda depressão é que Jair Bolsonaro é um fenômeno político jamais visto no Brasil. Ainda mais pelo fato de que é hostilizado diariamente pelos jornalistas da grande mídia, toda ela. E não apenas isso. Bolsonaro não tem marketeiro, não fornece caraminguás para essa gentalha da dita "mainstream media", não possui cafofo cheio de malas de dinheiro e viaja de avião de carreira na classe econômica.
Além do mais, como se pode ver, a galera que o apoia não dispõe de nenhum adereço alusivo à campanha, como faixas, cartazes e outros badulaques de propaganda que, como se sabe, custam muito dinheiro.
Esta é a realidade da campanha de Bolsonaro. Ao longo da minha carreira jornalística que iniciei em 1971, tendo sido inclusive editor e repórter de política em jornal diário, não vi nada nem parecido até hoje com a performance de Jair Bolsonaro.
Dadas as condições simples, para não dizer precárias, da estrutura de sua pré-campanha presidencial e tendo contra si toda a grande mídia, Jair Bolsonaro está mais para um milagre do para um fenômeno político!
Não é à toa que as redes sociais - especialmente o Facebook e o Twitter - estão acionando todos os algoritmos possíveis para restringir o alcance orgânico de postagens como esta aqui.
Mas a emenda está pior que o soneto. À medida que o tempo passa rumo à eleição presidencial de outubro próximo a popularidade de Bolsonaro cresce. O presidenciável é como massa de pão. Quanto mais se bate mais cresce.DO A.AMORIM

Bolsonaro: tenho apoiadores no Brasil todo

Bolsonaro: tenho apoiadores no Brasil todo

Em visita a Goiânia, Jair Bolsonaro rebateu as críticas sobre seu isolamento. “Apoiadores tenho no Brasil todo. Simpatizantes. Alguns até me amam”, disse o deputado.
Com dificuldades para conseguir um vice, Bolsonaro afirmou que ainda não está descartado o nome de Augusto Heleno –vetado pelo partido do general reformado, o PRP.
Na chegada ao aeroporto da capital goiana, o deputado subiu em um carro de som e brincou que “não queria” apoio para 2018. “Eu quero apoio para 2022, porque 2018 já era.”
Também disse não estar preocupado com os oito segundos de tempo de TV que deve ter na propaganda eleitoral. “Em não tendo tempo de televisão –e tudo indica que eu não terei, a não ser oito segundos–, não sei porque a esquerda ou o centrão estão preocupados comigo.”

A boiada de Pimentel

A vaquinha online de Fernando Pimentel arrecadou 43.897,65 reais.
Do total, diz a Folha de S. Paulo, 82% “vieram de pessoas que têm algum vínculo com o governo ou com o petista”.
O presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais doou 7 mil reais.
O presidente da Codemig doou 5 mil reais.
O presidente da Taesa deu 9 mil reais.
Nos bons tempos, Dilma Rousseff pediu a Joesley Batista 30 milhões de reais em propina para a campanha de Fernando Pimentel. A vaquinha era uma boiada.

Alckmin na TV

Se fechar com o Centrão, Geraldo Alckmin terá 6m35s de cada bloco do programa eleitoral.
É mais da metade do total.
Só para comparar: o candidato do PT terá quatro vezes menos do que ele.
A questão é saber se, mostrando-se na TV, com sua retórica entusiasmante, Geraldo Alckmin vai ganhar ou perder eleitores.

Sujos e mal lavados do centrão montam o palco


Os partidos do centrão assumiram o comando das arrumações nos bastidores da sucessão de 2018. A cortina ainda está fechada. Mas já se ouve da plateia o ruído abafado da montagem do palco. Nesta quinta-feira, sujos e mal lavados da política se reúnem na casa funcional do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para refinar o processo de escolha de um protagonista para sua trama. Disputam o tempo de TV e o amor do centrão Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. Ex-presidiário do mensalão, Valdemar Costa Neto, que no espetáculo faz o papel de dono do Partido da República, assumiu as vezes de cupido.
Deve-se a Valdemar a perspectiva de reunificação do centrão. O personagem desgarrara-se do grupo para negociar uma aliança com Jair Bolsonaro. Fracassada a tentativa, comunicou aos velhos parceiros que está de volta. Como já foi alvejado pela língua de Ciro, Valdemar tem uma leve queda por Alckmin. Mas informou aos congêneres que topa qualquer negócio, desde que o empresário Josué Gomes da Silva, filiado ao PR, seja acomodado na posição de candidato a vice-presidente. Conforme já noticiado aqui, Josué já havia se colocado à disposição do grupo.
Participam dos entendimentos, além de Rodrigo Maia e do notório Valdemar, o senador Ciro Nogueira (PP), réu na Lava Jato, Paulinho da Força (SD), alvo de inquérito criminal no Supremo, Marcos Pereira (PRB), também pendurado na Lava Jato e ACM Neto (DEM). Consolidou-se entre eles o desejo de que seus respectivos partidos negociem os dotes eletrônicos de maneira unificada.
Fala-se muito em coalizão partidária e programa de governo. Mas a ausência de ideias denuncia, por assim dizer, o embuste. Ganha trinta segundos no horário eleitoral quem for capaz de explicar o que une o centrão além do propósito de invadir cofres públicos. Se alguém não estiver ligando o nome à pessoa, basta recordar que o grosso do atual centrão fez as vezes de milícia parlamentar de Eduardo Cunha, esticando-lhe o mandato e acompanhando-o até a porta da cadeia.
Com poucas variações, esse mesmo condomínio parlamentar dá as cartas há muito mais tempo do que o Tesouro Nacional poderia suportar. Sob FHC, a convivência com a intelectualidade tucana proporcionou ao centrão um excelente merchandising. Sob Lula, o Planalto de fachada operária resultou em ótimos negócios. Sob Dilma, o centrão desistiu de terceirizar o poder ao petismo. Substituiu a preposta de Lula, sem talento para a administração do balcão, por Michel Temer, especialista na matéria.
Nem as almas mais ingênuas acreditariam que partidos identificados com o suborno, o acorbertamento, o compadrio, o patrimonialismo e o fisiologismo percorrem os bastidores das negociações presidenciais com a disposição de passar os próximos anos dedicando-se a outra atividade que não seja a perpetuação dos vícios. Pode demorar mais alguns dias para acomodar todos em suas marcas e decidir quem, afinal, vai levar o tempo de TV do bloco.
Quando a cortina finalmente for aberta, a primeira cena deve ser divertida. Alguém deve achegar-se à boca do palco para anunciar: “Nós apoiaremos…” Ao fundo, os dois candidatos ajustarão a peruca e escolherão o nariz que utilizarão na campanha.
Josias de Souza

Alckmin com PTB: a ética rifada por 33 segundos

Josias de Souza
Expurgado do Ministério do Trabalho sob denúncias de corrupção, o PTB procura novas oportunidades no mercado da baixa política. Em reunião de sua Executiva Nacional, a legenda do ex-presidiário do mensalão Roberto Jefferson formalizou sua decisão de se aninhar sob as asas do tucano Geraldo Alckmin. O presidenciável do PSDB declarou-se “muito feliz”.
“Vamos juntos construir o Brasil que queremos”, exultou Alckmin no Twitter. Em entrevista, o candidato deu a entender que o Brasil dos seus sonhos é um país pendente de reformas —reforma política, tributária, previdenciária… reforma do próprio Estado. Alckmin disse que precisa de um “time”, pois “ninguém faz política sozinho”. O diabo é que o PTB está mais para entulho do que para mão de obra.
Nos governos do PT, o aliado de Alckmin interessava-se por negócios em estatais como os Correios e pelos mimos financeiros que levaram ao mensalão. Até hoje Jefferson não contou como distribuiu a valeriana de mais de R$ 4 milhões que Delúbio Soares, o ex-gestor das arcas do PT, mandou o ''carequinha'' lhe entregar. Sob Michel Temer, o PTB assumiu o balcão em que se vendiam registros de sindicatos por cifras que também roçavam os R$ 4 milhões.
Alckmin realçou que a adesão do PTB veio por decisão unânime da Executiva. Verdade. Compuseram a unanimidade a deputada Cristiane Brasil, impedida pela Justiça de assumir o Ministério do Trabalho, e o ex-ministro Helton Yomura, que acaba de ser ejetado do comando da pasta por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo.
Acusados de envolvimento no escândalo de comercialização de certificados sindicais, Cristiane e Yomura tiveram de pedir autorização ao Supremo para participar da reunião que encostou o PTB na candidatura de Alckmin. De plantão na Suprema Corte, Celso de Mello consentiu. Mas impôs condições à dupla.
Proibidos de manter contatos com outros investigados —Roberto Jefferson, por exemplo— Cristiane e Yomura não poderiam permanecer no ambiente partidário senão pelo prazo de duração do encontro. Mais: Celso de Mello ordenou que ambos preparem, no prazo de 72 horas, relatórios capazes de demonstrar “a precisa correlação entre a sua participação na reunião partidária e o desempenho de sua função como membro da Executiva Nacional do PTB''.
Ao guindar um partido apodrecido como o PTB à condição de membro do “time” que o ajudará na campanha e no governo, Geraldo Alckmin, ele próprio encrencado noutras investigações, converte o vocábulo “reformas” num outro nome para conversa fiada.
Descontado o lero-lero, o que conta no momento são os 33 segundos que o PTB irá adicionar no tempo de propaganda eleitoral televisiva a ser usufruído por Alckmin. É esse o preço da ética tucana: pouco mais de meio minuto no horário eleitoral. A vitrine eletrônica e a coligação do PSDB devem ser amplas. Onde entra um PTB, cabe qualquer outra coisa.

Procuradoria Geral da República denuncia conspiração do PT contra a Lava Jato



No pedido de investigação de Rogério Favreto ao STJ, Raquel Dodge destaca que “a estratégia” para soltar Lula durante o plantão do desembargador no fim de semana “foi confirmada pelo deputado federal Paulo Pimenta, um dos impetrantes” do pedido de habeas corpus.
A procuradora cita a declaração do petista replicada pela imprensa:
“Sou do Rio Grande do Sul. Conheço as pessoas. Alguém me deu o toque. Olhei no sistema e vi [que Favreto seria o plantonista]. É público.”
Para Raquel, “Pimenta já sabia que o ato do representado [Favreto] seria revisto logo em seguida”. Ela o cita novamente:
“Pudemos demonstrar que a Lava Jato é uma organização que atua dentro do Judiciário, com relações políticas, e que seu objetivo é impedir que Lula seja solto.”
Segue a procuradora:
“O objetivo confessado dos impetrantes era afetar a credibilidade do Poder Judiciário, com consequente exposição da ordem pública e do processo eleitoral a risco quando a Corte viesse restabelecer a prisão do réu para cumprimento da pena, tal como fora determinado pela 8ª Turma e confirmado pelo STF. (…) A soltura de Lula provocaria a espetacularização de sua nova prisão.”
Também chamou a atenção de Raquel “o fato de os impetrantes” – Pimenta, Wadih Damous e Paulo Teixeira – “não integrarem o grupo encarregado da defesa técnica” de Lula.

BOLSONARO É APLAUDIDO POR HOMENS DE NEGÓCIOS BRASILEIROS COMO PRESIDENTE VIÁVEL, DESTACA O SITE BLOOMBERG.



quarta-feira, julho 18, 2018

Os empresários brasileiros não teriam nada contra um governo de direita liderado pelo ex-capitão do Exército, Jair Bolsonaro, disse o chefe da indústria do país em uma entrevista ao site Bloomberg.
Robson Andrade, chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse que Bolsonaro é aplaudido pelos líderes empresariais por causa de sua proposta de levar a lei e a ordem ao país. O chefe do influente lobby empresarial também criticou a proposta do candidato de esquerda Ciro Gomes de reverter a liberalização do mercado de trabalho aprovada em 2017.
"Não estamos preocupados com a direita. Precisamos de um presidente que esteja ciente da situação do Brasil e que possa colocar o país no caminho do crescimento", disse Andrade à Bloomberg News em Brasília, quando questionado sobre Bolsonaro. "Ele foi aplaudido porque os empresários gostaram do que ele disse, especialmente quando ele mostra autoridade".
Bolsonaro, um defensor de menos restrições ao uso da força policial que nega o regime militar do Brasil era uma ditadura, lidera pesquisas de opinião que excluem Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente está preso atualmente por corrupção e provavelmente será impedido de concorrer na eleição presidencial de outubro.
A confiança das empresas despencou em junho, depois que uma greve de caminhoneiros de 11 dias enfraqueceu a administração do presidente Michel Temer e aumentou a incerteza política em torno das eleições. Os analistas reduziram quase pela metade suas estimativas de crescimento para 2018 após a greve ter minado uma recuperação dos investimentos e do consumo já mais lenta do que o esperado.
Embora a retórica populista de alguns candidatos seja desconcertante, quem ganhar a corrida não terá escolha a não ser cortar os gastos para consertar as contas públicas brasileiras, incluindo um corte nos benefícios de pensão, disse Andrade, que favorece a privatização de todas as empresas estatais, incluindo a gigante do petróleo. Petrobras.
Fita vermelha
Reduzir a burocracia e eliminar a incerteza jurídica terá que estar no topo da lista de prioridades do próximo presidente para atrair investimentos, disse Andrade, citando a incerteza jurídica em torno da prisão e da candidatura de Lula.
"O país hoje é imprevisível", disse ele.
O Brasil ocupa o 125º lugar entre 190 países no índice Doing Business 2018 do Banco Mundial. O relatório coloca o Brasil em 184º lugar e o 176º lugar pela facilidade de pagar impostos e abrir um negócio, respectivamente. Do site Bloomberg ->> Clik here to read in English - DO A.AMORIM