quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O mensalão aos olhos do mundo

O País quer Saber

Por Augusto Nunes
Veja como a imprensa internacional enxergou o começo do julgamento do mensalão:

O diário britânico The Guardian ilustrou com uma foto do ex-ministro José Dirceu a reportagem sobre 'o julgamento do século' no Brasil


O americano Chicago Tribune informou que o desfecho do escândalo pode comprometer o legado de Lula

O site da rede britânica BBC noticiou o começo do julgamento em sua página principal


A emissora americana CBS enxergou no julgamento "um sinal positivo" para um país historicamente marcado pela corrupção impune


A agência americana Bloomberg abriu sua reportagem com uma interrogação: José Dirceu pode acabar na cadeia?


O argentino La Nación referiu-se ao caso como "o julgamento do século" e assim definiu o mensalão: "um gigantesco esquema de compra de apoio político com fundos públicos, que envolveu altos funcionários do Partido dos Trabalhadores (PT) e afetou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".


O jornal paraguaio 'La Nación' ilustrou a reportagem com uma foto de Lula e registrou que, no grupo de réus, figuram ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros


O espanhol ABC considerou o caso "um escândalo sem precedentes, o maior da história brasileira"


A agência italiana Ansa destacou a participação de José Dirceu no esquema

A biografia de Lula publicada no The New York Times registra a pressão exercida pelo ex-presidente sobre o ministro Gilmar Mendes para adiar o início do julgamento


O Wall Street Journal enfatizou que o escândalo de corrupção não é prejudicial apenas à imagem do PT, mas também ao "popular ex-presidente Lula"



Em primeiro de agosto, a publicação italiana Corriere Della Sera noticiou o início do julgamento do mensalão



O jornal francês Le Monde noticiou a entrevista de Marcos Valério a VEJA
-19/09/2012

JOSÉ SERRA AVANÇA, CANDIDATO DO LULA DESPENCA E O RAPAZ 'PLANO B' DO PT COMEÇA A DERRAPAR! NINGUÉM QUER SABER DE MENSALEIROS!

O texto que segue abaixo é do site da Folha de S. Paulo. Apesar de sinalizar claramente o avanço de José Serra, que deverá vencer a eleição porque São Paulo é o que é devido ao fato de que a maioria dos seus cidadãos não é idiota. Não irá entregar a maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo nas mãos de um aventureiro acumpliciado com os mensaleiros do PT. Afinal o partido desse rapaz faz parte da base de aliada, o rolo compressor que Lula montou no Congresso na base do mensalão.
O DataFolha, ao que tudo indica já começou a fazer, vamos assim dizer, alguns ajustes. Provavelmente deixou de ouvir a cracolândia buscando bairros mais higiênicos e de gente que não admite que São Paulo seja tomado de assalto por alguém que não seja capaz de sustentar cinco minutos de debate sobre qualquer assunto.
Como diz o Reinaldo Azevedo, certo setor do jornalismo paulistano, sim, constituído por aquela gente descolada e de ar blasé,  e "pogreçista" criou um monstrengo russomanístico e agora não sabe o que fazer.
Enfim, a realidade dos fatos se impõe de forma urgente e José Serra começa a subir no final da campanha, o que é um ótimo sinal! Leiam fazendo uma necessária assepsia no texto:
O candidato do PRB, Celso Russomanno, continua liderando a corrida pela Prefeitura de São Paulo, com 35% das intenções de voto e 14 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, José Serra (PSDB), de acordo com pesquisa Datafolha concluída ontem.
O levantamento mostra também que Serra se descolou de Fernando Haddad (PT), com quem aparecia tecnicamente empatado. Se a eleição fosse hoje, Serra e Russomanno iriam para o segundo turno.
O candidato tucano oscilou um ponto para cima e agora tem 21%. Haddad, que variou dois para baixo, agora tem 15%. Gabriel Chalita (PMDB) manteve os 8% da pesquisa anterior. Soninha (PPS) oscilou de 5% para 4%.
O Datafolha fez 1.802 entrevistas desta vez, mais do que nas pesquisas anteriores. A amostra maior reduz a margem de erro do novo levantamento para dois pontos, para mais ou para menos. Nas outras pesquisas, a margem de erro era de três pontos.
A oscilação negativa de Haddad pode ser reflexo dos ataques que sofreu nos últimos dias da campanha tucana, que usou a propaganda no rádio e na TV para associá-lo aos réus do mensalão.
Na pesquisa da semana passada, 45% disseram que o julgamento do mensalão, que envolve líderes do PT como o ex-ministro José Dirceu, poderá influenciar seu voto.
A rejeição a Haddad aumentou de 19% para 23% em uma semana. Haddad empatou com Paulinho da Força (PDT) como segundo mais rejeitado da disputa. Serra continua liderando nesse critério, agora com 44%. Russomanno tem 19% de rejeição.
As maiores quedas de Haddad (11 pontos) ocorreram entre adeptos de igrejas não pentecostais e entre eleitores de famílias que recebem de 5 a 10 salários mínimos. Do site da Folha de São Paulo
DO ALUIZIO AMORIM

Ministério Público pede bloqueio de bens de Lula.



O Ministério Público Federal (MPF) de Brasília pediu à justiça o bloqueio dos bens do ex-presidente Lula da Silva, a quem acusa de improbidade administrativa por ter usado verba pública com claro intento de promoção pessoal.  O bloqueio de bens tem como finalidade garantir a devolução aos cofres públicos de quatro milhões de euros que Lula, segundo o MPF, usou indevidamente. A ação interposta pelo MPF refere-se ao gasto desses quatro milhões de euros com a impressão e o envio pelo correio de mais de dez milhões de cartas enviadas pela Segurança Social a reformados entre Outubro e Dezembro de 2004, segundo ano do primeiro mandato de Lula. A missiva avisava os reformados que um convénio estabelecido entre a Segurança Social e o até então desconhecido Banco BMG lhes permitia a partir de então pedirem empréstimos a juros baixos e sem qualquer burocracia àquela instituição bancária, com o desconto das parcelas sendo feito directamente nas reformas. Até aí não haveria problema, não fossem dois detalhes, que chamaram a atenção dos promotores. O BMG, único banco privado a ser autorizado na altura a realizar esse tipo de empréstimo, conseguiu a autorização em menos de duas semanas, quando o normal seriam vários meses, e as cartas, simples correspondência informativa, eram assinadas por ninguém menos que o próprio presidente da República, algo nada comum para esse tipo de aviso. Para o Ministério Público, não há dúvida de que Lula e o então ministro da Segurança Social, Amir Lando, que também assinou as cartas e é igualmente acusado na acção, usaram a correspondência para obterem promoção pessoal e lucro político e que a acção do presidente da República favoreceu a extrema rapidez com que o BMG conseguiu autorização para operar o negócio, desrespeitando as normas do mercado. A 13.ª Vara Federal, em Brasília, a quem a acção foi distribuída, ainda não se pronunciou sobre o pedido do MPF.  *Fonte: cmjornal

DO MARIO FORTES

Serra abre vantagem sobre Haddad; Russomanno lidera

Nova pesquisa do instituto Datafolha mostra tucano isolado na 2ª posição, com 21%, contra 15% do petista. Candidato do PRB sobe três pontos e vai a 35%

Fernando Haddad e José Serra participam de debate entre candidatos a prefeito de São Paulo
José Serra (PSDB) abriu seis pontos sobre Fernando Haddad (PT) e se isolou na segunda colocação (Fotoarena)
Celso Russomanno (PRB) segue liderando a disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo a nova pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o levantamento, o candidato do PRB subiu três pontos desde a última enquete e agora tem 35%.
Na disputa pelo segundo lugar, José Serra (PSDB) abriu seis pontos de vantagem sobre Fernando Haddad (PT) e agora os dois candidatos não estão mais em um empate técnico, já que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais. Na sondagem, o tucano aparece com 21%, enquanto o petista, em terceiro, soma 15%. Na sequencia, estão Gabriel Chalita (PMDB), com 8%, e Soninha (PPS), com 4%.
Segundo turno e rejeição – Nas simulações de segundo turno feitas pelo Datafolha, Russomanno venceria com tranquilidade qualquer um de seus possíveis adversários. Contra Serra, a vantagem seria de 57% a 31%. Em um eventual embate contra Haddad, vitória de Russomanno por 55% a 30%.
A pesquisa do Datafolha perguntou ainda em quem os entrevistados não votariam de jeito nenhum. José Serra continua com a maior rejeição entre os candidatos, 44%. O petista Fernando Haddad ganhou quatro pontos neste critério desde a última pesquisa e agora aparece em segundo lugar, empatado com Paulinho da Força (PDT), com 23%. Já Celso Russomanno tem 19% de rejeição.
DA REV VEJA

Uma anatomia da loucura de Lula

Os deuses primeiro tiram a razão daqueles a quem querem destruir. “Quos volunt di perdere dementant prius”. Já lembrei aqui este adágio latino a Lula, mas ele, claro!, não me ouve. No que, do seu ponto de vista, faz muito bem! Se ouvisse, creio que não teria sido eleito presidente da República, porque eu, por óbvio, teria reprovado, como reprovo, os métodos a que recorreu para construir seu partido, para se eleger e para se manter no poder. E é assim não é de hoje — desde quando, ainda bem jovem, rasguei a minha filiação, apostando que ele chegaria ao poder. Foi quando criei a expressão “burguês do capital alheio” (eu ainda era de esquerda) — e, aí sim, tive uma antevisão: não será bom para as instituições e para a verdade dos fatos.
Em seus oito anos de mandato, Lula já havia depredado a história o bastante. Um dia, creio, a onda estupidificante petista na academia reflui, e se poderá, então, serenamente, narrar o que se deu. De todo modo, o Apedeuta encerrou seus oito anos de poder elegendo sua sucessora, o que é uma conquista e tanto. Uma aposentadoria política digníssima se lhe afigurava, com o mito relativamente preservado. MAS NÃO! O DIABO É QUE, NA CABEÇA DE LULA, SUA OBRA ESTÁ INCOMPLETA.
Ainda há no Brasil, vejam que ousadia!, quem lhe faça oposição intelectual — não me refiro aos partidos, não! — e quem não esteja disposto a se ajoelhar a seus pés. Ainda há no Brasil setores que ele considera recalcitrantes, que merecem a pecha de “golpistas” porque ousam não concordar com ele. Ainda há no Brasil, por exemplo, uma imprensa livre também no espírito, não apenas na letra da lei. Se o PT foi malsucedido no seu esforço de criar um mecanismo de censura, sabe, no entanto, que foi muito bem sucedido em tornar influentes alguns de seus valores, hoje bovinamente repetidos por franjas engajadas também da grande imprensa. Há dias, li em dois grandes jornais textos de “analistas” que afirmavam, por exemplo, literalmente, que “ninguém ganha com a guerra entra bandidos e polícia em São Paulo”. Ainda preciso escrever um texto só sobre esse assunto. Imaginem vocês… Quando alguém escreve essa enormidade, está a igualar os dois lados da suposta “guerra”, vislumbrando, então, a necessidade de uma “pax”; o que se está a pedir é uma solução negociada com os… bandidos!  Mas não quero me desviar do foco.
Lula poderia estar exercendo dignamente o seu papel de ex-presidente — ele prometeu, como sempre, ser muito melhor do FHC nisso também… É o que vemos? Não! Dias antes de encerrar seu mandato, anunciou que ele próprio investigaria essa história de mensalão, sustentando ser uma grande tramoia da oposição. Passou a ser articular freneticamente nos bastidores para impedir que o Supremo Tribunal Federal cumprisse seu papel. No encontro com um ministro, falou abertamente a língua da chantagem. Conversas de Marcos Valério, reveladas por reportagem de VEJA, informam que aquele que sempre esteve no controle do mensalão (segundo o publicitário), dava garantias que só poderiam sair da boca de um tirano. O Supremo estaria no bolso.
Em associação com José Dirceu e com outros “duros” do PT, armou a CPI do Cachoeira não para investigar falcatruas — o que seria meritório; mas está aí a Delta, protegida pelos petistas —, mas para intimidar a oposição e, de novo!, a imprensa. Lula apostou tudo na comissão. Era o seu bilhete premiado para as eleições de 2012 e de 2014! Não haveria de sobrar pedra sobre pedra dos oposicionistas, da imprensa livre, da Procuradoria-Geral da República — lembrem-se que Collor foi o escalado para atacar Roberto Gurgel — e do próprio Supremo.
Dos bastidores, chegavam os ecos trevosos: “Não haverá julgamento! Isso irá para a 2013 e, de 2013, para nunca mais!”. Ao mesmo tempo, ainda que a presidente Dilma negue (e ela nega), o seu próprio governo passou a entrar no radar do lulismo. O Apedeuta não concordava com a ideia de uma “faxina ética”, na qual a presidente surfou. Isso fazia parecer que seu governo era condescendentes (ora vejam!) com a corrupção.
O Babalorixá de Banânia, como sabem, havia prometido “desencarnar”, para empregar o verbo a que ele próprio recorreu, mas quê… Foi tomado, assim, por uma espécie, se me permitem, de paixão carnal do espírito. A história política de Lula também poderia ser contada a partir dos seus ódios. E poucos são capazes de odiar como ele. Ao longo de sua trajetória política, à diferença do que muitos pensam, não liquidou apenas adversários políticos, não! Também destruiu aliados. Para tanto, bastava-lhe ser contrariado. E, como ninguém, soube, desde os tempos de sindicato, usar as falhas alheias e as circunstâncias em benefício próprio e na construção de sua própria mitologia.
Lula poderia, reitero, estar curtindo a sua aposentadoria, mesmo depois do drama pessoal que viveu com a doença — e até por isso também —, mas ele não se entende fora do poder e da disputa pelo poder. Reparem que passou oito anos demonizando FHC, usando a estrutura do estado para atingir a reputação do antecessor. Como nunca, vimos uma máquina de publicidade oficial dedicada de modo contumaz à mentira. Lula tem menos prazer em vencer do que em derrotar o outro. Isso distingue, devo lembrar, um governante virtuoso de um tirano. E Lula só não é esse tirano porque as instituições que herdou não lhe permitiram. Ele as depredou e infiltrou nelas germens do mal — inclusive no Supremo —, mas não conseguiu subordiná-las a suas vontades.
Enlouquecendo
Tentou fazer da CPI a razia final contra o que resta de oposição e contra a imprensa. Não deu! Tentou destruir a reputação do procurador-geral da República. Não deu. Tentou macular a independência do Supremo. Não deu. Tentou se construir como a alternativa a Dilma (“caso ela não queira disputar a reeleição”, ele sugeriu…). Não deu. Tentou impedir o julgamento dos mensaleiros. Não deu. Tentou criar uma mentira sobre aqueles fatos escabrosos. Não deu. Tenta agora eleger Fernando Haddad em São Paulo para ter como chantagear depois o próprio governo Dilma. O jogo não está jogado, mas está difícil. Sai Brasil afora a vociferar contra candidatos a prefeito de partidos de oposição, numa espécie de guerra santa desesperada contra os dragões da maldade. O resultado, por enquanto ao menos, não é muito animador. Ainda que seu projeto paulistano dê certo — não parece que vá —, o PT pode sair dessa disputa municipal menor do que entrou.
E eu ousaria dizer que o principal culpado pelas dificuldades que o partido passou a enfrentar é Lula. Acostumado a jamais ser contestado — e pobre daquele que a tanto ousar —; incensado como dotado de uma intuição genial, que lhe teria sido transmitida pelo leite materno por mãe nascida analfabeta (a minha já nasceu citando Schopenhauer no original…); aplaudido por gente como Marilena Chaui como aquele que, ao falar, ilumina o mundo; recentemente reverenciado por Marta Suplicy como o próprio “Deus” (nada menos!), Lula foi perdendo a razão, caminho certo para a autodestruição.
É claro que ele não vai acabar. Continuará a ser uma pessoa influente na política e no PT por muito tempo. Mas é o mito que passa — e, nesse particular, sua loucura é um bem para o país — por um processo acelerado de corrosão. Talvez ainda se elegesse presidente no primeiro turno (em São Paulo, quem está na frente é Russomanno, afinal…), mas são as suas virtudes demiúrgicas junto a setores influentes da política que estão se esfarelando.
Lula errou feio. Errou quando decidiu emparedar o Supremo. Errou quando decidiu emparedar a imprensa livre. Errou quando decidiu usar uma CPI como instrumento de vingança. Errou quando decidiu que basta mandar para o eleitor obedecer. Errou quando decidiu ser um condestável da República, disputando influência com a própria presidente da República.
Errou feio, em suma, quando acreditou que, de fato, era Deus. E ele é apenas um homem, mais falível, em muitos aspectos, do que a esmagadora maioria. Afinal, o destino lhe sorriu e lhe foi dado governar um país por oito anos. Poderia ter seguido seu antecessor num particular: entregar instituições mais sólidas do que encontrou. Ele preferiu depredá-las de forma sistemática, contínua e dedicada.
Lula, quem diria?, ainda será o melhor biógrafo de Lula. A ambição desmedida do homem acabará por revelar os pés de barro do mito.
Por Reinaldo Azevedo