segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ministério Público abre investigação contra Carlos Lupi

Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo
O Ministério Público Federal em Brasília (MPF-DF) abriu uma investigação para apurar se o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi cometeu alguma irregularidade ao viajar em um jato particular providenciado por responsável por uma organização não governamental (ONG) suspeita de envolvimento com fraudes na Pasta. Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público, o objetivo da investigação é averiguar se foi cometido algum ato de improbidade administrativa.
Responsável pela apuração, o procurador da República Paulo Roberto Galvão pediu informações a Lupi, ao deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), ao 6º Comando Aéreo Regional (Conar), à empresa Aerotec Taxi Aéreo e ao diretório regional no Maranhão do PDT. O Ministério Público quer ter dados sobre os planos de voo, diário de bordo e trajetos e passageiros que embarcaram no avião em dezembro de 2009. A expectativa é de que o procedimento preparatório seja concluído em 90 dias. No entanto, esse prazo poderá ser prorrogado.
O uso do avião foi uma das acusações que recaíram no último mês sobre o ex-ministro. Recentemente a Comissão de Ética da Presidência da República recomendou que Lupi fosse exonerado. Diante do quadro, o ex-ministro antecipou-se à demissão iminente, reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff e entregou o cargo.

Escândalo Panamericano ronda o ministro Mantega

Emails em poder da PF revelam pressão do ministro da Fazenda para indicar um preposto no banco; nota numa coluna política revela que o homem mais poderoso de Brasília pode deixar o governo; há sinais de fumaça na área econômica
Foto: CELSO JUNIOR/AGÊNCIA ESTADO_Divulgação
247 Até agora, a faxina ministerial da presidente Dilma Rousseff já fez sete vítimas – Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim, Pedro Novais, Wagner Rossi, Orlando Silva e Carlos Lupi.  
Todos esses foram substituídos sem maiores tremores.  
Só que, nos últimos dias, começaram a surgir sinais de fumaça na área mais estratégica do governo: o Ministério da Fazenda. Sim, o ministro Guido Mantega, também pode estar ameaçado. Basta juntar alguns fatos recentes para identificar que há algo estranho no ar. 
A eles: 
(1) A Folha de S. Paulo que chega às bancas neste domingo, mais uma vez, revela a interferência de Mantega na operação que fez com que a Caixa Econômica Federal investisse R$ 739,3 milhões na compra do Panamericano. A operação foi conduzida pelo braço de Mantega na Caixa, o vice-presidente Marcio Percival.E segundo um email publicado pela Folha, Mantega pressionou o Panamericano para que seu pupilo Demian Fiocca fosse indicado para o banco.  
Fiocca foi um nome levado por Mantega para a presidência do BNDES, no governo Lula, e também para uma diretoria da Vale. De acordo com a reportagem da Folha, a Caixa soube dos problemas do Panamericano antes de comprá-lo. 
E um email em poder da PF, dirigido por Rafael Palladino, ex-presidente do Panamericano, a Luiz Sandoval, que era braço direito de Silvio Santos, revela a pressão por Fiocca.  
(2) Na sexta-feira, o jornalista Claudio Humberto, um dos mais influentes de Brasília, com uma coluna reproduzida em mais de uma dezena de jornais, informou que o ministro Guido Mantega vive um dilema. 
Pensa em sair do governo em janeiro, porque sua esposa estaria enfrentando graves problemas de saúde. Quem leu, entendeu de outra maneira. Foi uma mensagem cifrada para que Guido saia do governo pela porta da frente – e não pela porta dos fundos.  
(3) Aqui mesmo, no 247, nosso colunista Arthur Virgílio publicou um artigo sobre o temor do mercado financeiro em relação a algum possível escândalo que atinja uma figura proeminente da área econômica. Essa figura se chama Guido Mantega.  
Guido Mantega está na alça de mira dos adversários por uma série de razões. 
Num governo centralizador e sem um núcleo duro, ele foi ocupando espaços, embora seja visto, erroneamente, como um ministro sem ambições. Guido hoje tem grande influência no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, no BNDES e no Banco do Nordeste. É o “fraco” mais forte que o Brasil já conheceu. Além disso, a queda do ministro Antonio Palocci deixou sequelas. A ala paloccista do PT atribui ao chefe da Fazenda as denúncias que derrubaram o ex-ministro da Casa Civil – o que envolveu até uma quebra de sigilo fiscal.  
O ponto mais sensível para o ministro Mantega talvez seja o caso Panamericano.  
A Caixa Econômica Federal alega que foi vítima de uma fraude. Mas o fato concreto é que o governo socorreu duplamente o banco de Sílvio Santos –primeiro por meio da Caixa, depois com o Fundo Garantidor de Crédito. Dois executivos indicados por Mantega, Marcio Percival e Marcos Vasconcelos, egressos da Unicamp, já foram convocados pela Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados para explicar o caso Panamericano. Agora, terão também de dizer porque a Caixa investiu R$ 739 milhões no banco já tendo ciência de problemas internos.
05 de Dezembro de 2011 
DO RESIST.DEMOCRATICA

PDT continuará na base do governo, mesmo sem Lupi. Não me digam! Não foi desta vez que o menino mordeu o cachorro

O PDT, vejam que surpresa!, decidiu continuar na base do governo mesmo com a demissão de Carlos Lupi da pasta do Trabalho. Erga a mão o primeiro leitor que está surpreso. Como diria o poeta latino Catulo, que é difícil renunciar subitamente a um grande amor, não é mesmo? As benesses são muitas, né? Lupi não estava lá, afinal, por uma questão de princípio. Tinha sob a sua, digamos, “responsabilidade”, a parte do butim que cabia ao partido. Se o PDT perder o Trabalho, ganha outro ministério. E, assim, a vida prossegue. Há um chiste-clichê do jornalismo, segundo o qual só temos notícia quando o menino morde o cachorro. Cachorro que morde menino é rotina. Partido que cede o ministro para não ceder os dedos está virando coisa de rotina. Não foi desta vez que o menino mordeu o cachorro. Leiam trecho de reportagem do Portal G1:
*
Por Nathalia Passarinho:
Após reunião da Executiva Nacional, o PDT decidiu nesta segunda-feira (5) permanecer na base aliada do governo mesmo que venha a perder o comando do Ministério do Trabalho. Segundo o presidente interino do partido, deputado André Figueiredo (CE), não serão indicados nomes para substituir Carlos Lupi até a reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012.
“[Escolha do substituto] é uma decisão da presidenta Dilma. O PDT ratificou que independente de cargos nós somos da base do governo [...] Nem discutimos nomes até por conta de que não sabemos se a presidenta Dilma vai definir se o PDT continua no Ministério do Trabalho ou se continua em outro ministério. Por isso resolvemos não discutir nomes”, disse.
Figueiredo afirmou que será criada uma comissão, formada por ele, os líderes do PDT na Câmara e no Senado, o secretário-geral do partido, Manoel Dias, e o vice-presidente do partido, deputado Brizola Neto (RJ), para negociar com a presidente Dilma o papel da legenda no governo e cargos em ministérios. “A comissão será para levar a opinião do partido [à presidente Dilma]“, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
“A comissão é para fazer a interlocução com o governo, para dar respostas ao governo. O partido tem que ver o que o governo quer do partido”, disse o deputado Brizola Neto (PDT-RJ). Segundo os deputados pedetistas presentes à reunião, Lupi irá tirar dezembro para “descansar” e assumirá a presidência da legenda em janeiro.
“A gente espera que ele [Lupi] volte no dia 30 de janeiro na reunião do Diretório Nacional. Até lá, evidentemente, a gente tem a expectativa de que a presidente Dilma já tenha feito a reforma ministerial e aí sim ela vai dizer se o PDT vai ficar com alguma pasta ou não”, afirmou o presidente interino do PDT, André Figueiredo. Segundo ele, Lupi tem “total apoio e confiança” do partido. “Ele tem a confinaça de todos que verdadeiramente conhecem o caráter dele”, disse.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Cirurgia à caminho.

Revelei aqui, a pouco tempo atrás, que a situação do Metastásico Pinguça não era nenhum paraíso e que seu câncer, ao contrário do que afirma o Sírio e Libanês não era tão inicial quanto afirmavam.
A gravidade deste tipo de câncer vai do grau 1 ao 5. Segundo os próprios médicos, o do Pinguça tem o grau 4.

Soube hoje que o tumor que o acomete, não deu os sinais de dimuição que era esperado pela equipe médica após dois dias de sessões de quimioterapia, feitas no hospital, e duas semanas através da bolsa que carrega, que injeta a substância em horários pré-determinados e em quantidade apenas de manutenção da quimioterapia.
Até mesmo a Dona Primeira Inútil tem sido acompanhada por médicos devido a uma importante depressão
Segundo informações que tive, é certo que o Pinguça Geral da Nação tenha que sofrer cirurgia para retirada do tumor.
Aquele inchaço que desconfiei na foto do Cachaça, era sim devido ao tumor.

Se confirmada a informação, da cirurgia, é quase certo que o Senhor de todos os alambiques, perca a voz.
Como é bem provável que haja reincidência do tumor.

É só esperar para saber se minhas fontes tem ou não razão.
Eu, aposto nelas. 

DO COM GENTE DECENTE

Cartas leitores - ESTADÃO


Pedidos de vista
O ministro Dias Toffoli tornou-se um fator de retardo de vários processos que tramitam na Suprema Corte. Agora o dr. Toffoli pediu vista do processo da Ficha Limpa - como já ocorre desde setembro de 2010 com todas as ações judiciais referentes às poupanças lesadas pelos planos econômicos das eras Sarney e Collor. Todos esses pedidos de vista só têm em vista atrasar, retardar todos esses processos, que ora lesam os poupadores, ora beneficiam políticos corruptos - que existem em abundância no Brasil. Por outro lado, o Supremo Tribunal agiu de maneira célere na hora de anistiar um terrorista assassino que, agora, desfruta toda a liberdade no País. Estranho, não?
BORIS BECKER
.................
Nunca antes......

na História deste país se viu a mais alta Corte com tanta dificuldade para aprovar um projeto de iniciativa popular com o objetivo de iniciar o processo de moralização na política. Do jeito que as coisas vão, é de pensar na substituição da palavra povo na Constituição federal por outra que melhor defina o trato que lhe estão dando os três Poderes da República!
JOSÉ CARLOS COSTA
.................Inelegibilidade

É muita cara de pau, mas muita mesmo, os corruptos tentarem alegar inconstitucionalidade da Lei da Ficha Limpa por supostamente ferir o princípio da irretroatividade. A Constituição limita-se a proibir a retroatividade da lei penal e, evidentemente, a inelegibilidade
CONRADO DE PAULO

DDO BLOG GRAÇA NO PAIS DAS MARAVILHAS

Trio da mordaça ataca de novo


Editorial

O Estado de S.Paulo




Eles não desistem

Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter deixado claro, em várias oportunidades, que não quer ouvir falar em censura à Imprensa, os petistas continuam fazendo proselitismo de sua visão muito particular de "controle social da mídia"

Foi o que voltou a acontecer na semana passada, durante o seminário "Um novo marco regulatório para as Comunicações", promovido em São Paulo pelo partido do governo e protagonizado pelo trio que está na linha de frente dos defensores da mordaça: José Dirceu, Franklin Martins e Ruy Falcão. O Palácio do Planalto recusou-se a dar seu aval ao evento, razão pela qual o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, embora convidado e anunciado como participante da mesa de abertura, não compareceu. É claro que nenhum dos integrantes do trio da mordaça admite publicamente ser defensor da censura. Mas com o PT instalado no poder, logo no início do primeiro mandato de Lula, foi proposta a criação de um Conselho Federal de Jornalismo com poderes para controlar e fiscalizar os meios de comunicação.Por absurda, a ideia não progrediu. Nessa época, é verdade, o trio da mordaça estava disperso: Dirceu, chefe da Casa Civil, articulava a formação da quadrilha do mensalão, o que lhe custou o cargo e o mandato de deputado federal. Martins trabalhava na imprensa contra a qual já então conspirava, ao mesmo tempo que cultivava seus laços com Lula e o PT, o que lhe valeu, tempos depois, o cargo de ministro. Falcão era figura inexpressiva da nomenklatura petista e teria permanecido nessa condição se as contingências da vida partidária não tivessem apontado para a necessidade de colocar na presidência da legenda alguém que soubesse exatamente quem são os verdadeiros mandachuvas.
Hoje, desvinculados do governo, os três agem de comum acordo na instância partidária para manter acesa a chama da obsessão que os une: a censura à imprensa. Agem movidos, basicamente, pelo histórico radicalismo ideológico que compartilham. 
E não se pode esperar que mentes autoritárias admitam o contraditório, um dos fundamentos das liberdades democráticas.  
Não é à toa que Dilma Rousseff, com ampla experiência no trato com cabeças ideologicamente radicais e autoritárias, hoje queira distância do trio de ferrabrases.  
Foi por essa razão que a presidente, logo ao assumir o poder, transferiu para o Ministério das Comunicações e para o ministro Paulo Bernardo a responsabilidade de rever o projeto de implantação do novo marco regulatório das comunicações. 
Este, no governo Lula, tinha sido elaborado sob a inspiração de Franklin Martins, na Secretaria de Imprensa da Presidência, e promovia, deliberadamente, confusão entre os conceitos de marco regulatório propriamente dito e "controle social" das comunicações.  
Como já foi mais de uma vez dito neste espaço, o marco regulatório é um conjunto de disposições legais que disciplina as atividades em áreas que dependem de concessão estatal, como a radiodifusão e a telecomunicação. 
"Controle social" é conceito que implica não apenas a regulação da propriedade e do funcionamento técnico dos instrumentos de comunicação, mas, sobretudo, dos conteúdos veiculados. 
A necessidade da modernização do marco regulatório das comunicações no País, defasado em relação aos avanços tecnológicos das últimas décadas, é absolutamente pacífica.  
Mas a questão dos conteúdos diz respeito à liberdade de expressão e ao direito à informação, fundamentos de uma sociedade democrática e, nessa medida, intocáveis.  
O trio da mordaça vai continuar mistificando a questão do controle social da mídia, que hoje prefere designar pelo nome mais charmoso de "democratização dos meios de comunicação".  
Dirceu lamentou, durante o seminário, que não haja no País nenhum jornal "de esquerda" para apoiar o governo. 
Talvez tivesse em mente algo monolítico, como o Pravda soviético ou o Granma cubano. Porque não basta a imprensa brasileira manifestar simpatia por algumas declarações e alguns atos da presidente Dilma. Isso, para o trio, é apenas um truque das "elites" para "dividir o PT".
04 de dezembro de 2011

Lupi, o mentiroso, é o sétimo ministro a deixar o governo


Depois de um mês de frases de efeito, mentiras e escândalos sucessivos, Carlos Lupi deixou neste domingo o cargo de ministro do Trabalho
Luciana Marques
e Gabriel Castro

VEJA

Carlos Lupi: mais um ex-ministro de Dilma (Sérgio Dutti)
Ele é o sétimo integrante do governo Dilma Rousseff a sair da equipe, desde o início do mandato da presidente, em janeiro – e o sexto a abandonar o cargo por causa de envolvimento com corrupção. O secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto dos Santos Pinto, assume nesta segunda-feira de forma interina.A queda de Lupi acontece depois de uma recomendação da Comissão de Ética da Presidência da República, na quarta-feira passada. A presidente Dilma a princípio pediu esclarecimentos sobre o parecer ao grupo, mas agora, por fim, decidiu demitir Carlos Lupi.Em nota publicada agora à noite no site do Ministério do Trabalho, Lupi cita a decisão da comissão. “A Comissão de Ética da Presidência da República me condenou sumariamente sem me dar direito de defesa. Decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável.” E arrematou com mais uma demonstração de seu pensamento fantasioso: "Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence." Pouco depois, a Presidência emitiu nota em que Dilma agradece o trabalho de Lupi e anuncia o interino. "A presidente agradece a colaboração, o empenho e a dedicação do ministro Lupi ao longo de seu governo e tem certeza de que ele continuará dando sua contribuição ao país", diz o informe. Um mês em queda livre - Nem mesmo a declaração pública de amor à presidente - "Dilma, eu te amo", disse o falastrão - conseguiu segurar Carlos Lupi no comando do ministério. A derrocada do ministro começou quando VEJA trouxe à tona, em edição de 5 de novembro, o envolvimento de Lupi em um esquema de corrupção.
Caciques do PDT, comandados por ninguém menos que Lupi, transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. Conforme relatos de diretores de ONGs, parlamentares e servidores públicos, o esquema funcionava assim: primeiro o ministério contratava entidades para dar cursos de capacitação profissional, e depois assessores exigiam propina de 5% a 15% para resolver 'pendências' que eles mesmos criam. Nas semanas seguintes, VEJA mostrou que Carlos Lupi usou avião alugado pelo presidente de um ONG que fazia parte do esquema, Adair Meira. As entidades de Meira tinham contratos milionários com o ministério.  
Em nota, o ministro negou que tivesse embarcado no King Air, de prefixo PT-ONJ.
No entanto, dias depois fotos mostraram o ministro desembarcando no município de Grajaú justamente no King Air providenciado por Adair Meira.  
Vídeo obtido com exclusividade pelo site de VEJA confirmou a farsa.  
Sem opção, ele tentou desfazer as mentiras e entrou em contradição.
Era tarde demais.  
O pedetista é o sétimo ministro demitido no governo Dilma, seis deles envolvidos em corrupção.Irregularidades envolvendo convênio com ONGs derrubaram outros dois ministros, além de Lupi: Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esporte). Também deixaram a Esplanada dos Ministérios, após denúncias, Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Wagner Rossi (Agricultura). Nelson Jobim (Defesa) entregou a carta de demissão após proferir discursos constrangedores ao Planalto.  
Entre o deboche e o romance - Lupi é conhecido por seu estilo debochado. Frases como “para me retirar, só abatido à bala”, “vou carregar o caixão de muita gente” e “Dilma, eu te amo” marcaram seus últimos dias frente à pasta do Trabalho. Ora desafiador, ora romântico, o ex-ministro jogou todas as fichas em sua defesa. Concedeu entrevistas, prestou depoimento no Congresso Nacional e causou controvérsia ao vazar no blog do ministério reportagens que ainda não tinham sido publicadas pela imprensa. 
As tentativas de permanecer no cargo, no entanto, fracassaram. Lupi não conseguiu apoio integral nem de seu partido
O deputado federal Reguffe (PDT-DF) defendeu seu afastamento do cargo e pediu, ao lado do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e do senador Pedro Taques (PDT-MT), que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse as acusações de irregularidades na pasta. 
Teixeira foi além: cobrou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar os fatos. 
Lupi assumiu a pasta do Trabalho em 2007, no governo Lula e foi mantido no cargo pela presidente Dilma.

REPUBLIQUETA II


A pergunta que todos os que não querem acreditar que essa patifaria de poder público possa continuar impune é a seguinte: por que ninguém vai preso?
BANDIDOS REFÉNS DE BANDIDOS

Por Geraldo Almendra

É difícil imaginar algo pior para uma sociedade do que está acontecendo no Brasil.Ao não demitir o ministro Lupi a presidente desautorizou, em definitivo, a moralidade dentro do poder público e, por decorrência, nas relações público-privadas. Tudo o mais virou conversa fiada e de botequim.
O descaso com as regras formais e obrigatórias de conduta moral chegaram ao fundo do poço diante da postura da presidente que se volta, não contra o bandido, mas contra todos os que pedem sua punição. Essa sua postura somente é possível diante da covardia das instituições que têm a obrigação de evitar que o país seja destruído pelas ações das gangs que tomaram conta do poder público, ou seja, o poder Judiciário com seus Tribunais Superiores se comportando como lacaios do poder Executivo, o Tribunal de Contas e o Ministério Público como figurantes desautorizados, e a Policia Federal que gasta bilhões do contribuinte para prender corruptos e a Justiça soltar. Do poder Legislativo, comprado pelo mensalão, nada mais precisa ser dito.
Não precisamos escrever sobre as polícias civis e militares que já se mostraram infestadas de policiais-bandidos seguindo o exemplo dos escalões superiores da pirâmide do Estado.
A presidente simplesmente demonstra seu total desapego com os mais básicos princípios que devem nortear a postura de quem ocupa o cargo de presidente da República, e a mesma já deveria ter sofrido um processo de impeachment, se o Congresso Nacional não fosse apenas um apêndice apodrecido e safado do poder Executivo.
Se a sociedade brasileira tivesse um mínimo de vergonha na cara sairia em massa nas ruas exigindo o fim da sacanagem da corrupção desvairada que transformou a gestão do poder público em descarada negociação entre bandidos.
Ninguém precisa dizer que quem está por trás disso tudo é o ex-presidente Lula, na verdade, o presidente de fato do país, pois governar para esse senhor é conciliar os interesses entre os covis de bandidos públicos e privados que disputam palmo a palmo fatias do roubo do dinheiro do contribuinte, associado com gente que será responsável pela volta do Retirante Pinóquio ao poder em 2014.
Quando o ex-presidente praticamente gastou dois anos de seu último mandato e derramou bilhões de reais nos custos da eleição estelionatária de sua apadrinhada sabia o que estava fazendo, pois o tapete de suas duas gestões não poderia ser levantado, e somente sua candidata, gerente de quinta categoria, e cúmplice de todos os seus desvios de conduta, poderia desempenhar esse vergonhoso papel. O poder público está lotado de arquivos vivos que devem ser mantidos com a boca fechada.
O silêncio da sociedade diante de mais de 12 anos de escândalos de corrupção descarada transformou o país em uma sociedade moralmente decadente que demonstra aceitar que as gangs que transformaram o poder público em um covil de bandidos tenham na impunidade seu salvo conduto para continuar roubando e nos fazendo de idiotas e palhações, isto é, os que trabalham mais de cinco meses por ano para sustentar essa roubalheira sem fim.
O Estado realiza o mínimo o os bandidos roubam o máximo com o aval de uma sociedade que aceita ser governada por verdadeiras quadrilhas de corruptos, desde que possa continuar recebendo apenas uma fração daquilo a que teria direito. Assistencialismo, corrupção e suborno, esses são os valores sociais fundamentais resultantes da Fraude da Abertura Democrática.
Chega-nos noticias de que Marcos Valério, o gestor privado do mensalão continua trabalhando como interlocutor de interesses ilícitos nas relações público-privadas.
O lobista José Dirceu, denunciado por um Procurador Geral da República como o chefe da gang dos 40 continua vendendo e comprando serviços para o submundo do PT e seus cúmplices a todo vapor.
Um jornalista denuncia que o rombo do Panamericano foi uma armação envolvendo Lula e Silvio Santos.
O escândalo na casa Civil envolvendo Erenice guerra funcionária braço-direito da atual presidente já virou história esquecida e ninguém mais toca no assunto.O poder da Justiça no país está se acostumando a morrer na praia, pois a banda boa é mínima e a sórdida não para de crescer fazendo acordos espúrios no submundo dos corredores dos tribunais.
Poderíamos continuar preenchendo páginas e mais páginas com centenas de escândalos que já caíram no esquecimento da sociedade e, vergonhosamente, da própria Justiça, que vai empurrando tudo com a barriga para ficar de bem com o corporativismo marginal que faculta a quem tiver bons amigos dentro dos podres Poderes da República pegar uma boquinha ou ser o mentor-favorecido de mais assaltos ao bolso do contribuinte.
A pergunta que todos os que não querem acreditar que essa patifaria de poder público possa continuar impune é a seguinte: por que ninguém vai preso?
A resposta é muito simples: os bandidos são reféns de bandidos e se um abrir a boca, dependendo de quem seja a casa vai cair, soterrando esses canalhas. Mesmo a sociedade mais promíscua tem limites para sua promiscuidade.
Esse é o final da Fraude da Abertura Democrática que fez do país uma mentira de democracia que garante a quase total liberdade da promiscuidade moral e social nas relações públicas e privadas, enquanto um Estado policial e fascista cuida do resto, mantendo em silêncio pela corrupção, pelo suborno e por assassinatos pontuais, qualquer movimento que possa desestruturar o mais sórdido e covarde projeto de poder da história do país: o domínio da sociedade pelo petismo.
Se os comandantes das Forças Armadas tivessem um pingo de dignidade, honra e respeito à Constituição e às fardas que vestem – apenas uma fração das qualidades demonstradas pelos comandantes em 1964 – já teriam dado um fim nessa patifaria que tomou conta do poder público e transformou o país em um Paraíso de Patifes.
DO BLOG RESIST.DEMOCRATICA