segunda-feira, 18 de junho de 2012

Delegados encaram juiz que quis soltar Cachoeira

Delegados encaram juiz que quis soltar CachoeiraFoto: Folhapress_Divulgação

CRESCE A TENSÃO ENTRE A POLÍCIA FEDERAL E O JUDICIÁRIO; EM NOTA, A ASSOCIAÇÃO DOS DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CRITICA DURAMENTE O DESEMBARGADOR TOURINHO NETO, QUE CONCEDEU HABEAS CORPUS AO BICHEIRO CARLOS CACHOEIRA; ELE SÓ NÃO FOI SOLTO PORQUE OUTRA DECISÃO O MANTÉM PRESO 
18 de Junho de 2012 às 08:08

247 – A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) decidiu encarar o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal, que, na última sexta-feira, concedeu um habeas corpus que quase libertou o bicheiro Carlos Cachoeira. Ele só não foi solto porque outra decisão impediu sua libertação. Em nota, que está sendo divulgada nesta segunda-feira, a ADPF expressa que uma eventual anulação da Operação Monte Carlo contribui para a imagem de “tolerância” de parte do Judiciário com a criminalidade no País.
Liderada pelo delegado Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, a ADPF pretende comandar, nesta semana, uma ofensiva para deixar de pé a Operação Monte Carlo. O risco é o de que as 30 mil horas de gravações sejam consideradas ilegais. O desembargador Tourinho Neto já deu seu voto neste sentido e o julgamento será retomado nesta terça-feira.
Os argumentos da defesa, comandada pelo advogado Marcio Thomaz Bastos, curiosamente ex-ministro da Justiça e ex-chefe da PF, são de que as gravações seriam ilegais porque teriam partido de denúncia anônima. Foi assim, por exemplo, que Thomaz Bastos anulou toda a Operação Castelo de Areia, feita contra a construtora Camargo Corrêa.
Em ofício, o delegado Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo, rebateu a tese de que os grampos seriam ilegais. Segundo ele, as escutas só ocorreram após o “aprofundamento das investigações iniciais”.
De qualquer forma, grampos ilegais sempre foram a especialidade de Cachoeira e de seus arapongas, como o sargento Dadá e o policial Jairo Martins. A PF investiga até a possibilidade de que a quadrilha tenha tido acesso ao Sistema Guardião – o mesmo usado pelo Polícia Federal.
DO 247

Servidores do Itamaraty entram em greve

AE - Agência Estado
BRASÍLIA - Pela primeira vez na sua história, o Itamaraty enfrenta, a partir desta segunda-feira, 18, uma greve dos seus servidores. Oficiais de Chancelaria, Assistentes de Chancelaria e, de acordo com o sindicato da categoria, até mesmo alguns diplomatas decidiram pela paralisação em uma assembleia realizada em Brasília, que contou com a participação, via redes sociais, de funcionários de fora do País.
Servidores do Itamaraty entram em greve - Divulgação
Divulgação
Servidores do Itamaraty entram em greve
Pelo menos 60 postos no exterior, incluindo o atendimento consular em Paris, Roma, Londres, Nova York, Los Angeles e Washington serão afetados. Às vésperas das férias de julho, o problema pode repercutir diretamente nos milhares de brasileiros que devem viajar para o exterior nos próximos dias e nos estrangeiros que virão ao Brasil. Uma das poucas atividades que não serão prejudicadas pela greve é a organização da Conferência Rio +20.
A decisão da assembleia ressalta que o os funcionários que estão na organização do encontro de mais de 150 chefes de Estado, que termina no final dessa semana, será preservado. Nele estão mais de 200 diplomatas, oficiais e assistentes. Dos cerca de 500 que ficaram em Brasília, 300 participaram da assembleia.
Os oficiais e os assistentes de chancelaria são, normalmente, os responsáveis pelas funções administrativas das embaixadas, consulados e também da sede do ministério, em Brasília. O trabalho inclui também o atendimento direto ao público, o atendimento telefônico das unidades consulares e até mesmo a emissão de novos passaportes - que, apesar de ser autorizada pelos diplomatas, passa pelas mãos dos oficiais. O Itamaraty admite que durante o período da greve, o trabalho poderá ficar mais lento e terá que ser assumido pelos diplomatas.
De acordo com o SindItamaraty, que representa todas as categorias de servidores do chamado Serviço Exterior Brasileiro, o que os funcionários querem é a equiparação com os salários mais altos das carreiras de Estado. No caso dos diplomatas, os vencimentos subiriam pouco: dos atuais R$ 12.960, em início de carreira, para os R$ 13,6 mil de um auditor fiscal. O salário final passaria de R$ 18.470 para R$ 19.689, os vencimentos de um delegado da Polícia Federal.
Os maiores aumentos seriam para os Oficiais e Assistentes. Os primeiros, que hoje recebem inicialmente R$ 6,3 mil, passariam para a segunda categoria de vencimentos de nível superior do governo federal, R$ 12.960. Os assistentes passariam à primeira categoria dos cargos de ensino médio, saindo de um salário R$ 3,1 mil para R$ 5,8 mil - em valores de hoje, já que a maior parte das categorias classificadas nessas faixas também hoje pede reajustes, que os servidores do Itamaraty também pretendem receber.
Em uma carta enviada ao ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, no dia 14 deste mês, os servidores informavam sobre a possibilidade de greve e suas reivindicações, que estão sendo negociadas com o Ministério do Planejamento. Até agora, no entanto, não houve nenhum sinal positivo. Os servidores já haviam feito uma paralisação no dia 30 de maio, mas as negociações não avançaram. A greve é por tempo indeterminado, mas uma nova assembleia foi marcada para sexta-feira com a intenção de avaliar alguma proposta do Planejamento, se houver.

TERRORISTA!

Dilma Roussef e a luta armada - 1ª parte
Pela Editoria do site: www.averdadesufocada.com


assassinato-jornalista1Ex-integrante da Política Operária - POLOP -, do Comando de Libertação Armada - COLINA -, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares - VAR-Palmares, organizações adeptas da luta armada contra o regime militar, Dilma nega participação em ações criminosas realizadas durante esse período.
Em entrevistas na imprensa escrita e falada, Dilma tem afirmado que lutava pela derrubada da ditadura, pela democracia e pela liberdade e que nesse regime "Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião".
No depoimento publicado pelo Correio Braziliense em 17/06/2012, prestado em 2001 ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais - à comissão de anistia e indenização se diz do movimento estudantil, o que já não era verdade. Há muito deixara de ser estudante e optara por uma organização armada.
Mesmo que fosse verdadeira a afirmação de que Dilma Rousseff não tenha praticado nenhuma ação armada, essa afirmação não a eximiria da responsabilidade dos crimes praticados pela organizações as quais aderiu, já que os militantes sabiam ao ingressarem nas organizações dos atos criminosos praticados : assaltos, assassinatos, sequestros, "justiçamentos", atentados a bombas, sabotagens e outros crimes.
assassinato_chandlerA POLOP teve origem no Partido Socialista Brasileiro, e foi fundada em 1961. Seus militantes já agiam muito antes da Contra-Revolução de 1964. Em 12 de março de 1963, apoiou e orientou a subversão dos sargentos em Brasília . Nessa rebelião, 600 militares , entre cabos, sargentos e suboficiais da Marinha e Aeronáutica, foram apoiados pelo dirigente da POLOP Juarez Guimarães de Brito, que se deslocou do Rio de Janeiro para Brasília. A cidade foi ocupada pelos rebeldes. Dominada a rebelião duas pessoas estavam mortas - o soldado Divino Dias dos Santos e o motorista civil Francisco Moraes.
Uma a ala da POLOP defendia a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte e outra dava prioridade à luta armada .
Dilma e a luta armada

Em abril de 1968, os militantes da POLOP de Minas Gerais e da Guanabara, e do Movimento Nacional Revolucionário - MNR - (NOTA DO SITE: Esse aqui eu conheço muito bem. Meu pai pertenceu ao grupo e eu escondia no telhado o rádio transmissor da tal REDE DA LEGALIDADE de Brizola. Nessa época, decidi seguir o PCB. Me livrei dos bandidos no tempo certo.) de Brizola se reuniram e entabularam negociações para a criação de uma nova organização político militar. Ao mesmo tempo, o pessoal da POLOP/GB realizou uma Conferência, na qual foi aprovado o documento "Concepção da Luta Revolucionária", onde ficou praticamente aprovada a linha política da futura Organização Político Militar - OPM. O documento definiu a revolução brasileira como sendo de caráter socialista e o caminho a seguir o da luta armada, através do foco guerrilheiro, visto como "a única forma que poderá assumir, agora, a luta armada revolucionária do povo brasileiro".
Dilma, aos 20 anos, inclinou-se para a luta armada e juntou-se ao grupo que optou pela violência.
MarioKozelFilhoCriação do Comando de Libertação Nacional - COLINA
Em julho de 1968, esses dissidentes da POLOP realizaram um Congresso Nacional num sítio em Contagem, Minas Gerais no qual foi criado o Comando de Libertação Nacional – COLINA -, com o seu Comando Nacional – CN - integrado por Ângelo Pezzuti da Silva e Carlos Alberto Soares de Freitas - O Beto em Minas Gerais, e Juarez Guimaraes de Brito e Maria do Carmo Brito, na Guanabara. Beto é aquele a quem Dilma se refere com frequência e fez uma homenagem em sua posse.

Dilma Rousseff e Comando de Libertação Naciona - COLINA
Os dissidentes que optaram pela luta armada reuniram-se em torno da nova organização. Entre esses dissidentes estava Dilma. No meio subversivo conheceu o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, que também optara pela luta armada. Galeno serviu ao Exército por três anos e, também militou na POLOP. Atuou ativamente na sublevação dos marinheiros. Esteve preso por cinco meses na Ilha das Cobras, durante a Contra-Revolução.

Dilma e Galeno um ano depois se casaram. Firmava-se a Dilma guerrilheira, correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem e enfrentando a polícia. A dupla prometia. Ela tinha tarefas específicas no COLINA: a confecção do Jornal O Piquete, a preparação das aulas de marxismo. Tinha também aulas sobre armamentos, tiro ao alvo e explosivos. Grande parte dessas aulas era ministrada nos arredores de Belo Horizonte pelo ex-sargento da Aeronáutica João Lucas Alves. Leia aqui.
Além de dar instruções de técnicas de guerrilha à Dilma, Galeno, em entrevista à Revista Piauí, demonstra mais que uma relação de militância com João Lucas Alves . Demonstra que era seu apoio logístico, quando declara:
"O João Lucas ficava hospedado em nossa casa".
Com um núcleo na Guanabara – RJ -, de acordo com Jacob Gorender , autor do livro " Combate nas trevas" o COLINA já aderira à luta armada em 1968 e pregava a prática do terrorismo.

Dentre as ações do COLINA, em 1968, podem ser destacadas:
- em 28 de agosto, assalto ao Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, agência Pedro II , em Belo Horizonte;
- em 4 de outubro, assalto ao Banco do Brasil, na cidade industrial de Contagem, em MG;
- em 18 de outubro, dois atentados a bomba em Belo Horizonte, nas residências do Delegado Regional do Trabalho e do Interventor dos Sindicatos dos Bancários e dos Metalúrgicos;
- em 25 de outubro, no Rio de Janeiro, Fausto Machado Freire e Murilo Pinto da Silva assassinaram Wenceslau Ramalho Leite, com quatro tiros de pistola Luger 9mm, quando lhe roubavam o carro; e
- em 29 de outubro, assalto ao Banco Ultramarino, agência de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Crimes do Colina e fuga para o Rio de Janeiro
No dia 14 de janeiro de 1969, alguns militantes do COLINA praticaram, simultâneamente, dois assaltos: aos Bancos da Lavoura e Mercantil de Minas Gerais, em Sabará, onde roubaram 70 milhões de cruzeiros. Participaram dessas ações os seguintes militantes : Ângelo Pezzuti da Silva, Murilo Pinto da Silva, Afonso Celso Lana Leite, Antonio Pereira Mattos, Erwin Rezende Duarte, João Marques Aguiar, José Raimundo de Oliveira, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, Nilo Sérgio Menezes Macedo, Maria José de Carvalho Nahas, Pedro Paulo Bretas e Reinaldo José de Melo.

Nessa mesma noite, Ângelo Pezzuti da Silva, principal dirigente do COLINA, foi preso. Seu depoimento possibilitou a prisão de diversos membros do COLINA, dentre os quais, José Raimundo de Oliveira, do Setor de Terrorismo e Sabotagem, e Pedro Paulo Bretas e Antonio Pereira Mattos, do Setor de Expropriação. As declarações desses últimos levaram a polícia a desbaratar três "aparelhos" do COLINA, em Belo Horizonte, na madrugada de 29 de janeiro de 1969. A uma hora, onze policiais dirigiram-se ao "aparelho" da Rua Itaí, "entregue" por Ângelo Pezzuti, onde só encontraram documentos da organização. Às duas horas e trinta minutos, foram para o "aparelho" delatado por Pedro Paulo Bretas, na Rua XXXIV, número 31, onde encontraram explosivos armas e munições. Às quatro horas, reforçados por três guardas-civis, de uma rádiopatrulha, os policiais chegaram ao terceiro "aparelho", na rua Itacarambu, 120, também entregue por Pedro Paulo Bretas. No local sete militantes estavam reunidos planejando uma linha de ação para resgatar Ângelo Pezuti da prisão.
dilma_antigaNo local, ao se prepararem para invadir o "aparelho", os policiais foram recebidos por rajadas de uma metralhadora Thompson, disparadas por Murilo Pinto da Silva, irmão de Ângelo Pezzuti. Esses tiros atingiram mortalmente o Subinspetor da polícia Cecildes Moreira de Faria, que deixou viúva e 8 filhos menores; o Guarda-Civil José Antunes Ferreira, e feriram gravemente o investigador José Reis de Oliveira. No local foram encontrados armas munições, fardas da PM, documentos do COLINA e dinheiro dos assaltos. Na ação foram presos os seguintes militantes: Murilo Pinto da Silva, Afonso Celso Lana Leite, Maurício Vieira de Paiva (ferido com dois tiros), Nilo Sérgio Menezes Macedo, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, Jorge Raimundo Nahas e sua esposa Maria José de Carvalho Nahas.
Após o assalto ao Banco da Lavoura de Sabará, o cerco começou a apertar. Dilma e Galeno começaram a tomar mais cuidado passando a dormir cada noite em um lugar diferente. Como Ângelo Pezzuti e outros membros do COLINA se reuniam no apartamento de Dilma e Galeno ( o que caracteriza , no mínimo apoio logístico), eles destruiram documentos e tudo que pudesse ligá-los à organização Deixaram a vida em Belo Horizonte e entraram para a clandestinidade Eles passaram a usar nomes e documentos falsos. Dilma Vana Rousseff ora era Wanda, Estela, Maria Lúcia, ora era Luiza, ou Marina..
No Rio de Janeiro, o casal fazia parte dos "deslocados" - militantes transferidos de outros locais por serem procurados.
Quem os recebeu no Rio de Janeiro foi o casal dirigente do COLINA, Juarez Brito e Maria do Carmo Brito. Galeno ser transferido pela organização para atuar em Porto Alegre, em contato com uma célula dissidente do "Partidão". Outro que também não ficou no Rio e foi militar no Rio Grande do Sul foi Fernando Pimentel, que viria a ser prefeito de Belo Horizonte e é atualmente ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Governo Dilma Rousseff.

Wanda ou Estela , como queiram, continuou no Rio, colaborando com a direção do COLINA. Transportava armas, dinheiro e munição para os militantes. Participava de reuniões, redigia documentos e discutia ações da organização.
Próximo capítulo:
Dilma, a fusão da VPR com o COLINA e criação da VAR-Palmares

Fontes
Projeto Orvil
Revista Piauí
Revista Época

DO GENTE DECENTE


Jornalismo financiado pelo PT tenta tirar foco do acordo entre Lula e Maluf, segundo lei da oferta e da procura. Ou: Serra disse a Alckmin que não valia a pena se esforçar por Maluf

Os petistas financiados, disfarçados de jornalistas, estão doidinhos para tentar emplacar na imprensa uma, como dizer?, pauta alternativa. Querem que o noticiário mude de foco. Tentam criar uma intriga entre os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Segundo essa versão assalariada, o candidato à do PSDB Prefeitura estaria bravo com o governador, culpando-o por não ter fechado o acordo com Maluf.
Agora os fatos: nem Alckmin nem Serra aceitaram entrar no leilão que Maluf tentou promover. Do governador, ele queria mais espaço no estado; de Serra, o compromisso de nomear desde já alguns aliados. De um, ouviu um “não”; do outro, também. O PT, como se viu, fez um pagamento antecipado — a nomeação de Oswaldo Garcia para a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades — e ainda garantiu que a área de habitação da Prefeitura fica com os malufistas caso Haddad se eleja.
É assim que Maluf negocia. Política tem preço. Lula decidiu pagar. De fato, Maluf havia prometido apoio à candidatura de Serra, mas estava inconformado com o fato de que não estava sendo devidamente recompensado. E resolveu reabrir o leilão. Como os tucanos não se sensibilizaram, avançou na negociação com o PT.
Alckmin estava nos EUA. A mensagem que recebeu de Serra foi bem distinta daquela que está sendo veiculada pelos petralhas: não vale a pena se esforçar para tentar “reconquistar” Maluf. Ao contrário: o esforço poderia ser contraproducente qualquer que fosse o resultado. Traria junto o desgaste do leilão que ele promoveu.
O encontro de Lula e Maluf, assim, consagra o entendimento que ambos têm da política: um queria vender, e outro queria comprar. É, assim, uma espécie de versão argentária do franciscanismo: é pagando que se recebe.
Por Reinaldo Azevedo

Erundina se sentiu desprestigiada por Lula

(Foto: Larissa Ponte/Agência Câmara)
A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), recém-anunciada candidata a vice-prefeita na chapa de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo, reclamou a vários petistas que se sentiu desprestigiada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse teria sido o motivo de sua reprovação pública à aliança do PT com o PP de São Paulo, presidido por Paulo Maluf. Em entrevista ao site de VEJA, Erundina afirmou que vai reavaliar a decisão de ser vice de Haddad: “Não aceito aliança com Maluf”.
O ex-presidente Lula, alegando recomendações médicas, não foi ao ato que oficializou Erundina como vice do petista, na última sexta-feira. As recomendações médicas continuavam válidas nesta segunda, mas mesmo assim Lula compareceu à casa de Maluf e posou para fotos apertando a mão do ex-prefeito e deputado federal.
Para a deputada, Lula poderia no mínimo ter feito o mesmo com ela, comparecendo à cerimônia de anúncio da aliança com o PSB, sem fazer discurso nem declarações à imprensa.
Lula foi proibido de participar de atos públicos por seus médicos. Na semana passada, o ex-presidente esteve internado para a retirada de um cateter que havia sido usado durante o tratamento quimioterápico a que foi submetido para combater o câncer na laringe. Na ocasião, os médicos identificaram uma inflamação na região e pediram o cancelamento da agenda.
(Thais Arbex, de São Paulo)
FONTE: REV VEJA

Que deselegante!!! Collor é vaiado nos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável

Por Denise Menchen, na Folha:
O ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) foi vaiado na tarde desta segunda-feira (18) durante os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, evento que integra a programação oficial da Rio+20. Sentado na primeira fila do debate sobre água, que começou às 15h30, o senador teve a presença anunciada pela moderadora do evento, a jornalista da Al Jazeera Lucia Newman, que se disse honrada com a participação dele. A reação inicial do público — composto em grande parte por estrangeiros — foi uma salva de palmas. Mas, quando os aplausos cessaram, teve início uma vaia ao ex-presidente. Como Collor está numa área reservada para convidados. A reportagem não conseguiu falar com ele.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Maluf, o dinheiro bloqueado nas Ilhas Jersey e o que a Prefeitura de São Paulo tenta recuperar

Pois é… Caso o petista Fernando Haddad seja eleito, terá de dar um jeito, suspeito, na ação que a Prefeitura de São Paulo move para repatriar parte do dinheiro da cidade que Paulo Maluf é acusado de ter desviado. Leiam trecho de uma reportagem de Mario Cesar Carvalho na Folha, publicada em 12 de fevereiro do ano passado.
Duas empresas internacionais, cujo controle é atribuído ao deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e a seus familiares, terão de pagar 300 mil libras (R$ 800 mil) de custas judiciais à corte das Ilhas Jersey por terem perdido uma apelação relacionada ao bloqueio de US$ 113 milhões (R$ 188 milhões). O valor está bloqueado desde 2009. Maluf é acusado de ter desviado recursos públicos durante a construção do túnel Ayrton Senna e da avenida Roberto Marinho, em São Paulo, em sua gestão à frente da prefeitura paulistana (1993-1996).
Ele teria recebido US$ 344 milhões do valor desviado, segundo o Ministério Público. Maluf nega o desvio, o controle sobre as empresas e a existência de contas em seu nome fora do país. É a segunda vez que os advogados de Maluf têm de fazer pagamentos à Corte Real de Jersey, que fica no Canal da Mancha, ao lado do Reino Unido. Em 2009, por conta de outra contestação que perdeu sobre a quebra de sigilo de contas, ele teve de pagar 400 mil libras (R$ 1,068 milhão em valores de hoje).
O dinheiro cobrado pela Justiça de Jersey virá para a Prefeitura de São Paulo, que tenta recuperar os recursos supostamente desviados. Do US$ 113 milhões bloqueados pela Justiça de Jersey, US$ 22 milhões são reclamados pela Prefeitura de São Paulo. O restante deve ficar com a União, que é beneficiada, em tese, nos casos de crime de lavagem de dinheiro. Os advogados das empresas Durant International e Kildare Finance queriam que a Justiça das Ilhas Jersey remetesse o processo sobre o bloqueio para o Brasil.
Apesar de Maluf negar que tenha relação com as duas empresas, seus advogados alegavam que a suposta fraude, os acusados e as testemunhas do suposto desvio são do Brasil — o que justificaria a remessa do processo. Num dos trechos da decisão, os juízes de apelação, perguntam: “Pode a admissão de envolvimento da família de Maluf alterar essa situação?” Eles mesmos respondem logo em seguida que os advogados de Maluf relataram na apelação que ele tem “interesse direto e indireto” no caso.
A Corte Real diz que alegações de que o processo sobre o bloqueio deveria ser transferido para o Brasil não tem fundamento porque o dinheiro está depositado em banco em Jersey, o que faz da ilha o fórum natural do caso. Dos US$ 113 milhões congelados, cerca de US$ 100 milhões são em ações da Eucatex. Maluf e o Deutsche Bank são acusados de terem feito uma operação financeira na qual usaram os recursos desviados da prefeitura para capitalizar a Eucatex.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Herança maldita de Haddad - Governo cancela reunião com professores de federais

Professores em greve e alunos da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp) fazem passeata na Av. Paulista no dia 28 de maio contra o "jeitinho brasileiro" de fazer universidade (Foto: Nelson Antoine / Fotoarena)
Professores em greve e alunos da Unifesp fazem passeata na Av. Paulista no dia 28 de maio contra o "jeitinho brasileiro" de fazer universidade (Foto: Nelson Antoine / Fotoarena)
Na VEJA Online:
O governo federal cancelou, nesta segunda-feira, a reunião agendada para terça-feira entre representantes do Ministério do Planejamento, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e outros representantes dos professores de universidades federais. O encontro havia sido marcado na semana passada e poderia pôr fim à greve dos docentes de instituições federais de ensino superior, que já completou um mês.

Uma nova data deve ser divulgada pelo governo. De acordo com o Andes, os representantes do governo federal alegaram que ainda não tiveram tempo para elaborar uma nova proposta que atenda às demandas dos professores. A previsão é que a reunião seja realizada na próxima semana.
Na última terça-feira, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, pediu uma trégua de vinte dias aos docentes para que fosse apresentado um plano efetivo de reestruturação da carreira. A proposta foi recusada pelos sindicalistas. Mendonça propôs, então, a reunião agora cancelada.
A greve dos professores foi deflagrada no dia 17 de maio, com adesão de 29 instituições. De acordo com o último balanço do sindicato, o número já chega a 55. Eles reivindicam um plano de reestruturação da carreira docente, que teria sido prometido pelo governo federal para março deste ano. Isso inclui o estabelecimento de 13 níveis de remuneração (atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso para a carreira de 2.329,35 reais referente a 20 horas semanais de trabalho (atualmente, o valor é de 1.597,92 reais).
Os professores alegam ainda que as universidades federais têm vivido um processo de “precarização”, consequência da política de “expansão desordenada” iniciada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) - criado pelo governo federal em 2007. Nesta segunda-feira, 32 das 38 institutos federais de educação superior anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Charges





haddad inova, renova ou recicla?

Não esquecendo que o mentor de sua candidatura é um jovem rebelde psicopata.

www.sponholz.arq.br

Jogo dos 7 erros: há algo errado nesta foto?


Adversários históricos, Lula e Maluf selam acordo para que PP apoie Haddad

Thais Arbex


O ex-presidente Lula, o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, e o deputado federal Paulo Maluf: inimigos históricos na mesma aliança
(Brazil Photo Press/Folhapress)

Juntos, Maluf e Lula selam apoio do PP a Haddad

Adversários históricos, os dois políticos veteranos trocam a ideologia por tempo na televisão

É um momento antológico da política brasileira: Luis Inácio Lula da Silva e Paulo Maluf, antagonistas históricos, e dos mais renhidos, de mãos dadas para dar à luz o "novo homem" Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura de São Paulo.
O encontro aconteceu na tarde desta segunda-feira, quando o Partido Progressista (PP) do deputado federal Paulo Maluf selou apoio à chapa encabeçada pelo PT nas eleições municipais deste ano.
“Foi por amor a São Paulo”, disse o deputado sobre a aliança. Lula, incomumente, não disse nada desta vez.
O evento, que começou por volta das 13 horas, aconteceu na residência de Maluf, no Jardim Europa, região nobre da capital paulista.
Estiveram presentes Fernando Haddad, vereadores e deputados do PT, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
Após ficar afastado de compromissos na semana passada por recomendação médica, Lula apareceu de surpresa à cerimônia.
Foi a primeira vez que o ex-presidente visitou a casa de Maluf.

Talvez pela proximidade com Lula, Maluf decidiu usar uma metáfora futebolística.
“Política é como futebol, quem é palmeirense não gosta do Corinthians, quem é corintiano não gosta do Palmeiras. Alguém pode não gostar de mim, mas ninguém pode dizer que não conheço os problemas de são Paulo”.
Em seguida, voltou à sua própria frequência de raciocínio politico: “Não devemos olhar pelo retrovisor, mas pelo para-brisa. Quem olha para trás não olha para frente”. Irretocável.
O presidente estadual do PP afirmou que para ele não existe mais a divisão do mundo em esquerda e direita. “Se você vai a Paris e pergunta se é esquerda ou direita, eles vão pensar que você está falando em sinal de trânsito. O que importa é um governo eficiente”.
O pré-candidato Fernando Haddad, entretanto, discordou da tese ideológica de Maluf.
“Do meu ponto de vista existe sim direita e esquerda. Estamos fazendo um pacto pela cidade, não há correspondência entre todas as ideias que eu defendo na vida e o que o PP defende”, disse o petista.
“Existem muitas divergências em vários campos, mas isso não pode nos impedir de buscar convergências com os partidos da base do governo federal.”
O PP detém no governo Dilma o Ministério das Cidades.
Contorcionismos verbais à parte, as razões por trás do notável encontro desta tarde: o PP, de Maluf, dará à campanha de Haddad um minuto e quarenta e três segundos de tempo na propaganda eleitoral televisiva.
O PT terá agora cerca de 7min39s de propaganda gratuita - um minuto a mais que o tucano José Serra, seu principal adversário.

DO R.DEMOCRATICA

Manifestações nas ruas do Centro marcam o sexto dia da Rio+20


Ambientalistas pedem veto ao Código Florestal, índios protestam no BNDES contra fundo de investimento da Amazônia e mulheres com seios de fora reivindicam direitos

Jovem participa de Marcha das Mulheres, no Centro do Rio
Paulo Nicolella / Agência O Globo
RIO - O sexto dia da Rio+20 é marcado por manifestações pelas ruas da cidade. Na tarde desta segunda-feira, um grupo de manifestantes deixou o Aterro do Flamengo, onde está sendo realizada a Cúpula dos Povos, em direção ao Centro. Esta é a terceira manifestação que ocorre na região. O protesto agora é de ONGs ambentalistas contra o Código Florestal.
Empunhando faixas e cartazes com críticas à presidente Dilma Rousseff, os manifestantes caminharam pela Avenida Presidente Antônio Carlos em meio ao trânsito. Eles sentaram na rua por dois minutos e prosseguiram com o protesto. Os manifestantes seguiram pela Avenida Almirante Barroso e Avenida Rio Branco. O trânsito foi liberado nestes vias, mas ainda é lento. A marcha segue agora para a sede do BNDES, na Avenida Chile, que está interditada.
O movimento é organizado pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas — o mesmo que liderou a campanha “Veta Dilma”, contra o novo Código Florestal.
Mais cedo, duas manifestações deixaram o trânsito bastante complicado no Centro. Após a marcha realizada por mulheres que participam da Cúpula dos Povos (veja fotos do protesto), índios contrários ao Fundo da Amazônia seguiram em passeata até o BNDES, que financia investimentos na região. O cacique Werakwaray, do Espirito Santo, informou por volta das 14h que uma comissão de 12 indígenas conseguiu negociar com autoridades do banco.
Os índios, de diversas aldeias do Brasil, já deixaram o local em grupos. Eles seguiram pela faixa da direita da Avenida Rio Branco, em direção ao Aterro do Flamengo, onde ocorre a Cúpula dos Povos. O trânsito não foi interrompido. Eles passaram pela Cinelândia e atravessaram a Avenida Beira Mar.
O retorno foi ordeiro. No caminho, em todos os cruzamentos de ruas e avenidas, os manifestantes sacudiam chocalhos e apontavam lanças para os motoristas abrirem caminho para os grupos. Os índios percorreram as ruas do Centro dando gritos de guerra.
Quando os índios chegaram ao BNDES, seguranças fizeram um cordão de isolamento na entrada principal do prédio. A porta do edifício da Petrobras, do outro lado da rua, também foi fechada para evitar a entrada dos manifestantes.
O representante dos Arariboias, Bentilho Jorge, disse que eles esperavam ser recebidos por algum representante do BNDES.
— A gente espera ser recebido pelas lideranças do BNDES, pois precisamos protestar contra o Fundo Amazônia e a PEC 215, que se for aprovada não vai permitir mais que sejam demarcadas nossas terras - afirmou.
Mulheres também fizeram marcha pelo Centro do Rio
Mais cedo, uma manifestação de mulheres da Cúpula dos Povos causou um nó no trânsito. Por volta das 11h30m, a pista lateral direita da Avenida Presidente Antônio Carlos foi fechada pela marcha das mulheres no sentido Candelária. Para minimizar os impactos no trânsito, as faixas do sistema BRS foram temporariamente liberadas ao tráfego para todos os veículos. Os reflexos da passeata chegaram às avenidas Presidente Antônio Carlos e Beira Mar, Presidente Vargas, na altura da Rua de Santana, Viaduto do Gasômetro e Elevado da Perimetral.
Segundo organizadores do evento, cerca de 5 mil mulheres de 60 organizações participaram da manifestação. Muitas, inclusive, desfilaram com os seios de fora. A Polícia Militar, entretanto, ainda não informou o número de protestantes. Por volta das 12h15m, elas se instalaram no Largo da Carioca, junto com outros movimentos populares. Antes de chegar ao Largo, manifestantes percorreram a Rua da Assembleia e, por isso, a Avenida Rio Branco ficou temporariamente interditada nesse trecho. A manifestação acabou por volta das 13h, na altura da Avenida Almirante Barroso. Segundo informação dos militantes, cerca de dez mil pessoas participaram.
De acordo com uma das organizadoras da Marcha das Mulheres e representante da via campesina, Adriana Mesali, o objetivo do movimento não era parar a cidade, mas chamar atenção para a reinvidicação dos movimentos.
— A gente não quer perturbar a vida de ninguém, mas em algumas situações é necessário ocupar as ruas para que a cidade perceba a luta dos movimentos sociais. Não adianta ficar concentrado somente no Aterro do Flamengo — disse Adriana, que é uma das principais lideranças femininas no campo.

Uma das líderes do movimento, Schuma Schumacher disse que a ideia é chamar a atenção do governo.
— Queremos mostrar que um documento baseado no livre mercado não será a solução. Não há solução ambiental sem solução social e enfrentamento da pobreza. É por isso que estamos lutando — falou.
A ecóloga Thais Moraes veio de Belo Horizonte especialmente para a Marcha. Aos 23 anos, ela fez barulho tocando um latão pela legalização do aborto:
— As mulheres precisam ter o direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Por isso que faço barulho.
Já a funcionária pública Ana Cristina Serafim, de 44, veio com outras 40 mulheres de Fortaleza em defesa pela liberdade. Para ela, ser livre signifca não ser alvo de violência doméstica e possuir um trabalho digno.
— Mulher tem prazo de validade. Depois dos 40, a vida fica mais difícil.
As principais reinvidações são a campanha contra a economia verde, contra a proibição do aborto e em favor da liberdade do corpo. Leila Tavares, da Marcha Mundial das Mulheres afirmou:
— Estamos aqui para dizer não à economia verde, não à mercantilização dos recursos naturais e do nosso corpo.O grupo deixou o Museu de Arte Moderna (MAM) em direção ao Largo da Carioca pela Avenida Beira-Mar, que apresentou lentidão no tráfego.
A Manifestação das Mulheres por Justiça Social Ambiental Contra a Mercantilização da Vida em Defesa dos Bens Comuns tem participação de representantes do Movimento Sem Terra (MST) e feministas. Os manifestantes seguiram para a Avenida Beira Mar até o MAM, onde se juntaram a outro grupo de mulheres. Elas vão fazer o seguinte trajeto: Avenida Presidente Antonio Carlos, Rua da Assembleia, Largo da Carioca.
Devido à manifestação, outras vias em direção ao Centro tiveram problemas na manhã desta segunda-feira. A Radial Oeste apresentou lentidão com reflexos na Avenida Marechal Rondon. Já o congestionamento na Avenida Francisco Bicalho e Rodrigues Alves afetou a Ponte Rio-Niterói, que teve lentidão em toda a sua extensão e congestionamento nas saídas para o Elevado da Perimetral e para a Rodoviária Novo Rio.
Operadores da CET-Rio e guardas municipais seguem orientando o tráfego.
18.06.2010
DO R.DEMOCRATICA

Os marajás do petismo.

Amorim, o marajá
A direção brasileira da estatal Itaipu Binacional ignorou o que dispõe a Lei de Acesso a Informação e se negou a informar o salário do ministro Celso Amorim (Defesa) para participar de duas reuniões mensais do seu conselho de administração.
Mas esta coluna apurou que Amorim recebe ao menos R$ 19,4 mil mensais. Somando esse valor aos vencimentos de ministro, Amorim embolsaria R$ 46,1 mil por mês.
Acima do teto
Segundo a lei, no serviço público federal ninguém pode perceber mais do que um ministro do Supremo Tribunal Federal: R$ 26.723,13.
Vice-marajás
Conselheiros da Petrobras e da BR Distribuidora, Guido Mantega (Fazenda) e Mirian Belchior (Planejamento) têm R$ 41,5 mil por mês.
Gordo contra-cheque
O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento Industrial) embolsa R$ R$ 38,1 mil por mês, porque integra conselhos como o do BNDES.
Acumulou, ganhou
Advogado-geral da União, o ministro Luís Adams que soma salário aos jetons na BrasilPrev e na BrasilCap, e fatura R$ 38,7 mil mensais.
*Fonte: Coluna do Claudio Humberto
DO B. DO MARIO FORTES

Caos se instala em campus de faculdade federal, e esquerditas começam a bater cabeça. Direção pede socorro à PM, mas tenta negar pedido. Bem, então vamos ouvir as gravações, certo? Nada como matar a cobra e mostrar… a cobra!

A greve de professores no campus de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e as ações de um grupo radicalizado de estudantes trouxeram à luz (e aos ouvidos) um espetáculo de hipocrisias. Na quinta-feira, pela segunda vez em nove dias, a Polícia Militar teve de entrar na universidade. Na primeira, para cumprir uma ordem judicial de reintegração de posse, em companhia da Polícia Federal; depois, para conter a violência. Nota: há greve de professores em 55 instituições federais. O campus de Guarulhos, de fato, não oferece condições adequadas à vida acadêmica. E não é de hoje.
Mas que fique claro: não mudei de ideia, não! Repudio manifestações violentas, ocupações e depredação de patrimônio público. Não sou Marilena Chaui. Não sei voar de vassoura. Reivindicar melhores condições de ensino é até uma obrigação; fazer da instituição uma praça de guerra é coisa de vândalos. Se estudante se comporta como bandido, pouco importa se é ou não. O banditismo não é uma imanência. É bandido quem age como tal. Estudantes podem e devem lutar para corrigir a herança maldita deixada por Fernando Haddad nas universidades federais, mas têm de fazê-lo respeitando os direitos fundamentais de outros estudantes, dos professores e dos funcionários. Dito isso, adiante.
Na quinta-feira, a PM interveio na universidade, houve confronto, e alguns estudantes acabaram detidos na Polícia Federal. Muito bem! Na sexta, a diretoria da Unifesp informou ao programa “Bom Dia Brasil”, da Globo, que os policiais agiram por conta própria. Reproduzo o texto:
“A UNIFESP informou que a direção da universidade não chamou a polícia. De acordo com a UNIFESP, um carro passava pela região e foi até lá.”
Ora, quem ouviu ou leu isso ficou com a óbvia impressão de que a PM exorbitou. É mesmo, é? Este blog conseguiu as gravações do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar). Ouçam esta primeira. Volto em seguida.
Voltei
Muito bem! Quem primeiro faz a solicitação é Lílian, funcionária da Direção Acadêmica do campus. Em seguida, o próprio diretor da área, professor Marcos Cezar Fortes, reforça o pedido. Notem que Lílian informa que a Superintendência da Polícia Federal — subordinada ao Ministério da Justiça, fez um “acordo” com o comandante da PM em Guarulhos para intervir caso os manifestantes optassem pela violência. Como é que essa mesma direção tem, depois, a cara de pau de afirmar que a PM agiu por conta própria?
Entenderam o busílis? Quando necessário, essa gente faz o certo — que é mesmo chamar a polícia em casos assim. Com receio, no entanto, da patrulha esquerdista e doida para jogar o problema no colo de terceiros, nega o pedido. Ouçam agora uma segunda ligação, com a mesma funcionária (mais ou menos a partir de metade do arquivo). Retomo depois.
Como vocês ouviram, muito nervosa, ela acusa a violência dos manifestantes — o que é verdade, dados os atos de vandalismo — e o que chama de “cárcere privado”. Diz ainda que não basta uma viatura, mas várias. No terceiro áudio, o Copom reitera aos policiais, com base nas informações que recebeu, a gravidade da situação.
 
Retomando
Vocês entenderam a lógica? A direção da Unifesp chama a Polícia Militar — e fez muito bem! —, mas pretende esconder a autoria do ato porque, afinal, esse negócio de polícia é coisa da direita — daí ter tentado tirar o corpo fora num jornal de TV de âmbito nacional. Mas a hipocrisia não acaba aí, não!
Há mais. Enviam-me uma carta que circula por aí de uma professora de história da Unifesp chamada Ana Nemi, a que se seguem 11 assinaturas, todas de docentes. Ela explica por que a polícia foi chamada. Atenção! Os métodos empregados pelos violentos da Unifesp não são distintos daqueles postos em prática na USP. Os blogs oficialistas estão reproduzindo a carta da professora, que apoia, sim, a ação da polícia. São os mesmos blogs que censuraram severamente a ação da PM na USP. Entenderam o lixo moral do JEG? Violência contra uma universidade dirigida por petistas é coisa feia e tem de ser reprimida. Violência contra “tucanos” é coisa boa e deve ser incentivada. Leiam a carta da professora. Voltarei para arrematar.
*
Gostaria de me manifestar sobre os episódios recentes no campus Guarulhos, onde funciona a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da UNIFESP.
Ao contrário do que vem sendo veiculado, o que os alunos faziam ali não era ato político pacífico, eles estavam cassando o direito de ir e vir dos professores e funcionários que eles acuaram na Diretoria Acadêmica gritando “invasão”, “invasão”.
O que a polícia fez foi retirar os alunos de lá para que os professores e funcionários ali acuados pudessem retornar do trabalho para suas casas. Quando a polícia chegou eles já haviam vandalizado o prédio quebrando vidros e pichando as paredes que estavam sendo recuperadas dos atos de vandalismos cometidos por eles durante os dias em que ocuparam o campus na semana anterior.
Sendo assim, gostaria de afirmar que também fiz movimento estudantil, também defendi a democracia no exato início dos anos 80 quando, em meio ao apagar das luzes da ditadura e o retorno dos exilados, lembrávamos que Edson Luís morreu para que pudéssemos falar e não para que estudantes das décadas seguintes impedissem colegas, professores e funcionários de uma instituição pública de se manifestarem e de darem aulas.
A polícia não foi chamada para impedir movimento político pacífico, ela foi chamada porque alguns alunos acuaram pessoas da comunidade acadêmica e optaram por tratar questões universitárias, por mais complexas e controversas que sejam, por meio da violência. Exatamente ao contrário do que vem sendo divulgado. A polícia foi chamada, repito, porque esses alunos não respeitam a democracia, a diversidade intelectual, cultural, social e política.
E que não se afirme que o que ocorreu na EFLCH/UNIFESP é precedente para que a polícia ocupe espaços universitários ou que estaríamos importando tecnologia da USP, conforme poucos colegas apressados e desinformados disseram. Estamos lidando com a exceção e, em nome dos princípios democráticos que a exceção pretende suspender, não permitiremos que se torne regra. Assim, não estou advogando a presença da polícia no campus e nem considero aceitável ver alunos feridos ou enfrentando policiais armados.
Mas é bom lembrar que foram os alunos que precisaram chamar a polícia há algumas semanas para que um colega deles que defendia outras ideias saísse escoltado do campus em função das agressões que sofria, exatamente do mesmo grupo de grevistas que acuou parte da comunidade acadêmica na quinta-feira, 14 de junho. O recurso à exceção, portanto, tem partido dos alunos devido às atitudes autoritárias do grupo de alunos minoritário que vem sequestrando o espaço público de debates que vínhamos construindo na EFLCH, infelizmente…
Quero, no entanto, e para finalizar, resistir ao uso político e partidário que vem sendo feito dos problemas decorrentes da construção de um campus de universidade pública. Evidentemente não somos favoráveis ao uso da força como argumento político, por isso repudiamos o grupo de alunos que vem nos acuando violentamente e tentando sequestrar o espaço do campus em favor das pautas eleitorais dos seus pequenos partidos, assim como repudiamos a imprensa que os acolhe sem ouvir aos professores que eles perseguem e caluniam.
Voltei
Endosso, obviamente, boa parte do texto da professora Nemi. Lembro que setores da comunidade uspiana foram submetidos a esse mesmo tratamento pela extrema esquerda que invadiu a Reitoria (no caso da Unifesp, não sei quem comanda as ações). Tudo igual, sem tirar nem pôr. A diferença é que os petistas, em seus fóruns de debate, vibravam com aqueles absurdos. Os blogs sujos babavam de satisfação e atacavam — atacam ainda — o reitor João Grandino Rodas!
Solidarizo-me com a professora, mas estranho parte do seu texto. Sua síntese do que se deu na USP é insuficiente. Diria mesmo que é errada. Existirá, por acaso, alguém favorável a policiais em campi universitários para reprimir alunos? Acho que não! Na USP, não acontece. O patrulhamento da PM nas áreas externas das faculdades visa só à segurança dos estudantes e conta com o apoio da maioria da comunidade universitária. A polícia é boa quando a gente precisa de… polícia, seja para combater traficantes e ladrões que invadem o campus, seja para coibir “sequestradores do espaço público”. É uma gente que não costuma se deixar convencer por Schopenhauer, sabem? Ademais, fiquei curioso: quem estaria fazendo “uso político e partidário” da greve? Até agora, não vi deputados tucanos no campus cantando “Blowin’ in the Wind”… Aliás, eu sinto é falta dos petistas se solidarizando com os alunos, como costumam fazer nas, como é mesmo Marilena Chaui?, “universidades neoliberais” paulistas. Também aguardo ansioso um texto daquele tal Vladimir Safatle, o Lênin de Catalão. O que está esperando para liderar um “occupy Unifesp”?
Eu não tenho um peso e duas medidas. Sou contra esses métodos em qualquer lugar. Mas e “eles”? Haddad censurou a PM quando, obedecendo a uma determinação judicial, ela retirou os invasores da USP. Esse mesmo Haddad nomeou a direção da Unifesp que, está provado, chamou a PM!!! Mais: pertence ao partido do governo que fez um acordo com o Comando da Polícia Militar de Guarulhos para, se necessário, intervir no campus da Unifesp.
Em suma, meu principal problema com os petistas não é achar que seus princípios são errados, mas repudiar a sua absoluta ausência de princípios. É uma espécie de banditismo moral a que polícia nenhuma pode dar jeito.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

O começo do desprezo pelo Cachaça.

Pelo visto não é só parte da petralhada que começa a ver que o PODEROSO CHEFÃO DO MENSALÃO não é nenhuma Brastemp.
O povo também começa a ver.
E isso, não tem preço.


ESCONDAM AS CARTEIRAS ELEITORES PAULISTANOS.

LulaMaluf-11_thumb1Influência de ex-presidente cai 10 pontos, diz Datafolha
Lula, porém, ainda é o cabo eleitoral mais influente na eleição paulistana
Candidato de Dilma ou de Alckmin teriam cerca de 30% de adesão; 43% não votariam em indicação de Kassab

FOLHA DE SÃO PAULO

A pesquisa Datafolha realizada na semana passada mostra que caiu a importância do apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a escolha de um candidato pelo eleitor paulistano.
Questionados, 39% dizem que o endosso de Lula poderia influenciar positivamente seu voto. O índice é dez pontos percentuais menor que o verificado em janeiro.
Lula, porém, continua a ser o melhor cabo eleitoral entre os nomes pesquisados pelo Datafolha. Depois vêm o governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 29%, e a presidente Dilma Rousseff (28%).
Já o prefeito Gilberto Kassab (PSB) se mostra um "anticabo eleitoral". Questionados, 43% dos entrevistados dizem que não votariam no candidato que tivesse o apoio do prefeito. Para 12%, o endosso de Kassab é positivo.
Isso se reflete em outro dado pesquisado: 80% dos eleitores querem o próximo governo diferente do atual.
Ter um padrinho no Palácio do Planalto nunca foi decisivo na eleição paulistana.
A cidade nunca elegeu, desde 1985, um prefeito com apoio do presidente da República. FHC (PSDB) amargou duas derrotas, com as vitórias de Celso Pitta (1996) e de Marta Suplicy (2000). Lula também, com José Serra (2004) e Gilberto Kassab (2008).
Em 1996, o desconhecido Pitta não teria batido os favoritos Serra e Luiza Erundina sem o apadrinhamento do então prefeito Paulo Maluf. Em junho, Pitta tinha 10% dos votos; chegou a quase 45% no primeiro turno e, no segundo, venceu Erundina com 57%.
DO GENTE DECENTE

São Paulo é Sucupira.

Virou um SURURU DE CAPOTE a candidatura do BIANCA, estrela do KIT GAY, para a prefeitura de Sampa.
A MAIOR E MAIS IMPORTANTE CIDADE DA AMÉRICA LATINA.
Não sei se vocês já comeram um SURURU DE CAPOTE, prato típico de Alagoas que é feito com um molusco ( SURURU ) que vive na lama presente nas partes mais rasas de uma lagoa de água doce.
Não é a cara do molusco cachaceiro?
Pois é.
Marta detona Erundina. Erundina detona Maluf. Erundina detona Marta que detona Haddad.
E todos juntos, detonam o SURURU DE ALAMBIQUE.
Em entrevista para a Folha, a velha anciã (sim, o pleonasmo é requerido já que a velhota já está em adiantado estado de decomposição fisíca e mental pelas idéias que defende) Erundina, sai detonando tudo. Até o velho slogam proposto pelo marqueteiro petralha Santana.
Já a Perua do Botox, dá um conselho para a anaciã candidata, ao saber que seria procurada por ela:
"Vá dar os braços para Haddad e saia em campanha por ele."
TRADUZINDO: EXPLODA-SE!

Curta, grossa e definitiva.
Já Homer Simpson começa a dar seus chiliques e ameaça largar a canoa furada que decidiu pilotar, se José Anibal, verdadeiro petista tucano, não apoiar o apoio do comandante da ARKA MALDITA às pretensões "prefeitistas e republicanistas", como diria Odorico Paraguassu, do Homer Candidato.
Tudo isso seria uma imensa piada contada por LuLLa na botica de Bill, se não fosse uma estúpida realidade.
São Paulo vai se tornando uma Sucupira.
Já tem até suas irmãs cajazeira (Marta e Erundina) e seu Dirceu Borboleta, este travestido de caçador de bibas de armário de tenra idade e que também tem lá suas pretensões "prefeitistas e republicanistas".
Tudo isso acompanhado de perto por Zeca Maluf Diabo, trazido à cena pelo Molusco do Sururu de Capote.
Na trama, Odorico luta para inaugurar seu cemitério.
Na realidade, os políticos paulistanos fazem de Sampa um cemitério inaugurado.
Na trama é o cadáver do próprio Odorico que, finalmente, inaugura a terra dos mortos.
Na realida atual de Sampa já inauguraram um cemitério repleto de coerências assassinadas.

Vai entender.

Luiz Marinho e Falcão comandaram negociação com Maluf, em nome de Lula

Já sabemos quer o deputado Paulo Maluf (PP-SP) se prepara para mudar de barco e aderir à campanha do petista Fernand Haddad. O seu pleito principal foi atendido: a Secretaria Nacional de Habitação foi entregue a um homem do seu grupo. A presidente Dilma Rousseff cedeu e fez seu esforço para tê-lo ao lado de Haddad.
Quem comandou a articulação foi Lula, e os dois operadores da negociação foram Luiz Marinho (PT), prefeito de São Bernardo, e Rui Falcão, presidente do partido, encarregados de conversar com Maluf. Falcão é aquele senhor sempre empenhado em combater as elites conservadoras e reacionárias de São Paulo. Chegou à conclusão de que esse trabalho não pode ser feito sem a colaboração de Paulo Maluf. Faz sentido.
Por Reinaldo Azevedo

Pesquisadores da PUC-RJ dizem que Bolsa Família reduziu criminalidade em SP! Pesquisa do Tio Rei informa: esse estudo é uma cascata autoevidente! Mas posso provar!


O jornal O Globo traz uma reportagem com informações que estão naquela categoria que chamo estupefaciente. Não recrimino a reportagem, não, mas a bobajada produzida por pesquisadores da PUC-RJ, que não resiste a cinco minutos de reflexão. Leiam o que informa Alessandra Duarte e Sérgio Roxo (em vermelho). Volto em seguida:
*
A redução da desigualdade com o Bolsa Família está chegando aos números da violência. Levantamento inédito feito na cidade de São Paulo por pesquisadores da PUC-Rio mostra que a expansão do programa na cidade foi responsável pela queda de 21% da criminalidade lá, devido principalmente à diminuição da desigualdade, diz a pesquisa. É o primeiro estudo a mostrar esse efeito do programa na violência.
Em 2008, o Bolsa Família, que até ali atendia a famílias com adolescentes até 15 anos, passou a incluir famílias com jovens de 16 e 17 anos. Feito pelos pesquisadores João Manoel Pinho de Mello, Laura Chioda e Rodrigo Soares para o Banco Mundial, o estudo comparou, de 2006 a 2009, o número de registros de ocorrência de vários crimes - roubos, assaltos, atos de vandalismo, crimes violentos (lesão corporal dolosa, estupro e homicídio), crimes ligados a drogas e contra menores -, nas áreas de cerca de 900 escolas públicas, antes e depois dessa expansão.
“Comparamos os índices de criminalidade antes e depois de 2008 nas áreas de escolas com ensino médio com maior e menor proporção de alunos beneficiários de 16 e 17 anos. Nas áreas das escolas com mais beneficiários de 16 e 17 anos, e que, logo, foi onde houve maior expansão do programa em 2008, houve queda maior. Pelos cálculos que fizemos, essa expansão do programa foi responsável por 21% do total da queda da criminalidade nesse período na cidade, que, segundo as estatísticas da polícia de São Paulo, foi de 63% para taxas de homicídio”, explica João Manoel Pinho de Mello.
O motivo principal, dizem os autores, foi a queda da desigualdade causada pelo aumento da renda das famílias beneficiadas- Há muitas explicações de estudos que ligam queda da desigualdade à queda da violência: uma, mais sociológica, é que diminui a insatisfação social; outra, econômica, é que o ganho relativo com ações ilegais diminui - completa Rodrigo Soares. - Outra razão é que muda a interação social dos jovens ao terem de frequentar a escola e conviver mais com gente que estuda.
Reforma policial ajudou a reduzir crimes
Apesar de estudarem no bairro que já foi tido como um dos mais violentos do mundo, os alunos da Escola Estadual José Lins do Rego, no Jardim Ângela, periferia de São Paulo - com 1.765 alunos, dos quais 126 beneficiários do Bolsa Família -, dizem que os assaltos e brigas de gangues, por exemplo, estão no passado. “Os usuários de drogas entravam na escola o tempo todo”,conta Ana Clara da Silva, de 17 anos, aluna do ensino médio. “Antes, você estava dando aula e tinha gente vigiando pela janela”, diz a diretora Rosângela Karam.
Um dos principais pesquisadores do país sobre Bolsa Família, Rodolfo Hoffmann, professor de Economia da Unicamp, elogia o estudo da PUC-Rio: “Há ali evidências de que a expansão do programa contribuiu para reduzir principalmente os crimes com motivação econômica”, diz. “De 20% a 25% da redução da desigualdade no país podem ser atribuídos ao programa; mas há mais fatores, como maior valor real do salário mínimo e maior escolaridade”.
Professora da Pós-Graduação em Economia da PUC-SP, Rosa Maria Marques também lembra que a redução de desigualdade não pode ser atribuída apenas ao Bolsa Família: “Também houve aumento do emprego e da renda da população. E creio que a mudança na interação social dos jovens beneficiados contou muito.” Do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, o professor Ignácio Cano concorda com a relação entre redução da desigualdade e queda da violência: “Muitos estudos comparando dados internacionais já apontaram que onde cai desigualdade cai criminalidade.”
Mas são as outras razões para a criminalidade que chamam a atenção de Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Misse destaca que a violência na capital paulista vem caindo por outros motivos desde o fim dos anos 1990:
“O estudo cobre bem os índices no entorno das escolas. Mas não controla as outras variáveis que interferem na queda de criminalidade. Em São Paulo, a violência vem caindo por pelo menos quatro fatores: reforma da polícia nos anos 2000; política de encarceramento maciça; falta de conflito entre quadrilhas devido ao monopólio de uma organização criminosa; e queda na taxa de jovens (maioria entre vítimas e autores de crimes), pelo menor crescimento vegetativo.” Para Misse, a influência do programa não foi pela desigualdade: “É um erro supor que só pobres fornecem agentes para o crime; a maioria dos presos é pobre, mas a maioria dos pobres não é criminosa. Creio que, no caso do Bolsa Família, o que mais afetou a violência foi a criação de outra perspectiva para esses jovens, que passaram a ter de estudar.”
Voltei
Há tempos não lia tanta bobagem. O único que diz aí coisa com coisa, com algumas ressalvas, é Michel Misse. O resto é o besteirol de sempre, que associa pobreza a violência. O índice de homicídios em São Paulo vem caindo de forma consistente há mais de 12 anos. O estado está em antepenúltimo lugar no ranking de homicídios por 100 mil habitantes; a capital, proporcionalmente, é a que menos mata no país.
O Mapa da Violência desmente esse estudo de maneira vexaminosa, assombrosa. E não com estudozinho focado na escola X ou Y, não, mas com dados objetivos. Leiam trecho de um post deste blog de 14 de dezembro do ano passado (em azul):
Nesta quarta, foi divulgado o Mapa da Violência com dados de 11 anos, de 2000 a 2010. Pois é… Em 2000, a cidade de São Paulo tinha 64 mortos por 100 mil habitantes, segundo o mapa. Em 2010, apenas 13 - uma queda de 80%. No outro extremo, Salvador tinha 12,9 naquele ano; em 2010, saltou para 55,5 mortos por cem mil: um crescimento de 330,2%…
(…)
O Brasil teve 49.932 homicídios no ano de 2010. De acordo com o Mapa da Violência divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari com informações dos ministério da Saúde e da Justiça, a taxa de homicídios no ano passado ficou em 26, 2 mortes para 100.000 habitantes. O número significa uma pequena redução em relação a 2009, quando a taxa foi de 27 mortes. Mas a taxa é superior à de conflitos armados em países como o Afeganistão, a Somália, ou o Sudão. Qualquer taxa acima de 10 mortes por 100.000 pessoas é considerada epidêmica por organismos internacionais. Uma epidemia que, no Brasil, tirou 1 milhão de vidas nos últimos 30 anos.
O maior índice de homicídios é o de Alagoas, com 66, 8 mortes por 100.000 habitantes. Em seguida, vêm o Espírito Santo (50, 1), Pará (45, 9), Pernambuco (38,8) e Amapá (38,7). Os menores números são os de Santa Catarina (12,9), Piauí (13,7), São Paulo (13,9), Minas Gerais (18,1), Rio Grande do Sul (19,3) e Acre (19,6). Entre as capitais, Maceió é a que tem o maior número de homicídios por habitante. São Paulo possui a menor taxa. A trajetória da capital paulista, aliás, chama a atenção: em 2000, a cidade tinha a 4ª maior taxa entre as capitais. De lá para cá, o índice de homicídios no município caiu cerca de 80%.
“A grande novidade é que há um processo de nivelamento nacional da violência que não existia dez anos atrás. Há dez anos, ela estava concentrada nas regiões metropolitanas. Agora se espalhou. As taxas dos sete estados que em 2000 eram os líderes de violencia caíram, e os sete que tinha as taxas menores subiram”, diz Julio Jacobo, coordenador da pesquisa.
Aumento
Uma análise em perspectiva mostra um aumento da violência nas regiões Norte e Nordeste: entre 2000 e 2010, o número de homicídios mais do que quadruplicou no Pará, na Bahia e no Maranhão. A maior queda se deu em São Paulo, que registrou uma redução de 63, 2% no número de homicídios durante a década passada, mesmo com o aumento populacional. O Rio de Janeiro também teve uma diminuição expressiva, de 42,4%, no período.
A pesquisa mostra que os números da violência têm se estabilizado nas capitais, enquanto a criminalidade avança nas cidades menores. Em 2010, a maior taxa de homicídios ficou com a cidade de Simões Filho (BA): o índice chegou a 146, 4 assassinatos por 100.000 pessoas. De acordo com o levantamento, três causas contribuíram para essa mudança de perfil: a desconcentração econômica do país, o aumento do investimento em segurança nas grandes cidades e a melhoria nos sistemas de captação de dados sobre crimes nos pequenos municípios.
Retomo
Usar o Bolsa Família para explicar a queda de violência em São Paulo é a mais nova farsa influente. A anterior era atribuir a queda à campanha do desarmamento. Pergunto aos iluminados: por que, então, a campanha do desarmamento não produziu os mesmos efeitos no resto do Brasil? Por que, então, houve, na média, aumento da violência no Norte e Nordeste, embora sejam as regiões mais beneficiadas pelo Bolsa Família? A verdade é bem outra. No dia
12 de janeiro, o Globo dava uma notícia relevante. Segue em preto, com comentários em azul.
Estados brasileiros que prenderam mais registraram menos homicídios. Levantamento feito pelo GLOBO com base nos dados do Sistema Nacional de Informação Penitenciária (InfoPen) do Ministério da Justiça e do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, revela que as unidades da Federação em que há menos presos por homicídio do que a média nacional viram, na década passada, a taxa de assassinatos aumentar 16 vezes mais em comparação aos estados com população carcerária maior.
Em 12 estados do grupo que tem menos presos houve aumento no número de assassinatos, incluindo a Bahia, que teve uma explosão no índice de homicídios, passando de 9,4 por 100 mil habitantes para 37,7 por 100 mil habitantes entre 2000 e 2010. Alagoas, o estado mais violento do Brasil, também tem menos presos pelo crime do que a média nacional. Lá, em dez anos, o índice de assassinatos subiu de 25,6 para 66,8 por 100 mil habitantes.
Já havia chamado a atenção de vocês para o caso da Bahia, onde a elevação do índice de homicídios é assustadora. O Mapa da Violência, diga-se, evidencia que essa é uma realidade de quase todos os estados nordestinos. Mais um mito caiu: aquele segundo o qual o baixo crescimento econômico induz a violência. O Nordeste cresceu mais do que a média do Brasil nos últimos anos e muito mais do que a própria média histórica.
A única exceção no quadro é o Rio de Janeiro. Segundo os dados do InfoPen, o estado tem o menor número de presos por assassinatos do Brasil e, ainda assim, conseguiu reduzir o número de homicídios de 51 para 26,2 por 100 mil habitantes.
O dado precisa ser visto com cuidado. Havia no estado, como se tornou público, um problema de subnotificação. Mas isso é o menos relevante agora. Bem ou mal, o Rio decidiu enfrentar o crime organizado. O índice é ainda brutal. Se quiser chegar ao número que a ONU considera aceitável,  terá de prender mais.
Na outra ponta, em cinco dos 14 estados com mais presos (Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Roraima e Pernambuco, além do Distrito Federal) houve queda nas taxas de assassinatos. O estado que mais reduziu o crime é São Paulo. Passou de 42,2 para 13,9 homicídios por 100 mi habitantes. Em outros dois (Rondônia e Acre), os indicadores mantiveram-se estáveis.
Bem, os dados estão aí. Pode-se tentar entendê-los; pode-se ignorá-los, como, vocês verão, farão um “especialista” e uma representante do governo. No caso dela, pesam certamente dois fatores: a ideologia e a zona do conforto.
A taxa de detentos cumprindo pena por homicídios simples, qualificado e latrocínio no Brasil é de 36,9 presos por 100 mil habitantes. Em 13 estados as populações carcerárias de homicidas estão abaixo desse total. Na média, os assassinatos nesses estados cresceram 62,9% na década passada ante 3,8% dos 14 estados que têm mais detentos.
Alguma dúvida sobe o que vai acima?
Alguém precisa contar aos tais pesquisadores da PUC-RJ que, assim como não se deve oferecer polícia a quem precisa do Bolsa Família, não se deve conter com Bolsa Família quem precisa de polícia. E uma recomendação final: parem com esse preconceito asqueroso contra pobre, sob o pretexto da benevolência social. Se pobreza induzisse violência, ninguém conseguiria botar o nariz fora da porta. Nem os pesquisadores da PUC…
Por Reinaldo Azevedo
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