quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sai da frente que lá vem o Dilmóvel!

Ave, Cesare, eu que perdoei os teus assassinatos te saúdo!

Na foto, Tarso Genro, ex-ministro da Justiça, saúda o seu protegido, o assassino Cesare Battisti. Tarso diz que não extraditou o frio e sanguinário terrorista porque a Itália é um país corrupto. Lá, no entanto, os assassinos vão presos. Aqui são recebidos com honrarias pelo governador do estado, no Palácio do Governo. Ave, Cesare! 
DO CELEAKS

VINTE ANOS DEPOIS, MAIS UMA AULA DE JORNALISMO PARA NELSON BREVE, O CHEFÃO DA EBC, QUE DIFAMOU A POLÍCIA DE SÃO PAULO

Queridos, o texto, mais uma vez, vai ficar um pouco longo. Mas vale a pena ler porque estou destrinchando um método.
Relatei aqui dia desses uma conversa que tive há uns 20 anos com Nelson Breve, atual chefão da EBC. Ele começou a carreira jornalística no Diário do Grande ABC, onde também comecei. Quando nos falamos, eu era redator-chefe do jornal, e ele, repórter iniciante. Embora já maduro (não sei sua idade, mas deve ser mais velho do que eu;  estou com 50), não tinha experiência na área porque havia feito carreira no setor bancário. Era um rapaz cordato, de temperamento amigável. Eu não menos — ainda que alguns bobalhões suponham o contrário —, embora jamais abra mão de dizer que o penso. Concordar com aquilo de que se discorda por elegância é burrice ou covardia. Sim, ele era petista, o que, para mim, era irrelevante. Não fazia peneira ideológica para contratar repórteres. Já escrevi aqui a síntese de minha conversa com ele — e sempre a levei a sério onde quer que tenha trabalhado: “Eu me interesso pela notícia, não por aquilo que grupos de pressão dizem ser notícia”. Saí do jornal em 1992, Breve ficou. Deu seqüência à sua carreira jornalística e política, no que, vê-se, foi muito bem-sucedido.  Talvez tenham faltado algumas conversas, a julgar por, como vou chamar?, um verdadeiro crime jornalístico cometido pela Agência Brasil, que pertence à EBC, que ele preside.
Relatei aqui o caso na manhã de ontem. Na segunda-feira, a Agência Brasil veiculou para o país e o mundo uma “denúncia” feita por um advogado, evocando a sua condição de membro da OAB de São José dos Campos, segundo a qual haveria mortos na operação de desocupação do Pinheirinho. Os corpos estariam sendo escondidos pela Polícia Militar. Descobriu-se depois que o dito-cujo, Aristeu César Pinto Neto, é advogado do Movimento dos Sem-Teto, uma das forças que comandam a luta política do Pinheirinho. A suposta notícia foi parar nos grandes portais, como Terra e UOL. Os petralhas deram um jeito de espalhar a mentira mundo afora. No Guardian, por exemplo, estava escrito:
“Throughout Sunday, social media sites filled with apocalyptic reports of a supposed ‘massacre’, taking place within the community. One email, sent to international media, claimed there were reports that people had been killed. Brazil’s biggest TV network, Globo, described the eviction as ‘an operation of war’.”
“Durante todo o domingo, sites das redes sociais foram tomados por relatos apocalípticos sobre um suposto massacre. Um e-mail enviado à imprensa internacional sustentava que havia relatos de que pessoas tinham sido assassinadas. A maior rede de Tv do Brasil,  a Globo, descreveu a desocupação como ‘uma operação de guerra’”.
Não sei se a Globo realmente recorreu à expressão. Mas essa foi a fala, como se sabe, de Gilberto Carvalho. Muito bem, meus caros! A mentira veiculada pela empresa oficial de jornalismo, vê-se, ganhou o mundo, ainda que na forma de “relatos”. Os petralhas e a extrema esquerda, está cada vez mais claro, estão articulados para fazer circular suas mentiras mundo afora. Voltemos a Nelson Breve.
Ele tentou consertar a barbaridade feita no dia 23 e conseguiu incorrer em mais uma penca de, serei delicado, delitos jornalísticos. Reproduzo em vermelho a nova reportagem, assinada agora por Alex Rodrigues, publicada ontem. Comento em azul. O desastre já começa no título.
*
Autoridades negam que tenha havido morte durante desocupação em São José dos Campos
Não, Nelson Breve! Isso é delinqüência jornalística financiada com dinheiro público. Você deveria ter pedido desculpas e informado que NÃO HAVIA MORTOS COISA NENHUMA e que a empresa que você dirige errou ao publicar uma denúncia de um militante, sem qualquer evidência ou apuração. ONDE VOCÊ APRENDEU A FAZER JORNALISMO ASSIM, NELSON BREVE? Comigo, com absoluta certeza, não foi! Enquanto eu comandei a redação do Diário do Grande ABC, de meados dos anos 80 até o comecinho dos 90, isso não aconteceria de jeito nenhum! Se alguém cometesse barbaridade semelhante contra qualquer partido, inclusive o PT, seria demitido num piscar de olhos. ASSIM, NELSON BREVE, OU VOCÊ DEMITE OU SE DEMITE! Não fazer nem uma coisa nem outra será evidência de que acha bom o procedimento criminoso.
Ao menos 23 pessoas ficaram feridas durante os conflitos entre moradores de um terreno ocupado em São José dos Campos, no interior paulista, e policiais militares que cumprem decisão judicial de reintegração de posse. Segundo a prefeitura, a maioria sofreu ferimentos leves e foi socorrida nas unidades de Pronto-Atendimento. Um das vítimas, contudo, continua internada. Trata-se de um homem atingido por um tiro. Hoje (24), autoridades negaram à Agência Brasil a informação divulgada ontem (23) de que houve morte durante a retirada das cerca de 9 mil pessoas que vivem há sete anos e 11 meses na área conhecida como Pinheirinho, na periferia da cidade. A prefeitura informa que, em agosto de 2011, cerca de 5.500 pessoas viviam no local. De acordo com a Polícia Militar, “é improcedente a afirmação de que teria ocorrido alguma morte durante as ações”. Toda a ação foi documentada e acompanhada por autoridades do Poder Judiciário, diz a corporação.
Deixem-me ver se entendi o método Nelson Breve de fazer jornalismo com dinheiro público. Um militante da “causa” denuncia a existência de mortos numa operação comandada pela PM, SOB DETERMINAÇÃO JUDICIAL. Em qualquer empresa jornalística decente do mundo, antes que isso seja jogado ao vento, faz-se uma apuração. Afinal, não se trata de uma divergência de opinião, certo? Esse é um procedimento da Agência Brasil? Qualquer denúncia rende reportagem, mesmo sem nenhuma evidência, e basta ouvir os acusados no dia seguinte? É assim, Breve? Venha a público para defender o procedimento!
Por meio de sua assessoria, a prefeitura de São José dos Campos garantiu que, desde o início da operação da PM, na manhã do último domingo (22), nenhuma morte, de criança ou adulto, foi registrada. Segundo o coordenador de Comunicação da prefeitura, Eustáquio de Freitas, declarações de que uma pessoa teria sido morta são “fantasiosas”.
Ah, Nelson Breve!!! Eu vou lhe ensinar como se apura e como se derruba uma reportagem. Isso tudo que seus repórteres fizeram no dia seguinte deveria ter sido feito no dia mesmo em que a denúncia foi feita. E sem publicar uma linha a respeito. Como se constata, não há uma só evidência, nada! Essa matéria é uma delinqüência jornalística derivada da delinqüência original. Diga-me aqui, Breve: seria correto eu publicar aqui no meu blog que há quem diga que você trapaceou na EBC para assumir o lugar da Tereza Cruvinel? Se eu não conseguir provas, no dia seguinte faço outro post dizendo: “Breve nega, e não há evidências de que tenha trapaceado”. Isso é jornalismo? Foi o que você fez.
“O mesmo tipo de boato já vinha sendo divulgado pela internet, por meio de redes sociais. Não houve nenhum caso de morte”, afirmou Freitas, hoje, à Agência Brasil. Freitas se refere às declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto. Ontem, Neto disse, em entrevista à TV Brasil (que não chegou a ser veiculada pela emissora), que houve morte na operação de reintegração de posse e que crianças estariam entre as vítimas.
Vejam que método, digamos, transparente de confessar a picaretagem feita no dia anterior, não é? Como se atuasse em sua defesa, o texto informa: “a notícia não chegou a ser veiculada na TV Brasil”. Pô, que gente cuidadosa, não é mesmo? MAS ATENÇÃO PARA O MOMENTO MAIS ESTÚPIDO E BRUTAL NA REPORTAGEM.
Procurada, em um primeiro momento,a prefeitura não quis se manifestar. Mais tarde, no entanto, depois de a Agência Brasil divulgar matéria com a informação de que teria havido morte durante a operação, o prefeito Eduardo Cury fez questão de desmentir as declarações do representante da OAB no município Aristeu César Pinto Neto.
Ah, a culpa é das vítimas, que foram acusadas de praticar homicídios e de ocultar cadáveres. Viram? Quem mandou o prefeito não falar? Sei… Alguém acusa Breve, mesmo sem provas, de usar a EBC e sua posição no PT para beneficiar a própria família. Mesmo sem a prova. Eu o procuro para saber o que ele tem a dizer. Caso não fale, publico o boato e ainda o acuso de não ter querido “dar o outro lado”. Pô, Breve, dá o outro lado aí, ou ponho você na boca do sapo! É um absurdo! É uma prática fascistóide! “Ou o acusado fala ou será o responsável pela difamação que o atinge”.
De acordo com Freitas, o caso mais grave registrado até o momento é o de um homem de cerca de 30 anos, atingido por um tiro no domingo (22) de manhã, durante tumulto que ocorreu no centro de triagem, fora, portanto, do terreno ocupado. O homem foi operado e está internado no Hospital Municipal. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso e ainda não se sabe de onde partiu o tiro. Por telefone, uma atendente do Instituto Médico-Legal (IML) de São José dos Campos informou à reportagem, hoje de manhã, que nenhum corpo identificado como sendo de morador do Pinheirinho deu entrada no instituto desde o início dos conflitos.
Certo! Todo o trabalho que deveria ter sido feito no dia e que derrubaria a reportagem foi feito só no dia seguinte, gerando uma nova matéria absurda!
O presidente da OAB local, Júlio Aparecido Costa Rocha, desautorizou o presidente da Comissão de Direitos Humanos a falar sobre o assunto em nome da instituição. “[Até o momento] não foi apresentada à OAB nenhuma informação concreta [a respeito de uma possível morte]. Estamos aguardando dados objetivos para iniciar uma investigação. O doutor Aristeu [Neto] não pode fazer declarações em nome da OAB porque, além de exercer o cargo de presidente da comissão, é também advogado das famílias, o que o coloca em uma posição de duplo interesse.”
Um dia depois de ficar claro que Aristeu não tinha prova de nada e estava comprometido com o movimento, como aqui se evidenciou, a Agência Brasil foi ouvir a OAB. Mas notem como a EBC se preocupa com o outro lado! Aristeu, coitadinho, o que MENTIU SOBRE AS MORTES, é citado acima. Ora, vamos ouvi-lo de novo, a título de outro lado.
Procurado, Aristeu Neto voltou a criticar o que classifica de “violência excessiva” dos policiais militares durante a operação. Ele revelou, contudo, não ter provas concretas que sustentem sua afirmação de que teria havido morte ou que moradores estejam desaparecidos. “As imagens demonstram excessiva violência e, independentemente de ter ocorrido morte ou não, a postura da polícia e do governo [estadual] está incorreta”, disse Neto à Agência Brasil, explicando que sua afirmação anterior foi baseada nas cenas que presenciou durante um conflito no Ginásio Poliesportivo, de onde, segundo o advogado, uma criança teria sido retirada em “estado grave”.
Ah, agora o Aristeu diz não ter “provas concretas”. Grande advogado! Vai ver ele tinha as provas abstratas.
De acordo com o último balanço divulgado pela prefeitura, 925 famílias residentes no Pinheirinho já foram cadastradas por funcionários da prefeitura. Dessas, 250 estão abrigadas em três dos oito espaços preparados pela prefeitura. A PM deteve 30 pessoas por resistência, desordem ou danos ao patrimônio público. Oito pessoas foram presas, sendo três procuradas pela Justiça e as demais acusadas de tráfico de drogas ou outras práticas delituosas. A PM também diz ter apreendido duas armas, uma delas uma espingarda calibre 12, além de três bombas incendiárias, maconha e cocaína. Oito veículos foram incendiados.
*Colaborou: Alice Marcondes//Edição: Graça Adjuto
Pois é… Eu me envergonho um tantinho por Nelson Breve. Não sei o que o petismo fez com a sua moral e a sua ética nos últimos 20 anos, mas ele tinha ao menos discernimento para reconhecer o trabalho porco feito na ida e na volta.
Sim, eu faço jornalismo de opinião ou chamem lá como lhes der na telha os que não gostam de mim. Mas não lido com dinheiro público nem sou financiado pelo estado. Opino muito, às vezes com dureza. Fatos considerados muitas vezes verdadeiras poesias pelas esquerdas são tratados aqui como manifestação do horror e do terror político. MAS A MENTIRA ESTÁ FORA DA JOGADA. Aí não dá! Não houvesse mais nenhuma distinção entre mim e eles (e há um monte!!!), haveria esta, essencial e definitiva: eu só lido com fatos.
A notícia veiculada pela Agência Brasil é uma forma de terrorismo político. Se os repórteres escreveram, se os editores trabalharam o texto e o puseram no ar, isso significa que há uma cultura política que autoriza prática tão nefasta. EU TENHO A ABSOLUTA CERTEZA DE QUE ALGO PARECIDO NÃO ACONTECERIA SE OS ALVOS FOSSEM PETISTAS. Aliás, tenho bem mais do que a certeza: tenho a prova. Cadê o destaque, na Agência Brasil, ao estudante que ficou cego de um olho num confronto com a Polícia do Piauí, governado pelo PSB e pelo PT?
Os goebbels do petismo já podem se dar por satisfeitos. A mentira veiculada na Agência Brasil já ganhou o mundo. É mentira! E daí? Para que o episódio lhes causasse algum constragimento, forçoso seria que a verdade lhes fosse um imperativo moral. 
Texto publicado originalmente às 22h36 desta quarta
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

STF nega pedido de suspensão da desocupação do Pinheirinho

Na Folha Online:
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cezar Peluso, arquivou a ação da Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais de São José dos Campos (97 km de SP) que pedia a suspensão imediata da desocupação da área invadida do Pinheirinho. A reintegração de posse começou no domingo (22).
O ministro disse que o pedido da associação é “inviável”, porque o mandado de segurança foi impetrado contra uma decisão do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) –onde ainda não foram esgotadas todas as possibilidades de recurso. O presidente do STJ entendeu que era válida a ordem da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, que determinou a desocupação da área para reintegração de posse.
No pedido ao STF, a associação alegava perigo na demora de uma decisão, e afirmava que não seria possível aguardar o fim do recesso do Judiciário para que o STJ julguasse o recurso interposto contra a decisão do presidente da corte. A associação pedia o reconhecimento do interesse da União e a competência da Justiça Federal para analisar o caso.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Por que Lula tem de arrastar seu fotógrafo oficial para sessões de radioterapia? Ou: Que outro ex-presidente no mundo tem fotógrafo oficial? Ou ainda: O câncer fashion

É claro que eu poderia me abster deste comentário porque há sempre estúpidos incapazes de ler o que está escrito e dispostos a me acusar por aquilo que não escrevi. Ocorre que esses tontos não são meus juízes. Então escrevo. Vejam esta foto
lula-gianecchini
Foi feita por Ricardo Stuckert, do Instituto Lula. O Apedeuta faz tratamento de radioterapia no hospital Sírio-Libanês, onde Reynaldo Gianecchini também se trata. O ex-presidente decidiu visitar o ator. Até aí, bem! Mas o que faz junto o seu fotógrafo oficial? Aliás, desconheço outro político no mundo, já fora do poder, que tenha um “fotógrafo oficial”!!! Isso é coisa daqueles bilionários das arábias…
Já notaram que jamais se estranhou isso na imprensa? Os leitores muito jovens — e os tenho aos montes, felizmente — talvez não se lembrem, mas uma das críticas em que a imprensa se fartava era a tal “vaidade” de FHC… A acusação era sempre ressentida, meio bucéfala, tentando demonstrar que era uma ilusão ele se achar superior aos demais políticos só porque era intelectual. Ele jamais havia se declarado assim, mas e daí? Imaginem se o tucano carregasse um fotógrafo pra cima e pra baixo… Ao contrário: FHC já declarou que gosta é de privacidade.
Não Lula! Com ele, até o câncer tem de ser um espetáculo e de render flashes. VOCÊS JÁ SE DERAM CONTA DO ABSURDO QUE É CARREGAR FOTÓGRAFO EM SESSÃO DE QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA??? Pra quê? Por quê? A única resposta possível é esta: POLÍTICA! Luiz Inácio Apedeuta da Silva usa o câncer para reforçar a mitologia. Se puder aparecer ao lado de um ator querido por muitos, que também leva adiante uma batalha e tanto, melhor!
Alguns tolinhos da sociologia de fancaria vêm com aquela bobagem de que, assim, ele ajuda a desmistificar a doença etc e tal. Uma ova! Ajudaria caso se portasse como um homem comum — ainda que homem comum tratado no Sírio-Libanês. Levando junto um aparato, vivendo vida de artista, ele faz é o contrário. Não serve de exemplo, mas de exceção. Os demais pacientes não podem fazer essa glamorização da doença.
Eu detesto ter de escrever este texto, se querem saber. Acho que as enfermidades têm de ser tratadas com decoro. Jamais permiti, e não permitirei, neste blog, abordagens desrespeitosas com doentes — pode ser até o Chávez. É claro que as moléstias não tornam bons e decentes indivíduos maus e indecentes. Mas não é uma categoria de pensamento e uma categoria política. Ademais, queridos, não tem jeito — sou quem sou! —, acho que a compaixão é um bom sentimento.
Por isso mesmo eu me constranjo com a espetacularização a que Lula submete a própria doença. Stuckert deveria começar a divulgar as fotos dos encontros políticos do chefe, já que ele está articulando as eleições de 2012. Se é para acabar com o preconceito, que se mostre o petista cuidando das relações de poder, sem essa abordagem fashion.
Trata-se de uma cara politização barata da doença.
PS - Pior sorte teve Mário Covas. Doente de câncer, tomou bandeiradas na cabeça dos petistas, até sangrar.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Reprovado no Enem - Artigo de José Serra

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado pelo ex-ministro da Educação Paulo Renato de Souza, em 1998, como parte de um esforço para melhorar a qualidade das escolas desse ciclo educacional. Para isso precisava de um instrumento de avaliação do aproveitamento dos alunos ao fim do terceiro ano para subsidiar reformas no sistema. Iniciativas desse tipo também foram adotadas para o ensino fundamental e o universitário. Nada mais adequado que conhecer melhor o seu produto para adotar as terapias adequadas. O principal benefício para o estudante era avaliar o próprio conhecimento.
O Enem é uma prova voluntária e de caráter nacional. As questões são as mesmas em todo o Brasil. Sua expansão foi rápida: até 2002, cerca de 3,5 milhões de alunos já tinham sido avaliados. Note-se que Paulo Renato chegou a incentivar as universidades a levarem em conta o resultado do Enem em seus respectivos processos seletivos. Em 2002, 340 instituições já faziam isso.
Ainda que o PT e seus sindicatos tivessem combatido o Enem, o governo Lula manteve-o sem nenhuma modificação até 2008, quando o Ministério da Educação (MEC) anunciou, pomposamente, que ele seria usado como exame de seleção para as universidades federais, o que "acabaria com a angústia" de milhões de estudantes ao pôr fim aos vestibulares tradicionais. A partir dessa data, dados os erros metodológicos, a inépcia da gestão e o estilo publicitário (e só!) de governar, armou-se uma grande confusão: enganos, desperdício de recursos, injustiças e, finalmente, a desmoralização de um exame nacional.
O Enem, criado para avaliar o desempenho dos alunos e instruir a intervenção dos governos em favor da qualidade, transformou-se em porta de acesso - ou peneira - para selecionar estudantes universitários. Uma estupenda contradição! Lançaram-se numa empreitada para "extinguir os vestibulares" e acabaram criando o maior vestibular da Terra, dificílimo de administrar. A angústia de milhões de candidatos, ao contrário do que anunciou o então ministro Fernando Haddad, cresceu, em vez de diminuir. E por quê? Porque a um engano grave se juntou à inépcia.
Vamos ao engano. Em 2009 o Enem passou a usar a chamada Teoria da Resposta ao Item (TRI) para definir a pontuação dos alunos, tornados "vestibulandos". Mas se recorreu à boa ciência para fazer política pública ruim. A TRI mede a proficiência dos alunos e é empregada no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Sabe) desde 1995, prova que não seleciona candidatos - pretende mostrar o nível em que se encontra a educação, comparar as escolas e acompanhar sua evolução, para orientar as políticas educacionais.
Como o Enem virou prova classificatória, o uso da TRI, que não confere pontos aos alunos segundo o número de acertos (Teoria Clássica dos Testes), renovou a "angústia". O "candidato" não tem ideia de que pontuação lhe vão atribuir porque desconhece os critérios do examinador. Uma coisa é empregar a TRI para avaliar o nível dos jovens; outra, diferente, é fazer dela um mistério que decide seu destino. Na verdade, o "novo" Enem passou a usar a TRI para, simultaneamente, selecionar alunos, avaliar o desempenho das escolas, criar rankings, certificar jovens e adultos que não completaram o ensino médio e orientar o currículo desse ciclo. Não há exame no mundo com tantas finalidade discrepantes.
A Teoria Clássica dos Testes não distingue o acerto derivado do "chute" do decorrente da sabedoria. A TRI pode ser mais apropriada como forma de avaliar o nível da educação, mas como critério de seleção vira um enigma para os candidatos. Os vestibulares "tradicionais", como a Fuvest, costumam fazer sua seleção em duas etapas: uma primeira rodada com testes e uma segunda com respostas dissertativas - que não comportam o chute.
O Enem-vestibular do PT concentrou, ainda, na prova de redação a demonstração da capacidade argumentativa do aluno. Além de as propostas virarem, muitas vezes, uma peneira ideológica, assistimos a um espetáculo de falta de método, incompetência e arbítrio. O País inteiro soube de um aluno, em São Paulo, que recorreu à Justiça e sua nota, de "anulada", passou para 880 pontos - o máximo é mil. Outro, ao receber uma explicação de seus pontos, constatou um erro de soma que lhe roubava 20 pontos. Outros 127 estudantes conseguiram ter suas notas corrigidas. Atentem para a barbeiragem técnica: nos testes, recorre-se à TRI para que o "chute" não tenha o mesmo peso do acerto consciente, mas o candidato fica à mercê de uma correção marcada pelo subjetivismo e pelo arbítrio.
É conhecida também a sucessão de outros problemas e trapalhadas: quebra do sigilo em 2009, provas defeituosas em 2010 e nova quebra de sigilo em 2011. Além disso, os estudantes que, via Justiça, cobram os critérios de correção das redações costumam receber mensagens com erros grotescos de português. Todos nós podemos escorregar aqui e ali no emprego da norma culta. Quando, porém, um candidato questiona a sua nota de redação e recebe do próprio examinador um texto cheio de erros, algo de muito errado está em curso.
Se o MEC queria acabar com os vestibulares, não poderia ter criado "o" vestibular. Se o Enem deve ser também uma prova de acesso à universidade, não pode ser realizado apenas uma vez por ano - prometem-se duas jornadas só a partir de 2013. A verdade é que o governo não criou as condições técnicas necessárias para que a prova tivesse esse caráter. A quebra de sigilo em 2011 se deu porque questões usadas como pré-testes foram parar na prova oficial. O banco de questões do Enem não suporta a demanda. O PT esqueceu-se de cuidar desse particular no afã de "mostrar serviço" - um péssimo serviço!
O ex-ministro Haddad, antes de deixar o cargo, fingiu confundir a crítica que fizeram a seu desempenho com críticas ao próprio Enem, o que é falso. Talvez seu papel fosse mesmo investir na confusão para tentar apagar as pegadas que deixou. O nosso papel é investir no esclarecimento.
José Serra, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo
O Estado de S.Paulo
26/01/2012
 
 
 

Do PMDB para Dilma: "cuide de seus corruptos, de meus corruptos cuido eu!"

Em um gesto público de insatisfação com o governo de Dilma Rousseff, o PMDB desafiou ontem o Planalto a demitir o apadrinhado da legenda que comanda órgão federal de combate à seca. O recado foi dado pelo líder da bancada de deputados federais do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que é o candidato oficial da base governista a comandar a Câmara a partir de 2013. "O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido do Brasil? Que tem o vice-presidente da República, 80 deputados, 20 senadores? Vai brigar por causa disso? Por que faria isso?", questionou Alves, responsável pela indicação sob ameaça de exoneração. 
O deputado também cobrou reciprocidade, defendendo que Dilma aja em relação a seu afilhado da mesma forma que agiu com ministros que, mesmo sob suspeita, foram mantidos nos cargos. No centro da crise está o diretor-geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), Elias Fernandes, filiado ao PMDB. O governo cogita tirá-lo depois que a CGU (Controladoria-Geral da União) apontou desvios de R$ 192 milhões na estatal. O Dnocs é vinculado ao ministro Fernando Bezerra (Integração), do PSB, que confirma a informação de que haverá mudanças no órgão. 
"Se fosse assim, o Fernando Bezerra tinha sido demitido; o Fernando Pimentel [Desenvolvimento] tinha sido demitido; o Paulo Bernardo [Comunicações] tinha sido demitido. Mas não. Apresentaram suas explicações, convenceram, com nosso apoio inclusive, e ficaram", disse Alves. Ele se referia a ministros contra os quais pesaram suspeitas de irregularidades. Bezerra, de favorecer parentes e seu Estado na liberação de verbas da pasta, entre outros pontos; Pimentel, por suspeitas em consultorias de sua empresa; Bernardo, por suposto uso de jato particular. Alves acrescentou: "Eu quero o mesmo tratamento ao representante do meu partido no Dnocs. Por que com o PMDB o tratamento é diferente? Não pode se explicar." O PMDB é o principal aliado do PT na coalizão de Dilma Rousseff e foi um dos fiadores do governo em votações polêmicas de 2011, como a do Código Florestal.
Apesar da aliança, nos bastidores peemedebistas manifestam insatisfação. O partido avalia que não irá ganhar espaço na reforma ministerial e que o governo tenta enfraquecer Alves na disputa pelo comando da Câmara. Apesar do acordo para a candidatura do peemedebista, setores do PT trabalham para que isso não aconteça. A demissão de Fernandes já havia sido pedida à Casa Civil pelo ministro Fernando Bezerra em dezembro. O vice-presidente Michel Temer (PMDB), porém, interferiu na última quinta ao convocar o ministro para uma conversa em seu gabinete. 
A Folha apurou que Bezerra foi lembrado nesse encontro que também enfrenta suspeitas de irregularidades e que foi defendido pelo PMDB. Nessa conversa, o ministro foi convencido em rever sua posição e encaminhar para o TCU (Tribunal de Contas da União) o relatório da CGU, inclusive avalizando a defesa do Dnocs. As declarações ontem do ministro de que a faxina no Dnocs será feita, porém, surpreenderam o PMDB. Por essa razão, Alves teria feito a citação explícita a Pimentel, ministro mais próximo de Dilma, e Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann (Casa Civil), a quem compete operar a demissão. O próximo foco de conflito com o PMDB será a Petrobras. Segundo peemedebistas, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), já foi informado da exoneração do presidente da Transpetro, o ex-senador Sérgio Machado, indicado por Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado. "Isso seria acertar o coração de Renan", disse Alves.(Da Folha de São Paulo

República da ladroagem.

É impressionante. Tem roubo descarado no Ministério das Cidades, que deveria fazer esgoto e infra-estrutura. Leia aqui. Tem roubo escancarado no DNOCS, que deveria fazer obras contra a seca. Leia aqui. Tem roubo desenfreado na Funasa, que deveria distribuir remédios e cuidar da prevenção de doenças. Leia aqui. E os ladrões ainda ameaçam os outros ladrões, como gangs protegendo seus territórios. Leia aqui. E também tem roubo na Justiça, que deveria prender os ladrões. Leia aqui. Várias quadrilhas estão saqueando o país. O Brasil é uma república de ladrões.
DO CELLEAKS