sábado, 15 de setembro de 2012

Russomanno acusado de pagar funcionária com verba pública

Em ação trabalhista, o candidato a prefeito de São Paulo aceitou pagar indenização de R$ 205 mil a ex-funcionária. Parte do acordo se refere a assédio moral
Leopoldo Mateus e Angela Pinho, ÉPOCA
Em período de campanha eleitoral, candidatos divulgam cada passo de suas agendas. A regra é: quanto maior a exposição, melhor. No dia 8 de agosto, a dois meses das eleições, o candidato Celso Russomanno (PRB), líder das pesquisas para a prefeitura de São Paulo, omitiu o que faria à tarde. Nada constava em sua agenda oficial. A única pista de seu paradeiro foi deixada por sua filha, Luara.
Às 11h27, ela publicou uma foto no Twitter. Era do Fórum Trabalhista Rui Barbosa. Às 12h10, Russomanno postou: “Boa tarde a todos. Excelente quarta-feira. Espero que tudo vá bem no dia de vcs”.
Às 14h05, acompanhados por quatro advogados, Russomanno e Luara – sócia do pai em várias empresas – sentaram-se à mesa da 43ª Vara do Trabalho de São Paulo para encarar Fabiane Ensinas Brejan e seus três advogados.
Fabiane não tinha relação alguma com a campanha, mas, se seus ataques se tornassem públicos, poderiam ter impacto entre os eleitores. Ela movia uma ação trabalhista contra Russomanno, que incluía em seus autos uma acusação explosiva: que o candidato a prefeito de São Paulo, quando deputado federal, pagara o salário dela usando dinheiro público.
Fabiane diz que, entre 1º de setembro de 2010 e 31 de dezembro de 2010, apareceu na lista de contratados da Câmara dos Deputados, em Brasília, como “assessora parlamentar” – sem, no entanto, ter prestado nenhum serviço que tivesse a ver com o mandato de Russomanno.
Há algum tempo, ela se dividia entre as empresas da família de Russomanno e os serviços eleitorais – entre eles, coordenar campanhas e controlar o recebimento de doações de empresas apoiadoras. Nos quatro últimos meses de 2010, passou a receber diretamente da Câmara por esse trabalho. Seu salário era de R$ 3.141,62.
Na ação, Fabiane disse que havia mais 12 funcionários de Russomanno nessas condições – com carteira de trabalho irregular ou sendo pagos pela Câmara –, “inclusive alguns domésticos”.
De acordo com a assessoria da Câmara dos Deputados, o nome de Fabiane Ensinas Brejan constava da folha de pagamentos da Casa. Outro nome confirmado pela Câmara foi Luiz Carlos Teixeira, funcionário da ND Comunicação, uma das empresas de Russomanno.
Na ação trabalhista que moveu, Fabiane pediu que o Ministério Público e o Tribunal Regional Eleitoral fossem comunicados sobre a denúncia de “mau uso do Erário público”. Isso ainda não ocorreu.
“Se houver provas, Russomanno pode responder por improbidade administrativa”, diz o advogado Flávio Britto, especialista em Direito Eleitoral.
DO B. DO NOBLAT

Mensalão. Xiiiiiii agora Fedeu!!!

É...pelo que parece a coisa começou a feder para o lado do EX presidente Defuntus Mensaleirus.
Apesar de que nos últimos sete anos, ele ter jurado até diante do túmulo da própria mãe que o mensalão não existiu, e que tudo não passou de "golpe" da imprensa independente e dos loiros de olhos azuis, escravocatas e burgueses. Ou a elite golpista e reacionária da pocilga. Parece que a merda começou a feder, e o verme maior do monturo fétido que é a política PTralha começa a colocar a cabeça de fora.
Diante do quadro de condenações, e sabedor que vai bater com o costado no xadrez, o carequinha "boi de piranha" Marcos Valério, finalmente resolve dar nomes aos bois e coloca o Sebentão na fita do mensalão.
Mesmo contando com a canalha e imoral sabujice dos dois vendidos PTralhas de Toga, parece que muita gente vai cair em desgraça no julgamento da ação penal 470, como querem os Ratos Vermelhos.
Agora começa a fase de julgar os ratos de paletó que habitam os corredores de Brasília, e pelo visto, muita gente está sem dormir há dias.
Agora o chefe do bando, Zé Dirceu, aparece na mídia dizendo estar pronto para a prisão. Mais uma tentativa de se fazer passar por vítima, e que se cair na cana dura, poderá se transformar em mártir do "PIG".  
Seria interessante que o MP pedisse a recolha do passaporte deste traste antes que ele fuja para CÚba e vire herói por lá.
Essa tentativa de "aceitar" a prisão com resignação é mais um ato da comédia bufa que se tornou o Brasil pós PT.
Toda essa situação só está acontecendo por conta de uma oposição de merda, e de brasileiros mais merdas ainda, pois no momento em que explodiu o escândalo, se a oposição tivesse feito seu trabalho de pedir o impeachment do Sebento, e o povo que não vota no PT nem para salvar a própria mãe tivesse apoiado, não estaria o país enfrentando esta situação.
É certo que o Sebento vendeu muito bem a própria imagem no exterior, e do nada, o Brasil se tornou o animal exótico do Zoo mundial. Todas as atenções estavam voltadas para cá. Mas agora, a máscara começa a cair, o mensalão existiu, e o Sebento tão festejado pelo mundo, hoje, não passa de um governante populista e corrupto.
Se o mensalão acabar em cadeia para as eminências pardas da ladroagem e bandalheira PTralha, o Sebento sabe que sua carreira política está indo para o brejo.
O duro é que o populismo e o paternalismo estatal que foi promovido para as classes menos favorecidas tanto intelectualmente, quanto socialmente ainda irá alavancar votos para o Sebentão, ou para a gerentona alucinante de porra nenhuma.
O Brasil se tornou o berço da bandalheira mundial, não temos oposição e o povo ainda vive na base do salve-se quem puder. Falta muita cidadania para transformar o Brasil em uma nação de verdade. 
O julgamento do mensalão com a prisão de alguns de seus atores, certamente será o "start" que o Brasuca que pensa precisa para se posicionar e lutar por um país melhor e mais justo.
Mas, agora entra a fase crítica do julgamento, e só depois que acabar esse circo no STF é que saberemos mesmo se o brasileiro quer mudanças, ou prefere viver na merda e na bandalheira.
O Sebentão passou sete anos dizendo que o mensalão era um golpe, e o povão otário que vota nesse boçal e adora ser feito de trouxa, acreditou. 
Ao menos a justiça, mesmo aparelhada do STF, não caiu na conversa e está fazendo o seu papel que é punir os bandidos que tomaram os cofres públicos de assalto.
E o mais bizarro é que existem setores no país que dizem que o Sebento é um estadista....Olha, para ser um estadista de verdade ele deveria morrer e reencarnar no mínimo umas três vezes. 
Por enquanto o Sebentão não passa de um populista, mentiroso, demagogo, bandido e safado. Coisa normal para quem viveu a vida inteira as custas dos trabalhadores sindicalizados de São Bernardo, que contribuíam para que ele acreditasse que era um novo Messias. Mas desse povo eu não tenho a mínima dó.
O que me deixa feliz é saber que eu jamais estive enganado em relação a esse traste, eu sempre tive absoluta certeza, e olhem que isso vem desde os anos 80 do século passado. Que o Sebento assim que chegasse ao poder iria mostrar quem realmente é. Apesar de toda blindagem que recebeu de seus comparsas e da incomPTência da oposição em fazer o serviço dela. A casa do Sebentão começou a cair. Agora é chegada a hora de bater nessa tecla sem parar e assistir a queda da maior mentira nuncaantesvistanahistóriadestepaís: Luis Inácio Lula da Silva, o popular Sebento.
Quero ver até onde irá a fidelidade dos bandidos vermelhos que cairem em cana e perceberem que se phoderam para livrar a cara do Sebentão, que entre outras coisas, já anda na capa da revista FORBES, como um novo BIlionário de dois bilhões de verdinhas de patrimônio. 
Veremos se nos dias de hoje ainda existirão martires para segurar a bronca e livrar a cara do chefe do bando.
E PHOD@-SE!!!
DO MASCATE

Laranja da Delta no Rio recebeu R$ 174 milhões

Por Tai Nalon, na VEJA.com:
Novos dados enviados à CPI do Cachoeira, que teve seus trabalhos suspensos no Congresso, mostam que o contínuo Bruno Estefânio de Freitas, laranja da construtora Delta no Rio de Janeiro, aparece como recebedor de pelo menos 174 milhões de reais da empresa só em 2011. 
A quantia, atualizada nesta semana pelo gabinete do senador Rubens Bueno (PPS-PR), é destinada à MB Serviços de Terraplanagem, empresa localizada em Saquarema, no litoral fluminense, que é parte de mais um tentáculo da organização criminosa comandada pelo contraventor no Rio de Janeiro. Antes, sabia-se apenas que a MB recebera 33 milhões no ano passado – quantia pequena diante do fluxo de dinheiro destinado ao estado em 2011.
Bruno é peça-chave na rede de laranjas e fantasmas. Ele consta como sócio da MB, empresa que tem apenas a Delta de Fernando Cavendish como cliente, apesar de ter apenas 20 anos e estar desempregado. Vive, conforme VEJA mostrou na semana passada, em um condomínio fechado em Jacarepaguá, onde permanece sob escolta de seguranças.
O laranja entrou no radar da CPI há semanas, mas nunca teve sua convocação aprovada. Não há interesse na ala governista da comissão em aprofundar as apurações sobre os laços de Cachoeira e da Delta com autoridades do Rio. Mais: o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), tem afirmado a colegas que a etapa de depoimentos – quase todos infrutíferos – terminou. Uma vez retomados os trabalhos, o que deverá acontecer apenas em outubro, integrantes da oposição tentarão ouvir Bruno no Congresso.
VEJA revelou em julho que Bruno entrara no radar do Conselho de Controle e Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, ao tentar sacar, de uma só vez, 5 milhões de reais numa agência bancária na Barra da Tijuca. O contínuo é sócio da MB junto com Marcelo Astuto, parceiro de Horácio Pires Adão, processado em 2005 com Cavendish por fraudes no fundo de pensão de funcionários da Cedae, empresa de águas e esgoto do Rio.
Por Reinaldo Azevedo

MAIS VEJA: QUADRILHA QUERIA FUNDAR UM BANCO QUE UNISSE CUT, RURAL E BMG

A VEJA desta semana está mesmo de deixar petralha de cabelo arrepiado. A revista traz uma entrevista com o Lucas da Silva Roque, ex-superintendente do Banco Rural em Brasília. Ele foi um dos principais colaboradores nas investigações da Polícia Federal destinadas a desbaratar a quadrilha do mensalão. Foi ele quem revelou onde estavam os recibos que mostraram quais políticos receberam dinheiro para votar com o governo Lula no Congresso. Leiam trecho, por Hugo Marques:
*
Nesta entrevista, Roque conta que pagou um preço alto por agir de forma correta e relata um plano ambicioso urdido pela cúpula da instituição financeira em parceria com José Dirceu. Eles queriam montar um banco popular, do qual Rural e BMG seriam sócios, para conceder empréstimos consignados aos aposentados. Um negócio companheiro e bilionário.
(…)
Quais eram os planos da cúpula do Banco Rural e dos petistas?
Eles tinham um projeto de montar um banco popular com a CUT. Juntariam o Banco Rural, o BMG, a CUT. Era um projeto com capital de 1 bilhão de reais. Quem capitaneava esse projeto? Eram os bandidos do mensalão. Como o PT não tinha cultura bancária, o Rural e o BMG seriam sócios. Um banco privado com a participação da CUT, que direcionaria todos os beneficiários do INSS para tomar dinheiro em empréstimos consignados nessa instituição popular. Quando o mensalão estourou, o projeto foi abortado.
Por Reinaldo Azevedo

REVELADOS SEGREDOS EXPLOSIVOS DE VALÉRIO, QUE TEME SER ASSASSINADO: 1) Mensalão movimentou R$ 350 milhões; 2) Lula, com Dirceu de braço direito, era o chefe; 3) presidente recebia pessoalmente doadores clandestinos; 4) publicitário se encontrou no Palácio com Dirceu e Lula várias vezes; 5) Delúbio, o tesoureiro, dormia com frequência no Alvorada

Vocês já viram a capa da revista VEJA. A reportagem traz informações estarrecedoras. O publicitário Marcos Valério sabe que vai para a cadeia — e não será por pouco tempo. E está, obviamente, infeliz e revoltado. Acha que será o principal punido de uma cadeia criminosa que tinha, segundo ele, na chefia, ninguém menos do que Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República — aquele mesmo que, ao encerrar o segundo mandato, assegurou que iria investigar quem havia inventado essa história de mensalão, “uma mentira”… Reportagem de capa de Policarpo Júnior, na VEJA desta semana, revela, agora, um Marcos Valério amargo e, como se vê, propenso a falar o que sabe — o que tem feito com alguns amigos. Só que ele está com medo de morrer. Tem certeza de que será assassinado se falar tudo o que sabe. Acho, no entanto, que ele deveria fazê-lo. Os que podem estar interessados na sua morte temem justamente o que ele não contou — e a melhor maneira de preservar o segredo é eliminando-o. Que peça proteção formal ao Estado e preste um serviço aos brasileiros.
Na sessão de quinta-feira do Supremo, num dia em que não temeu em nenhum momento o ridículo, o ministro Dias Toffoli — que vinha tendo uma boa atuação até o julgamento do mensalão (ele decida o que fazer de sua biografia!) — ensaiou uma distinção politicamente pornográfica entre “o valerioduto” (cuja existência ele admitiu, tanto que condenou o empresário) e o “mensalão como chama a imprensa”… Ficou claro que o ministro acha que são coisas distintas, como se o empresário tivesse delinquido, sei lá, apenas por interesse pessoal. A verdade, assegura Valério, é bem outra. Abaixo, seguem trechos da reportagem de VEJA. Reputo como o texto jornalístico mais explosivo publicado no Brasil desde a entrevista de Pedro Collor às Páginas Amarelas da VEJA. Abaixo, uma síntese das nove páginas.
“O CAIXA DO PT FOI DE R$ 350 MILHÕES”
A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. (…) “Da SM P&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA”.
(…)
LULA ERA O CHEFE DO ESQUEMA, COM JOSÉ DIRCEU
Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: “Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava”.

(…)
VALÉRIO SE ENCONTROU COM LULA NO PALÁCIO DO PLANALTO VÁRIAS VEZES
A narrativa de Valério coloca Lula não apenas como sabedor do que se passava, mas no comando da operação. Valério não esconde que se encontrou com Lula diversas vezes no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do Zé ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. O Zé é o ex-ministro José Dirceu, cujo gabinete ficava no 4º andar do Palácio do Planalto, um andar acima do gabinete presidencial. (…) Marcos Valério reafirma que Dirceu não pode nem deve ser absolvido pelo Supremo Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos”, disse, na semana passada, em Belo Horizonte. Indagado, o ex-presidente não respondeu.
(…)
PAULO OKAMOTTO, ESCALADO PARA SILENCIAR VALÉRIO, TERIA AGREDIDO FISICAMENTE A MULHER DO PUBLICITÁRIO
“Eu não falo com todo mundo no PT. O meu contato com o PT era o Paulo Okamotto”, disse Valério em uma conversa reservada dias atrás. É o próprio Valério quem explica a missão de Okamotto: “O papel dele era tentar me acalmar”. O empresário conta que conheceu o Japonês, como o petista é chamado, no ápice do escândalo. Valério diz que, na véspera de seu primeiro depoimento à CPI que investigava o mensalão, Okamotto o procurou. “A conversa foi na casa de uma funcionária minha. Era para dizer o que eu não devia falar na CPI”, relembra. O pedido era óbvio. Okamotto queria evitar que Valério implicasse Lula no escândalo. Deu certo durante muito tempo. Em troca do silêncio de Valério, o PT, por intermédio de Okamotto, prometia dinheiro e proteção. A relação se tornaria duradoura, mas nunca foi pacífica. Em momentos de dificuldade, Okamotto era sempre procurado. Quando Valério foi preso pela primeira vez, sua mulher viajou a São Paulo com a filha para falar com Okamotto. Renilda Santiago queria que o assessor de Lula desse um jeito de tirar seu marido da cadeia. Disse que ele estava preso injustamente e que o PT precisava resolver a situação. A reação de Okamotto causa revolta em Valério até hoje. “Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi correndo para o banheiro, chorando.”

O PT PROMETEU A VALÉRIO QUE RETARDARIA AO MÁXIMO O JULGAMENTO NO STF
O empresário jura que nunca recebeu nada do PT. Já a promessa de proteção, segundo Valério, girava em torno de um esforço que o partido faria para retardar o julgamento do mensalão no Supremo e, em último caso, tentar amenizar a sua pena. “Prometeram não exatamente absolver, mas diziam: ‘Vamos segurar, vamos isso, vamos aquilo’… Amenizar”, conta. Por muito tempo, Marcos Valério acreditou que daria certo. Procurado, Okamotto não se pronunciou.
“O DELÚBIO DORMIA NO PALÁCIO DA ALVORADA”
Nos tempos em que gozava da intimidade do poder em Brasília, Marcos Valério diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do mensalão transitavam no coração do governo Lula antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país. Valério lembra das vezes em que Delúbio Soares, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro servia de pernoite para o ex-tesoureiro petista. “O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro.” O operador do mensalão deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada. Sobre sua aproximação com o PT, Valério conta que, diferentemente do que os petistas dizem há sete anos, ele conheceu Delúbio durante a campanha de 2002. Quem apresentou a ele o petista foi Cristiano Paz, seu ex-sócio, que intermediava uma doação à campanha de Lula.
(…)
EMPRÉSTIMOS DO RURAL FORAM FEITOS COM AVAL DE LULA E DIRCEU
“O banco ia emprestar dinheiro para uma agência quebrada?” Os ministros do STF já consideraram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro — com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores — não foi um favor a ele, mas ao governo Lula. “Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e pediu: ‘Me empresta aí 30 milhões de reais pra eu dar pro PT’? O que um dono de banco ia responder?” Valério se lembra sempre de José Augusto Dumont, então presidente do Rural. “O Zé Augusto, que não era bobo, falou assim: ‘Pra você eu não empresto’. Eu respondi: ‘Vai lá e conversa com o Delúbio’. ”A partir daí a solução foi encaminhada. Os empréstimos, diz Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. “Se você é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?”
(…)
Por Reinaldo Azevedo
RE VEJA

Os gerentes da CPI do Cachoeira ainda não sabem que a festa dos corruptos impunes já foi condenada à morte pelo Supremo

Como as atenções do Brasil decente se concentram no julgamento do mensalão, o bando de governistas que controla a CPI do Cachoeira resolveu sair de cena com as passadas furtivas do  punguista que se afasta do local do crime. Depois de suspender os trabalhos para que seus integrantes se dedicassem à temporada de caça ao voto, a tropa a serviço do Planalto prepara-se para encerrá-los com a conclusão abjeta: só o governador Marconi Perillo, o ex-senador Demóstenes Torres e outros políticos vinculados a partidos de oposição se envolveram com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.
Além de se achar muito esperto, o alto comando da CPI imagina que lida com uma nação composta exclusivamente por cretinos fundamentais, prontos para engolir qualquer embuste. Faz de conta que as negociatas entre Cachoeira e o governador Agnelo Queiroz não existiram. Faz de conta que nenhum companheiro do PT ou da base alugada ficou mais rico graças ao delinquente goiano. Faz de conta que o empresário Fernando Cavendish, melhor amigo de Sérgio Cabral e maior parceiro do PAC, não fez de Cachoeira o sócio oculto da usina de pilantragens Delta.
Os malandros com imunidade parlamentar ainda não conseguem enxergar o que anda acontecendo a um passo do nariz. Não entenderam que o Brasil está vivendo, como registrou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, um histórico ponto de inflexão. Ao decidirem que João Paulo Cunha vai dormir na cadeia, por exemplo, os ministros do STF revogaram o artigo não escrito do Código Penal que garantia a perpétua impunidade da bandidagem da primeira classe. É só o começo
Os gerentes da CPI vão descobrir tarde demais que, embora não tenha chegado ao fim, a festa dos corruptos em liberdade já foi condenada à morte pelo Supremo Tribunal Federal.
POR AUGUSTO NUNES
REV VEJA

Mais uma edição histórica de VEJA: Marcos Valério revela segredos do mensalão

“O tumor da corrupção impune assumiu dimensões tão perturbadoras que talvez só possa ser lancetado por um quadrilheiro de grosso calibre ─ alguém como Marcos Valério”. Foi esse o fecho do post publicado em 26 de agosto (veja a seção Vale Reprise), que resume num dos parágrafos o que ocorreria se o publicitário vigarista que virou diretor-financeiro da quadrilha do mensalão resolvesse abrir o bico.
“As revelações de Roberto Jefferson abalaram as fundações do governo Lula e devassaram o bordel das messalinas disfarçado de templo das vestais. O teor explosivo das histórias que Valério tem para contar é infinitamente maior. Depois da primeira prisão preventiva, ele avisou mais de uma vez que, se fosse abandonado no barco a caminho do naufrágio, afundaria atirando ─ e tinha balas na agulha tanto para mensaleiros juramentados quanto para Lula”.
Não era blefe, atesta mais uma histórica edição de VEJA. Embora não tenha esgotado seu estoque de segredos, o que Marcos Valério já contou é suficiente para convencer o mais fanático petista de que o mensalão existiu, apertar a corda que envolve o pescoço dos antigos comparsas e devolver o ex-presidente Lula ao olho do furacão que quase o levou para longe do poder em 2005.
As revelações começam já na capa ─ “Não podem condenar só os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos” ─ e se estendem pela reportagem de oito páginas assinada por Rodrigo Rangel. Confiram sete disparos de grosso calibre:
“Lula era o chefe”.
“Dirceu era o braço direito do Lula, o braço que comandava”.
“O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com o Lula à noite”.
“O caixa do PT foi de 350 milhões de reais”.
“(Depois da descoberta do escândalo), meu contato com o PT era o Paulo Okamotto. O papel dele era tentar me acalmar”.
“O PT me fez de escudo, me usou como boy de luxo. Mas eles se ferraram porque agora vai todo mundo para o ralo”.
“Vão me matar. Tenho de agradecer por estar vivo até hoje”.
A caixa-preta foi aberta. Só poderá ser fechada por meio da violência. Para impedir que o pior aconteça, basta que as autoridades policiais completem o serviço, o Ministério Público cumpra seu dever e o Judiciário inteiro se mire no exemplo dos oito do Supremo.

14/09/2012
às 19:12 \
POR AUGUSTO NUNES

Como os sete ministros que perderam o emprego depois da aparição na procissão dos pecadores, mensaleiros graduados ─ e com eles os protetores e os comparsas ─ constatarão em poucas horas que, no Brasil, sábado é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório. Não é pouco o que já se sabe sobre o maior dos escândalos. Mas não é tudo, gritam os segredos revelados na reportagem de capa de VEJA. Além de iluminar caminhos que conduzem a catacumbas ainda por devassar, o conjunto de descobertas confirma, detalha e amplia operações criminosas urdidas pela quadrilha desbaratada em 2005.
Demorou sete anos, mas o chefão do bando foi arrastado para o pântano. E os subcomandantes submergiram de vez.