Os ventos
da renovação precisam chegar ao Poder Judiciário. Precisamos de uma Justiça
mais rápida e um Judiciário mais eficiente. Os segmentos esclarecidos da
sociedade têm de pressionar o Congresso Nacional para que aprove algumas
medidas essenciais: Fim do Foro Privilegiado; 8 anos de mandado para ministro
do STF; CPI da Lava Toga; Fim da PEC da Bengala. Algumas destas sugestões são
apresentadas pelo senador paranaense Oriovisto Guimarães, filiado ao Podemos,
que é um dos controladores do Grupo Positivo.
Por falar
em renovação, é bom ficar de olho no movimento dos Caminhoneiros. Análises do
Gabinete de Segurança Institucional já chamam atenção para uma ameaça de
paralisação que pode acontecer no dia 30 de abril. Uma nova parada, que pode
degenerar em greve, seria a consagração do caos em uma economia que insiste em
permanecer em estado de letargia. O desemprego segue alto. A informalidade
econômica não produz milagre. A inadimplência volta a crescer. E o preço de
vários produtos e tarifas sobem, sem que o fenômeno se reflita na medição dos
índices de inflação...
Os
caminhoneiros seguem na bronca porque não vem sendo cumprido tudo que ficou
combinado para encerrar a tumultuada greve do ano passado. Os transportadores
querem o respeito piso mínimo da tabela de frete. Também querem que o governo
só promove um aumento por mês do diesel, e não diariamente, como vem
praticamente acontecendo. Provavelmente não ocorrerá uma nova paralisação dos
caminhoneiros. No entanto, só o risco de acontecer já se transforma em mais um
problema para o Presidente Jair Bolsonaro se preocupar, além das articulações a
favor da Reforma da Previdência.
Os deuses do mercado já especulam que o dólar pode passar dos R$ 4 reais.
O sobe e desce da bolsa é apenas o sinal de que as incertezas políticas e
econômicas assombram o Brasil, na véspera de o governo Bolsonaro completar 100
dias. Não dá para ficar refém da aprovação da reforma da Previdência para as
coisas acontecerem. Isto é um pecado estratégico imperdoável.
O governo tem de adotar medidas que independem da política para destravar
a economia. A oposição segue em ritmo de idiotice. No entanto, o eleitorado que
escolheu Bolsonaro tem pressa e ansiedade. O Brasil tem de voltar a produzir.
Basta de rentismo, especulação e banditismo. As prioridades verdadeiras e
imediatas: mudança tributária já (de imediato pondo fim à farra do ICMS) e
redução do custo do crédito, via cooperativismo, acabando com a cobrança de IOF.
Bolsonaro pode fazer isso com sua caneta barata. Se não fizer, depressa, a
economia parada vai queimar o filme do governo, prematuramente.