sábado, 23 de dezembro de 2017

Em grupo de WhatsApp, juiz diz que “mala foi grande” para Gilmar Mendes livrar Garotinho. Ouça




Gilmar

Publicado no Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Um áudio atribuído ao juiz Glaucenir Oliveira, de Campos e autor da primeira prisão do ex-governador Anthony Garotinho postado num grupo de juízes num grupo de WhatsApp diz que “segundo comentários sérios que ouvi hoje, de gente de lá de dentro (do grupo de Garotinho) é que a quantia foi alta” na decisão de Gilmar Mendes de soltar o ex-governador, sugerindo que a decisão foi comprada.
“Vocês entendem o que estou falando” diz a seu grupo.
Muito mais do que a corrupção que sugere o áudio – Gilmar Mendes não é nenhum tolo – o grave é o nível de confrontação entre juízes e o Supremo.
Na gravação, a voz que  seria de Glaucenir – comparei com a de outro vídeo onde ele fala, num caso de briga com uma agente de trânsito e as voz parece ser a mesma, sem que isso tenha, claro, valor pericial – diz que conversou por telefone com o juiz que assumiu o caso, depois de sua saída da 100ª Vara Eleitoral, de Campos, e este teria dito que vai se declarar impedido no caso, “porque não quer dar a cara a tapa, porque não quer fazer trabalho de palhaço”.
E sugeriu-lhe que o faça por um ofício a Gilmar deixando claro que não tem como continuar no processo: “vai entender a sujeirada que Gilmar Mendes está fazendo”:
Isso é um absurdo, entendeu? O Gilmar não tem  mesmo vergonha na cara, infelizmente. Não adianta fazer campanha contra ele, porque ele sorri, ele é sarcástico. É desanimador, é uma desilusão, porque a gente trabalha sério, a gente é na verdade um soldado na linha de frente, a gente leva pedrada, leva tiro, enquanto o grande general do Poder Judiciário – que ele agora parece que é o dono do poder – mela o  trabalho sério que a gente faz, com sarcasmo, com falta de vergonha. E, segundo os comentários que eu ouvi hoje – comentário sério, de gente lá de dentro – é que a mala foi grande”
Insisto que não posso assegurar que a voz seja de fato de Glaucenir e, num sábado antes do Natal, não tenho como procurá-lo para responder, pelo que o blog fica aberto para que ele confirme ou desminta a autoria. Como a fonte que me entregou a gravação é de alta confiabilidade e o site Brasil247 já divulgou a história, publico, abaixo, o áudio explosivo.

Gilmar manda investigar audio sobre ‘mala grande’ por liberdade de Garotinho

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, pediu para que o Corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio Noronha, e ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, “tomem providências” para investigar áudio em que é acusado de tomar propinas para soltar o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e tirar a tornozeleira de Rosinha Garotinho.
Em áudio atribuído ao juiz eleitoral Glaucenir Oliveira, da Vara de Campos dos Goytacazes, que mandou prender Anthony Garotinho pela primeira vez, é mencionada “mala grande” ao ministro Gilmar Mendes, que determinou a soltura do ex-governador.
O autor do áudio, que diz ser “Glaucenir”, afirma ter conversado com o juiz da 100ª Vara de Campos dos Goytacazes a respeito da soltura de Rosinha Garotinho.
“Ele ontem me ligou, trocou uma ideia comigo, com a soltura do Garotinho e decidiu perguntar ao Gilmar Mendes mediante ofício muito respeitoso, por sinal, se podia estender as medidas cautelares diversas da prisão não só ao Garotinho mas também aos outros envolvidos no processo, tendo em vista que um dia anterior ao que o Gilmar soltou o Garotinho, o Dias Toffoli proferiu uma decisão em relação ao outro réu, que é o Fabiano Alonso, e soltou ele também e decretou essas medidas alternativas. E a Rosinha, como vocês sabem, já estava com medidas alternativas, prisão domiciliar e com a pulseira da tornozeleira eletrônica. Pois o assessor do ministro Gilmar Mendes ligou para o colega hoje, à tarde, e disse que o Gilmar Mendes determinou que nenhum dos réus vai ficar com medidas cautelares”.
Ele faz acusações ao ministro. “E eu não quero aqui ser leviano, estou vendendo peixe conforme eu comprei, de comentários ouvidos aqui em Campos hoje, de pessoas inclusive do grupo do Bolinha, tá? E o que se fala aqui em Campos eu tenho acesso de pessoas que sabem que entendem porque estão no meio. Então, eu estou vendendo peixe conforme eu comprei, mas o que se cita aqui dentro do próprio grupo dele é que a quantia foi alta”.
O autor do áudio, supostamente Glaucenir, diz ter sugerido ao magistrado que peça suspeição. “Eu até falei para ele. Se fizer isso faça numa linguagem técnica mas mostrando por A mais B a razão da sua insatisfação e porque você não tem mais trabalhar no processo, porque quem sabe ler, o pingo é letra, né? Vai entender a sujeirada que o Gilmar Mendes está fazendo”.
E volta a falar em propinas.
“A gente leva pedrada, tiro, enquanto o grande general desse poder judiciário que é ele agora, parece que é o dono do poder, mela o trabalho sério que a gente faz, com sarcasmo, falta de vergonha, e segundo os comentários que ouvi hoje, comentários sérios de gente lá de dentro, é que a mala foi grande”, afirma.
Glaucenir Oliveira, suposto autor do áudio, espalhado em grupos de WhatsApp de juízes e procuradores, foi o magistrado que mandou prender Anthony Garotinho duas vezes. A primeira, no âmbito da Operação Chequinho, que investiga o uso do programa Cheque Cidadão, do município de Campos, para obter apoio eleitoral. Na segunda vez, o magistrado deflagrou a Operação Caixa D’Água, contra supostas propinas de R$ 3 milhões da JBS ao ex-governador do Rio. De acordo com a denúncia, a suposta organização criminosa chefiada por Garotinho tinha até mesmo a participação de um segurança usado para ameaçar e extorquir empresários.
A prisão foi revogada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, na última quarta-feira, 20.
Defesas
“O ministro Gilmar Mendes solicitou providências ao Corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio Noronha e instauração de inquérito ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, a respeito do áudio que circulou hoje nas redes sociais no qual são feitas graves acusações caluniosas à sua pessoa e às recentes decisões tomadas por ele. Também foram comunicados o presidente e o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O ministro Gilmar reitera que suas decisões são pautadas pelo respeito às leis e à Constituição Federal”
COM A PALAVRA, GLAUCENIR
A reportagem está tentando localizar o magistrado Glaucenir Oliveira desde a manhã deste sábado, 23, mas ainda não obteve retorno.

General Augusto Heleno faz duro comentário sobre perda de função do General Mourão


Confira o que disse o general Augusto Heleno sobre a perda de função do general Mourão.
 
GENERAL AUGUSTO HELENO
Vivemos tempos difíceis de serem compreendidos. Um Gen de Exército, com 45 anos de serviço dedicados à Pátria, perde a função por citar fatos de conhecimento público, chocantes, mas justificados pela necessidade de garantir a governabilidade. Tudo bem, decisão correta do Pres Rep, atendendo proposta do Cmt do Exército. Afinal, boa parte da mídia alardeou que o Gen Mourão ferira a hierarquia e a disciplina e ameaçara a estabilidade institucional.
Só que, simultaneamente, por conta do anúncio do julgamento do Sr Luiz Inácio, em 2ª instância, no dia 24 Jan, vários membros da oposição se opõem à lei, incentivam a desordem e pregam abertamente a desobediência civil. Dentre eles: um senador, indiciado por um passado nada invejável; um ex-ministro, agitador profissional, condenado por corrupção; e o próprio ex-Pres Rep, apontado pelo Ministério Publico como líder da quadrilha que afundou o país, em luta pela sobrevivência. Nada acontece. Daí vem a pergunta que não quer calar: é assim que funciona o tal Estado Democrático de Direito? Cartas para a redação. Brasil acima de tudo. DO N.ATUAL

Feliz Natal, Aécio

Odebrecht e Andrade Gutierrez confirmaram o pagamento de 50 milhões de reais em propinas para Aécio Neves.
A Odebrecht, diz O Globo, “sustenta a acusação com comprovantes bancários, entregues nos últimos meses, que, segundo a empresa, comprovam depósitos para o senador tucano, por meio de uma conta de offshore em Cingapura, que havia sido citada por um de seus ex-executivos, Henrique Valladares, em depoimento à PGR. A identificação do titular da conta ainda não foi revelada, mas Valladares diz que está vinculada ao empresário Alexandre Accioly”.
A Andrade Gutierrez, por sua vez, “confirmou o repasse de 20 milhões de reais a Aécio por meio de um contrato com a Aalu Participações e Investimentos, empresa controladora da rede de academias Bodytech que pertence a Accioly”.

Temer sabota M&M

Os tucanos espalham que as denúncias da Odebrecht ao Cade foram divulgadas por Michel Temer para abater a candidatura de Geraldo Alckmin.
Diz a Folha de S. Paulo:
“Em Brasília, questiona-se o timing para a emersão dos fatos, justo quando Alckmin conquistava terreno no espectro de centro-direita na corrida ao Palácio do Planalto. O Cade está sob jurisdição partidária do MDB, de Temer, e debaixo de forte influência de políticos do PP, sigla do centrão.
Há clima de campanha”.
Na verdade, Geraldo Alckmin, codinomes Belém e M&M, já havia sido abatido pelos delatores da Odebrecht, mas só agora a imprensa resolveu notar esse fato.
 

O TCU do PMDB agora tenta o golpe da honestidade

Como já alertamos, o TCU dominado pelo PMDB, a pretexto de salvaguardar o dinheiro público, tenta hoje anular os acordos de leniência firmados entre empreiteiras e Lava Jato.
O objetivo é claro: impedir que a Lava Jato continue o seu trabalho, mostrando eventuais podres que porventura não vieram à tona. E evitar que, no futuro, possam existir outras operações do gênero.
É o golpe da honestidade, para que nada mude de verdade neste país infeliz.