PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Dilma é uma gafe, que, às vezes, comete frases gramaticalmente corretas, se tiver uma colinha.
Na apresentação oficial da tocha olímpica da “Copa” de 2016 na sexta-feira, em Brasília, ela estava em seu estado natural.
“Cada vez menos”, a
petista está “cada vez mais” assim, para que os brasileiros se “sentam” –
se “sintam!” – participantes – “partícipes!” – desse processo de mandiocrizaçãodo país.
Enquanto a inflação e
o desemprego disparam, Dilma confirma que a tocha vai ser sentida no
Brasil, de norte a sul e de leste a oeste.
Como dizia meu querido Flavio Morgenstern (embora eu me ‘inclua fora dessa’):
Até
o PMDB, sustentáculo dos governos petistas, já não acredita que Dilma
possa escapar ao impeachment. Lideranças do partido entraram em contato
com o PSDB para apoio a um eventual mandato-tampão do vice-presidente
Michel Temer. Bene, esta é uma boa notícia. Teremos o enterro do PT,
como escreveu Fernando Gabeira, citado em post abaixo. O blogueiro está
em viagem e continua com problemas de conexão (este post foi feito em
uma antiquada Lan House):
Em
meio ao processo de descolamento do governo Dilma Rousseff,
representantes do PMDB passaram a procurar integrantes da cúpula do PSDB
para sondá-la sobre um apoio no caso de o vice-presidente da República,
Michel Temer, assumir o comando do governo no lugar da petista em um
eventual processo de impedimento. Há cerca de dez dias, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro a ser procurado
por um integrante da Executiva Nacional do PMDB para saber sobre a
possibilidade de uma aliança informal neste momento. Segundo um
peemedebista que teve acesso às conversas, o tucano teria dito que
apoiaria uma coalizão em torno de Temer. Ao Estado, o ex-presidente
disse: “Não estive em conversa alguma sobre esta questão, nem caberia a
mim cogitar do que não está em pauta, apesar de estar preocupado, como
qualquer brasileiro, com a instabilidade atualmente prevalecente na
política nacional”. Além de FHC, o presidente nacional do PSDB,
senador Aécio Neves (MG), foi sondado sobre um possível apoio a um
mandato presidencial de Temer por integrantes do PMDB. Para esses
peemedebistas, Dilma dificilmente escapará no segundo semestre do
processo no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas
“pedaladas fiscais” nas contas do governo em 2014. Segundo
peemedebistas, a sondagem a Aécio ocorreu nesta semana, e o tema central
foi o processo no TCU. O tribunal deve se reunir entre agosto e
setembro para julgar o caso. O Estado procurou a assessoria de imprensa
de Aécio, mas não obteve resposta até esta edição ser concluída. Delação.
Outro fator de instabilidade contra o governo é a delação premiada do
dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, alvo da Operação Lava Jato que
está hoje em prisão domiciliar. Trechos da colaboração do empreiteiro
vieram a público e citam ministros do núcleo duro do Planalto – os
titulares da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de
Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro do comitê à
reeleição de Dilma – como receptores de recursos de caixa 2 para
campanhas eleitorais. Na quinta-feira, os dois ministros
rebateram ataques de lideranças do PMDB e tentaram conter movimentações
na legenda pela saída de Temer da articulação política. Em meados de
junho, em reunião no Palácio do Jaburu, residência oficial da
Vice-Presidência, Mercadante havia pedido a saída do vice do posto
estratégico. As movimentações do PMDB, segundo relatos, não têm
sido orquestradas por Temer, que vive sob pressão de setores do partido
para deixar a articulação política do governo nos próximos meses.
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu essa
alternativa. A principal queixa pública do partido tem sido a falta de
respaldo do Planalto nos acordos negociados pelo vice-presidente com
integrantes da base aliada, sobretudo as promessa de cargos e a
liberação de emendas parlamentares. Um discurso que deverá ser
encampado nos próximos dias por alguns peemedebistas é que os problemas
enfrentados na articulação política podem inclusive atrapalhar as
pretensões do partido em lançar uma candidatura própria nas próximas
eleições presidenciais, uma vez que a legenda passaria a imagem para
potenciais aliados de que o partido não é cumpridor de promessas.
(Estadão). DO ORLANDOTAMBOSI
Um
pergunta que não quer calar e que é evocada em todos os diálogos
travados pelos cidadãos brasileiros no seu âmbito familiar, nos seus
círculos de amizade e no trabalho: o que está faltando para o
impeachment imediato da Dilma e a prisão de Lula e seus sequazes? A
resposta evidente é que não falta mais nada.
Todavia
se era mesmo pela suposta ausência de provas para cassar imediatamente
Dilma e processar criminalmente Lula com endereço direto sem escala para
a Papuda, a reportagem-bomba de Veja que chega às bancas neste sábado,
mais uma da longa série, detona, ou seja, prova com fatos, fotos e
cópias de planilhas das propinas, a mega roubalheira que faz enrubescer o
mais vil dos ladravazes.
Esse
fantástico dossiê da orcrim, a organização criminosa que floresceu nos
governos petistas, faz parte do arquivo do empresário grandalhão,
Ricardo Pessoa, entregue à polícia para comprovar a sua delação cujo
prêmio é diminuir o cheiro da cadeia que o opulento empresário já
farejou nos dias em que passou na carceragem da Polícia Federal.
Velho
de guerra, Ricardo Pessoa, segundo a reportagem-bomba de Veja guardou
tudo minuciosamente e com detalhes nos quais há desde as quantias
entregues aos donos do poder, até seus telefones, emails e contas
bancárias. Tudo. Tudo. Tudo.
Enquanto
os caminhões se enfileiram para pegar a volumosa tiragem de Veja
impressa na grande gráfica do Grupo Abril em São Paulo para desovar nas
bancas ao longo desta madrugada, os assinantes digitais da revista já
têm acesso à publicação.
No
entanto o site de Veja já deixou um aperitivo da reportagem-bomba da
revista, que transcrevo para saciar a curiosidade, digamos assim, de um
público heterogêneo: os cidadãos que desejam limpar o Brasil dessa
imundice que é o PT e também os consumidores de calmantes e soníferos...
Leiam:
Uma
amostrinha do acervo do empresário grandalhão. É o suficiente para
estimar o impacto e o corre-corre nas redações dos jornalões neste
início da madrugada.
O
engenheiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, é famoso por sua
grande capacidade de organização - característica imprescindível para
alguém que exercia uma função vital no chamado "clube do bilhão". Ele
foi apontado pelos investigadores como o chefe do grupo que durante a
última década operou o maior esquema de desvio de dinheiro público da
história do país. O empreiteiro entregou à Justiça dezenas de planilhas
com movimentações financeiras, manuscritos de reuniões e agendas que
fazem do seu acordo de delação um dos mais contundentes e importantes da
Operação Lava-Jato. O material constitui um verdadeiro inventário da
corrupção. Em uma série de depoimentos aos investigadores do Ministério
Público, Pessoa detalhou o que fez, viu e ouviu como personagem central
do escândalo da Petrobras. Na sequência, apresentou os documentos que,
segundo ele, provam tudo o que disse.
VEJA
teve acesso ao arquivo do empreiteiro. Um dos alvos é a campanha de
Dilma de 2014 e seu tesoureiro, Edinho Silva, o atual ministro da
Comunicação Social. Segundo o delator, ele doou 7,5 milhões de reais à
campanha depois de ser convencido por Edinho Silva. "O senhor tem obras
no governo e na Petrobras, então o senhor tem que contribuir. O senhor
quer continuar tendo?", disse o tesoureiro em uma reunião. O empreiteiro
contou que não interpretou como ameaça, mas como uma "persuasão
bastante elegante". Na dúvida, "para evitar entraves" nos seus negócios
com a Petrobras, decidiu colaborar para que o "sistema vigente"
continuasse funcionando - um achaque educado. Mas há outro complicador
para Edinho: quem apareceu em nome dele para fechar os detalhes da
"doação", segundo Pessoa, foi Manoel de Araujo Sobrinho, o atual chefe
de gabinete do ministro. Em plena atividade eleitoral, Manoel se
apresentava aos empresários como funcionário da Presidência da
República. Era outro recado elegante para que o alvo da "persuasão"
soubesse com quem realmente estava falando. Do site de Veja
Thiago Bronzatto, Leandro Loyola e Diego Escosteguy - Epoca
O avanço irrefreável da Lava Jato desloca o centro de poder de Brasília para Curitiba
Nas noites dos últimos dias, o juiz federal Sergio Fernando Moro,
da 13ª Vara Federal de Curitiba, após botar os filhos para dormir e
checar os últimos e-mails do dia, dedicava-se, quando ainda tinha
forças, à leitura de uma coletânea de artigos sobre os 20 anos da
Operação Mãos Limpas. A megainvestigação logrou o que parecia
impossível: expurgar do Estado italiano organizações mafiosas
centenárias. Os acertos – e os erros – dos juízes italianos ajudavam
Moro a refletir sobre as melhores estratégias para conduzir a Operação Lava Jato.
Como fechar os casos ainda em aberto e, ademais, como avançar naqueles
que se avizinham rapidamente? Nas mesmas noites, não muito longe da casa
do juiz, mas no frio da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, para
onde fora transferido, dividindo cela com o doleiro Alberto Youssef, Nestor Cerveró,
o ex-diretor internacional da Petrobras condenado a cinco anos de
prisão por Moro, tinha ataques de pânico. Pressionado pela família,
especialmente pelo filho, Cerveró cedeu. Resolveu contar o que sabe,
como apostavam Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato. E
Cerveró sabe muito.
Cerveró chamou os procuradores e, à revelia de seu advogado, começou a negociar os termos para se tornar o 20º delator da Lava Jato.
Segundo políticos, empresários, investigadores e lobistas da Petrobras,
somente duas pessoas podem esclarecer, entre outros contratos
inexplicáveis na Área Internacional, a infame operação de compra da
Refinaria de Pasadena, há quase dez anos. Nela, aPetrobras perdeu cerca de US$ 800 milhões.
Uma é o operador Fernando Baiano, ligado ao PMDB e que atuava em
parceria com Cerveró. Baiano está preso. Ele, porém, não exibe nenhum
sinal de que pode vir a falar. A outra pessoa é o próprio Cerveró.
De acordo com essas fontes, ouvidas por ÉPOCA nos últimos anos e,
também, nos últimos dias, Cerveró, se falar o que sabe, sem esconder
nenhum fato, pode causar um estrago político devastador, ainda mais
considerando-se o acúmulo incessante de provas da Lava Jato nas semanas
recentes. Tanto Baiano quanto Cerveró confidenciaram – e não agora – a
essas fontes que a operação de Pasadena além de outras na Diretoria
Internacional beneficiaram o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, parlamentares do PT e até o empresário José Carlos Bumlai, um dos melhores amigos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em miúdos: beneficiaram todos aqueles que o indicaram ao cargo, como já
se comprovou que era a prática nas demais diretorias. Bumlai, que
frequentava a intimidade do petista, falava em nome de Lula durante o
segundo mandato do petista. E tinha relações estreitas com o grupo
Schain, que obteve contratos na Petrobras com a ajuda de Cerveró. Todos
os citados sempre negaram qualquer relação imprópria com Cerveró.
Edson Ribeiro, o advogado de
Cerveró, chegou a Curitiba na quinta-feira, disposto a fazer de tudo
para demovê-lo da delação. O advogado disse a Cerveró ter certeza de que
os executivos da Odebrecht, também presos na Lava Jato, conseguirão
decisões judiciais favoráveis no recesso do Judiciário, daqui a alguns
dias, seja no Superior Tribunal de Justiça, seja no Supremo Tribunal
Federal. Se gente como Marcelo Odebrecht sair da cadeia, raciocina o
advogado, outros sairão em seguida, como Cerveró. Até a noite da
sexta-feira, os argumentos do advogado não foram suficientes para
convencer Cerveró. Ele continua negociando os termos da delação com os
procuradores. E demonstra uma mágoa especial pela presidenteDilma Rousseff.
Sente-se abandonado por ela – que, como presidente do Conselho de
Administração da Petrobras, aprovou a compra da refinaria de Pasadena.
Em suas defesas entregues às autoridades, Cerveró alega que a
responsabilidade pelo investimento em Pasadena é do Conselho de
Administração da estatal. Ou seja, de Dilma. A
iminência da delação de Cerveró, decidida nos gabinetes e nas celas de
Curitiba, revela como, no Brasil de 2015, o poder sobre os rumos da
nação deslocou-se, momentaneamente, para a capital do Paraná. Se levada a
cabo, a delação de Cerveró terá impacto em gente do calibre de Lula e
Dilma. Por isso, um rastilho silencioso de pólvora – e pânico –
acendeu-se até Brasília. Políticos e empresários poderosos ficam à
mercê, mais uma vez, como acontece desde outubro, com as delações de
Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, de fatos sobre os quais eles não
têm o menor controle – e, muitas vezes, nem sequer compreendem. Essa
mudança, ainda que temporária, nas regras do jogo, no controle da
situação, explica parte das falas e ações destemperadas de políticos
experientes, como Lula, ou até aqui cautelosos com o verbo, como Dilma. A
combinação de crises pela qual passa o Brasil hoje converge,
cotidianamente, para Curitiba. Os rumos das principais decisões
políticas neste momento definem-se, mesmo com uma economia malparada e
um governo anêmico, pelo que acontece na Operação Lava Jato. A sucessão
de provas, de delações, as imagens quase semanais de tesoureiros e
executivos sendo presos pela polícia sobrepõem-se a qualquer processo
político e econômico em Brasília. Por uma razão simples: as decisões de
Curitiba põem em risco a sobrevivência dos principais partidos e
políticos do Brasil. O mesmo vale para as principais empreiteiras do
país. Nenhum
gabinete, portanto, concentra tanto poder neste momento no Brasil
quanto aquele no 2o andar na Avenida Anita Garibaldi, 888. É de lá que
despacha Sergio Moro, o cérebro e centro moral da Lava Jato. A Operação,
na verdade, envolve dezenas de procuradores da República, delegados e
agentes da PF, equipes na Procuradoria-Geral da República, em Brasília,
além do ministro do Supremo Teori Zavascki. Todos têm poder para
definir, em alguma medida, os rumos das centenas – isso, centenas – de
casos de corrupção investigados na Lava Jato. Alguns casos tramitam em
Brasília – aqueles que envolvem políticos com foro no Supremo. Mas a
maioria fica em Curitiba e de lá não sai. Moro alia virtudes raríssimas
para a missão: preparo jurídico, pensamento estratégico, inflexibilidade
de princípios, coragem moral e disciplina de trabalho. Entra cedo, sai
tarde e prossegue na lida mesmo de casa. Alguns dos procuradores da
força-tarefa compartilham, em maior ou menor grau, as mesmas
características. Estudaram muito, trabalham sem parar e entendem que
estão fazendo história. Após
mais de um ano de Lava Jato, já está claro que esses homens e mulheres –
pelo tamanho dos presos, pela força das provas, pelos nomes envolvidos e
pelo dinheiro recuperado – estão promovendo uma revolução na luta
contra a grande corrupção no Brasil. O método, a estratégia e a
disciplina para manter o foco nos alvos certos, como Cerveró ou Marcelo
Odebrecht, demonstram que essa revolução, cujo acúmulo intenso de fatos
desnorteia até o observador mais atento, irá longe. A partir das
delações capitais de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, em outubro
do ano passado, surgiu a obtenção de mais provas, como extratos
bancários de contas em paraísos fiscais e a confissão dos demais
envolvidos. O efeito cascata, irrefreável, parece destinado a parar
apenas quando todos os envolvidos no petrolão, esse esquema que envolvia
empresas inescrupulosas e políticos corruptos, estejam identificados e
devidamente processados. É uma réstia de esperança para um povo que
precisa, desesperadamente, acreditar novamente em seu sistema político. Engana-se,
porém, quem pensa que Moro ou os procuradores da Lava Jato tenham ganas
de pegar Lula ou Dilma. Na visão deles, e que as provas de fato
oferecem (até o momento), Lula e Dilma não eram chefes de uma
organização criminosa. Não que ambos não tenham responsabilidade pela
sustentação política do petrolão – pelo aval, no mínimo, tácito aos
resultados de suas decisões fisiológicas, de distribuição irresponsável
de cargos na Petrobras. Mas a decisão de distribuir diretorias da
estatal não é crime. O petrolão é, pelo que as evidências apontam até o
momento, um esquema horizontal, organizado entre empresários corruptores
e funcionários públicos corruptos. Entre as duas partes, havia
operadores de partidos políticos e doleiros. Todos ganhavam,
especialmente os políticos dos partidos (PT, PMDB e PP, sobretudo) que
controlavam os cargos. Não havia chefes. Havia apenas cúmplices na
roubalheira. Há
muitas novidades, no entanto, a caminho. Nestor Cerveró, o quase certo
20º delator, trará apenas parte delas. A 16ª fase da Lava Jato não
tarda. E ela será decidida em Curitiba, para desespero do poder em
Brasília.