segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Às vezes, perder é ganhar


Dilma reeleita.
O Brasil continuará sendo saqueado e tendo as liberdades ameaçadas.
A economia continuará se degradando.
Cuba e outras ditaduras continuarão tendo obras financiadas com o nosso dinheiro em contratos secretos.
Os terroristas do Estado Islâmico continuarão sabendo que têm no Itamaraty um canal de proteção na ONU.
Mas há uma diferença agora: metade da população saiu da zona de conforto e está disposta a enfrentar as mentiras de um governo corrupto.
O antipetismo cresceu e continuará crescendo.
O recado dado agora é: o Brasil não é do PT, é dos brasileiros. E daqui para frente os cidadãos não aceitarão mais ouvir calados a doutrinação.
As pessoas entenderam nesta eleição que cidadania se exerce diariamente, na família, no trabalho, nas rodas de amigos e nas redes sociais, expondo opiniões e confrontando inverdades.
Ninguém pode ser crucificado por pensar diferente do PT e da esquerda.
Ninguém manda na nossa liberdade.
E as pessoas aprenderam isso nesta eleição.
Às vezes, perder é ganhar.
Bem-vindos ao Brasil que sai das urnas!
Ótima noite a todos! DO R.EMOCRATICA

Durma bem, gigante

'Eis o resultado da Primavera Brasileira (...) Descansem em paz, revolucionários. Durma bem, senhor gigante'
Por Guilherme Fiuza
Eis o resultado da Primavera Brasileira. O famoso movimento de junho de 2013, que levou milhões às ruas e fez os entendidos afirmarem que a palavra de ordem nacional era “mudança”, acaba de dar o seu recado final: Dilma na cabeça. Descansem em paz, revolucionários.
Durma bem, senhor gigante.

Claro que vão dizer que a votação apertada é consequência da tal Primavera Brasileira. O show tem que continuar. Na vida real, a novela é outra. Um levante nacional por mudança, sucedido por um escândalo obsceno no colo do governo, termina com a reeleição da presidente da República. Perguntem ao tesoureiro do PT, personagem do escândalo da Petrobras e da campanha de Dilma, o que ele acha desse movimento por mudança. Ele responderá que acha maravilhoso. Continuem mudando tudo, rogará o tesoureiro.
Os que não são sócios da elite vermelha, por favor, parem de falar que os brasileiros entraram em ebulição pela mudança. Não se viu nas manifestações de 2013 nenhuma crítica decente às trampolinagens do governo federal. Dilma e sua turma ainda zombaram da inteligência da opinião pública (eles sabem o que fazem), oferecendo um plebiscito imaginário para a reforma política — uma piada do Porta dos Fundos. Os revolucionários caíram na pegadinha e ficaram discutindo entre si o tal plebiscito — enquanto Dilma e seu pessoal foram cuidar da vida, porque têm mais o que fazer. Muito mais, como se percebe a cada nova surpresa fétida surgida do seio do Estado brasileiro.
E as urnas acabam de dizer aos companheiros: continuem! Prossigam a todo vapor com a tecnologia que deu ao Brasil o mensalão, o petrolão, a Rosemary, o Vaccari e grande elenco aloprado. Mesmo que o bando se regenerasse magicamente para o quarto mandato, não haveria jeito. A mediocridade e o fisiologismo estão no sangue.
Há 20 anos, o Brasil desistiu da malandragem. Agora, voltou decidido a ela, para continuar depenando a riqueza criada naquele estranho surto de responsabilidade. Reserve já seu lugar no futuro: filie-se ao partido dos coitados profissionais.
* Guilherme Fiuza é jornalista e escritor
  27 de Outubro de 2014 DO R.DEMOCRÁTICA

Carta aberta a Aécio Neves


Por Rodrigo Constantino
Caro senador,
Antes de mais nada, gostaria de parabenizá-lo pelos mais de 51 milhões de votos, uma marca expressiva que automaticamente lhe confere o status inegável de líder da oposição. Foram milhões de pessoas que votaram por mudança, e sem golpe baixo, sem interesses mesquinhos ou de curto prazo, sem terrorismo eleitoral, sem chantagem. Somados aos outros tantos milhões de indiferentes (abstenções, brancos e nulos), temos uma quantidade bem maior do que os menos de 40% que efetivamente votaram em Dilma, satisfeitos com a situação medíocre de nosso país.
Você lutou a boa luta, como disse. Soube agir com dignidade mesmo debaixo da mais sórdida chuva de ataques pessoais já vistos na história de nossa democracia. Manteve a calma, o otimismo e o foco nas propostas, apostando sempre na onda da razão. Infelizmente, as forças obscuras do atraso se mostraram mais fortes. As táticas pérfidas do outro lado surtiram efeito. O medo venceu a esperança.
Agora é hora de organizar a oposição e manter a chama da esperança acesa, em todos aqueles que ainda sonham com mudança. Eis o papel que milhões de brasileiros esperam de você: assumir essa liderança efetiva, firme, em defesa de nossas instituições, de nossa própria democracia, de nosso futuro.
Não será nada fácil, pois sabemos como o outro lado joga sujo. Mas o PSDB sai fortalecido no Senado, com um time de peso, que conta com Tasso Jereissati, Alvaro Dias, Antonio Anastasia, Jose Serra, além de Ronaldo Caiado, do DEM. O que esperamos de vocês é vigilância constante, dia e noite, pela preservação de nossos pilares republicanos. Não é hora de falar em união com o PT no governo, e sim em oposição. Ela acordou. Ela vive. Ela está mais organizada. E ela tem um líder.
Espero que saiba manter essa gente toda motivada, pois não podemos achar que essa mobilização deva ocorrer somente de quatro em quatro anos. Não! O PT, no passado, conseguia mobilizar uma massa de simpatizantes, e isso foi crucial para sua atuação na oposição ao governo FHC. Infelizmente, era uma oposição destrutiva, com uma ideologia completamente equivocada.
Hoje, eles estão no poder, já há 12 anos, e agora ganharam mais quatro, se o lamaçal da Petrobras não chegar com provas até o Planalto e levar a um impeachment. E continuam com o pano de fundo totalmente equivocado, mais autoritários do que nunca, dispostos a “fazer o diabo” para se perpetuar no poder. A atuação resoluta da oposição é o obstáculo principal que pode impedir de virarmos uma Argentina ou Venezuela.
Contamos com vocês, especialmente com você, caro Aécio, que pagou um elevado preço pessoal ao combater com coragem figuras que não encontram limite na ética para sua ambição desmedida. Estamos juntos. E estamos todos vigilantes, de olho nos próximos passos do PT no governo.
Cordialmente, Rodrigo.
27/10/2014