sexta-feira, 2 de março de 2018

Desembargadora de MS que teve filho preso por tráfico vira ré em ação por improbidade

MP também denunciou chefe de gabinete da Agepen que autorizou saída de Breno Borges Solon sem qualquer documento.

Tânia Garcia tem conduta investigada pelo CNJ (Foto: Reprodução/TV Morena)
Por Juliene Katayama, G1 MS
Tânia Garcia tem conduta investigada pelo CNJ (Foto: Reprodução/TV Morena)
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS) e desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Tânia Garcia de Freitas Borges, virou ré na ação de improbidade administrativa por usar veículo oficial e escolta policial para libertar o filho Breno Fernando Borges Solón, preso em Três Lagoas (MS), que havia conseguido um habeas corpus.
O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, também aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MP-MS) contra Pedro Carrilho de Arantes.
O advogado Rafael Medeiros Duarte, que vai fazer a defesa Pedro Carrilho, afirmou ao G1 que ainda cabe recurso contra a decisão do juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos.
A defesa da desembargadora considera que a decisão é equivocada e vai apresentar recurso.
Como chefe de gabinete da Agência de Administração Penitenciária do Estado (Agepen), Pedro teria autorizado a entrega de Breno, quando foi questionado pelo diretor do presídio de Três Lagoas sobre a liberação. Ele ainda teria mencionando um parecer favorável da procuradoria jurídica da autarquia que nunca existiu.
Corregedor do CNJ pediu informações sobre soltura de filho de desembargadora (Foto: Reprodução/TV Morena)
O MP ainda destaca na denúncia que a liberação do preso contrariou o procedimento padrão porque pois não existia alvará de soltura e não foi realizada consulta à Central de Alvarás, além disso não havia nenhum oficial de justiça para o cumprimento do ato.
O diretor do presídio, Raul Augusto, reclamou ao juiz da comarca que sofreu “pressão", "influência" e ameaça de "prisão por desobediência em caso de recusa na entrega do custodiado Breno".

Prisão

O filho da desembargadora foi preso no dia 8 de abril de 2017 ao ser flagrado com 129 quilos de maconha e 270 munições, além de uma arma de fogo sem autorização.
Em julho, o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence concedeu a transferência para uma clínica, mas como havia outro pedido de prisão, por causa da Operação Cérberus, da Polícia Federal, deflagrada em 13 de junho, Breno não pode ser liberado.
A defesa conseguiu nova decisão em prol da transferência e a desembargadora foi pessoalmente ao presídio, com veículo da Polícia Civil, acompanhada de um delegado e um policial e tirou o filho, levando-o para uma clínica no interior de São Paulo.
Novamente por causa da Operação Cérberus, o filho da desembargadora voltou ao presídio na região leste do estado.
A substituição da prisão pela internação ocasionou a abertura de investigação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apura as circunstâncias da concessão do habeas corpus ao Breno.
A namorada e o funcionário do filho da desembargadora, que estavam com o empresário quando da prisão em flagrante, foram condenados por tráfico de drogas e porte de munição. Já Breno Fernando Solon Borges será julgado separadamente, pois o processo foi desmembrado após a defesa pedir perícia de insanidade mental.

2018: A ELEIÇÃO QUE ENTERRARÁ O PT E MAIS UMA PENCA DE CANDIDATOS LIGADOS AO ESTABLISHMENT

sexta-feira, março 02, 2018

Todos aqueles brasileiros que pela sorte do destino já têm mais de meio século de vida uma coisa fica muito clara e evidente: nunca na história deste país se viu praticamente toda a classe política chafurdando no lodaçal da corrupção e da roubalheira.
Não que o passado político brasileiro esteja a salvo dessa contaminação. Mas foi depois da dita Nova República que esse esgoto subiu à superfície contaminando todos os poderes do Estado. E isso ficou muito claro depois da Operação Lava Jato. Tão claro que muitos eleitores sabem que as exceções são tão raras que provavelmente haverá uma torrente de votos em branco, a menos que os algoritmos das famigeradas urnas eletrônicas creditem esses votos a determinados candidatos do establishment muitos ficarão a ver navios, especialmente no que concerne ao Legislativo.
Tanto é que corre solto na frente o pré-candidato Jair Messias Bolsonaro, o único dos postulantes que não tem vínculos com o establishment, podendo sem dúvida contabilizar esta situação.
Os três principais partidos políticos - MDB, PMDB e PT estão em frangalhos.
Mas é justamente o PT que deverá sair completamente em detonado do pleito de outubro desse fatídico ano de 2018. Aliás, nas últimas eleições municipais o PT já recebeu uma sova dos eleitores. A tendência desse outrora pretensioso partido comunista é dar com os burros n'água pois seu único trunfo sempre foi o Lula. Porém, desta vez o ex-líder vermelho foge de sua própria sombra. A ilustração desta postagem do sempre excelente Sponholz revela o estado verdadeiro do ex-demiurgo de Garanhuns.

Dito isto, passo em seguida a transcrever uma ótima análise do jornalista J.R. Guzzo que, junto com o Augusto Nunes, ainda consegue manter de pé a revista Veja. Leiam:
O PLANO "B" DO PT PARA 
AS ELEIÇÕES FOI A PIQUE

Por J.R. Guzzo
O PT está com o mesmo problema de Diógenes na Grécia antiga. O filósofo, como se conta na história, andava pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, carregando na mão uma lanterna acesa. “Para que essa lanterna, Diógenes?”, perguntavam os atenienses que cruzavam com ele. “Para ver se eu acho um homem honesto nesta cidade”, respondia. É o que o PT está procurando hoje entre os seus grão-senhores ─ um sujeito honesto, ou, pelo menos, que tenha uma ficha suficientemente limpa para sair candidato à Presidência da República. Está difícil achar essa figura. O “Plano A” do partido para as eleições sempre previu a candidatura do ex-presidente Lula. Quem mais poderia ser? Nunca houve, desde a fundação do PT, outro candidato que não fosse ele ─ e quem achou um dia que poderia se apresentar como “opção” jaz há muito tempo no cemitério dos petistas mortos e excomungados.
Como no momento Lula está condenado a doze anos e tanto de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, sem contar outras sentenças que pode acumular nos próximos meses, sua candidatura ficou difícil. O “Plano B” previa que em seu lugar entrasse o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner ─ mas o homem acaba de ser indiciado por roubalheira grossa num inquérito da Polícia Federal, acusado de levar mais de 80 milhões de reais em propina em seu governo. O “Plano C” poderia incluir a atual presidente do partido. Mas ela também é acusada de ladroagem pesada, e só está circulando por aí porque tem “foro privilegiado” como senadora; aguarda, hoje, que o Supremo Tribunal Federal crie coragem para resolver o seu caso um dia desses. (De qualquer forma, seria um plano tão ruim que ninguém, nem entre a “militância” mais alucinada, chegou a pensar a sério no seu nome.) O “Plano D”, ao que parece, é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ele é uma raridade no PT de hoje ─ não está correndo da polícia, nem cercado por uma manada de advogados penalistas. Em compensação, tem de lidar com a vida real. O problema de Haddad não é folha corrida ─ é falta de voto. Na última eleição que disputou perdeu já no primeiro turno para um estreante, o atual prefeito João Doria, e de lá para cá não aconteceu nada que o tivesse transformado num colosso eleitoral.
Um “Plano E” poderia ser o ex-ministro Ciro Gomes. Mas Ciro não é do PT, os petistas não gostam dele e o seu grau de confiança nos possíveis aliados é mínimo. “É mais fácil um boi voar do que o PT apoiar um candidato de outro partido”, disse há pouco. Daí para um “Plano F”, “G” ou “H” é um pulo. Sempre haverá algum nome para colocar na roda. Resolve? Não resolve. O problema real é que o PT se transformou há muito tempo num partido totalmente franqueado ao mesmo tipo de gente, exatamente o mesmo, que sempre viveu de roubar o Erário em tempo integral. O partido, hoje, é apenas mais uma entre todas essas gangues que infestam a política brasileira. A dificuldade eleitoral que o PT encontra no momento não é o fato de que Lula foi condenado como ladrão duas vezes, na primeira e na segunda instâncias. É que, tirando o ex-presidente da campanha, nada muda ─ o sub-mundo ao seu redor continua igual. Ou seja: o partido não vai se livrar da tradicional maçã estragada e tornar-se sadio outra vez. A esta altura, o barril todo já foi para o espaço. De plano em plano, podem ir até a letra “Z” sem encontrar o justo procurado por Diógenes. Do site da revista Veja - DO A.AMORIM