sexta-feira, março 02, 2018
Não que o passado político brasileiro esteja a salvo dessa contaminação. Mas foi depois da dita Nova República que esse esgoto subiu à superfície contaminando todos os poderes do Estado. E isso ficou muito claro depois da Operação Lava Jato. Tão claro que muitos eleitores sabem que as exceções são tão raras que provavelmente haverá uma torrente de votos em branco, a menos que os algoritmos das famigeradas urnas eletrônicas creditem esses votos a determinados candidatos do establishment muitos ficarão a ver navios, especialmente no que concerne ao Legislativo.
Tanto é que corre solto na frente o pré-candidato Jair Messias Bolsonaro, o único dos postulantes que não tem vínculos com o establishment, podendo sem dúvida contabilizar esta situação.
Os três principais partidos políticos - MDB, PMDB e PT estão em frangalhos.
Mas é
justamente o PT que deverá sair completamente em detonado do pleito de
outubro desse fatídico ano de 2018. Aliás, nas últimas eleições
municipais o PT já recebeu uma sova dos eleitores. A tendência desse
outrora pretensioso partido comunista é dar com os burros n'água pois
seu único trunfo sempre foi o Lula. Porém, desta vez o ex-líder vermelho
foge de sua própria sombra. A ilustração desta postagem do sempre
excelente Sponholz revela o estado verdadeiro do ex-demiurgo de
Garanhuns.
Dito isto, passo em seguida a transcrever uma ótima análise do jornalista J.R. Guzzo que, junto com o Augusto Nunes, ainda consegue manter de pé a revista Veja. Leiam:
Dito isto, passo em seguida a transcrever uma ótima análise do jornalista J.R. Guzzo que, junto com o Augusto Nunes, ainda consegue manter de pé a revista Veja. Leiam:
O PLANO "B" DO PT PARA
AS ELEIÇÕES FOI A PIQUE
Por J.R. Guzzo
O
PT está com o mesmo problema de Diógenes na Grécia antiga. O filósofo,
como se conta na história, andava pelas ruas de Atenas, em plena luz do
dia, carregando na mão uma lanterna acesa. “Para que essa lanterna,
Diógenes?”, perguntavam os atenienses que cruzavam com ele. “Para ver se
eu acho um homem honesto nesta cidade”, respondia. É o que o PT está
procurando hoje entre os seus grão-senhores ─ um sujeito honesto, ou,
pelo menos, que tenha uma ficha suficientemente limpa para sair
candidato à Presidência da República. Está difícil achar essa figura. O
“Plano A” do partido para as eleições sempre previu a candidatura do
ex-presidente Lula. Quem mais poderia ser? Nunca houve, desde a fundação
do PT, outro candidato que não fosse ele ─ e quem achou um dia que
poderia se apresentar como “opção” jaz há muito tempo no cemitério dos
petistas mortos e excomungados.
Como no momento Lula está condenado a doze anos e tanto de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, sem contar outras sentenças que pode acumular nos próximos meses, sua candidatura ficou difícil. O “Plano B” previa que em seu lugar entrasse o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner ─ mas o homem acaba de ser indiciado por roubalheira grossa num inquérito da Polícia Federal, acusado de levar mais de 80 milhões de reais em propina em seu governo. O “Plano C” poderia incluir a atual presidente do partido. Mas ela também é acusada de ladroagem pesada, e só está circulando por aí porque tem “foro privilegiado” como senadora; aguarda, hoje, que o Supremo Tribunal Federal crie coragem para resolver o seu caso um dia desses. (De qualquer forma, seria um plano tão ruim que ninguém, nem entre a “militância” mais alucinada, chegou a pensar a sério no seu nome.) O “Plano D”, ao que parece, é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ele é uma raridade no PT de hoje ─ não está correndo da polícia, nem cercado por uma manada de advogados penalistas. Em compensação, tem de lidar com a vida real. O problema de Haddad não é folha corrida ─ é falta de voto. Na última eleição que disputou perdeu já no primeiro turno para um estreante, o atual prefeito João Doria, e de lá para cá não aconteceu nada que o tivesse transformado num colosso eleitoral.
Um “Plano E” poderia ser o ex-ministro Ciro Gomes. Mas Ciro não é do PT, os petistas não gostam dele e o seu grau de confiança nos possíveis aliados é mínimo. “É mais fácil um boi voar do que o PT apoiar um candidato de outro partido”, disse há pouco. Daí para um “Plano F”, “G” ou “H” é um pulo. Sempre haverá algum nome para colocar na roda. Resolve? Não resolve. O problema real é que o PT se transformou há muito tempo num partido totalmente franqueado ao mesmo tipo de gente, exatamente o mesmo, que sempre viveu de roubar o Erário em tempo integral. O partido, hoje, é apenas mais uma entre todas essas gangues que infestam a política brasileira. A dificuldade eleitoral que o PT encontra no momento não é o fato de que Lula foi condenado como ladrão duas vezes, na primeira e na segunda instâncias. É que, tirando o ex-presidente da campanha, nada muda ─ o sub-mundo ao seu redor continua igual. Ou seja: o partido não vai se livrar da tradicional maçã estragada e tornar-se sadio outra vez. A esta altura, o barril todo já foi para o espaço. De plano em plano, podem ir até a letra “Z” sem encontrar o justo procurado por Diógenes. Do site da revista Veja - DO A.AMORIM
Como no momento Lula está condenado a doze anos e tanto de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, sem contar outras sentenças que pode acumular nos próximos meses, sua candidatura ficou difícil. O “Plano B” previa que em seu lugar entrasse o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner ─ mas o homem acaba de ser indiciado por roubalheira grossa num inquérito da Polícia Federal, acusado de levar mais de 80 milhões de reais em propina em seu governo. O “Plano C” poderia incluir a atual presidente do partido. Mas ela também é acusada de ladroagem pesada, e só está circulando por aí porque tem “foro privilegiado” como senadora; aguarda, hoje, que o Supremo Tribunal Federal crie coragem para resolver o seu caso um dia desses. (De qualquer forma, seria um plano tão ruim que ninguém, nem entre a “militância” mais alucinada, chegou a pensar a sério no seu nome.) O “Plano D”, ao que parece, é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ele é uma raridade no PT de hoje ─ não está correndo da polícia, nem cercado por uma manada de advogados penalistas. Em compensação, tem de lidar com a vida real. O problema de Haddad não é folha corrida ─ é falta de voto. Na última eleição que disputou perdeu já no primeiro turno para um estreante, o atual prefeito João Doria, e de lá para cá não aconteceu nada que o tivesse transformado num colosso eleitoral.
Um “Plano E” poderia ser o ex-ministro Ciro Gomes. Mas Ciro não é do PT, os petistas não gostam dele e o seu grau de confiança nos possíveis aliados é mínimo. “É mais fácil um boi voar do que o PT apoiar um candidato de outro partido”, disse há pouco. Daí para um “Plano F”, “G” ou “H” é um pulo. Sempre haverá algum nome para colocar na roda. Resolve? Não resolve. O problema real é que o PT se transformou há muito tempo num partido totalmente franqueado ao mesmo tipo de gente, exatamente o mesmo, que sempre viveu de roubar o Erário em tempo integral. O partido, hoje, é apenas mais uma entre todas essas gangues que infestam a política brasileira. A dificuldade eleitoral que o PT encontra no momento não é o fato de que Lula foi condenado como ladrão duas vezes, na primeira e na segunda instâncias. É que, tirando o ex-presidente da campanha, nada muda ─ o sub-mundo ao seu redor continua igual. Ou seja: o partido não vai se livrar da tradicional maçã estragada e tornar-se sadio outra vez. A esta altura, o barril todo já foi para o espaço. De plano em plano, podem ir até a letra “Z” sem encontrar o justo procurado por Diógenes. Do site da revista Veja - DO A.AMORIM
A mais puríssima verdade
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