terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Renan tornou Senado uma Alagoas hipertrofiada

O réu Renan Calheiros transformou sua ruína judicial num processo de desmoralização do Senado da República. Com a cumplicidade da volante que faz as vezes de Mesa Diretora, Renan peitou Marco Aurélio Mello, o ministro da Suprema Corte que o havia expulsado da linha sucessória da Presidência da República. Ao se recusar a cumprir a ordem, Renan fabricou uma crise institucional a partir de um processo nascido no leito de um relacionamento extraconjugal. E o Senado virou uma espécie de Alagoas hipertrofiada.
Ou a banda muda do Senado faz barulho ou os cangaceiros da Mesa Diretora darão à maioria dos senadores uma péssima reputação. O processo que levou o Supremo Tribunal Federal a converter Renan em réu mistura o que há de mais nefasto na política brasileira. Renan teve uma filha fora do casamento. Até aí, problema dele e da patroa. Acusado de pagar a pensão da criança com dinheiro recebido da Mendes Júnior, enrolou-se nas explicações. E o problema passou a ser do contribuinte, que já não suporta fazer o papel de bobo.
Os senadores tiveram a oportunidade de se livrar de Renan em 2007, quando as pulsões do senador ganharam as manchetes. Em troca da renúncia à presidência do Senado, preservaram-lhe o mandato. Mais tarde, devolveram-lhe a poltrona de presidente mesmo sabendo que o caso resultara em denúncia da Procuradoria. Deitando-se ao lado de Renan na mesma cama pela terceira vez, o Senado levará seu desembaraço moral às fronteiras do paroxismo, humilhando-se de forma inédita. O Brasil não merece.
Com atraso de quase uma década, Renan vive o seu ocaso. Afora o caso em que virou réu, responde a outros 11 inquéritos, oito dos quais relacionados à Lava Jato. Cedo ou tarde, terá o mesmo destino de Eduardo Cunha, hoje um hóspede do PF’s Inn de Curitiba. Já se sabia que o Congresso brasileiro tem um comportamento de alto risco. Mas não se imaginou que os senadores iriam para o suicídio abraçados ao cangaço.
Segundo a cultuada concepção de Churchill, a democracia é o pior regime com exceção de todos os outros. Pois o Senado parece decidido a dar razão a todos os que defendem as alternativas piores. Para usar as mesmas palavras de Renan: ''A democracia, mesmo no Brasil, não merece esse fim.'' Resta agora saber como reagirá o plenário do Supremo. - DO JDESOUSA

Brasília vive momentos surreais e inéditos. O ano de 2016 parece pequeno para acomodar tudo o que a política já enfiou dentro dele. Testemunhamos o afastamento de uma presidente da República. Assistimos à prisão de um presidente da Câmara. Ambos, Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, espernearam. Mas acabaram se conformando com o ostracismo. Chegou a vez de Renan Calheiros.
Réu, Renan recebeu ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, para deixar a presidência do Senado, retirando-se também da linha de sucessão da Presidência da República. E decidiu simplesmente descumprir a ordem. Fez isso com a cumplicidade da Mesa Diretora do Senado, majoritariamente composta de vassalos.
As manobras de Renan para descumprir a ordem de um ministro do Supremo transformaram a encrenca judicial de um senador num processo de desmoralização do Senado. Renan tentou atrair também o apoio de Michel Temer, que preferiu o silêncio.
Se Deus escolhesse um lugar para morar, seria o Brasil. Como não pode, Renan se oferece para substitui-lo. Alguém precisa mostrar a Renan Calheiros que ele também está sujeito à condição humana. Ao se omitir, o Senado estende um tatepe vermelho os ministros do Supremo Tribunal Federal desfilarem. DO J.DESOUSA

STF aceita denúncia do Ministério Público e torna Aníbal Gomes réu na Lava Jato


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (6), por unanimidade (quatro votos a zero), abrir ação penal contra o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) no âmbito da Operação Lava Jato.
Os ministros da Turma aceitaram denúncia oferecida em junho pela Procuradoria Geral da República. Aníbal Gomes responderá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Com a decisão dos ministros, será iniciada, a partir de agora, a fase chamada de instrução processual, na qual há a coleta de provas e depoimentos de testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação. Ao final desse processo, o STF terá que decidir se condena ou absolve o parlamentar.
Procurado pelo G1, o deputado disse que provará a inocência dele com "tranquilidade". "O Ministério Público me denunciou, o Supremo aceitou e eu, agora, vou ter a oportunidade de mostrar que sou inocente", afirmou.
Segundo a investigação, um ex-assessor de Aníbal Gomes recebeu R$ 3 milhões em sua conta, em setembro de 2008, valores oriundos de um acordo entre a Petrobras e um sindicato de práticos. O esquema foi revelado na delação premiada do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.- DO ESTADÃO

Força Tarefa da Lava Jato recebeu o principal prêmio brasileiro de valorização da Justiça


Justiça manda prender Adriana Ancelmo 19 dias após o marido Cabral

A joia de Cabral: Adriana Ancelmo conheceu o ex-governador na Alerj
Ex-primeira-dama já havia sido denunciada pela PF
por Juliana Castro
  O Globo
RIO — Acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio, a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo é alvo nesta terça-feira de um mandado de prisão expedido pela Justiça Federal.
A prisão de Adriana acontece 19 dias após a do marido Sérgio Cabral, apontado como líder do grupo que desviou ao menos R$ 224 milhões em obras com diversas empreiteiras como a reforma do Maracanã e o Arco Metropoliltano, em troca de aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais.
A ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo é investigada pela Operação Lava-Jato por suspeita de usar seu escritório de advocacia para receber propina.
Somente sete dos dez maiores contratos do escritório de Adriana Ancelmo somam 27 milhões de reais.
O esquema com empreiteiras bancou uma vida de luxo para Cabral, Adriana e outros envolvidos.
O dinheiro de propina pagou viagens internacionais, idas a restaurantes sofisticados, uso de lanchas e helicópteros e compras de joias.

Joias compradas pelo ex-governador Sérgio Cabral e sua mulher Adriana Ancelmo na Antonio Bernardo
Foto: Reprodução

Joias compradas pelo ex-governador Sérgio Cabral e sua mulher Adriana Ancelmo na Antonio Bernardo
Foto: Reprodução
Joias compradas pelo ex-governador Sérgio Cabral e sua mulher Adriana Ancelmo na Antonio Bernardo
Foto: Reprodução
Uma das joias foi um anel avaliado em 800 mil reais que Adriana recebeu de presente durante uma viagem a Mônaco. O anel foi pago pelo empresário Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta.
Cabral teria se utilizado também de um sistema de contabilidade paralelo da joalheria Antonio Bernardo.Segundo uma gerente, o ex-governador comprou mais de 5 milhões de reais em joias por esse sistema. Na joalheira H.Stern, Cabral teria comprado joias no valor de 2 milhões de reais. As compras eram feitas em dinheiro vivo, sem a emissão de notas fiscais.
Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral
Ricardo Moraes / Reuter 06 de dezembro de 2015 - DO R.DEMOCRATICA

Renan desacata o STF


Renan Calheiros está dando mais um golpe
O Antagonista
Os membros da Mesa Diretora do Senado assinaram uma decisão recusando-se a aceitar seu afastamento.
Renan Calheiros não aceita ser julgado por ninguém. Nem por um ministro do STF.
Veja o documento publicado pelo Jota:

A solidão de Renan Calheiros

Quando se sente acuado, Renan ataca.
Faz barulho.
E, por meio dele, tenta atrair apoios.
Como fazia Eduardo Cunha, hoje, preso em Curitiba
(27/10/2016)
Ricardo Noblat
A arenga do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) contra o Poder Judiciário pode ser chamada por qualquer nome, mas está longe de indicar que o país esteja às vésperas de uma crise institucional.
O Poder Legislativo é composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. Renan preside o Senado.
Quando o Senado e a Câmara se reúnem para deliberar, diz-se que o Congresso está reunido. E é o presidente do Senado quem comanda a sessão.
Renan é, pois, o presidente de uma das casas do Poder Legislativo. Não é o presidente do Poder Legislativo.
Na linha direta de sucessão do presidente da República, o presidente do Senado é o terceiro. Antes dele estão o vice-presidente e o presidente da Câmara.
Michel Temer não tem vice, como José Sarney não teve, nem Itamar Franco. Os três substituíram presidentes afastados por impeachment (Collor e Dilma) e por morte (Tancredo Neves).
Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara dos Deputados, não está em rota de colisão com o Poder Judiciário.
Quem está é Renan. E não por que um juiz de primeira instância autorizou a Polícia Federal a prender agentes da Polícia do Senado, suspeitos de sabotarem a Lava Jato.
Mas porque Renan está encrencado com a Justiça onde responde a 11 processos, e vê a Lava Jato aproximar-se mais e mais dele.
Quando se sente acuado, Renan ataca. Faz barulho. E, por meio dele, tenta atrair apoios. Como fazia Eduardo Cunha, hoje, preso em Curitiba.
Como sabe que é generalizado no Congresso o medo da Lava Jato, Renan se oferece como líder da resistência contra suas investidas.
Falta-lhe coragem, porém, para bater no alto. Bate então num “juizeco” e em um ministro a quem se refere como “chefe de polícia”.
Não bate em Sérgio Moro. Muito menos em ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que o julgarão em breve por ter recebido dinheiro de uma empreiteira para pagar pensão à ex-amante.
Diante de uma reprimenda da ministra Carmén Lúcia, presidente do STF, mia como um gato e renova seu apreço ao Judiciário.
No dia seguinte, sugere que faltará a uma reunião convocada pela ministra para tratar de segurança pública. Para horas depois confirmar que estará, sim, presente à reunião.
É incentivado pelos colegas a ir em frente. Mas eles não se dispõem a acompanhá-lo. Está só. E a três meses do fim do seu mandato como presidente do Senado.
A Lava Jato está longe do fim. O mandato de dois anos da ministra Cármen Lúcia como presidente do STF está só no começo.
Renan Calheiros, presidente do Senado
(Foto: Orlando Brito)
06/12/2016DO R.DEMOCRATICA

Uma cajadada, três coelhos

O ministro Marco Aurélio Mello matou não apenas dois, mas três coelhos com uma cajadada – ou canetada – só. Ao conceder liminar a uma petição da Rede Sustentabilidade, Mello tirou Renan Calheiros da presidência do Senado faltando, na prática, 15 dias para o fim de sua gestão; passou uma rasteira no ministro Dias Toffoli, que empurrara para o ano que vem uma decisão sobre Renan; de quebra, ofuscou uma das maiores tacadas do governo Michel Temer: o anúncio da reforma da Previdência.
A alegação da Rede, acatada por Marco Aurélio, tem a lógica de uma equação matemática: se a legislação proíbe réus de ocupar cargos na linha sucessória do presidente da República, e Renan é presidente do Senado e virou réu, logo... ele não poderia mais manter a presidência. Mas ele só vai (ou iria) ocupar a função de fato até o fim do mês, quando começa o recesso parlamentar até fevereiro, quando será eleito seu sucessor.
Deve ter sido por isso, e para evitar maior turbulência política, que Dias Toffoli decidiu pedir vistas no primeiro julgamento que tiraria Renan, apesar de a maioria dos ministros já ter decidido pelo afastamento. Com o pedido de vistas, o novo julgamento ficou para o dia 21, quando o Judiciário entra em recesso e não julga mais nada até fevereiro. Com seu ato, portanto, Toffoli tinha garantido a Renan ficar na presidência até o último dia. Mas a Rede entrou com uma petição adicional e Marco Aurélio acatou rapidinho.
O terceiro “coelho” foi Temer, que reuniu o ministro da Fazenda e a cúpula do Legislativo (ausente Renan...) para anunciar uma proposta para a Previdência que vai enfrentar muita resistência nas centrais sindicais, por exemplo, mas tende a acalmar a ansiedade de analistas e investidores. Era para ser manchete, mas a queda de Renan tornou-se uma forte concorrente.
De quebra, a troca de comando no Senado pode afetar os planos de Temer: sai Renan, entra Jorge Viana. Renan não é propriamente um aliado incondicional, mas é do mesmo PMDB. Viana é um senador responsável e tem visão republicana, mas é do PT. Se você fosse Temer, qual deles preferiria na hora de votar o segundo turno da PEC do Teto de Gastos e no início da tramitação de uma reforma para elevar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos?
O fato é que a liminar sobre Renan Calheiros corrobora o que centenas de milhares de pessoas, em verde e amarelo, reivindicaram nas manifestações de domingo em 25 Estados e no DF. Com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha afastado pelo Supremo, cassado pelos deputados e preso pela Justiça, Renan virou a bola da vez nas ruas lotadas contra a corrupção, o Congresso, a implosão do pacote anticorrupção na Câmara e a tentativa frustrada do Senado de votar urgência para aprovar os cacos do pacote.
Também soando como resposta às manifestações, a Lava Jato amanheceu ontem mirando o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT) e o ex-senador do PMDB Vital do Rêgo, atual ministro do TCU, deixando um saldo assustador de presidentes da Câmara e do Senado. Na Câmara, Ibsen Pinheiro foi cassado, Severino Cavalcanti renunciou, João Paulo Cunha foi preso pelo mensalão, Eduardo Cunha está preso por múltiplas acusações, Henrique Eduardo Alves saiu de fininho do governo Temer e agora Marco Maia é obrigado a dar (muitas) explicações. 
No Senado, Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e Renan Calheiros (na primeira gestão) foram obrigados a renunciar, José Sarney escapou por pouco e Renan, de volta à presidência, é réu e enfrenta outros 11 processos. Tal como Eduardo Cunha, ele disparou na política nacional a bordo do bólido Fernando Collor. Será que a Justiça tarda, mas começa a não falhar? DO ESTADÃO

Prova da UFRJ para vagas de servidor público é panfleto petista


O PT perdeu o poder político, mas não o velho aparelhamento do sistema de ensino.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro aplicou no domingo (4) um verdadeiro panfleto petista em forma de prova do edital nº 293/2016 para candidatos a servidores públicos da própria UFRJ em áreas técnico-administrativas e de nível superior, incluindo vagas para médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e na Maternidade Escola (ME).
Este blog obteve a reprodução de cada página da prova por meio de candidatos que julgaram “revoltante” o alto grau de propaganda político-ideológica de esquerda contida nas questões a que foram submetidos num dos quatro locais de realização do concurso na ilha do Fundão.
“A prova de português inteira foi assim: totalmente tendenciosa”, diz um médico. “Ela foi aplicada tanto para nível médio quanto superior, então todo mundo fez essa prova, a maior parte dela chamando o impeachment de ‘golpe'”, contou.
É compreensível.
O texto panfletário da questão 1, “A Idade Média nacional”, é de Wanderley Guilherme dos Santos, o mesmo que, em 2005, formulou com Marilena Chauí a tese adotada pelo PT (e até hoje repetida em outros escândalos) de que noticiar e denunciar o mensalão era uma tentativa de “golpe das elites” contra o “governo popular” de Lula.
Se a denúncia do mensalão, que rendeu cadeia a José Dirceu e outros petistas graúdos, já era “golpe” para Wanderley, por que o impeachment por crime de responsabilidade não seria, não é mesmo?
Página 3Página 3 (Fonte de Felipe Moura Brasil/Reprodução)
[Veja em tamanho ampliado: AQUI.]
Durante o primeira mandato de Dilma, Wanderley presidiu por dois anos a Casa de Rui Barbosa, cargo de confiança subordinado ao Ministério da Cultura.
A banca, porém, usa a velha artimanha de apresentar o autor como mero “cientista político” e “professor aposentado da UFRJ”, dando a impressão de isenção que ele sempre afetou para adaptar discursos “científicos” às conveniências do lulismo.
A fonte do texto é atribuída ao site Segunda Opinião, embora também tenha sido reproduzido na coluna de Wanderley – adivinhe – no Brasil 247, de Leonardo Attuch, citado na Lava Jato por ter recebido 120 mil reais do lobista do petrolão Milton Pascowitch, sem falar nos milhões de reais recebidos de verba de publicidade federal durante o governo do PT.
Print do Brasil 247 com texto que caiu na prova da UFRJ
Print do Brasil 247 com texto que caiu na prova da UFRJ (FMB/Reprodução)
Wanderley rotula de “golpistas”, sem refutar a argumentação contrária, aqueles que destituíram legalmente Fernando Lugo no Paraguai e Dilma Rousseff no Brasil; e afirma, sem dar exemplos, que “o conservadorismo hegemônico só se sustenta pela asfixia da divergência”, na qual não está ausente a “violência nas ruas, com a brutalidade que for necessária”.
É um típico texto (de) petista em suas omissões, inversões e demonizações baratas.
– Como se o impeachment não tivesse tido apoio da parte da esquerda não aliada ao PT;
– Como se todos que repudiassem os crimes petistas fossem (tais como os por ele demonizados) conservadores;
– Como se a “asfixia da divergência” (por meio de prisão ou fuzilamento) não fosse historicamente a regra em ditaduras de esquerda parceiras do PT, como a cubana;
– Como se a “brutalidade” vista com frequência pelos petistas nos atos pró-impeachment não tivesse sido a de manifestantes tirando fotos ao lado da PM;
– Como se a violência nas ruas e a pregação dela (até no Palácio do Planalto no governo Dilma) não fossem frequentes apenas nos casos de entidades e movimentos de esquerda ligados ao PT, como MST, MTST, CUT, UNE etc., o que as últimas semanas voltaram a deixar claro, com a depredação na Esplanada dos Ministérios de um lado (o deles) e o protesto nacional pacífico de 4 de dezembro do outro: o dos brasileiros que exigem dentro da lei o cumprimento da Constituição.
A questão 1, sob o pretexto da interpretação de texto, já legitima, na prática, o universo paralelo da propaganda petista, sendo a letra “a”, que nem sequer apresenta entre aspas a palavra “golpe”, uma possível resposta oficial:
Close da questão 1
A questão 2, sob o mesmo pretexto, apresenta hipóteses de interpretação para o trecho sobre “reescrever a Constituição pela força tirânica de maioria institucional”.
Embora a opção “d” seja possivelmente a resposta oficial, a “c” é a mais emblemática, pois menciona o “fato” de que, tendo sido consumado um “golpe parlamentar”, “o próximo passo será a mudança forçada da Constituição pela maioria golpista”.
Não por coincidência, o discurso do PT era de que o impeachment seria um meio para frear a Lava Jato, sendo que 98% dos deputados petistas, depois do impeachment, votaram a favor da “Lei de Intimidação” à Lava Jato, como os próprios procuradores da operação definiram a desfiguração das 10 medidas anticorrupção no plenário da Câmara.
A questão 6 apresenta uma opinião – adivinhe – de Emir Sader sobre – adivinhe – o “avanço conservador”.
Página 4
Página 4 (Fonte de Felipe Moura Brasil/Reprodução)
[Veja em tamanho ampliado: AQUI.]
Sader, apresentado na prova apenas como “professor”, é na verdade um estrategista petista, antecessor de – adivinhe quem – Wanderley Guilherme dos Santos na presidência da Casa de Rui Barbosa, e organizador de um livro sobre a primeira década do PT no poder, “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”.
Já mostrei em vídeo um trecho (abaixo, no ponto) do próprio Sader falando, em debate promovido pelo PT, que “hegemonia, no sentido gramsciano, é isso: mesmo aqueles que são vítimas ou adversários incorporam os seus valores”.
A prova da UFRJ é o enésimo exemplo da aplicação das ideias do ideólogo comunista italiano Antonio Gramsci, que pregava a ocupação de espaços, inclusive em universidades, para disseminação sorrateira das ideias que interessam ao Partido.
[Não deixa de ser sintomático que, numa prova com opiniões políticas de Wanderley Guilherme dos Santos e Emir Sader, haja também um texto (nº 4) de Carlos Castilho, do Observatório da Imprensa, sobre a “era da pós-verdade”, na qual os juízos são “baseados mais em sensações que em evidências” e a “verossimilhança ganhou mais peso que a comprovação”.
Obviamente, porém, a UFRJ não questiona se isto se aplica aos autores anteriormente citados.]
A página 5 apresenta uma charge em que a personagem Mafalda aparece na dianteira de uma fila de vacinação dizendo à profissional de saúde:
“Viemos tomar a vacina contra o ódio!”
A prova não diz, mas esta charge foi reproduzida em março, durante o processo de impeachment, por Luís Nassif, militante da rede virtual petista segundo o próprio presidente do PT, Rui Falcão, e autor do blog que recebeu R$ 1.274.671,00 em verba de publicidade federal só em 2015.
Print do blog de Luís Nassif com charge da Mafalda
Print do blog de Luís Nassif com charge da Mafalda (FMB/Reprodução)
O PT acusava e, claro, acusa de “ódio” quem se volta contra os crimes comuns ou de responsabilidade cometidos por petistas. A mão entregando flores que aparece em quadro na charge alude ao símbolo do PDT, aliado do PT contra o impeachment.
A propaganda do discurso petista é tão evidente na prova que nenhuma questão aborda diretamente a charge; ela apenas ilustra a questão 9, que – adivinhe – trata dos significados do verbete “golpista”.
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Página 5 (Fonte de Felipe Moura Brasil/Reprodução)
[Veja em tamanho ampliado: AQUI.]
A questão 10 apresenta um texto sintomático de ataque ao projeto Escola Sem Partido (ESP), criado por Miguel Nagib justamente para alertar estudantes de todo o Brasil contra doutrinações ideológicas como a da prova da UFRJ.
Este blog perguntou, então, a Nagib a sua opinião a respeito e a reproduz abaixo na íntegra:
“Caro Felipe,
Essa prova é também uma prova do aparelhamento político e partidário das escolas e universidades no Brasil. Das escolas e universidades esse tipo de prática se espalhou por toda a máquina do estado. Em maio deste ano, uma prova de seleção de estagiários para o MPF em Minas também foi notícia por causa do viés partidário. [Veja AQUI.]
No caso, embora as questões de português não exijam do candidato um alinhamento político, elas deixam claro o viés ideológico do funcionário/professor responsável, o que é ilegal. Esse comportamento é uma tara. O militante simplesmente não consegue se conter.
Antigamente, a doutrinação estava restrita às disciplinas de história, geografia, sociologia… Hoje está em todo o curriculum. Os militantes adoram dar aula de Português, por exemplo, porque podem obrigar os alunos a ler os textos que eles, professores, gostam de ler. Então, é um festival de artigos extraídos de Carta Capital, Midia Ninja, Agência Pública e da esgotosfera petista em geral.
O texto sobre o ESP, usado na prova, fala de uma professora que foi flagrada em vídeo, usando sua aula para ‘explicar’ aos alunos por que os professores entrariam em greve. Ou seja: a professora estava usando seu cargo para promover os seus próprios interesses; estava roubando o tempo de aprendizado dos alunos para tentar obter a sua adesão à pauta de reivindicações do sindicato. E por isso ela teria sido denunciada e estava tentando se fazer de vítima. Ora, vítimas são os alunos! Ela tinha mais é que levar uma sanção disciplinar para aprender a respeitar a lei e os estudantes. Mas duvido que isso tenha acontecido.
Essa prova é um escândalo.”
Pois é, Nagib.
Mas a exploração da agenda de esquerda na prova não para por aí.
A questão 11 usa trecho da notícia sobre o Colégio Pedro II liberar saia para meninos e adotar em listas de chamada o “nome social” escolhidos por alunos e alunas transexuais.
A questão 12 cita diálogo de Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia sobre se ela queria ser chamada de “presidente ou presidenta” do STF e depois defende que o segundo termo, usado por Dilma e dispensado por Cármen, está consignado no dicionário Houaiss.
A banca apresenta então três opções de repercussão do diálogo na imprensa, com as respectivas manchetes: uma do G1, uma da revista Carta Capital, outra da revista VEJA; e foca a questão – adivinhe – no grau de isenção.
A prova omite que a manchete afiada de VEJA, na verdade, é de um de seus colunistas de opinião, Augusto Nunes, não da redação.
É um modo sorrateiro de fazer a Carta Capital, aquela revista cujo editor é pautado por Lula, como confirmou uma gravação da Lava Jato, parecer mais isenta que VEJA.
Página 6
Página 6 (Fonte de Felipe Moura Brasil/Reprodução)
[Veja em tamanho ampliado: AQUI.]
O texto 5 da prova é uma adaptação da notícia do UOL sobre a conclusão fajuta da “pesquisa” do Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, segundo a qual “Um em cada 3 brasileiros concorda que mulher tem culpa por estupro”.
Este blog já refutou essa conclusão em setembro: AQUI.
Mas a banca da UFRJ prefere investir no engodo sobre a “cultura do estupro” no Brasil.
A questão 16 usa trecho de Sergio Rodrigues que, na prática, equipara “os anacolutos de Dilma” às “mesóclises de Temer”.
A questão 17 apresenta um texto sobre o “choque” da sessão de votação do impeachment para os brasileiros.
Caminhando para o final, os próprios autores da prova já não conseguiram nem disfarçar sua militância no enunciado:
“Dentre as bizarrices ditas durante as indevidas declarações de voto, chamaram atenção diversos atropelos à norma culta da língua…”
Para mostrar vários, eles pedem então que se marque a alternativa em que não ocorre erro de concordância.
Ou seja: numa questão, minimizam o mau português de Dilma com crítica à “cafonice bacharelesca” de Temer; na outra, exploram o mau português dos deputados na sessão do “golpe”.
Página 7
Página 7 (Fonte de Felipe Moura Brasil/Reprodução)
[Veja em tamanho ampliado: AQUI.]
Página 8
Página 8 (Fonte de Felipe Moura Brasil/Reprodução)
[Veja em tamanho ampliado: AQUI.]
Anos atrás, eu defini o Enem como um manual de guerrilha em forma de quiz.
A banca da UFRJ conseguiu superar o Enem em favor do PT.
Essa gente quer reescrever mais uma vez a história do Brasil e usar o sistema de ensino aparelhado para inculcá-la em estudantes do país inteiro.
Como queríamos demonstrar em vídeo de 11 de agosto:
“Com Lula réu e Dilma ré, resta ao PT mentir às próximas gerações”.
DO FELIPEMOURASBRASIL

Valentina de Botas sugere a Marco Aurélio um lembrete para colocar na geladeira: Jorge Viana também é réu

O ministro Marco-adoro-causar-Aurélio, do STF, afastou Renan-11-inquéritos-Calheiros da presidência do Senado e, por consequência, do comando do Congresso, na véspera de votações importantes: a PEC da Previdência e a do teto, importantes para o governo e cruciais para o país; e do tal projeto de abuso de autoridade cujo relator é o senador Roberto Requião, aquele da jagunçada contra o impeachment no Congresso, come mamona e recomenda alfafa para quem vai a manifestações que ele proibiria se pudesse, humilhou numa fila de um aeroporto a filha de Jorge Amado, Paloma (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/historia-em-imagens/isto-e-roberto-requiao-3%C2%BA-capitulo/), enfim, Requião.
Por quase 9 anos, Renan Calheiros escondeu a amante com as bandalheiras de fora no termo “a gestante”, chegou a renunciar à presidência do Senado para escapar à cassação em razão das denúncias segundo as quais era a construtora Mendes Júnior que pagava as despesas de Mônica Veloso, a gestante. A coisa ainda se deu naqueles tempos longíquos de 2009, quando os escândalos não aconteciam quatro vezes ao dia como hoje. Havia tempo para que os brasileiros assimilassem a coisa. Ainda assim, os alagoanos (a exemplo dos paulistas com Maluf, paranaenses com Requião, cariocas com Lindbergh, etc.) insistiram com Renan e lhe deram, em 2011, o terceiro mandato de senador.
Aos brasileiros de bem que estão comemorando o afastamento dele neste momento, convido a pensar se, na véspera da votação do impeachment, Eduardo Cunha tivesse sido afastado, o que teria sido do país que presta.  Convido também a contemplar o substituto de Renan no Congresso – Waldir Maranhão, aquele que simplesmente revogou a votação que aprovou o impeachment na Câmara -; e no Senado – o petista Jorge Viana. Ao ministro Marco Aurélio, que já causou concedendo liminar para abertura de impeachment contra Temer, faço um lembrete para ele colocar na porta da geladeira: se Renan tem de ser afastado da linha sucessória da presidência por ser réu, Jorge Viana também é réu por improbidade numa ação movida pelo Ministério Público Federal, assinada pelo procurador da República Paulo Henrique Ferreira Brito, por crime de improbidade administrativa quando Viana governava o Acre, o estado-feudo da família. Se é que o ministro não se lembrava disso. Do que ele, o STF lento e imprevisível (como o resto do Judiciário tão caro quanto ineficiente) e o Congresso necrosado não se lembram é do país, mero detalhe que não está no lembrete na porta da geladeira dessa gente.
Contemplando esta fieira de homens públicos – Requião, Renan, Viana, Maranhão -, deixo o lembrete aos brasileiros: precisamos urgentemente votar melhor. Contemplando as sandices, os arroubos e a covardia de quem não tem nada a perder, vou anotar para eu não me esquecer: o Brasil sempre foi um hospício, mas agora já começa a faltar medicação. E, antes que me esqueça: Bertolucci e Marlon Brando, dois rematados canalhas. - DO A.NUNES

Liminar afastou Renan e a chicana, diz Eliana Calmon

Frederico Vasconcelos - Folha de São Paulo

Ex-corregedora nacional elogia decisão de Marco Aurélio e diz que o senador alagoano –afrontado com a lei– quis acuar o Judiciário.

Marco Aurélio, Renan e Eliana
A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon elogiou a liminar do ministro Marco Aurélio, decisão provisória que afastou, nesta segunda-feira (5), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.
“Como sempre, o Ministro Marco Aurélio surpreende. Desta vez entendo que agiu muito bem, afastando a chicana que por vezes ocorre nos julgamentos, quando um julgador submete a seu capricho a maioria dos colegas, em atitude inaceitável”, diz a ministra aposentada.
“Considerei a decisão sobretudo didática pela atitude e pelos argumentos. Parece que os políticos ainda não se deram conta que o Brasil mudou e o povo não mais aceita a velha política.”
O comentário é uma referência ao pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que, no dia 3 de novembro, interrompeu o julgamento de ação que proíbe que réus ocupem posto na linha sucessória da Presidência da República.
Na decisão liminar, Marco Aurélio registra que, após cinco votos proferidos, Toffoli pediu vista. O decano, ministro Celso de Mello antecipou o sexto voto, sendo alcançada a maioria absoluta, de seis a zero.
Os seis ministros concluíram pelo acolhimento do pleito formalizado na inicial da arguição de descumprimento de preceito fundamental, para assentar não poder réu ocupar cargo integrado à linha de substituição do Presidente da República. O tempo passou, sem a retomada do julgamento. Mais do que isso, o que não havia antes veio a surgir: o hoje Presidente do Senado da República, senador Renan Calheiros, por oito votos a três, tornou-se réu, considerado o inquérito nº 2.593.
Mesmo diante da maioria absoluta já formada na arguição de descumprimento de preceito fundamental e réu, o Senador continua na cadeira de Presidente do Senado, ensejando manifestações de toda ordem, a comprometerem a segurança jurídica“, afirmou Marco Aurélio, ao conceder a liminar.
Para que a liminar seja confirmada pelo plenário, Dias Toffoli precisa liberar o seu voto.
Reação das “velhas raposas” 
Em reportagem de Murillo Camarotto, publicada nesta segunda-feira (5) no jornal “Valor Econômico”, Eliana Calmon disse que as mudanças feitas pela Câmara no pacote anticorrupção e a pressa na aprovação da Lei de Abuso de Autoridade configuram uma reação das “velhas raposas” ao avanço das investigações contra os políticos.
Ainda segundo a reportagem, a ministra aposentada do STJ alinha sua opinião à do juiz federal Sergio Moro, de que este não é o momento ideal para o Congresso tratar da Lei de Abuso de Autoridade, uma prioridade de Renan Calheiros.
“Acho que o Moro tem toda a razão. Pela primeira vez o Congresso está sendo afrontado com a lei. Neste momento, os políticos estão sentindo na pele e eles pensavam que nunca aconteceria”.
“O que o Renan fala dos super salários, ele está certo. Agora, ele não faz isso em defesa da Constituição, mas como forma de botar a magistratura acuada”, disse Eliana Calmon. - DO J.TOMAZ