O ministro Marco-adoro-causar-Aurélio, do STF, afastou
Renan-11-inquéritos-Calheiros da presidência do Senado e, por
consequência, do comando do Congresso, na véspera de votações
importantes: a PEC da Previdência e a do teto, importantes para o
governo e cruciais para o país; e do tal projeto de abuso de autoridade
cujo relator é o senador Roberto Requião, aquele da jagunçada contra o
impeachment no Congresso, come mamona e recomenda alfafa para quem vai a
manifestações que ele proibiria se pudesse, humilhou numa fila de um
aeroporto a filha de Jorge Amado, Paloma
(http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/historia-em-imagens/isto-e-roberto-requiao-3%C2%BA-capitulo/),
enfim, Requião.
Por quase 9 anos, Renan Calheiros escondeu a amante com as
bandalheiras de fora no termo “a gestante”, chegou a renunciar à
presidência do Senado para escapar à cassação em razão das denúncias
segundo as quais era a construtora Mendes Júnior que pagava as despesas
de Mônica Veloso, a gestante. A coisa ainda se deu naqueles tempos
longíquos de 2009, quando os escândalos não aconteciam quatro vezes ao
dia como hoje. Havia tempo para que os brasileiros assimilassem a coisa.
Ainda assim, os alagoanos (a exemplo dos paulistas com Maluf,
paranaenses com Requião, cariocas com Lindbergh, etc.) insistiram com
Renan e lhe deram, em 2011, o terceiro mandato de senador.
Aos
brasileiros de bem que estão comemorando o afastamento dele neste
momento, convido a pensar se, na véspera da votação do impeachment,
Eduardo Cunha tivesse sido afastado, o que teria sido do país que
presta. Convido também a contemplar o substituto de Renan no Congresso –
Waldir Maranhão, aquele que simplesmente revogou a votação que aprovou o
impeachment na Câmara -; e no Senado – o petista Jorge Viana. Ao
ministro Marco Aurélio, que já causou concedendo liminar para abertura
de impeachment contra Temer, faço um lembrete para ele colocar na porta
da geladeira: se Renan tem de ser afastado da linha sucessória da
presidência por ser réu, Jorge Viana também é réu por improbidade numa
ação movida pelo Ministério Público Federal, assinada pelo procurador da
República Paulo Henrique Ferreira Brito, por crime de improbidade
administrativa quando Viana governava o Acre, o estado-feudo da família.
Se é que o ministro não se lembrava disso. Do que ele, o STF lento e
imprevisível (como o resto do Judiciário tão caro quanto ineficiente) e o
Congresso necrosado não se lembram é do país, mero detalhe que não está
no lembrete na porta da geladeira dessa gente.
Contemplando esta fieira de homens públicos – Requião, Renan, Viana,
Maranhão -, deixo o lembrete aos brasileiros: precisamos urgentemente
votar melhor. Contemplando as sandices, os arroubos e a covardia de quem
não tem nada a perder, vou anotar para eu não me esquecer: o Brasil
sempre foi um hospício, mas agora já começa a faltar medicação. E, antes
que me esqueça: Bertolucci e Marlon Brando, dois rematados canalhas. - DO A.NUNES
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