Reduzida a previsão do PIB, ampliada a previsão de inflação, falta de fé na Copa e na própria presidente: 2014 se comprovando infernal para o petismo.
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A economia brasileira segue tropeçando e se complicando em 2014. Segundo matéria do Valor Econômico,
os analistas do mercado financeiro elevaram suas expectativas para a
inflação e reduziram o crescimento econômico do país, que seguirá
sofrendo com o que a imprensa vem chamando de “pibinho”. Para 2015, os
números também pioraram.
A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela quinta semana consecutiva, de 6,30% para 6,35%, um nível bem próximo do teto do intervalo da meta a ser perseguida pelo BC, de 6,5%. A projeção para 2015 também subiu, de 5,80% para 5,84%. Na leitura em 12 meses, a expectativa para o avanço do IPCA cedeu pela segunda semana, de 6,14% para 6,07%.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) também já reduziu pela metade a previsão de crescimento brasileiro em
2014. Em abril de 2013, apostava-se em um PIB de 4% para esse ano; doze
meses depois, esse número caiu para 1,8%. A inflação também deve subir,
ficando perto do teto estabelecido pelo governo.
De acordo com o fundo, a economia brasileira sofre com restrições de oferta doméstica, especialmente de infraestrutura, e com um contínuo baixo crescimento do investimento privado, que se reflete na perda de competitividade e na baixa confiança dos empresários.
A inflação deste ano, segundo o FMI, deve ficar em 6,2%, perto do teto da meta do governo. Pelo sistema de metas de inflação em vigor no Brasil, o indicador pode variar entre 2,5% e 6,5%. Já o desemprego deve ter uma pequena alta, passando dos 5,4% de 2013 para 5,6% este ano e para 5,8% em 2015.
Com a economia dando claros sinais de fracasso dia após dia, o jornal britânico Financial Times publicou um texto crítico ao governo Dilma,
lembrando que a presidente orgulhava-se de sua “nova matriz” de
política econômica – com juros baixos, câmbio depreciado e incentivos
fiscais -, mas que o modelo acabou revelando-se um fiasco.
Credibilidade em xeque, crescimento frágil e o rebaixamento pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P) também são lembrados pelo “FT”, que afirma: “a maioria dos economistas acredita que o governo começou a tropeçar em 2012, após o início da crise da zona do euro”.
O periódico britânico aponta que, a partir daquele momento, o governo brasileiro promoveu uma redução de juros sem precedentes — a taxa chegou ao piso histórico de 7,25% em 2012 — e adotou medidas heterodoxas de combate à inflação, como forçar a Petrobras a praticar internamente preços menores que os do mercado internacional e medidas para redução de tarifas de energia.
A confiança do mercado na presidente é tão baixa que, a cada queda sofrida por ela nas pesquisas eleitorais, as estatais se valorizam mais no Ibovespa.
Na última segunda-feira (07), Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil
chegaram a avançar 3,42%, 3,62% e 1,57% respectivamente com suas ações
ordinárias.
Apesar dessa queda, a presidente ainda
seria reeleita na disputa desse ano, mas as eleições caminham para uma
indefinição cada vez maior. Além de todos os problemas econômicos
causados pelo seu governo, Dilma nem sequer conseguiu cumprir uma de suas principais promessas eleitorais de 2010: a construção de 6.000 creches.
Quando iniciou seu quarto ano de mandato, em janeiro, Dilma havia inaugurado apenas 223 creches – 3,7% do total prometido. O total de obras listadas, mesmo as que ainda não saíram do papel, também estava abaixo do previsto: 5.257.
Os dados integram o amplo levantamento feito pelo site de VEJA e pela ONG Contas Abertas nos balanços oficiais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 disponibilizados pelo governo federal.
A Copa do Mundo também tende a ser um agravante para a popularidade da presidente. A pouco mais de dois meses da competição, mais da metade da população brasileira acredita que o evento trará mais prejuízos do que benefícios ao país. Com os muitos bilhões investidos em estádios e um legado cada vez mais reduzido, os brasileiros vêm se mostrando mais pessimistas.
“O brasileiro não é bobo. Mudou da água para o vinho o que foi prometido em 2007 [ano da eleição à sede]. Não se imaginava que teria tantos problemas com orçamento, com redução brutal do investimento com mobilidade urbana, por exemplo. Não há legado”, disse Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, especializada em marketing esportivo.
O agravante é que, se 2014 está sendo difícil, com ou sem reeleição, 2015 tem tudo para ser mais complicado ainda
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