sábado, 11 de abril de 2020
Todos aqueles parafusos frouxos que chacoalhavam na cachola do atual governador de São Paulo, Agripino Doria, parecem ter se soltado de uma única vez.
Usando uma antiga figura de linguagem, poderíamos dizer que o vírus subiu à sua cabeça.
Mas esse surto psicótico de Agripino não é repentino.
Os sinais vêm de longe.
Vêm desde os tempos em que, prefeito da cidade de São Paulo, se fantasiava de gari, comia pastel velho em feira livre e jurava fidelidade a Geraldo Alckmin, que o havia levado ao PSDB e ao cargo de prefeito.
Pobre Geraldo Alckmin, que acabou levando um pé na bunda de Agripino e viu sua carreira política, construída duramente em cima do muro durante décadas, ir pro buraco nas eleições de 2018.
Doria traiu Alckmin na cara dura, usando a prefeitura como trampolim para seus delírios de poder, mas não parou por aí.
Faceiro, traiu também o povo de São Paulo, ao abandonar a prefeitura e grudar no saco de Bolsonaro, na tentativa de abocanhar o governo do Estado.
Conseguiu, como muitos, usar a imagem do presidente para se eleger.
Ato contínuo, mais uma vez traiu a quem o ajudou, atacando o presidente num delírio insano que agora visa a presidência do país.
Sem limites éticos ou morais, Doria hoje comete um crime de responsabilidade atrás do outro, usando a pandemia do Covid-19, que imagina ser sua grande ferramenta.
Tenta convencer os comparsas do apodrecido partido PSDB que é hora de atacar Bolsonaro, fazer crescer o partido lá em cima do muro, viola a Constituição invadindo os direitos básicos do cidadão, mente descaradamente, despeja grana pública em empresas de comunicação para que lhe sirvam, arruína carreiras de subordinados - lembrem-se de David Uip, o médico embrulhão, mentindo por ordem de Agripino - e ameaça com cadeia aqueles que não obedecerem aos seus loucos desígnios.
Desembargadores, advogados, juristas, empresários e todo o povo do Estado, estarrecido, pede o afastamento da criatura.
Em São Paulo, Doria é odiado democraticamente.
Por todos.
Nem a esquerda, tonta, sabe se gosta dele ou não.
Fácil entender: Agripino é conhecido por sua deslealdade contumaz.
E quem, de esquerda, direita, centro ou isentão, pode apoiar um sujeito imprevisível, que mete uma faca nas costas dos amigos sem hesitar, quando isso lhe é conveniente?
Só louco mesmo.
E por falar em louco, é preciso que esse maluco seja afastado o mais rápido possível do governo de São Paulo.
Pedidos de impeachment do pequeno ditador não faltam - a começar pelos dois de Major Olímpio, já protocolados - e aumentarão.
Crimes cometidos por Agripino também não faltam -especialmente os de responsabilidade.
Ainda assim, o caso de Agripino Doria parece ser mais grave do que simplesmente a deposição de um mau governante.
Me parece - e à sociedade - caso de internação mesmo.