quinta-feira, 14 de maio de 2015

Delação chega a 2014


A delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, presidente da UTC definido por seus pares como o chefe do grupo de empreiteiras que atuou na Petrobras nos escândalos de corrupção que estão sendo investigados na Operação Lava-Jato, pode ter desdobramentos tanto na questão eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto na abertura de um processo de impeachment no Senado
Por Merval Pereira 

Além disso, a delação, decidida depois que o empreiteiro já estava em casa em prisão domiciliar, dá ao Juiz Sérgio Moro argumentos para rebater, ou pelo menos amenizar, a acusação de que os que acertaram suas delações premiadas o fizeram por pressão psicológica da prisão preventiva por muitos meses.
Ricardo Pessoa já tinha dado mostras de que queria fazer a delação premiada, e o que ele tem mandado dizer através de advogados e de documentos que vazou para a imprensa é que está disposto a falar sobre financiamento da campanha de 2014.
Junto com outras informações, isso forma um quadro muito claro de que as campanhas do PT de 2010 e 2014 foram financiadas com dinheiro desviado da Petrobras e pode colocar em xeque a chapa da presidente Dilma com a possibilidade de impugnação, com consequências políticas seriíssimas, inclusive a abertura de um processo de impeachment por crime de responsabilidade e novas eleições presidenciais.
Ficando o caso no Supremo, o processo não terá a celeridade da primeira instância, como está acontecendo em Curitiba com o juiz Sergio Moro. Dizem até que a delação premiada de Pessoa demorou tanto por que Moro e o Procuradores de Curitiba não estavam interessados em novas denúncias contra políticos, pois elas iriam, como foram, parar no Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao foro privilegiado.
No entanto, será um processo político com muito mais repercussão, em cima da campanha eleitoral da presidente, e muda de patamar. Por enquanto, o processo tem políticos envolvidos, mas se entrar a campanha eleitoral da presidente e a possibilidade de impugnação da chapa no TSE, será muito mais relevante e polêmico.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (TSF) e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, havia prorrogado por mais um ano o prazo para que as contas eleitorais da presidente Dilma permaneçam disponíveis na internet.
A decisão foi motivada por suspeitas de outras irregularidades, que ele considera "gravíssimas", como o pagamento de R$ 20 milhões a uma gráfica fantasma ou a uma firma, a Focal, para montar palanques presidenciais, no valor de R$ 25 milhões. O prazo para impugnação das contas no TSE já expirou, mas como houve várias ressalvas encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral, as investigações continuam.
Há dois processos no Tribunal Superior Eleitoral contra a campanha do PT de 2014, a partir de denúncias d PSDB, uma com a ministra Maria Teresa, e outro com o ministro João Noronha, ambos do STJ. Neste último há espaço para a inclusão de casos da Operação Lava-Jato, por que tanto Paulo Roberto Costa quanto o doleiro Yousseff já foram ouvidos sobre outras denúncias de uso de dinheiro desviado da Petrobras na campanha de 2014.
Ricardo Pessoa, em documentos que deixara vazar nos últimos dias através de seus advogados, já admitiu que doou R$ 7,5 milhões à campanha eleitoral de Dilma Rousseff porque foi achacado pelos petistas. O dinheiro teria sido proveniente do esquema de propina na Petrobras. Além disso, disse que doou na campanha eleitoral de 2006 R$ 2,4 milhões a Lula, na campanha presidencial de 2006, entregues em espécie, diretamente ao PT, além de R$ 2,4 milhões para a campanha de Fernando Haddad, pelo caixa 2, e de ter pagado por "consultorias" a José Dirceu.
A impugnação da chapa por "abuso de poder político e econômico" pode ser uma das consequências da denúncia, o que provocaria uma nova eleição se o caso for resolvido na justiça nos dois primeiros anos de mandato, isto é, até o final de 2016. Caso ocorra uma decisão a partir do terceiro ano, haveria uma eleição indireta pelo Congresso, para o término do mandato.
A gravidade de usar do TSE para "lavar" o dinheiro da corrupção pode gerar uma reação mais dura da Justiça Eleitoral, pois fere a credibilidade do Tribunal. O processo no TSE pode gerar também um processo de impeachment no Senado, por crime de responsabilidade. DO R.DEMOCRATICA

GETÚLIO E LULA – DUAS BIOGRAFIAS


Há semanas escrevi as biografias comparativas de Hitler e Lula. Alguns não gostaram. Mas nada foi ideia minha: apenas comparei as igualdades existentes.
Vamos então comparar Getúlio Vargas e Lula da Silva. O primeiro nasceu rico, o segundo pobre. Getúlio morreu com o que herdou dos pais, pois sua vida foi dedicada à política. Lula enriqueceu por caminhos que só a cúpula petista conhece e sua vida é dedicada à política.
Getúlio formou-se em advocacia e foi um bom promotor de justiça. Lula formou-se na escola primária e foi um mau metalúrgico, tanto que perdeu o dedo.
Getúlio liderou uma revolução popular contra a corrupção e o empobrecimento do país. Lula lidera uma revolução de canalhas proeminentes á favor da corrupção.
Getúlio, presidente e ditador, levava multidões de trabalhadores aos estádios para ouvi-lo. Lula leva multidões de empregados do governo para ouvi-lo. Getúlio continua sendo “o pai dos pobres”. Lula é o padrasto dos pobres e o protetor de bandidos.
Getúlio criou a CLT para proteger os operários. Lula acoberta o MST para proteger os desocupados.

Getúlio, amigo de alemães e americanos, usou a Segunda Guerra para trazer dinheiro americano e iniciar o processo de industrialização do país, através da CSN. Lula, amigo da Bolívia, Cuba, Uganda, Guiné Bissau e Nicarágua, manda o dinheiro dos brasileiros, via BNDES para industrializar estes países.
Getúlio criou a PETROBRAS. Lula destruiu a PETROBRAS.
Getúlio era o homem do chimarrão. Lula é o homem da cachaça.
Getúlio fazia promoção do Brasil levando a imagem de um estadista sempre bem vestido e bem falante com uma esposa que se dedicava aos pobres do Brasil. Lula tem a imagem do Jeca Tatú do Monteiro Lobato, com uma esposa alheia aos interesses dos pobres.
Getúlio teve um caso de corrupção em seu governo, chefiado por Gregório Fortunato, chefe de sua guarda pessoal. Pelo cargo de Gregório já imaginam os leitores o valor do escândalo. Matou-se de vergonha. Lula teve vários casos de corrupção em seu governo. Muito ainda agora sendo apurados, como é o caso da Petrobrás.
Ministros, parlamentares e amigos próximos dele ou cumprem pena por bandidos ou estão respondendo a processo. Bilhões e bilhões de reais roubados dos brasileiros.
Até o momento em que concluo, não há notícias de que tenha tentado o suicídio.
Ambos brasileiros.
Getúlio um homem.
Lula um molusco.
mar 13, 2015 - DO R.DEMOCRATICA

Com Pessoa, Lava Jato chega ao pé da rampa


Tão adiada quanto ansiada, a conversão de Ricardo Pessoa em delator leva o escândalo da Lava Jato até o pé da rampa do Palácio do Planalto. O governo, seus agentes políticos e o petismo talvez tenham de sofisticar suas alegações. Tornam-se cada vez mais insuficientes o lero-lero do “não sabia” e a desconversa do “tudo não passou de doação legal”.
Cada escândalo tem suas fatalidades próprias. Mas o mensalão e o petrolão têm uma excentricidade em comum. São dois escândalos acéfalos, produtos de uma máfia sem capo. Onde estão os chefes?, eis a pergunta que a plateia começa a se fazer. Dono da construtora UTC e coordenador do cartel da petropropina, Ricardo Pessoa dispõe do melhor trombone da Lava Jato. Resta saber qual será a intensidade do seu sopro.
Lula e Dilma, como se sabe, reivindicam o papel de cegos atoleimados. A Petrobras, segundo informa o executivo Aldemir Bendine, não passa de uma vítima de funcionários gananciosos e empreiteiros inescrupulosos. E o PT é apenas uma legenda exemplar, que enfrenta um hediondo complô de procuradores partidarizados e da mídia golpista.
Se a delação de Ricardo Pessoa for coisa séria, as fábulas que rodeiam o enredo principal da Lava Jato talvez sejam substituídas por fatos. Nos tempos áureos, o empresário jactava-se de ser amigo de Lula. Borrifou verbas em pelo menos três campanhas presidenciais do PT: 2006, 2010 e 2014. Não fala de ouvir dizer. Conhece o mafuá por dentro.
De duas uma: ou o governo é feito de personagens capazes de tudo ou é feito de incapazes de todo. Difícil é aceitar a tese segundo a qual pessoas que se jactam de façanhas que poderiam render-lhes estátuas se comportem diante dos escândalos como pardais de si mesmos, sujando as próprias testas de bronze. Um capo, por favor. Urgentemente! DO JOSIASDESOUZA-UOL