segunda-feira, 15 de maio de 2017

Esquema poderia envolver mais de 30 advogados e ter movimentado R$ 5 bilhões

Pelo menos sete advogados são investigados em operação do MP por supostamente terem recebido dinheiro para prejudicar seus clientes

Por: Giovani Grizotti
15/05/2017 - 20h02min | Atualizada em 15/05/2017 - 20h28min
Um suposto esquema entre advogados para prejudicar clientes em processos que movem contra uma operadora de telefonia pode ter movimentado R$ 5 bilhões, segundo estimativas da Polícia Federal. Mais de 30 advogados gaúchos podem estar envolvidos na fraude. Até agora, há indícios e provas de que pelo menos sete deles receberam dinheiro da Oi para fazer acordos ou desistir das ações, à revelia das vítimas. Entre os investigados, estão ex-integrantes do Judiciário e do Ministério Público. O suposto esquema foi revelado nesta segunda-feira (15) pelo RBS Notícias, da RBS TV.
Na semana passada, a promotoria especializada criminal realizou operação, até então mantida sob sigilo, na qual cumpriu buscas nos escritórios e residências de dois advogados de Taquara. Evandro Montemezzo e Flávio Carniel são suspeitos de receber R$ 15 milhões da Oi para desistir de ações nas quais buscavam valores em nome de clientes, referentes a ações da antiga CRT.
O dinheiro teria sido entregue pelo advogado e procurador de Justiça aposentado Ricardo de Oliveira Silva, contratado pela Oi para realizar o "acerto". O escritório de Oliveira Silva, em Porto Alegre, também foi alvo de buscas.

Além dos três, também são investigados na operação os advogados Moacir Haeser, Roger Bellé, Cássio Viegas de Oliveira e Maurício Dal Agnol. No entanto, a descoberta de um documento apreendido na casa de Dal Agnol, em Passo Fundo, pode aumentar o número de investigados. Obtida pelo RBS Notícias, a lista relaciona 20 escritórios que mantêm ações na Justiça contra a antiga CRT. Ao lado dos nomes, constam valores e a quantidade de processos. O documento será encaminhado ao Ministério Público.
— A partir do conhecimento dessas investigações levadas pelo MP (em Taquara e Porto Alegre), estamos agora encaminhando essa lista, porque é importante que se investiguem todos esses fatos. Aqui tem quantidade de valor absurdo (em ações), e merece atenção especial nesses advogados constando nessa lista — disse o delegado Mauro Vinícius Soares de Morares, chefe da delegacia da Polícia Federal em Passo Fundo.
Documento apreendido em casa de advogado traz relação de escritórios de advocacia com ações contra a antiga CRT Foto: Reprodução / Agência RBS
OAB-RS promete apurar "desvios de conduta"
Em Porto Alegre, o presidente da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), Ricardo Breier, prometeu apurar as denúncias e punir eventuais desvios de conduta de advogados.
— A OAB vai apurar, vai determinar através de ofício, se chegar assim, ao nosso tribunal de ética e disciplina, para que ela apure se houve ou não houve transgressão daquilo que nós mais zelamos, que é o código de ética e disciplina — garantiu Breier.
O presidente da OAB-RS orienta que os consumidores que entraram na Justiça examinem as ações diretamente nos fóruns ou que contratem advogados de confiança para revisar os processos.
Foi o que fez a bancária Fátima Teixeira, de Novo Hamburgo. Ela teria direito a receber R$ 223 mil em ações da antiga CRT. Sem que soubesse, o advogado Maurício Dallagnol fez um acordo com a Oi, reduzindo a dívida para R$ 111 mil. Desse total, recebeu apenas R$ 20 mil. Ela, então, contratou uma defensora para buscar na Justiça o valor que teria em haver. Obteve ganho de causa, com um detalhe: sobre a quantia desviada, o juiz mandou descontar 30% a título de honorários a serem repassados ao advogado.
— A gente se sente injustiçada e prejudicada. O que eu queria é que ele pagasse isso tudo. E que ficasse recluso em regime fechado, isso é o que deveria acontecer — diz a bancária. DO ZH

dvogados gaúchos são suspeitos de receber dinheiro de operadora de telefonia para prejudicar clientes

Entre os investigados, estão ex-integrantes do Judiciário e do Ministério Público

Por: Giovani Grizotti
15/05/2017 - 13h07min | Atualizada em 15/05/2017 - 19h51min
Pelo menos sete advogados gaúchos são suspeitos de receber dinheiro de uma operadora de telefonia para prejudicar os próprios clientes em ações milionárias na Justiça. Entre os investigados, estão ex-integrantes do Judiciário e do Ministério Público. O suposto esquema foi revelado nesta segunda-feira (15) pelo Jornal do Almoço, da RBS TV.
Na semana passada, a promotoria especializada criminal realizou operação, até então mantida sob sigilo, na qual cumpriu buscas nos escritórios e residências de dois advogados de Taquara. Evandro Montemezzo e Flávio Carniel são suspeitos de receber R$ 15 milhões da Oi para desistir de ações nas quais buscavam valores em nome de clientes, referentes a ações da antiga CRT.
— Esses processos já estavam em várias fases, alguns deles em fase quase de pagamento da empresa de telefonia para as pessoas. Como em um passe de mágica, a partir do contato dos advogados da empresa de telefonia, os advogados (dos clientes) renunciavam ao direito dessas pessoas, traindo a confiança que eles deveriam ter para com as pessoas que representavam — explica o promotor Flávio Duarte, responsável pela investigação.

Sem saber dos acordos, alguns ex-acionistas não recebiam nada, e outros, pequenas quantias, caso de uma funcionária pública de Taquara, que prefere não ser identificada. Ela recebeu apenas R$ 1,4 mil e desconfiou. Acabou descobrindo no Fórum que a indenização era muito maior: R$ 270 mil.
— Fiquei chocada porque fui lesada duas vezes: uma pelo direito que eu tinha pela Brasil Telecom e outra por um profissional que eu contratei — reclama a funcionária pública.
Para desistir das ações, os advogados de Taquara teriam recebido R$ 15 milhões da operadora. O dinheiro teria sido entregue pelo advogado e procurador de Justiça aposentado Ricardo de Oliveira Silva, contratado pela Oi para realizar o acerto.
— A partir da quebra do sigilo bancário, se constataram-se pagamentos de valores da operadora de telefonia para o escritório de advocacia que representava essa operadora em Porto Alegre e, depois, o imediato repasse desses valores para sociedades de advogados das quais esses dois advogados investigados faziam parte — explica o promotor.
O escritório do advogado contratado pela Oi, em Porto Alegre, também foi alvo de buscas. Silva, que chegou a concorrer ao cargo de chefe do Ministério Público, teve bens bloqueados para garantir eventual ressarcimento às vítimas. Ele também é investigado na Polícia Federal de Passo Fundo. A suspeita é de que tenha repassado dinheiro a outros dois colegas para que eles realizassem acordos judiciais prejudicando os clientes, como no caso de Taquara.
O delegado Mário Vieira diz que Roger Maurício Bellé, de Bento Gonçalves, e Cassio Viegas de Oliveira, de Montenegro, representavam vítimas que tinham direito a mais de R$60 milhões. Em um dos processos, R$ 12 milhões seriam destinados a cinco clientes. Em vez de dividir esse total, cada um teria recebido apenas R$ 15,5 mil. Em depoimento, uma das vítimas disse que desconhecia o acordo e que esperava receber o valor integral.
— Um escritório acordava com o outro para desistir do processo e, obviamente,pela investigação que nós estamos levando a cabo, 40% a Brasil Telecom pagava por fora e não por dentro do processo em acordo judicial. Tudo ilegalmente, com fraude, organização criminosa, praticando estelionato, falsidade ideológica, enganando as vítimas — afirma o delegado Vieira.
Autores de ação teriam direito a um valor total de R$ 12 milhões, mas após acordo à revelia, receberam R$ 15,5 mil cada Foto: Reprodução / Agência RBS
Os advogados de Bento Gonçalves e Montenegro eram ligados ao escritório de Maurício Dal Agnol, de Passo Fundo, já indiciado por supostamente ter recebido R$ 50 milhões da operadora para prejudicar mais de 5 mil clientes.
Em Santa Cruz do Sul, três advogados foram denunciados pelo mesmo motivo. Entre eles, o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça Moacir Haeser. Ele e os colegas Augustinho Telöken e João Pedro Weide teriam feito acordos que prejudicaram os próprios clientes. No processo em que uma aposentada e outras quatro pessoas teriam direito a receber R$ 525 mil, o valor caiu para R$ 262 mil.
— As pessoas acabam desacreditando em tudo, a gente fica sem ter o que dizer. Não dá para confiar em nada, a gente confia e leva o golpe — diz o catador Paulo Ubirajara de Moura, filho da aposentada.
"Não dá para confiar em nada, a gente confia e leva o golpe", diz Paulo Ubirajara de Moura, filho de uma das vítimas do golpe Foto: Giovani Grizotti / Agência RBS
________________DO ZH

PF indicia Lula por venda de medida provisória

Para polícia, ex-presidente teria praticado o crime de corrupção passiva para aprovar a MP do Refis; se o Ministério Público acatar a sugestão da PF, ex-presidente se tornará réu no segundo processo sobre venda de MPs

Fabio Serapião, Fábio Fabrini e Andreza Matais, O Estado de S.Paulo
15 Maio 2017 | 21h23
BRASÍLIA - A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposto envolvimento na compra da Medida Provisória 471 em um desdobramento da Operação Zelotes. Além de Lula, a PF indiciou outras 12 pessoas, entre elas o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, da CAOA, e o ex-presidente da Mitsubishi, Paulo Ferraz, o ex-ministro Gilberto Carvalho e lobistas.
O indiciamento foi revelado pelo site G1 e confirmado pelo Estado. O grupo de lobistas alvos do inquérito já foi condenado em outro processo, mas Lula continuou sendo investigado nesse inquérito que teve desfecho agora com o indiciamento. Caso o Ministério Público Federal acate a sugestão da PF, Lula poderá se tornar réu no segundo processo sobre venda de MPs - o ex-presidente já é réu por suposta participação da compra da MP 627/2013.
No entendimento da PF, o ex-presidente teria praticado o crime de corrupção passiva ao participar do esquema para aprovação da MP 471, a chamada MP do Refis. Em outubro de 2015, o Estado revelou que documentos apreendidos pela PF apontavam que a MP teria sido “comprada” por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras de veículos.
As empresas do setor teriam negociado pagamentos de até R$ 36 milhões a lobistas para conseguir do Executivo um “ato normativo” que prorrogasse incentivos fiscais de R$ 1,3 bilhão por ano para montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mensagens trocadas entre os envolvidos mencionam a oferta de propina a agentes públicos para viabilizar o texto, em vigor até o fim deste ano.

Para ser publicada, a MP passou pelo crivo da presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil. Anotações de um dos envolvidos no esquema descrevem também uma reunião com o então ministro Gilberto Carvalho, indiciado ao lado de Lula, para tratar da norma, quatro dias antes de o texto ser editado. Um dos escritórios que atuaram para viabilizar a medida fez repasses de R$ 2,4 milhões a um filho do ex-presidente Lula, o empresário Luís Cláudio Lula da Silva. A empresa dele foi aberta em 2011, ano em que a MP entrou em vigor.
Conforme os documentos obtidos à época pelo Estado, a MMC Automotores, subsidiária da Mitsubishi no Brasil, e o Grupo CAOA  pagariam honorários a um “consórcio” formado pelos escritórios SGR Consultoria Empresarial, do advogado José Ricardo da Silva, e Marcondes & Mautoni Empreendimentos, do empresário Mauro Marcondes Machado, para obter a extensão das benesses fiscais por ao menos cinco anos. Os incentivos expirariam em 31 de dezembro de 2010, caso não fossem prorrogados.
Após analisar os documentos, e-mails e reuniões entre Lula e o lobsta Mauro Marcondes, a PF entendeu que a as negociações para a compra da MP tiveram início em 2009, quando Lula ainda era presidente, e concluiu que existem "indícios suficientes" da participação de Lula nas tratativas.DO ESTADÃO

Lava Jato: nota do ministro Celso de Mello é um balde de água fria para Lula no STF


Mais cedo, comentamos sobre a coluna de Monica Bergamo, na Folha de SP, que tratava de uma saída alternativa para Lula no Supremo Tribunal Federal. Em suma, segundo as informações, a posição de que o réu poderia ser preso após condenação em segunda instância, decidida em colegiado em outubro de 2016.
A coluna informava que os adeptos dessa tese seriam Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Vale lembrar que Gilmar Mendes, na decisão colegiada, decidiu em favor da prisão após confirmação em segunda instância.
Pois Celso de Melo divulgou nota em que nega seguir tal tendência. Segue:
“A propósito de matéria publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na ‘Folha de S. Paulo’, edição de hoje, 15/05/2017, quero esclarecer que a minha posição a respeito da possibilidade de execução provisória da condenação penal, desde que confirmada por Tribunal de 2º grau, observa e respeita, integralmente, o princípio da colegialidade – não obstante entendimento diverso (porém minoritário) que externei nos três julgamentos plenários desta Corte que consagraram essa nova orientação –, de tal modo que não procede a afirmação de que eu tenderia a insurgir-me contra referida diretriz, firmada, soberanamente, nessa específica questão, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal.” (grifamos)
Por fim, o novo ministro do STF, Alexandre de Moraes, também é a favor disso. Portanto, pela contagem, são 7 a 4. Ficam pra lá de reduzidas as chances de o STF mudar o entendimento, ainda que se considere eventual mudança de posição de Gilmar Mendes. DO IMPLICANTE

Saibam por que Lula é líder nas pesquisas


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O dono do Vox Populi é um cidadão chamado Marcos Coimbra.

Se você não ligou o nome à pessoa, Marcos é colunista da Carta Capital, revista acusada na Lava Jato de receber mais de R$ 8 milhões da Odebrecht para favorecer Lula junto à opinião pública.
Seu instituto foi alvo de busca e apreensão na sexta fase da Operação Acrônimo, acusado de intermediar repasses da empreiteira JHSF para a campanha do petista Fernando Pimentel ao governo de Minas.
Também está no radar da Lava Jato, acusado de ter recebido clandestinamente R$ 10 milhões da Andrade Gutierrez S.A. para comprar "pesquisas" para a campanha de Dilma Rousseff.
É esse cidadão - sociólogo, militante, historicamente comprometido com uma identidade político-partidária, dono de um "instituto de pesquisa" investigado pela Polícia Federal - que hoje utiliza sua empresa para divulgar uma "pesquisa eleitoral" que decreta a vitória de Lula em 2018 no primeiro turno.
Sim, o mesmo Lula com 57% de rejeição nos demais intitutos de pesquisa.
O mesmo Lula que há meros seis meses literalmente não conseguiu eleger nem o próprio filho vereador em São Bernardo do Campo.
O mesmo Lula que na última eleição viu o seu partido perder seis de cada dez votos que recebeu na eleição anterior, angariando menos apoio ao redor do país que o PTB de Roberto Jefferson.
A pesquisa foi amplamente difundida nessa manhã por sites como Brasil 247 e Rede Brasil Atual, ambos investigados pela Lava Jato.
E o nome que se dá a isso, você já ouviu certamente outras vezes: manipulação de massa.
A receita é simples, fácil de realizar. Cria-se uma "revista", um "instituto de pesquisa" e "blogs independentes" que possam replicar o discurso oficial de um partido político, capaz de influenciar diretamente a construção argumentativa de seus militantes, que por sua vez repassam esse conteúdo adiante para seus amigos e familiares.
E o discurso agora é: Lula preso será um golpe contra as eleições de 2018. "Imprensa", "institutos de pesquisa" e "formadores de opinião" confirmam isso. Dureza, não?
Sabe o pior? No país da malandragem, não falta otário para cair nesse esquema ponzi de falsificação da opinião pública. 15 de maio de 2017 - DO R.DEMOCRATICA

MPE pede cassação de chapa e inelegibilidade de Dilma por 8 anos


O Ministério Público Eleitoral pediu nesta sexta-feira (15) ao Tribunal Superior Eleitoral que a corte casse a chapa que elegeu em 2014 Dilma Rousseff e Michel Temer. Além disso, pediu a inelegibilidade de Dilma por oito anos.
O Ministério Público Eleitoral atua como fiscal da lei na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer .
O documento, sob sigilo, foi obtido pela GloboNews e reitera o pedido feito na primeira fase do julgamento no TSE, que começou no dia 4 de abril. O julgamento, no entanto, foi interrompido. A manifestação final do MP é uma das peças que serão levadas para julgamento. E não antecipa a posição do ministro relator, Herman Benjamin.
Também entregaram alegações finais PT, PMDB e PSDB, partes no processo.
Na nova manifestação, o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, incluiu os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Monica Moura, que foram ouvidos no dia 24 de abril no processo.
No documento, o vice-procurador destaca que Santana e Monica afirmaram  ‘’textualmente’’ que a representada (Dilma) tinha consciência de que uma parte do pagamentos por seus serviços era oriunda de caixa 2, de responsabilidade da Odebrecht’’.
Dino incluiu o seguinte trecho do depoimento de João Santana: “Ela sabia que os pagamentos estavam sendo feitos, uma parte do pagamento era feita lá fora. Isso aí, sabia’’.
Sobre o depoimento de Monica Moura, o vice procurador reproduziu um trecho em que a marqueteira disse que “a presidente sabia, sabia, sem sombra de dúvida’’.
Para o Ministério Público, é ‘’possível concluir que a representada tinha conhecimento da forma como a Odebrecht estava financiando sua campanha eleitoral, dos ilícitos praticados em benefício da sua candidatura, com eles anuindo. Tendo ciência dos acontecimentos, bastava à representada coibir ou censurar a prática de tais condutas. Omitiu-se, porém. Nada fazendo, chamou a si a responsabilidade direta pelos fatos’’.
Por isso, o MP pede a inelegibilidade de Dilma por oito anos.
Sobre Temer, Dino escreveu que “há que se registrar que ele não foi mencionado nos depoimentos dos executivos da Odebrecht’’. Ele incluiu trecho do depoimento de João Santana afirmando que, com Temer, o único assunto tratado relacionado à campanha eleitoral foi o de um convite formulado pelo presidente para que o marqueteiro fizesse uma campanha no Haiti.
“Assim, não há elementos nos autos que liguem o representado Michel Temer aos fatos narrados pelos executivos da Odebrecht, referentes ao financiamento ilícito da campanha dos representados ..(..) Sem responsabilidade pessoal do segundo representado, não há o que se falar em inelegibilidade’’.
Separação de chapa
Para o Ministério Público Eleitoral, é ‘’inviável’’ a tese de separação da chapa, como quer a defesa de Temer.
Dino registra, no novo documento, a sessão realizada no dia 4 de maio no TSE, que cassou os diplomas do governador e do vice-governador do Amazonas, por abuso de poder imputado ao primeiro titular da chapa. “Corroborando, assim, a jurisprudência da Corte’’.
O julgamento no TSE ainda não tem data para ser retomado, mas a expectativa é que ele seja marcado para junho.DO G1

Marli Gonçalves: Reality show de pobre

Feche os olhos. Imagine que beleza o João Santana e o Delcídio do Amaral, nus, dentro de uma sauna, batendo papo e combinando ações

Não dá para escapar, tipo como a gente faz com os BBBs da vida. Não adianta trocar de canal. Na internet é a mesma coisa. Nem adiantaria mudar de cidade, Estado ou país. Não adianta. Espalhou-se. Não se fala em outra coisa. Todo mundo sabendo, o mundo inteiro está acompanhando, talvez nem com tanto interesse quanto a gente, mas está. Especialmente na América Latina, que está vendo por que esse continente nunca sai da miséria. Só entra nela, como no caso da Venezuela.
Mais de dois anos. O novelo da novela começou a se desenrolar e agora parece que não vai acabar é nunca mais. Cada vez se embaraça, trança mais gente. Não me lembro de um dia sequer que não tenha havido notícias, mentidos e desmentidos. Depois, como agora, chegam na tevê mais elaboradas, com imagens, sons e até — pasmem — duas câmeras ambiente, como foi a gravação do depoimento daquele senhor arrogante e convencido chamado Lula e o seu séquito de advogados de uma família só. Pai, filha, genro. O pai, Roberto Teixeira, o compadre de velhas denúncias que jamais foram bem esclarecidas; por exemplo, a da nebulosa venda da Varig. O genro, o enjoado Cristiano Zanin, agora famoso, finalmente, figura tinhosa, casado com a empertigada Valeska, ex-gorda, como ela própria declarou à época dos embates com Denise Abreu, que foi quem em 2008 mostrou as provas do conluio e que já apontava que eles usavam Lula para tudo.
Se à época das denúncias sobre a venda estas tivessem sido levadas a sério como deveriam, babau. Não teria havido Dilma presidente, e o ciclo da lambança talvez não alcançasse em um estágio tão sério assim. Já havia mensalão, a maldição da Casa Civil, fatos questionáveis como os da área de energia por onde também Dilma passou. E passou Lobão, Os Três porquinhos, outros chapeuzinhos vermelhos. Mas o vento soprou e a casa caiu. Ou melhor, está caindo, lentamente, desmoronando, caçando um a um em todos os aposentos.
São capítulos imperdíveis, narrados com cenas pitorescas que atiçam nossa imaginação. Estamos assistindo diariamente a um seriado sobre como funcionam os intestinos do poder. O que comem, como processam, como se reproduzem, e o que regurgitam. Mais a parte que usaram para criar a gordura dos seus luxos, os excessos que os deixavam felizes e ao qual chamavam Projeto de Poder. Projeto de poder popular, alguns ousavam dizer. Pior, tem por aí quem ainda acredite nisso.
Quando pensávamos que Lula seria o ápice, surpresa! Tem mais. Vai ao ar uma descontraída Monica Moura que, ao lado do marido, João Santana, privou da maior intimidade com todos eles, já que foram os responsáveis, ao fim e ao cabo, por tê-los posto lá. Agora sabemos melhor o quanto custou sermos enganados durante mais de uma década pela propaganda. Vê-los ganhar mais de uma campanha presidencial mentindo, jogando areia nos olhos, prometendo mundos com nossos fundos.
Nesse reality só está faltando edredom. Quero dizer, está faltando que saibamos detalhes, porque no meio da história já apareceram vários casos bem amorosos, com apelidos bastante significativos.
Feche os olhos. Imagine que beleza o João Santana e o Delcídio do Amaral, nus, dentro de uma sauna, batendo papo e combinando ações. O Fernando Pimentel, atual governador de Minas, sempre suspeito, chegando com uma malinha recheada de dinheiro em um flat, e Monica Moura, linda e loura, lá, só esperando ele chegar para contar a bufunfa que lhe era devida.
Também gostei de imaginar a cena dela passeando com Dilma pelos jardins do Palácio, imaginar a confusa Dilma (no caso, Iolanda) escrevendo um e-mail em código tentando avisar algo. Adorando imaginar o Zé Eduardo Cardozo se contorcendo de ódio porque foi dito o óbvio sobre o vazamento (para os alvos) das operações. E o sisudo Franklin Martins? Até sumiu para não ter de explicar os milhões de dólares que cobrou para ir sacanear as campanhas lá na África.
Quanta coisa já vimos ou ficamos sabendo nesses últimos tempos, enquanto por causa disso tudo temos de tentar, com muita dificuldade, nos manter com a cabeça fora d’água.
A política toda está de cabeça para baixo e não sei se as pessoas se deram conta do significado disso e do quanto penaremos ainda para reconstruir o país e a confiança nesses tempos tão agitados. Como nos reality shows mais conhecidos, teremos de eliminá-los, um a um.
Mas sem vencedores, porque esses participantes já levaram escondido o prêmio de muito mais de um milhão, um milhão e meio. Pensam em dólares. E já ganharam casas, apartamentos, lanchas, sítios, viagens com tudo pago.
Deve ter sido tudo obra da Dona Marisa. DO A.NUNES

O país no bolso e a bandeira na mão - GUILHERME FIUZA

segunda-feira, maio 15, 2017

REVISTA ÉPOCA

José Mujica, o ex-presidente fofo do Uruguai, está com Lula. Assim como o papa, fofura ainda mais exuberante

Os arautos da bondade no planeta Terra nunca trabalharam tanto. José Mujica, o ex-presidente fofo do Uruguai, disse que seu coração está com Lula. A solidariedade emocionante foi prestada na festa pela libertação de José Dirceu, outra alma boa do mesmo planeta. Umas 48 horas depois, Renato Duque confirmou a Sergio Moro que Lula é o chefe do petrolão. Ou seja: o coração solidário de Mujica e o dinheiro roubado do contribuinte estão juntos, sob a mesma guarda. O Brasil e parte do mundo hoje são súditos dessa lenda idiota.
O papa Francisco, uma fofura ainda mais exuberante que Mujica, também deu seu jeitinho de hipotecar o coração a Lula, o filho do Brasil. Quando foi aprovado o impeachment da presidente delinquente, o sumo pontífice declarou que o momento era “muito triste” e cancelou sua visita ao país. Já sobre a Venezuela, enquanto o sangue corre nas ruas e o companheiro Maduro fecha o Congresso, Francisco declara que a solução da crise fica difícil com “a oposição dividida”. Vamos repetir, porque você achou que não ouviu direito: o papa bonzinho encontrou um jeito sutil como um elefante de culpar a oposição venezuelana pela ditadura sanguinária do filhote de Hugo Chávez.
Este texto poderia terminar aqui, porque é incrível que ainda seja preciso dizer algo mais sobre uma lenda progressista vagabunda que virou crime perfeito, graças a uma opinião pública demente que engole e propaga a fraude – contando até com astros de Hollywood para isso. Já mostramos que Mujica é um canastrão, o papa é um covarde e a casta cultural e acadêmica que apoia essa malandragem para ficar bem na foto é um flagelo. Mas vamos prosseguir em homenagem a Lula, o democrata que prometeu voltar à Presidência e mandar prender todos os jornalistas que mentiram sobre ele.
Parêntese: é muita ingratidão você passar mais de década alugando gente para exaltar sua honestidade e depois ameaçar prender quem mentiu.
Lula desembarcou em Curitiba para o depoimento a Sergio Moro de jatinho particular, cercado por uma comitiva de petistas sorridentes e gordos. Eles levam um vidão, nem precisam mais fingir que governam. Dilma faz palestras pelo mundo numa língua só dela viajando de primeira classe. A tropa da alegria reservou dois andares de um dos melhores hotéis de Curitiba, de onde foram se encontrar com seus advogados milionários. A Justiça Federal acabara de interditar o Instituto Lula, identificando-o como centro de articulações criminosas e distribuição de propina. Bumlai, um dos articuladores, foi solto pelo STF a tempo de declarar que a ideia do instituto foi de Marisa Letícia. Não seria preciso dizer mais nada.
Mas é, porque essa quadrilha ou, pior, sua narrativa inacreditável continua viva e bem, obrigado. Não estivesse, seria impossível montar uma greve geral de fachada, empurrando uma militância pífia e fisiológica para sabotar um dia na vida do país. Ruas, estradas, lojas e aeroportos invadidos e depredados por supostos manifestantes trabalhistas insuflados e/ou pagos pelos heróis da lenda para posar de revolucionários – num momento em que a única revolução possível a favor do povo é consertar o estrago que os heróis deixaram após 13 anos de sucção.
O mais chocante não é o show de violência dos parasitas – defendido envergonhada e dissimuladamente por essa elite cultural e acadêmica como “direito à livre manifestação”, entre outros disfarces retóricos para o teatro ideológico. O mais impressionante é a leniência, a catatonia, a frouxidão do país e de suas autoridades diante do escárnio. Saiu barato, quase de graça, para os pimpolhos selvagens e seus mentores intelectuais esculhambarem a vida nacional e ainda saírem reclamando da violência policial. O Brasil é uma mãe.
É por tudo isso que Lula pode ainda ser apresentado como protagonista de um duelo com Sergio Moro, como se o juiz fosse um carrasco de Os dias eram assim – e não alguém que está julgando um réu, acusado de uma série de crimes contra o povo que finge defender. A imagem da chegada do ex-presidente à audiência da Lava Jato carregando uma bandeira do Brasil é um emblema, com uma única legenda possível: “Vou continuar enganando, até que eles se cansem de ser enganados”.

Moro nega pedido do MPF e da defesa de Lula para ouvir mais testemunhas na ação do triplex


O juiz também marcou as datas para as alegações finais. Decisão foi publicada no sistema eletrônico da Justiça por volta das 5h30 desta segunda-feira (15.

Moro negou o pedido do MPF e da defesa de Lula para ouvir mais testemunhas no processo do triplex (Foto: Leonardo Benassatto/Estadão Conteúdo)
O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, negou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ouvir mais testemunhas na ação penal do triplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato, antes da fase de alegações finais.
A decisão foi publicada no sistema eletrônico da Justiça Federal por volta das 5h30 desta segunda-feira (15).
O G1 tenta contato com a defesa de Lula para comentar a decisão de Moro. Ao G1, o MPF informou que, se houver manifestação, será nos autos do processo.
Sobre o pedido da defesa, Moro argumentou que faltou identificação completa como nome e endereço das testemunhas. "Indefiro, portanto, o requerido por deficiência no requerimento e desnecessidade da prova”.
Moro afirmou sobre a solicitação do MPF que: “Enfim, este Juízo já ouviu muitos depoimentos sobre o apartamento triplex e sobre a reforma dele, não sendo necessários novos a esse respeito”.
O processo investiga se Lula, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, recebeu R$ 3,7 milhões em propina, de forma dissimulada, da empreiteira OAS. Em troca, a empresa seria beneficiada em contratos com a Petrobras. Veja detalhes da ação penal. Lula foi interrogado por Moro na quarta-feira (10).
Na mesma decisão, Sérgio Moro marcou os prazos para as alegações finais. A acusação terá até o dia 2 de junho, e a Petrobras tem até o dia 6 de junho para se manifestar. A defesa do ex-presidente poderá apresentar as conclusões até o dia 20 de junho.
Os advogados de Lula também haviam pedido para o MPF esclarecer “o status das negociações de acordos de colaboração com José Adelmário Pinheiro Filho [Léo Pinheiro] e Agenor Franklin Magalhães Medeiros e os benefícios oferecidos”, conforme consta no despacho do juiz federal.
Moro consentiu a este pedido da defesa do ex-presidente: “Defiro apenas o requerido para que o MPF, nas alegações finais, informe, caso eventual acordo tenha sido celebrado e não esteja sob sigilo decretado por jurisdição de hierarquia superior, o seu teor”.
Léo Pinheiro e Agenor Franklin Magalhães Medeiros eram ligados à OAS – ex-presidente e ex-executivo, respectivamente. Os dois já foram condenados pela Operação Lava Jato.

Outra ação penal

Na Justiça Federal do Paraná, Lula é réu em outra ação penal. O ex-presidente é acusado pelo MPF de receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo (SP).
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, esses imóveis foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos adquiridos pela empresa na Petrobras.
Os advogados de Lula arrolaram 87 testemunhas de defesa para este processo, e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RD), dispensou o ex-presidente de comparecer aos 87 depoimentos.
As audiências com testemunhas de acusação, desta ação penal, começaram em 8 de maio. DO G1