Em conversas de bastidor, os parlamentares dizem que seria mais cômodo para o partido "abandonar o barco" ou ir para a posição de "franco atirador", mas que esse movimento jogaria o governo de vez no colo da "ala fisiológica" do Parlamento. "O problema neste momento é a situação delicada do governo, que precisa se ancorar numa força política que dê credibilidade", definiu um tucano.
Os deputados ressaltam que o partido assumiu a defesa do impeachment e se comprometeu em participar do governo de transição até 2018, quando haverá eleição presidencial. Tudo o que o partido não quer é, se chegar ao poder, pegar um País devastado política e economicamente. Por isso, o desembarque do governo hoje é descartado por parte dos deputados, mesmo que o partido saia respingado das denúncias que ainda estão por vir na Operação Lava Jato. "É um risco que vai se ter. Pior neste momento é ajudar o País a afundar de vez", avaliou um parlamentar da bancada. A percepção é que os depoimentos dos executivos da Odebrecht vão mexer com todos e que a delação será um "tormento" coletivo.
Reservadamente, os tucanos dizem que os peemedebistas próximos de Temer deveriam ter um gesto de "grandeza" e sair do governo, o que traria de volta a "calmaria" política. Assim, dizem os deputados, a "pinguela" definida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pode se transformar em "ponte" para um possível governo tucano. "O PSDB nunca vai deixar de apoiar o governo", disse um dirigente.
Segundo fontes, Temer sinalizou que vai bancar Imbassahy na pasta e o sentimento na bancada é que a nomeação é uma questão de tempo. Sob fogo cruzado, Imbassahy manteve a estratégia de submergir enquanto espera a oficialização do Palácio do Planalto. Apesar das resistências dos líderes do PSD, Rogério Rosso, e do PTB, Jovair Arantes (GO), ambos candidatos à presidência da Câmara, alguns representantes de partidos do chamado "Centrão" procuraram Imbassahy para avisar que as posições de Rosso e Jovair são isoladas. DO ESTADÃO
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