A Polícia Federal desfechou em Porto Alegre, na sexta-feira, a poderosa
Operação PhD, detonando a execução de mandados de prisão e de buscas e
apreensões. Foram presos quatro professores mestrados e doutorados,
sendo três deles altas cabeças coroadas da UFRGS, universidade federal
que tem se notabilizado pela alta corrupção no meio acadêmico,
patrocinando inclusive fraude na concessão de título universitário. Os
crimes investigados são de desvios de recursos de programas federais de
incentivo à pesquisa no Rio Grande do Sul. As irregularidades estão
relacionadas principalmente ao Projeto SUS Educador. O rombo é de R$ 99
milhões e a quantia desviada apurada, até o momento, é de
aproximadamente R$ 5,8 milhões. A investigação foi iniciada há seis
meses, a investigação revelou a atuação de associação criminosa que se
utilizava da coordenação de projetos relacionados à área de Educação em
Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com o
objetivo de desviar recursos, em especial, do Programa de Extensão em
Saúde Coletiva: Educação Continuada (PESC) e do Programa de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCOL). Os acadêmicos mestrados e
doutorados estariam roubando do SUS.
Alcindo Ferla |
Sergio Nicolaievsky |
Ricardo Burg Ceccim |
Os seis presos na Operação PhD foram recolhidos ao Tio Patinhas,
carceragem da Superintendência da Polícia Federal, localizada na Avenida
Ipiranga, em Porto Alegre, e começaram a prestar depoimento na própria
tarde de sexta-feira (9). Eles ficarão presos até amanhã (terça-feira,
dia 13), quando vence o mandado de prisão temporária. A Polícia Federal
poderá requerer à Justiça Federal a transformação da prisão temporária
em preventiva. A operação investiga fraude e desvio de recursos
envolvendo bolsas de estudos e programas de ensino na área da Saúde
Pública vinculados à Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Além das seis prisões, foram cumpridos 10
mandados de busca e dois de condução coercitiva em Porto Alegre, Canoas e
Pelotas. Entre os investigados presos estão Sergio Nicolaiewsky,
ex-vice reitor da UFRGS e atual diretor-presidente da Faurgs; o
professor petista Ricardo Burg Ceccim, um dos coordenadores do Programa
de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem; professor
Alcindo Ferla, que atua na Escola de Enfermagem da UFRGS, e a professora
Simone Chaves, da Unisinos. Duas servidoras da UFRGS também estão
presas. Eles são investigados pelos crimes de associação criminosa,
estelionato, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema
de informação. O valor dos 20 projetos que estão sob suspeita é de R$ 99
milhões. Até o momento, foi comprovado desvio em torno de R$ 5,8
milhões. A fraude consistia em inclusão de bolsistas sem vínculo com a
UFRGS para receber bolsas de R$ 6,2 mil. A Polícia Federal comprovou que
os valores eram devolvidos pelos bolsistas em parte ou na totalidade a
coordenadores dos programas, bancando viagens, hospedagens em hotéis e
outras regalias pessoais. Pagamento irregular de diárias e de
prestadores de serviços também foram detectados. Foi apurado ainda o
direcionamento nos processos de seleção, além de pelo menos um caso de
um aluno que ganhou título de mestre sem frequentar as aulas na
pós-graduação da Escola de Enfermagem. Este episódio policial reveste-se
ainda de maior dramaticidade porque desatou uma reação inesperada da
parte de filha de um dos presos, o professor petista Ricardo Burg
Ceccim.
Tão logo Inale Ceccim, que mora em Florianópolis, soube da prisão do pai
Ricardo Burg Ceccim, fez uma ácida postagem em seu perfil no Facebook,
com o teor que se vê na imagem abaixo:
A postagem de Inale Ceccim foi acompanhada pela de seu marido ........,
também muito ácida em relação ao professor petista Ricaro Burg Ceccim.
Veja o conteúdo:
A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) tem história no
quesito "fraude acadêmica". Em 3 de maio de 2001, o professor Luis
Milman, doutor em Filosofia, denunciou à Reitoria da UFRGS a ocorrência
de fraude, por meio de plágio, no título de mestre concedido a Gilberto
Kmohan. O plágio foi praticado no Programa de Pós-graduação em
Comunicação e Informação (PPGCOM) da UFRGS. Houve uma inacreditável
sucessão de acobertamentos oficiais e de procrastinação na investigação
dessa fraude. DO VIDEVERSUS
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