terça-feira, 5 de abril de 2016

O LEGAL E O IMORAL....

VLADY OLIVER
Há diversas firulas jurídicas e interpretações da lei para deixar escapar o cerne da questão que está sendo esmiuçado nas últimas manifestações do poder judiciário brasileiro. Acredito que o Reinaldo Azevedo foi o articulista que melhor descreveu o sistema excessivamente legalista em que vivemos por aqui. Por ele, há leis que regem até o ato de respirar do pobre incauto cidadão brasileiro, mas não há efetivamente punição alguma pelos atos e delitos aqui cometidos. De nada adiante termos leis em excesso e nenhuma vontade de punir nossos agressores.
Continuo a afirmar que um país onde um juiz tem que se explicar por combater o crime e uma presidente não, por cometê-los, apresenta algo absolutamente errado em seu sistema de justiça. Como  a Constituição é essa que aí está, a falência do modelo político-administrativo é essa que aí está, os meliantes com mandato eleitos são estes que aí estão, não cabe muita margem de manobra para se fazer as coisas dentro dos tais “rigores de uma democracia”.
Acredito que é exatamente por isso que os ilustres defensores do indefensável sentam em cima de coisas escabrosas como as eleições superfaturadas do último pleito, os telefonemas escabrosos dos integrantes dessa quadrilha que nos desgoverna e a absoluta falta de visão do mais alto escalão de nossa justiça aparvalhada, que não consegue ver uma quadrilha onde já há um exército. Se a legitimidade desse sistema como um todo for ameaçada, não sobrará pedra sobre pedra daquela cidade espetada no nada do Planalto Central.
Na letra fria – e morta – da lei vigente, o juiz Sergio Moro não poderia ter encarnado um ato heroico – condenável por instância superior – e ter escancarado os interiores da república de bananas ao revelar o que falam ao telefone essas autoridades que autoridades não parecem ser.
São bandidos. Não restam dúvidas sobre isso. Cabe agora à sociedade entender o recado e parar de ser feita de idiota nas urnas. Assim como existe a força-tarefa da Lava Jato, cabe implementarmos uma “central de denúncias” que faça um raio-x de toda a administração pública, para sabermos exatamente o que fazem com nosso dinheiro essas “otoridades” vigaristas.
Por ela saberíamos, por exemplo, que as manifestações do “mortadela day” nos dão uma noção exata de quanto vagabundo existe pendurado nas tetas públicas, uma vez que é esse o tipo de regimento que comparece a essas papagaiadas e solta seus gritinhos histéricos do “não vai ter golpe”. Os caras foram festejar com o nosso dinheiro, esbanjado bem no momento em que as pedaladas, os telefonemas e os foros privilegiados escancaram a blindagem de uma camorra reincidente no assalto à coisa pública.
Nessa visão trágica das coisas, caberá à justiça a palavra da lei. Mas a legitimidade dessa confraria de biltres caberá à palavra do cidadão. Não quero mais ser feito de besta por urnas abolivarianadas, apurações inauditáveis, políticos que distribuem dentaduras no seu curral eleitoral e empresas que desviam dinheiro para financiar toda essa torpeza.
Não quero mais ficar sob a égide desses vagabundos. Não quero ver as Sabatellas e os Capitães Nascimento torrando a minha grana com seus trinados e gorjeios. Não quero mais nem quebrar os LPs bolachudos daquela megera que canta as desgraças de la vida bolivariana. Isto é uma natureza, uma mentalidade e uma estética troncuda. A gente só acaba com isso com a mesma militância que tentaram nos impor para nos controlar; fazendo o caminho inverso e enxotando dos podres poderes esse bando de meliantess.
O país está desperto. Sabe a diferença entre politicismo e heroísmo. Sabe a diferença entre uma firula judicial e um telefonema que é um “telefonema”. A casa já caiu. A farsa já acabou. Podem esticar a corda o quanto quiserem. Eles não voltarão a ter tréguas para delinquir. Podem acobertar ligações, palavrões e a natureza dessa vigarice torpe que estão defendendo. O rabão de ratazana de todos eles continuará à mostra. É isso aí. DO A.NUNES

Oposição estima que pode chegar a 352 votos

Josias de Souza

O grupo da oposição que monitora a evolução do placar do impeachment contabilizava 321 votos na semana passada, 21 a menos que os 342 necessários à aprovação do afastamento de Dilma. Reunido na noite desta segunda-feira, o grupo incluiu na conta os votos daqueles “indecisos” que seriam menos suscetíveis às investidas do governo. Estimou em 352 o potencial de votos a favor da admissibilidade do processo contra Dilma, com o consequente envio ao Senado. Vingando essa hipótese, a oposição prevaleceria sobre a presidente no plenário da Câmara com uma dianteira mixuruca de dez votos.
Nessa contabilidade que leva em consideração a tendência dos “indecisos”, o Planalto teria assegurado, por ora, um contingente de 122 votos. E poderia cooptar mais 39. O que acomodaria no cesto do governo insuficientes 161 votos. Como diria Garrincha, agora só falta combinar com os russos, que, sob a coordenação de Lula, percorrem os subterrâneos de Brasília oferecendo vantagens extraordinárias a deputados ordinários. O governo ainda dispõe de pelo menos duas semanas para exercitar seu poder de $edução. Isso, claro, se a Lava Jato não atrapalhar.
O grupo pró-impeachment é pluripartidário. Participam da coordenação os deputados Mendonça Filho (DEM), Carlos Sampaio (PSDB), Rubens Bueno (PPS), Paulinho da Força Sindical (SDD), André Moura (PSC) e Darcísio Perondi (PMDB).

Lula quer Judiciário, Congresso, imprensa, empresários e sociedade de joelhos: os deputados vão decidir!

Em ato liderado por “presidente de facto” do Brasil, líder do MST ameaça o país com o caos caso os congressistas não façam o que eles querem

Por: Reinaldo Azevedo
O investigado Luiz Inácio Lula da Silva comandou nesta segunda-feira mais um ato golpista no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Aquele que é chamado, pela imprensa internacional, de presidente “de facto” — sinônimo de ditador — atacou o vice-presidente da República, Michel Temer, falou como chefe de governo e criticou a imprensa e os mercados.
Lula decidiu, em suma, chantagear todo o processo político. Caiu nos braços de suas milícias e acha que, com elas, vai emparedar a Câmara, o Senado, o Judiciário, o empresariado, a esmagadora maioria dos brasileiros que quer o impeachment e a imprensa. Agora, é Lula contra o Brasil.
Referindo-se ao vice, afirmou: “Não tenho nada contra Michel Temer. A única coisa que poderia falar é ‘companheiro Temer, se você quer ser presidente, dispute a eleição, meu filho'”. E mais: “Vai para rua pedir voto para você. Esse negócio de pensar em encontrar o caminho para chegar lá não dá certo”.
É um boquirroto. Eis o homem que, hoje, de um quarto de hotel em Brasília, como se o país fosse um lupanar, vai comprando os serviços daqueles e daquelas que passam lá para se oferecer. É um troço asqueroso. Comecemos pelo óbvio: Temer foi eleito. Suceder a presidente é uma disposição constitucional. Cabe a pergunta: e ele próprio, Lula, foi eleito por quem? Que se saiba, é hoje um dos campeões da rejeição, não é mesmo?
Um pouco antes, Vagner Freitas, aquele que, dentro do Palácio do Planalto, afirmara que se entrincheiraria, de arma na mão, se houvesse impeachment, havia chamado Temer de “golpista”.
Notem, então, para onde Lula e Dilma estão empurrando as instituições: o vice eleito, segundo as regras da Constituição, é tratado e chamado de golpista, e aquele que comanda a patuscada, sem ter sido eleito por ninguém, é o dono hoje de centenas de cargos da República para distribuí-los entre aqueles que lá comparecem para se vender.
Lula deixou claro que passará a ser, se ministro, o comandante também da economia: “Eu disse para companheira Dilma: ‘Venho para cá [para o governo], mas temos que saber que é preciso dar uma certa consertada na política econômica’.
No mesmo dia em que afirmou que pretende propor uma nova “Carta ao Povo Brasileiro”, hostilizou os mercados: “É importante conversar com mercado. Mas nosso mercado é povo trabalhador. Não adianta agradar. Quanto mais a gente agrada, mais a capa da revista bate. Mais sai porrada na TV e nos jornais”.
Entenderam? O discurso é da mais pura extração chavista. Caso o Brasil perca a batalha para Lula, dá para imaginar o que vem. Mesmo sabendo que há manifestações já marcadas pelos defensores do impeachment para o dia da votação na Câmara, provavelmente 15 de abril, convocou manifestações de rua.
Lula, este irresponsável, acha que ainda está nos estertores da ditadura, quando seus adversários de rua praticamente inexistiam, a não ser as forças militares, ou no impeachment de Collor, em 1992, quando, mais uma vez, só havia um lado se manifestando. Agora ele decidiu intimidar também o povo brasileiro.
Suas delinquências intelectuais não pouparam, mais uma vez, FHC. Contou: “Fomos tirados pela polícia em 1979 [do sindicato em São Bernardo]. Fui deitar às 2 horas. Quem veio me fazer uma visita foi o cientista político Fernando Henrique Cardoso. Ele me disse: ‘Não tem como a polícia invadir aqui’. Foi embora, e a polícia invadiu. Significa que nem todo cientista político tem a precisão das palavras. Eu poderia falar como Tite: fala muito, Fenando”.
É nojento! Até porque é bom que se saiba: FHC correu bem mais riscos do que Lula no período do golpe e teve punição mais severa: foi cassado pelo AI-5. A história, como a conta o petista, faz supor que FHC fez corpo mole diante da ditadura. Trata-se de uma mentira abjeta.
Ao lado de chefão do PT, que falava como presidente “de facto”, Gilmar Mauro, líder do MST, ameaçou o país com o caos caso haja impeachment.
Eis a democracia segundo a entende Luiz Inácio Lula da Silva.
Atenção! Quem viveu sabe, e eu vivi. Lula não falou essa linguagem nem nos estertores do regime militar. Este senhor, para ameaçar a democracia, está tendo a coragem que não teve para ameaçar a ditadura.
Reitero o que já escrevi: ou Lula se verga ao Estado de Direito, ou o Brasil se ajoelha diante do seu tirano.