sábado, 28 de julho de 2018

A LEGÍTIMA DEFESA E A FÉ CRISTÃ CATÓLICA


Ao lado de Roberto Jefferson, Alckmin participa de convenção nacional do PTB


Estadão Conteúdo
Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin foi recebido na manhã deste sábado, 28, por Roberto Jefferson, presidente do PTB, na convenção nacional do partido trabalhista em Brasília. Antes de a convenção começar, os dois foram ao restaurante do hotel onde o evento acontece para o café da manhã. Na mesma mesa também estava a filha de Jefferson, deputada Cristiane Brasil (RJ), que recebeu autorização judicial esta semana para participar da convenção. A parlamentar é um dos alvos da Operação Registro Espúrio, que apura esquema de fraudes na liberação de registros sindicais no Ministério do Trabalho.
Acompanhado da mulher, Lu Alckmin, o tucano caminhou acompanhado de Jefferson e tirou fotos com diversos petebistas, entre eles a própria Cristiane. Alckmin foi abordado até mesmo durante o café e, por fim, não conseguiu comer.
Em seguida, na convenção, o tucano foi recebido aos gritos de “é o meu Brasil, cara da gente, Geraldo para presidente”. A expectativa é de que ele faça um discurso e, depois, volte para São Paulo para participar da convenção estadual de seu partido.
 Na noite de quinta-feira (26), Alckmin teve uma reunião com Roberto Jefferson. A conversa aconteceu no mesmo dia em que o tucano recebeu oficialmente o apoio de PP, PRB, PR, DEM e Solidariedade para sua campanha.
A conversa com Roberto Jefferson também ocorreu em meio à procura por um vice para a chapa do tucano. Alckmin chegou a sinalizar que “não obrigatoriamente” seu vice precisará ser um nome indicado pelo Centrão. Essa possibilidade abre espaço para indicação de outros partidos que estão na aliança tucana, como o próprio PTB, o PSD, o PPS ou até o PV, cujo apoio é dado como certo no partido.

Álvaro Dias diz que seria um "descarado" se aceitasse negociar candidatura a vice com Alckmin

28 jul 2018 10h35 - DO TERRA
Alvo mais uma vez de tentativas do PSDB em cooptá-lo para dividir a chapa com o presidenciável Geraldo Alckmin, o senador Álvaro Dias, pré-candidato a Presidência pelo Podemos, nega com veemência que possa aceitar uma composição com o PSDB e acusa os tucanos de tentarem apenas tirá-lo da disputa.
"Só seu eu fosse um descarado que diz uma coisa e faz outra. Eu seria um pulha se aceitasse ser coadjuvante de um ajuntamento de siglas e na empreitada de preservar o circo que abrigou todos esse espécimes da velha política. Eu seria igual a todos os outros", disse à Reuters na noite de sexta-feira.
Apesar de ter reunido uma aliança de nove partidos, somando os cinco do blocão - DEM, PP, PR, PRB e SD - que formalizaram o apoio essa semana - Alckmin não tem ainda um nome forte para colocar no lugar de vice em sua chapa.
O ex-governador de São Paulo havia concordado com a proposta do blocão, que ofereceu o nome do empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, para compor a chapa. Josué, no entanto, declinou do convite na quinta-feira. O blocão, então, abriu mão de indicar o vice, mas pediu o poder de veto ao nome.
Álvaro Dias, que tem em torno de 5 por cento das pesquisas de intenção de voto, tem melhor resultado do que Alckmin na região Sul e poderia ajudar o tucano a retomar um espaço que perdeu na região. Depois do não de Josué, o nome do senador voltou a circular como preferido do tucano.
"Eu me sinto até ofendido porque não acreditam em mim. As insinuações continuam, mas eu não sou igual a eles. Eu sou diferente. Quem acompanha minha vida pública sabe disso. Estão perdendo tempo", garantiu.
Álvaro Dias acredita que as especulações acabam na semana que vem com as últimas convenções. Tanto a do Podemos, que irá confirmar sua candidatura, quanto a do PSDB, acontecem no dia 4 de agosto - a primeira em Curitiba e a segunda, em Brasília.
O senador diz que até lá terá também suas alianças fechadas, mas não quis dizer com que partidos negocia.
"Não posso falar porque eles vêm para cima, e eles têm mais para dar, têm mais dinheiro. Porque o objetivo não é me ter de vice, é me tirar do páreo", afirmou.

Alckmin nem abriu o comitê e já há lixo na porta


Geraldo Alckmin tornou-se um latifundiário eletrônico. Amealhou algo como 40% de todo o horário eleitoral na TV. Nenhum outro presidenciável dispõe de tanto tempo de propaganda. A pergunta de R$ 1 milhão que passou a rondar o tucano é: como planeja preencher tanto espaço? O que tem a oferecer? Pelo andar dos inquéritos, Alckmin será obrigado a ocupar um pedaço de sua gleba televisiva com explicações.
Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou 14 pessoas por envolvimento num caso de desvio de R$ 625 milhões das obras de um trecho inconcluso do Rodoanel. O rol de acusados é estrelado por Laurence Casagrande Lourenço, ex-presidente da Dersa, a estatal que cuida de obras viárias no governo paulista. O personagem envernizou sua carreira sob Geraldo Alckmin.
Acusado de fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa, Laurence entrou e saiu da Dersa na gestão de Alckmin. Ocupou cargos tão relevantes como o de secretário de Logística e Transportes. Um mês antes de Alckmin trocar o governo pela candidatura, Laurence passou a responder pela Companhia Energética de São Paulo, onde ficou até ser preso, em 21 de junho.
Dois dias após a prisão, de passagem pela cidade paraibana de Campina Grande, Alckmin exaltou os “cuidados tomados” para evitar malfeitorias nas obras do Rodoanel. Ele pediu “rapidez” na investigação. E defendeu o preso: “O Laurence Casagrande é uma pessoa séria, com enorme folha de serviços prestados ao Estado.” (veja no vídeo abaixo)
As conclusões do inquérito da Procuradoria trafegam na contramão da confiança de Alckmin na higidez das obras e na reputação dos seus administradores: “Sem sombra de dúvidas, há mais de dez anos, existe uma organização criminosa dentro da Dersa”, declarou a procuradora da República Anamara Osório Silva, que entregou a denúncia à Justiça.
Ironicamente, Laurence Casagrande fora acomodado por Alckmin na Dersa com a missão de averiguar denúncias de corrupção na estatal —denúncias envolvendo Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador de propinas do tucanato paulista. Por mal dos pecados, a denúncia contra o olheiro de Alckmin escalou as manchetes no mesmo dia em a Justiça bloqueou os bens de Paulo Preto.
O comitê de campanha de Alckmin ainda nem foi aberto e já há defronte da porta um monturo muito parecido com um lixão. Nele, detritos compartilhados com outros governadores tucanos —caso Siemens, Alston e o próprio Paulo Preto— se misturam a pendências exclusivas de Alckmin: os R$ 10,3 milhões da Odebrecht, os R$ 5 milhões da CCR, as intermediações do cunhado Adhemar Ribeiro e, agora, a nova encrenca do Rodoanel.
Alckmin foi muito criticado por aproximar o seu projeto eleitoral do centrão. Mesmo entre os tucanos houve quem considerasse que os minutos de propaganda dos partidos que integram o grupo talvez não valessem o risco de intoxicação. Faz sentido. Mas a verdade é que a agenda negativa do candidato já dispensa matéria prima alheia. A reputação de Alckmin enferruja sozinha.
Católico, Alckmin talvez nem precisasse de tantos minutos de propaganda. Cinco segundos seriam suficientes para recitar no horário eleitoral o código ético-social-religioso mais famoso do mundo: ''Não matarás, não roubarás…''
Josias de Souza