domingo, 19 de dezembro de 2010

Compre uma ONG e se torne "sócio" do governo

ONGs de fachada são vendidas por até R$ 9 mil. CGU investiga crime

(MS, 19/12/2010, às 07:52:46)

Organizações não-governamentais (ONGs) orbitam nas tetas do Estado e, grosso modo, nenhuma sobreviveria sem recursos públicos, as sérias e, claro, as de fachada, possivelmente em maior número do que se pensa. A moda tem sido captar recursos dos Ministérios do Turismo e Cultura, geralmente destinados por emendas parlamentares, para planejar e organizar eventos festivos de mentirinha.

A Controladoria-Geral da União (CGU) descobriu no meio dessa maracutaia milionária praticada com o Orçamento da União uma nova tendência, a venda pela internet de ONGs e da variante chamada de organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs).

Uma ONG prontinha para operar em Brasília pode sair por até R$ 9 mil parcelados. Uma OSCIP já é mais cara, por R$ 22 mil, como explica o suspeito site Vieira Consultoria: "São do tipo mais difícil de serem registradas pela complexidade em função de serem agências de desenvolvimento."

Na investigação, auditores do CGU simularam o interesse de negociar a compra de uma OSCIP. O proprietário da Vieira Consultoria, Antônio Carlos Travassos Vieira, ofereceu por R$ 22 mil um tal Instituto de Tecnologias Sociais. Os auditores receberiam, sem demora, a ata da assembleia da fundação da entidade de fachada, inscrição no CNPJ, certificado de OSCIP emitido pelo Ministério da Justiça e o contrato de cessão de direitos, com as alterações societárias.

De um modo geral, as ONGs e OSCIPs criadas para lesar os cofres públicos têm sedes em pequenos municípios de Goiás, como Alto Paraíso, onde fica o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, a pouco mais de 200 km de Brasília. Tais entidades de fachada têm como outra característica criminosa a utilização de "laranjas" para conseguir os recursos junto ao Governo Federal. Entre sócios, a CGU já identificou frentistas, caminhoneiros, cabeleireiras e auxiliares de escritório.

Somente dois "sócios" do governo, o Instituto Premium Avança Brasil, em Luziânia (GO), e o Instituto Educar e Crescer, em Brasília, levaram, juntos, R$ 19 milhões entre 2008 e outubro de 2010. Quem quer comprar uma ONG?

Lula aumentou em 14% a carga tributária. De cada R$ 100 produzidos, o governo petista embolsa R$ 37,10

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Quando Lula recebeu o governo de FHC, a carga tributária era de 32,6%. Entrega para Dilma em 37,1%. Se Lula aumentou em 4,5 pontos percentuais a arrecadação, por qual motivo Dilma, com ampla maioria no Congresso, não aumentaria outros 2,9 pontos percentuais, elevando os impostos para 40% do PIB? Mesmo arrancando e lambendo os buracos dos olhos de quem produz, Lula não investiu mais do que FHC: ambos ficaram nos 0,7% do PIB, ao longo dos seus mandatos. Lula sai do governo com um agravante que, no futuro, passados os flashes e a compra da mídia, vai comprometer a sua biografia: o extraordinário aumento dos gastos públicos, que em vez de levar a riqueza econômica para os investimentos, transferiu a mesma para o bolso da burocracia improdutiva.
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Mesmo com esta carga tributária, não tenhamos esperança: a CPMF será aprovada em 2011 e retornará em 2012. Não para financiar a saúde. Para pagar o custeio da máquina pública.

Licença para roubar.

Domingo, Dezembro 19, 2010

Fica cada vez mais claro que, para uma grande maioria do Parlamento, com raríssimas exceções, obter um mandato de vereador, deputado ou senador é adquirir, por um baixíssimo custo, uma licença oficial para roubar. No país da impunidade, passou a ser um investimento de ponta para marginais de todas as matizes: estelionatários, ladrões, achacadores, corruptos em geral. Em pouco tempo é fácil recuperar o que foi gasto na campanha eleitoral para comprar o mandato. Um deputado federal vai ganhar R$ 1,6 milhão por ano ou R$ 6,4 milhões em 4 anos. Não há como não sobrar R$ 2 milhões líquidos ao final do período. Isso que não estamos falando do principal: as emendas parlamentares que, como estamos vendo, enchem os bolsos de deputados com outros tantos milhões, no truque simples de trocar entre si, independente de legendas, as liberações, botando "laranjas" lá na ponta que recebem a grana, sacam em dinheiro vivo e, obviamente, devolvem grande parte para os políticos. Tem empresa de fachada que chega a ser pluripartidária para não chamar atenção.Tem petista, tucano, comunista, direitista, tem todo o tipo de marca e modelo de político fazendo este tipo de safadeza. Quase no fim da cadeia alimentar da corrupção, chegamos à venda do voto, fruto do trabalho competente dos lobistas de todas as indústrias. Quanto será que o Paulinho da Força dos Bingos cobrou adiantado para trazer o assunto da legalização dos jogos de volta? Ou alguém acha que, mesmo perdendo no plenário, o bandido de colarinho branco não embolsou uma bolada? Se ganhasse, seriam dezenas de milhões no bolso de um dos piores bandidos políticos da história deste país. Finalmente, chegamos à venda do voto da bancada, quando um grupo de políticos é comprado em bloco por grupos empresariais ou por setores da economia. Aí a coisa vira um jogo sem limites em termos de achaque aos cofres públicos. Por isso, não há melhor investimento para um corrupto do que virar político. A lucratividade é enorme, sob a proteção da imunidade parlamentar. No Brasil de hoje, ser diplomado como político, é receber uma licença para roubar.
do b, coturno noturno