Acabou! A
melhor seleção da Copa ficou com o título, e essa é, sem dúvida, uma boa
notícia para o futebol. A Alemanha mereceu! À diferença do que previram
aquelas pessoas com quem Gilberto Carvalho andou dialogando à socapa,
“teve Copa”, sim, e o evento, em si, foi um sucesso. A infraestrutura
necessária funcionou. O que os brasileiros lucraram objtivamente com
isso? Nada! E, pra começo de conversa, vamos parar com essa cascata de
sair dizendo por aí que o povo surpreendeu ao receber bem os
estrangeiros. Por quê? Quando foi que ele tratou mal os turistas? Tenham
paciência! O vexame da equipe em campo só não foi maior do que o do
governo petista, que tentou usar o torneio para se promover e para
demonizar a oposição e os críticos do oficialismo. Deu-se mal! Dilma
Rousseff teve de contar com a boa vontade da Fifa, que a manteve no ar o
mínimo possível. Nas raras vezes em que a presidente apareceu no telão,
o estádio explodiu numa vaia inequívoca. Cadê os bocas de bagre do
puxa-saquismo oficial para acusar a “elite branca carioca”?
Dilma foi
hostilizada cinco vezes, com mais intensidade quando entregou a taça
para o capitão alemão, Philipp Lahm. Os apupos cederam, então, àquele
xingamento que já se tornou um clássico: “Ei, Dilma, vai tomate cru” se
fez ouvir com intensidade e clareza e rivalizou com a manifestação da
abertura do torneio, no Itaquerão. O jornalismo a soldo, cuja pança é
alimentada pelas estatais, inventou a tese de que tudo era coisa da
“elite branca de São Paulo”. A quem culpar desta vez?
Nunca
antes na história destepaiz um tiro saiu tão espetacularmente pela
culatra. E não pensem que Dilma foi vaiada porque o Brasil levou aquele
nabo de 7 a 1 da Alemanha. Ainda que Thiago Silva estivesse no lugar de
Lahm, aposto que a reação do público teria sido a mesma. A população
rejeitou a tentativa do Planalto de se apropriar do espetáculo.
Quaisquer que tenham sido os sacrifícios para realizar o torneio no
Brasil, eles foram feitos pelo povo brasileiro, não pelo oficialismo.
Este, ao contrário, reitero, não cumpriu o que prometeu à população.
O Planalto
tentou manipular o espetáculo de todas as maneiras. Se dependesse de
Franklin Martins, até a derrota teria servido à exploração vigarista. O
país ainda vivia seu luto futebolístico quando se plantou na imprensa a
informação de que o governo queria intervir na CBF. O site “Muda Mais”,
comandado por Franklin, lançou a tese de que a derrota deveria ser
jogada nas costas da confederação – que certamente tem suas
responsabilidades. Mas pergunto: devemos atribuir as vitórias de 1994,
2002 e a Copa das Confederações, em 2013, à corrupção da CBF? Ou será
que ela só serve de argumento quando o time perde? Lugar de corrupto de
qualquer área é a cadeia, claro!, mas vamos parar de conversa mole.
Ainda voltarei a esse tema, usando a lógica como instrumento.
O PT
sonhou usar a Copa do Mundo para esmagar seus adversários. O partido
criou até uma lista negra de jornalistas, da qual, gloriosamente, faço
parte. Tive a honra de ser o primeiro. Não obstante, quem não consegue
sair às ruas é Dilma Rousseff. Quem não pode dar as caras no estádio é
Dilma Rousseff. Quem consegue falar apenas a plateias rigidamente
controladas pelo Planalto é Dilma Rousseff.
Para o
futebol brasileiro, foi um fim melancólico. Para o petismo, foi um
desfecho melancólico. Para os oportunistas, foi um epílogo melancólico. O
povo brasileiro, ah, meus caros este é, sim, vitorioso. Resistiu à
máquina bilionária de propaganda e mandou comer tomate cru os que
tentaram sequestrar a sua vontade.