domingo, 17 de agosto de 2014

Crise no setor elétrico já deixa rombo de aproximadamente R$ 70 bilhões

 Crise do sistema de geração e distribuição de energia já provocou prejuízo quatro vezes superior ao apurado no apagão de 2001, em valores corrigidos. Especialistas culpam o intervencionismo estatal

Simone Kafruni
Publicação: 17/08/2014 08:04 Atualização: 16/08/2014 19:27
A atual crise do setor elétrico não tem precedentes. Nem mesmo em 2001 e 2002, quando houve racionamento, os custos para o país foram tão altos. Naquele ano, os especialistas calcularam o rombo em R$ 8 bilhões, valor que, atualizado pelo o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), o parâmetro oficial da inflação, seria de R$ 17,5 bilhões. De 2013 a 2014, contudo, o prejuízo do setor já se aproxima de R$ 70 bilhões, quatro vezes maior, sem que o governo sequer tenha cogitado um plano de racionalização, receoso do impacto eleitoral da medida.
Na avaliação do diretor da Thymos Energia, Ricardo Savoia, o montante recorde de perdas leva em conta: os aportes do Tesouro na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE); os dois empréstimos para cobrir a exposição involuntária das distribuidoras ao preço da energia no mercado de curto prazo, que somaram quase R$ 18 bilhões; o despacho térmico a todo vapor desde o fim de 2012; e as contratações feitas no leilão emergencial de abril último, com o preço de R$ 270 o megawatt/hora (MW/h).
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“Os custos são maiores porque houve ampliação do sistema elétrico. A carga (consumo) dobrou em 10 anos e deve duplicar novamente na próxima década. Mas houve uma intervenção e a bolha criada desde 2013 explodirá na conta de luz em 2015, com aumento de 21% mais a inflação”, alerta Savoia. Ele lembra, ainda, que uma parcela do despacho térmico já está sendo repassada às tarifas das distribuidoras que tiveram reajustes na segunda metade deste ano. “Os aumentos médios no primeiro semestre ficaram em 17%. Agora estão, em média, em 30%”, sublinha.
DO CORREIOBRASILIENSE

Dilma é vaiada duas vezes ao acompanhar velório de Eduardo Campos


 Presidente participou de despedida a Eduardo Campos em frente ao Palácio do Campo das Flores, no Recife, e acabou vaiada pelas milhares de pessoas que acompanham o velório. Aécio também se despede de Campos

Publicação: 17/08/2014 12:42 Atualização: 17/08/2014 13:01

A presidente Dilma Rousseff foi vaiada duas vezes nesta manhã (17/8) enquanto acompanhava o velório do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em frente ao Palácio do Campo das Flores, no Recife.
 (Ricardo Moraes/Reuters)

A primeira vaia aconteceu na chegada de Dilma ao velório, junto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parentes de Campos puxaram aplausos e foram seguidos pela multidão que estava no local.
Depois, perto do fim da missa campal de corpo presente por Eduardo Campos, pelo jornalista Carlos Percol e pelo fotógrafo Alexandre Severo, vítimas de acidente aéreo na quarta-feira (13/8), Dilma foi novamente vaiada ao aparecer no telão colocado em frente à sede do governo.
Lula chorou ao chegar na despedida a Eduardo e ao conversar com a viúva Renata Campos. O ex-presidente e Dilma foram embora do Palácio por volta de meio-dia, depois de acompanharem a missa.
O candidato do PSDB à Presidência da República Aécio Neves também acompanhou a missa em homenagem a Eduardo Campos e seu assessores e cumprimentou Dilma, sua adversária nas eleições de outubro. "Renata (viuva de Eduardo) me falou: Aécio, ele (Eduardo) não combinou isso comigo. É isso", contou o tucano.
Outros chefes de estado e políticos participam da despedida ao ex-governador. O corpo de Eduardo Campos deve ser enterrado por volta de 17h no cemitério de Santo Amaro.
Com informações de João Valadares - enviado especial 
DO CORREIOBRASILIENSE

O Brasil pede socorro: A pregação totalitária de Jandira Feghali.


‘Marina faz política de um jeito que não é o nosso’, diz vice na chapa de Geraldo Alckmin


Márcio França diz que agora é o PSB que terá crédito por aceitá-la como candidata
JÚNIA GAMA, EDUARDO BRESCIANI E CRISTIANE JUNGBLUT - O GLOBO
Protagonista de um duro embate com Marina Silva dentro do PSB, o candidato a vice-governador de São Paulo, na coligação com o PSDB, e tesoureiro da campanha de Eduardo Campos, Márcio França afirmou que o trágico acidente inverteu a relação do partido com a candidata e a Rede Sustentabilidade. França venceu a queda de braço com Marina quando ela defendia a candidatura própria do PSB ao governo paulista, mas ele era favorável à aliança com o PSDB. Segundo França, Marina Silva precisa dizer que quer ser candidata.
— Ela (Marina Silva) era a principal puxadora de votos. Agora ele (Eduardo Campos) é o grande puxador. O que ficou dele, as falas, a entrevista ao “Jornal Nacional” serão usados como nosso mantra. Ser candidata depende mais dela. Marina precisa expressar que quer ser candidata. Ela não disse “quero ser”. Marina tem um outro jeito de fazer política, que não é o nosso. É dela e do partido dela — afirmou.
França lembrou que, na condição de vice, Marina não era responsável por decisões financeiras tomadas na campanha, pois está sendo usado apenas o CNPJ do PSB (a Rede Sustentabilidade, partido de Marina, não existe formalmente).
— É o mundo real que tem de ser colocado para que ela faça sua escolha. Seria injusto colocá-la como candidata sem que saiba. Marina não era responsável por nada na campanha. Ela não sabe nem quanto custa o aluguel do comitê — afirmou.
França lembra que Marina teria imposto aos candidatos do PSB que não usassem a imagem dela em suas campanhas sem o seu consentimento expresso, o que havia sido aceito pelo partido. Para que não ocorresse o contrário, Marina Silva apresentou ofício ao partido.
— Ela tem de nos acolher e temos de acolhê-la. Antes ela criou crédito, pois era a mais famosa. Neste instante, criou o débito. Nós é que iremos acolhê-la para ser candidata a presidente. Agora ela se torna nossa candidata para dirigir o país — afirmou.
Uma das exigências do PSB para fazer a indicação de Marina Silva como substituta de Eduardo Campos será com relação à divisão do tempo de TV meio a meio entre os dois partidos, e uma maior clareza de como será se a Rede Sustentabilidade for formada depois da eleição, caso ela consiga ser eleita.
— Se ela formatar a Rede depois, continuamos com o nosso partido. Nosso quadro precisa estar presente — disse Márcio França, tesoureiro da campanha de Eduardo Campos e vice candidato ao governo na chapa com Geraldo Alckmin, em São Paulo.
A divisão de palanques também terá de ser discutida com Marina. Em São Paulo, França havia decidido colar a campanha de Eduardo Campos à do tucano Geraldo Alckmin:
— Uma coisa é ser candidato a vice, outra é ser candidato a presidente. Os movimentos terão de ser diferentes. Ainda não sabemos se ela está disposta e a decisão tem de ser rápida. Ela ainda está muito abalada e é uma pessoa religiosa e sensível. Imagino a responsabilidade que passa na cabeça dela.
DISCURSO DE COLIGAÇÃO
França afirmou que a morte de Eduardo Campos mudou o rumo da eleição e causou uma comoção e um impacto semelhante ao da morte do piloto Ayrton Senna:
— As pessoas agora conhecem, comovem-se e se arrependem por não terem conhecido antes as posições dele. Uma das frases de Eduardo Campos é que não existe nada que não seja resolvido com diálogo.Marina tem de se encaixar nessa lógica.
De acordo com França, o partido tem simpatia pela candidatura de Marina e espera que ela tenha absorvido uma parte das ideias de Eduardo Campos.
— Todos concordam que ela tem de ser a pessoa, em função da expressão de votos e do gesto generoso dela, que aceitou sair como vice. Mas para ser a candidata da coligação ela tem de ter o discurso da coligação, não da Rede. Como candidata, Marina fazia o que bem entendia — afirmou.
DO WELBI

Elio Gaspari diz que só Dilma perde com Marina turbinada pela morte de Campos

O jornalista Elio Gaspari escreve neste domingo que os números de uma nova pesquisa do Datafolha estarão nas ruas nos próximos dias e acha que os danos para Dilma serão irreversíveis.Ele também acha que Aécio não perde nada com a nova configuração.
Leia tudo:
. Partindo-se dos 8%, somando-se o efeito da comoção provocada pelo acidente do jatinho PR-AFA, ela poderá surpreender. Para que Dilma saia incólume, qualquer ponto percentual que vá para Marina precisará sair do acervo de Aécio Neves, e essa hipótese é absurda. Dilma certamente perde quando fortalece-se a possibilidade de um segundo turno. Se Aécio Neves perde algo com a nova situação, é uma dúvida.
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CLIQUE AQUI para ler, também, opinião da Folha de S. Paulo de hoje, porque o jornal revela que o PT prefere Aécio no segundo turno.
DO PBRAGA

Marina Silva, a viúva enlutada e indevida do Brasil

Marina chega neste sábado à cada da família Campos: chegou de preto, como viúva
Marina chega neste sábado à cada da família Campos: de preto, como viúva
Marina Silva já é a candidata do PSB à Presidência. E , como é evidente, existe uma onda a seu favor, ainda que nascida da tragédia. De resto, não dá para ignorar: os deuses da floresta a premiaram com um impressionante senso de marketing — chega perto de rivalizar com o do próprio Lula. Em alguns aspectos, pode-se dizer que ela leva certa vantagem: é mais, como direi?, “sensível” do que seu antigo chefe e diz coisas bem mais abstratas e incompreensíveis, o que sempre desperta no ouvinte a suspeita de que pode estar enxergando o que ninguém ainda vê. Renata, a mulher de Eduardo Campos, recolheu-se num decoroso silêncio. Marina ficou com o papel de viúva. Li na Folha, de novo, neste domingo, que foi a outra, com uma roupa floral, quem consolou uma Marina vestida de preto neste sábado. Que coisa! A minha origem é ainda mais pobrezinha do que a da ex-senadora, sabem? Meu sensor antidemagogia dispara nessas horas.
Não tenho paciência, desculpem os encantados, com Marina! O reino que me interessa é deste mundo. E o que não é requer a intervenção de um Ser superior à líder da Rede, a quem não reconheço o papel de intercessora. Repudio o seu comportamento e o seu ar de vestal, como se ela fosse feita de um barro diferente daquele que faz os outros políticos. Não é.
Eu não sei, por exemplo, e ninguém sabe, do que ela vive e quem sustenta o aparato — que não é pequeno! — que a acompanha. Há tanto tempo sem legenda, flanando por aí, a questão é pertinente. Fosse outro, o jornalismo investigativo já teria se ocupado de apurar. Como é Marina, não se toca no assunto. Imaginem se algum outro candidato à Presidência da República tivesse um banqueiro — ou uma banqueira… — pra chamar de seu. Ela tem. O que nos outros seria pecado é, em Marina, tratado como virtude.
A líder do tal Rede, já apontei aqui num post de maio de 2011, é a nossa vestal. Logo será carregada numa liteira. Constituiu-se, com o beneplácito de boa parte da imprensa babona, numa figura notavelmente autoritária da política. Como esquecer o seu comportamento durante a votação do Código Florestal? A nossa Entidade da Floresta — que só não faz milagre no Acre — sempre se negou a confrontar suas ideias com as de seus oponentes — preferindo ameaçar a Terra e o país com o apocalipse. Contou, para isso, com o apoio de ONGs fartamente financiadas por dinheiro vindo do exterior e de colunistas que não distinguiam e não distinguem um pé de feijão de erva daninha. Caso se dissesse a alguns deles que “o povo pede alho”, eles o mandariam comer bugalho…
Certa de que a “mídia” amiga seria eficiente em matar o novo Código Florestal, relatado então pelo agora ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Marina se limitou a dizer “não” ao texto. Como o debate avançou, apelou aos universitários. Aí, a até então omissa SBPC resolveu fazer o seu relatório recheado de elogios à agricultura brasileira (que remédio?), mas alertando para o apocalipse que viria se a proposta fosse aprovada. A iniciativa não vingou.
Como sabe ou pode saber o leitor, as vestais romanas, virgens sem mácula, eram encarregadas de manter aceso o fogo sagrado. Gozavam de grande prestígio. Os altos dignitários de Roma lhes confiavam segredos, e elas costumavam ser chamadas para dirimir conflitos e apaziguar dissensões. Excepcionalmente, podiam abandonar seu templo e desfilar pela cidade em sinal de protesto se considerassem que uma grave ameaça pesava sobre o Estado romano.
Foi o que fez Marina naquele 2011. As ONGs resolveram carregar a nossa vestal até o Palácio do Planalto para um encontro com o então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Ela reivindicava no tapetão o que não conseguira no debate político: o adiamento da votação do relatório. Aldo havia debatido o seu texto país afora. Marina preferiu fazer a cabeça dos ditos “formadores de opinião”. A democracia brasileira tem uma instância chamada Congresso. Ela preferiu os carregadores de liteira das ONGs ao Parlamento. É parte do que chama “nova política”. Não me serve.
O problema é que Marina, eu já escrevi umas 800 vezes, é a outra personagem inimputável da política brasileira. Só perde para Lula. Ambos são beneficiados pelo preconceito de origem às avessas. Como vieram “do povo”, não se questionam seus propósitos. Seriam depositários de uma espécie de verdade ancestral. Note-se, a título de ilustração, que, quando ela deixou o governo, falou-se de seu conflito com Dilma, não com Lula…
A ex-senadora tem um método: se perde o debate nas instâncias consagradas para decidir um embate, apela, então, à galera. Fez isso no PV, onde aonde chegou, de mala e cuia, para ser candidata em 2010, conhecendo as regras. Disputou a eleição deixando claro, sempre!, que era maior do que o partido. Terminada a peleja, deu início ao esforço para depor a direção da legenda. Como foi derrotada nas instâncias internas — cujas regras ela prometeu acatar quando se filiou —, foi para o debate público, certa de que não precisaria ter razão para conquistar adesões. Não tinha e as conquistou. A direção do PV foi tratada como vilã, mas ela não conseguiu o que queria. Caiu fora. Começou, então, a criar a Rede.
Quer o quê?
O cerne da postulação de Eduardo Campos, convenham, era um tanto confuso. O então candidato insistia na tese de que nada havia de errado no lulismo e que Dilma é que havia se distanciado do bom caminho. Como acertava em alguns diagnósticos parciais que fazia, sua candidatura foi bem-recebida. Se não dava para entender o conjunto, havia partes que faziam sentido.
E Marina Silva? Por quanto tempo mais não se vai perguntar, afinal de contas, o que pretende para o Brasil a viúva enlutada e indevida?
Por Reinaldo Azevedo