PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Sejamos claros e diretos: Michel Temer tornou-se gestor de um governo
terminal. Sua voz soou numa conversa vadia gravada por um delator.
Aécio Neves, seu principal aliado no Congresso, foi pilhado num pedido
de propina. Temer anunciou ao país que não renuncia. Mas seus ministros e
apoiadores já começaram a renunciar ao presidente. Temer logo perceberá
que há um déficit de apoiadores ao seu redor. Ele também notará que
precisa não de aliados políticos, mas de uma boa banca de advogados.
Temer migrou da condição de presidente para a posição de investigado em
inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal.
Por ironia, Temer
escolheu o seu próprio caminho para o inferno. Fez isso ao imaginar que
poderia governar dando de ombros para a Lava Jato, a maior investigação
de corrupção já realizada na história da República. Quis reformar o país
abraçado ao entulho. Verificou-se que ele não era apenas refém da banda
podre, mas parte da podridão.
Temer assumiu prometendo virar a
página. E virou. Só que para trás. As consequências da crise serão
duras. As reformas que corriam no Congresso foram ao freezer. A
economia, que dava sinais de recuperação, voltará a deslizar. Enquanto
Temer finge que ainda preside, o sistema político busca uma porta de
incêndio, qualquer coisa que se pareça com uma saída. Seja qual for a
solução, sempre parecerá um remendo. A eleição de 2018 será o melhor
remédio. Que pode virar um purgante. Depende de você, caro eleitor. As
ruas voltaram a ser protagonistas. DO J.DESOUZA
A turma que ousou desafiar o renascimento da Justiça precisa compreender que agora todos são iguais perante a lei
Os democratas antipetistas tentados a interromper a
agonia política de Aécio Neves, Michel Temer e outras figuras
mortalmente atingidas pela devassa nas catacumbas do Brasil precisam
livrar-se imediatamente desse surto de esquizofrenia ética. O país que
presta não tem bandidos de estimação, reitera esta coluna há mais de
oito anos. Quem cumpre a lei e cultiva valores morais permanentes não
pode ser cúmplice de corruptos condecorados. Quem aplaude a Lava Jato
não pode bater palmas para os que sonham com o fim da operação que
desencadeou a dedetização dos porões do Brasil. Todos os beneficiários da ladroagem institucionalizada
pela Era da Canalhice devem ser punidos pelos crimes que praticaram,
sejam quais forem os partidos que escolheram para homiziar-se. Quem luta
contra a roubalheira não pode ser clemente com oportunistas que ou se
aliaram ao esquema criminoso montado pelo PT, caso de Michel Temer, ou
passaram 13 anos em silêncio obsequioso frente às falcatruas empilhadas
durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Os figurões do PSDB sempre
reagiram com miados às bravatas do chefão Lula. Agora se sabe por quê. A turma que ousou desafiar o renascimento da Justiça e
obstruir os avanços da Lava Jato precisa compreender definitivamente
que agora todos são iguais perante a lei. Por terem deixado de ser mais
iguais que os outros, Michel Temer deveria renunciar à Presidência antes
de ser dela despejado, Lula coleciona pesadelos com Curitiba, Aécio
Neves antecipou a irreversível aposentadoria da vida pública e Dilma
descobriu que não tem votos sequer para eleger-se síndica do prédio onde
se refugia em Porto Alegre. Desmatada por Sérgio Moro, pelo Ministério Público e
pela Polícia Federal, a estrada percorrida pelos gatunos cinco estrelas
leva a um Brasil sem vagas, sem paciência e sem estômago para
obscenidades de quaisquer partidos. O país do futuro ainda está em
trabalhos de parto, mas certamente será muito melhor que o repulsivo
Brasil que agoniza neste outono de 2017. Retirados os tumores que
restam, a Nação mostrará a si mesma que fez mais do que sobreviver.
Ficou mais viva e saudável do que nunca. DO .A.NUNES
Esta sexta-feira será mais um novo dia para nunca ser esquecido na história brasileira.
Eliane Cantanhêde Estadão
A
teia da JBS e o poder dos irmãos Joesley e Wesley Batista foram muito
além do que foi divulgado até agora. Vão explodir amanhã, sexta-feira,
delações que atingem mortalmente, pela ordem, os ex-presidentes Luis
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente do Senado
Renan Calheiros (PMDB) e o ex-chanceler e ex-presidenciável José Serra
(PSDB). Os valores são de tirar o fôlego e surgirão nomes que até aqui
vinham passando ilesos. Quem
teve informações sobre o material informa que os tentáculos do grupo
JBS não ficam a dever nada aos da Odebrecht, mas com uma diferença: o
dono e os executivos da empreiteira decidiram fazer delação premiada
depois de presos, já com capacidade limitado de produzir novas provas
tão contundentes. Já os irmãos Batista estão há meses gravando seus
interlocutores e pautando os monitoramentos da Polícia Federal. O
resultado é considerado devastador e arrasta para o fundo do poço não
apenas o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, pelas
gravações liberadas à noite nesta quinta-feira, mas o próprio mundo
político. Esta sexta-feira será mais um novo dia para nunca ser esquecido na história brasileira.18 Maio 2017 - DO R.DEMOCRATICA
Dinheiro era gerado por vantagens
ilegais obtidas pela JBS no BNDES, durante as administrações de Lula e
Dilma; recursos serviram para bancar despesas do ex-presidente e pagar
laranjas indicados pelo partido
DIEGO ESCOSTEGUY
18/05/2017 - 19h09 - Atualizado 18/05/2017 19h48
A JBS depositou cerca de R$ 300 milhões em propina devida ao PT numa conta secreta controlada por Joesley Batista
na Suíça, cuja empresa de fachada, titular oficial da conta, era
sediada no Panamá. O saldo dessa conta de propina era gerado aos poucos,
em razão de vantagens ilegais obtidas pela JBS junto ao BNDES, sempre
na gestão do PT – especialmente nos anos em que Luciano Coutinho
presidia o banco. Era uma conta-corrente de propina dividida, nas
planilhas da JBS, entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As informações foram encaminhadas por Joesley à Procuradoria-Geral da República.
Segundo
disse Joesley, o dinheiro era sacado, no Brasil, em nome de Lula e por
ordem de Lula, às vezes por meio de Guido Mantega – e também em
campanhas do PT em 2010 e 2014. Os recursos eram entregues em espécie,
depositados em contas de laranjas indicados pelo partido e pelo
ex-presidente e, também, transferidos oficialmente para contas oficiais
de campanhas. Parte expressiva desse bolo foi usada para comprar o apoio
de partidos pequenos na campanha de Dilma em 2014. DA REV..EPOCA
O ministro da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal dá publicidade às
revelações de executivos que comprometem presidente Temer e senador
afastado Aécio Neves
Rafael Moraes Moura, Breno Pires e Beatriz Bulla
18 Maio
2017 | 17h23
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin,
decidiu levantar o sigilo da delação premiada da JBS, segundo o
Broadcast Político apurou. Os despachos do ministro já foram
encaminhados à Secretaria Judiciária do STF.
Existe a expectativa de parte do conteúdo da delação ser
divulgada ainda nesta quinta-feira (18). Até a publicação deste texto, a
reportagem não obteve informações se todo o sigilo da delação foi
retirado ou se apenas uma parte dela será tornada pública.
Em sinal de
deferência aos colegas da Corte, Fachin encaminhou aos demais ministros
do STF suas decisões tomadas no âmbito da delação da JBS. A postura foi
vista no tribunal como um gesto de “cortesia”.
A publicidade, de regra, é a tônica da administração pública, é o que
viabiliza o acompanhamento por vocês da imprensa e o acompanhamento dos
cidadãos em geral”, disse o ministro Marco Aurélio Mello a jornalistas
depois da sessão plenária desta tarde.DO ESTADÃO
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, também autorizou o fim do
sigilo deste que é o segundo procedimento investigatório aberto contra o
chefe do Congresso; os detalhes ainda não estão disponíveis no sistema
do Supremo Tribunal Federal
18 Maio
2017 | 16h18
BRASILIA
DF 16/03/2017 POLITICA Presidente do Senado FederaL, senador Eunício
Oliveira (PMDB-CE), concede entrevista. Foto: Marcos Brandão/Senado
Federal
Além do presidente Michel Temer (PMDB), o ministro Edson
Fachin autorizou a abertura de um novo inquérito contra o presidente do
Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), no âmbito da Lava Jato.
O ministro Fachin também autorizou o fim do sigilo deste que
é o segundo procedimento investigatório aberto contra o chefe do
Congresso, mas os detalhes ainda não estão disponíveis no sistema do
Supremo Tribunal Federal. Ainda não se sabe se há alguma relação com as
informações trazidas pela JBS, que foram homologadas pelo ministro
Fachin.
O processo deu
entrada no STF em outubro de 2016 como uma petição e estava tramitando
de forma sigilosa até esta quarta-feira (17)“A manifestação do órgão acusador revela que não mais
subsistem, sob a ótica do sucesso da investigação, razões que determinem
a manutenção do regime restritivo da publicidade, também não se
constatando qualquer razão que assim determine em favor do requerido”,
disse Fachin, na decisão.
No despacho de Fachin que retira o sigilo do inquérito,
Fachin também determinou a remessa à Polícia Federal para atender a
diligências pedidas pela Procuradoria-Geral da República e abriu um
prazo de 60 dias para o cumprimento.
Odebrecht. Em 11 de abril, Fachin já havia aberto um
inquérito contra Eunício Oliveira, com base nas delações da Odebrecht,
sob a suspeita de que recebeu R$ 2 milhões em troca de atuação no Congresso Nacional para converter medidas provisórias em lei em benefício do grupo baiano.
Eunício, neste inquérito, é investigado em conjunto com os
também os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e
para os deputados Rodrigo Maia (DEM) e Lúcio Vieira (PMDB-BA). O grupo
teria recebido um montante total de R$ 7 milhões em vantagens indevidas.
O Broadcast procurou a assessoria de imprensa, o advogado e o próprio senador, mas não teve as chamadas telefônicas atendidas. DO ESTADÃO
Vinte
horas e quarenta minutos depois da divulgação da notícia segundo a qual
sua voz soara numa conversa vadia gravada por um delator, Michel Temer
veio à boca do palco nesta quinta-feira (18), para bradar, a plenos
pulmões: “Não renunciarei. Repito: não renunciarei.” O presidente não se
deu conta. Mas sua reação é a mais forte evidência de que ele já foi,
por assim dizer, renunciado pelos fatos. Se a autodefesa de Temer revela
alguma coisa é que ele se tornou um presidente indefensável.
Ao
resumir o paradoxo em que se meteu, o próprio Temer falou do sucesso de
sua gestão conjugando o verbo no passado: “Meu governo viveu nesta
semana seu melhor e seu pior momento. Os indicadores de queda da
inflação, os números de retorno do crescimento da economia e os dados de
geração de empregos criaram esperanças de dias melhroes. O otimismo
retornava. E as reformas avançavam no Congresso Nacional.”
O otimismo virou desespero. E as reformas foram enviadas ao freezer.
Temer
prosseguiu: “Ontem , contudo, a revelação de conversa gravada
clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política de
proporção ainda não dimensionada. Portanto, todo um imenso esforço de
retirar o país de sua maior recessão pode se tornar inútil. E nós não
podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país.”
As
proporções da crise foram, sim, dimensionadas. Nas palavras de um
ministro de Temer, “o governo não está no chão, já alcançou o subsolo.”
Foi Temer quem jogou os esforços no lixo. Fez isso ao imaginar que
poderia governar com a cabeça nas reformas e os pés no lodo. Portou-se
como se a Lava Jato não existisse. Deu no que deu.
E quanto às
explicações? Bem, nessa matéria tão essencial, Temer ficou devendo.
“Ouvi, realmente, o relato de um empresário que, por ter relações com um
ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar.” Evitou até mesmo
dar nome aos bois. O empresário Joesley Batista, agora um delator, não
auxiliava a família de ninguém. As investigações revelam que ele
comprava o silêncio do presidiário Eduardo Cunha, um ex-deputado que
guarda segredos insondáveis sobre Temer.
“Em nenhum momento
autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado”, disse
Temer, sem fazer referência à frase captada no autogrampo de Joesley:
“Tem que manter isso, viu?”. “Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma
razão singelíssima: exata e precisamente porque não temo nenhuma
delação”, vociferou Temer. A demora em prover explicações, só agora
expostas de maneira tão vagas, denuncia a precariedade das convicções do
orador.
Temer parece viver a neurose do que está por vir depois
que o Supremo Tribunal Federal levantar o sigilo da delação do Gripo
JBS. E tem fundadas razões para cultivar os seus receios. Um presidente
que precisa anunciar à nação que não renunciará perdeu a noção do tempo.
Convertido de presidente em personagem de inquérito aberto no Supremo
Tribunal Federal, Temer precisa cuidar dos minutos, porque suas horas já
passaram.
Ricardo Noblat
O presidente Michel Temer está pronto para anunciar sua renúncia ao
cargo e deverá fazê-lo ainda hoje, no início da noite. Já conversou a
respeito com alguns ministros de Estado e, pessoalmente, acompanha a
redação do pronunciamento que informará o país a respeito.
Rodrigo Maia (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, já foi
avisado sobre a decisão de Temer. Ele o substituirá como previsto na
Constituição, convocando o Congresso para que eleja o novo presidente
que governará o país até o final de 2018.
A Secretaria de Comunicação Social da presidência da República
suspendeu a veiculação de peças de propaganda do governo que estavam no
ar ou que poderiam ir ao ar. DO NOBLAT...
O blog
conversou há pouco, pelo telefone, com um ministro que participa do
debate interno sobre o futuro de Michel Temer. Filiado a um dos partidos
que dão suporte legislativo ao governo, o ministro foi acionado pelo
Planalto para avaliar o que chamou de “condições de governabilidade.” O
diálogo que o auxiliar de Temer manteve com o repórter é revelador do
estágio que atingiu a crise.
— O governo está no chão, não acha?, perguntou o repórter.
— Não, essa avaliação está errada, respondeu o ministro.
— Acha mesmo que tudo está normal?
—
A questão é outra: o governo não está no chão, já alcançou o subsolo,
afirmou o ministro, antes de pedir desculpas e encerrar a conversa,
alegando que se encaminhava para uma reunião.
O Buzzfeed divulgou a transcrição de diálogos de Joesley Batista
com Aécio Neves. O tucano critica o governo de Michel Temer por não ter
pulso sobre a PF.
Diz que Temer errou na nomeação de Osmar
Serraglio e chama Eunício Oliveira e Rodrigo Maia de "frágeis" por não
conseguirem aprovar a anistia do caixa 2 e o abuso de autoridade.
É o verdadeiro Aécio.
Leiam:
Aécio — Esses vazamentos, essa porra toda, é uma ilegalidade.
Joesley — Não vai parar com essa merda?
Aécio
— Cara, nós tamos vendo (...) Primeiro temos dois caras frágeis pra
caralho nessa história é o Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e o
Rodrigo [Maia, presidente da Câmara], o Rodrigo especialmente também,
tinha que dar uma apertada nele que nós tamos vendo o texto (...) na
terça-feira.
Joesley — Texto do quê?
Aécio — Não... São duas coisas, primeiro cortar o pra trás (...) de quem doa e de quem recebeu.
Joesley — E de quem recebeu.
Aécio
— Tudo. Acabar com tudo esses crimes de falsidade ideológica, papapá,
que é que na, na, na mão [dupla], texto pronto nãnã. O Eunício afirmando
que tá com colhão pra votar, nós tamo (sic). Porque o negócio agora não
dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo
assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá
montada. A ideia é votar na... Porque o Rodrigo devolveu aquela tal das
Dez Medidas, a gente vai votar naquelas dez... Naquela merda das Dez
Medidas toda essa porra. O que eu tô sentindo? Trabalhando nisso igual
um louco.
Joesley — Lógico.
Aécio — O Rodrigo enquanto não chega nele essa merda direto, né?
Joesley — Todo mundo fica com essa. Não...
Aécio
— E, meio de lado, não, meio de leve, meio de raspão, né, não vou
morrer. O cara, cê tinha que mandar um, um, cê tem ajudado esses caras
pra caralho, tinha que mandar um recado pro Rodrigo, alguém seu, tem que
votar essa merda de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tô
assustando ele, entendeu? Se falar coisa sua aí... forte. Não que isso?
Resolvido isso tem que entrar no abuso de autoridade... O que esse
Congresso tem que fazer. Agora tá uma zona por quê? O Eunício não é o
Renan.
Joesley — Já andaram batendo no Eunício aí, né? Já andaram
batendo nas coisas do Eunício, negócio da empresa dele, não sei o quê.
Aécio
— Ontem até... Eu voltei com o Michel ontem, só eu e o Michel, pra
saber também se o cara vai bancar, entendeu? Diz que banca, porque tem
que sancionar essa merda, imagina bota cara.
Joesley — E aí ele chega lá e amarela.
Aécio
— Aí o povo vai pra rua e ele amarela. Apesar que a turma no torno
dele, o Moreira [Franco], esse povo, o próprio [Eliseu] Padilha não vai
deixar escapulir. Então chegando finalmente a porra do texto, tá na mão
do Eunício.
(...)
Aécio — Tá na cadeira (...). O
ministro é um bosta de um caralho, que não dá um alô, peba, está
passando mal de saúde pede pra sair. Michel tá doido. Veio só eu e ele
ontem de São Paulo, mandou um cara lá no Osmar Serraglio, porque ele
errou de novo de nomear essa porra desse (...). Porque aí mexia na PF. O
que que vai acontecer agora? Vai vim um inquérito de uma porrada de
gente, caralho, eles são tão bunda mole que eles não (têm) o cara que
vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá,
2.000 delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras,
né?, do Moreira, que interessa a ele vai pro João.
Joesley — Pro João.
Aécio — É. O Aécio vai pro Zé (...)
[Vozes intercaladas]
Aécio — Tem que tirar esse cara.
Joesley — É, pô. Esse cara já era. Tá doido.
Aécio — E o motivo igual a esse?
Joesley — Claro. Criou o clima.
Aécio — É ele próprio já estava até preparado para sair.
Joesley — Claro. Criou o clima.
DO O ANTAGONISTA
Somente os tolos congênitos e os idólatras
de delinquentes se apegam a questões ideológicas para exigir punições –
ou a ausência delas – de mão única
Os seguidores de seitas políticas, acostumados a simular
revolta em função das “injustiças” cometidas contra o chefe – com a
desfaçatez de um jogador malandro que mergulha na área para fingir ter
sofrido pênalti –, e a cobrar tratamento idêntico a quem consideram
estar do outro lado da contenda por eles inventada – ainda que Temer
tenha sido escolhido e votado pelos petistas –, terão de criar novos
argumentos. O Brasil decente jamais pregou justiça seletiva, tampouco
alimenta bandidos de estimação.
Qualquer político, ocupante do cargo que for, pego com a mão
na massa, tem de ser punido de maneira exemplar. Somente os tolos
congênitos e os idólatras de delinquentes se apegam a questões
ideológicas para exigir punições – ou a ausência delas – de mão única.
Delações premiadas, até ontem desqualificadas por essa tribo, agora são
reverenciadas. A cobertura do que chamam de “mídia golpista” agora é
válida. Ao menos para isso já serviu. Ainda é cedo para se examinar com
profundidade a notícia que abalou o Brasil nesta quarta-feira,
afirmações mais contundentes agora seriam até irresponsáveis, mas, ao
que parece, é tudo isso mesmo, e a primeira impressão é de que não há
muita margem para desmentidos.
Seja como for, qualquer brasileiro decente quer a punição de
todos, todos mesmo que, alojados no poder, comportaram-se de maneira,
como está na moda dizer, nada republicana. Que o presidente Michel
Temer, o senador Aécio Neves e outros – literalmente – menos votados
respondam por seus atos e sejam punidos de acordo com a gravidade do que
tenham cometido. Ninguém com o mínimo de bom senso é contra isso. Mas
que não se iludam os defensores de Lula, porque o delinquente-mor marcha
célere a caminho da cadeia. DO A.NUNEDS
18 maio 2017, 14h15 -
Atualizado em 18 maio 2017, 14h36
No momento mais conturbado da política
recente, o governo quer testar a lealdade dos ministros. A Secom quer
que as pastas usem as redes sociais postando fotos, textos e vídeos dizendo que estão com Temer. Mantenham a agenda normal.
Mas logo os primeiros desembarques devem
se confirmar. O PPS deve mesmo deixar Cultura e Defesa, nas mãos de
Roberto Freire e Raul Jungmann, respectivamente. O presidente do PSB já
se manifestou publicamente pela saída de Coelho Filho de Minas e
Energia.
Até o PSDB, envolvido até o pescoço no escândalo, avalia deixar o governo. Vão se reunir ainda hoje.
(ATUALIZAÇÃO: Bruno Araújo, ex-ministro de Cidades, puxa a fila. É o primeiro a deixar o governo) DO R.ONLINE
Presidente foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS
Por Carolina Brígido O Globo
Michel Temer: pronunciamento às 16h Ueslei Marcelino / REUTERS
BRASÍLIA
- O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), abriu inquérito para investigar o presidente Michel
Temer. O empresário Joesley Batista, dono da JBS, entregou ao Ministério
Público (MP) gravação em que o presidente dá aval para o empresário
comprar, com mesadas, o silêncio do ex-presidente da Câmara, o deputado
cassado Eduardo Cunha. O
pedido de abertura de inquérito foi feito a partir da delação premiada
dos donos do grupo JBS. Eles revelaram que Temer deu aval para a propina
paga ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – que, em troca, não
revelaria nada em delação. Pela
Constituição, o presidente da República não pode ser responsabilizado
por atos cometidos antes do exercício do mandato. Como os fatos
delatados teriam ocorrido depois de Temer ter assumido a presidência da
República, não haveria impedimento legal para o início das
investigações.
FACHIN NEGA PRISÃO DE AÉCIO
Em
decisão nesta quinta-feira, Fachin negou pedido da Procuradoria-Geral
da República (PGR) para prender o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ao
contrário da expectativa que se criou nesta quinta-feira, o caso não
deverá ser levado ao plenário do tribunal. Na
mesma decisão, o ministro afastou o parlamentar de suas funções, mas o
manteve no cargo. Ou seja, o tucano poderá frequentar o Congresso
Nacional, mas não está autorizado a votar, por exemplo.18/05/2017 DO R.DEMOCRATICA
Rodrigo
Janot diz em nota que, a operação contra políticos que continuam usando
seus cargos para cobrar propina, indica que o efeito depurador da Lava
Jato não vem ocorrendo como esperado. Leiam: "Os
elementos de prova revelam que alguns políticos continuam a utilizar a
estrutura partidária e o cargo para cometerem crimes em prejuízo do
Estado e da sociedade. Com o estabelecimento de tarefas definidas, o
núcleo político da organização criminosa investigada na Operação Lava
Jato promove interações diversas com agentes econômicos, com o objetivo
de obter vantagens ilícitas, por meio da prática de crimes, sobretudo a
corrupção." Para
o procurador-geral, o caso revela perplexidade, pois os fatos ocorreram
apesar e durante as investigações de delitos graves praticados através
de autênticas organizações criminosas enraizadas no poder público,
envolvendo algumas das mais altas autoridades do país. “Isso
demonstra que o esperado efeito depurador e dissuasório das
investigações e da atuação do Poder Judiciário lamentavelmente não vem
ocorrendo e a espiral de condutas reprováveis continua em marcha nos
mesmos termos e com a mesma ou maior intensidade e desfaçatez." 18.05.17- DO .R.DEMOCRATICA
Deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e Frederico Pacheco de Medeiros foram flagrados em "ações controladas" da PF
por Lauro Jardim e Guilherme Amado
/
Atualizado
RIO - A delação da JBS, a mais dura em três anos de Lava-Jato,
merece este título em grande parte devido às cenas a seguir. Nelas, o
deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), destacado pelo presidente
Michel Temer para tratar com Joesley Batista dos interesses de seu grupo
empresarial, é flagrado pegando R$ 500 mil em propina — a primeira
parcela de um montante prometido de R$ 480 milhões. As cenas abaixo
mostram esta entrega, ocorrida em 28 de abril deste ano.
A entrega de dinheiro para o indicado por Temer
As cenas também são devastadoras para o presidente do PSDB, o senador
mineiro Aécio Neves. A Polícia Federal filmou o primo de Aécio,
Frederico Pacheco de Medeiros, pegando, a mando de Aécio, R$ 1,5 milhão
em propina — três quartos dos R$ 2 milhões que Aécio pediu, sem saber
que era gravado, para Joesley. As cenas abaixo mostram a primeira
entrega, ocorrida em 12 de abril deste ano.
A primeira entrega
de dinheiro ao primo
de Aécio Neves
A
Já o presidente do PSDB indicou o primo Frederico Pacheco de Medeiros
para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig,
nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente
em 2014. Tocava a área de logística. Quem levou o dinheiro a Fred foi o
diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete
delatores. Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou
três delas. As cenas abaixo mostram a primeira entrega, ocorrida em 19
de abril deste ano.
A segunda entrega
de dinheiro ao primo de Aécio Neves
As filmagens da PF mostram que, após receber o dinheiro, Fred
repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima,
secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG). Mendherson
levou de carro a propina para Belo Horizonte. Fez três viagens — sempre
seguido pela PF. As investigações revelaram que o dinheiro não era para
advogado algum. O assessor negociou para que os recursos fossem parar na
Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo
Perrella, filho de Zeze Perrella. As cenas abaixo mostram a primeira
entrega, ocorrida em 12 de abril deste ano.
Um dos grandes diferenciais da delação dos donos da JBS foi
exatamente as "ações controladas" feitas pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) e pela Polícia Federal. Neste mecanismo de investigação,
o flagrante do crime é calculado de maneira que seja produzida uma
determinada prova. Nessa investigação, a PF acompanhou, com câmeras e
escutas, a entrega de dinheiro para intermediários de Temer e de Aécio. ESQUEMA NO CADE
O primeiro contato entre Rocha Loures e Joesley foi em Brasília. O dono da JBS lhe contou o que precisava do Cade.
Desde o ano passado, o órgão está para decidir uma disputa entre a
Petrobras e o grupo sobre o preço do gás fornecido pela estatal à
termelétrica EPE. Localizada em Cuiabá, a usina foi comprada pelo grupo
em 2015. Explicou o problema da EPE: a Petrobras compra o gás natural da
Bolívia e o revende para a empresa por preços extorsivos. Disse que sua
empresa perde "1 milhão por dia" com essa política de preços. E pediu:
que a Petrobras revenda o gás pelo preço de compra ou que deixe a EPE
negociar diretamente com os bolivianos.
Com uma sem-cerimônia impressionante, o indicado de Temer ligou para o
presidente em exercício do Cade, Gilvandro Araújo. E pediu que se
resolvesse a questão da termelétrica no órgão. Não há evidências de que
Araújo tenha atendido ao pedido. Pelo serviço, Joesley ofereceu uma
propina de 5%. Rocha Loures deu o seu ok.: "Tudo bem, tudo bem". Para
continuar as negociações, foi marcado um novo encontro.
Desta vez, entre Rocha Loures e Ricardo Saud, diretor da JBS e também
delator. No Café Santo Grão, em São Paulo, trataram de negócios. Foi
combinado o pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo em que
vai vigorar o contrato da EPE.
Ou seja, está se falando de R$ 480 milhões ao longo de duas décadas,
se fosse cumprido o acordo. Loures disse que levaria a proposta de
pagamento a alguém acima dele. Saud faz duas menções ao "presidente".
Pelo contexto, os dois se referem a Michel Temer. A entrega do
dinheiro foi filmada pela PF. Mas desta vez quem esteve com o homem de
confiança de Temer foi Ricardo Saud, diretor da JBS e um dos sete
delatores. Esse segundo encontro teve uma logística inusitada.
Certamente, revela o traquejo (e a vontade de despistar) de Rocha
Loures neste tipo de serviço. Assim, inicialmente Saud foi ao Shopping
Vila Olímpia, em São Paulo.
Em seguida, Rocha Loures o levou para um café, depois para um
restaurante e, finalmente, para a pizzaria Camelo, na Rua Pamplona, no
Jardim Paulista. Foi neste endereço, próximo à casa dos pais de Rocha
Loures, onde ele estava hospedado, que o deputado recebeu a primeira
remessa de R$ 500 mil.
Apesar do acerto de repasses semanais de R$ 500 mil, até o momento só
foi feita a primeira entrega de dinheiro. E, claro, a partir da
homologação da delação, nada mais será pago.
Rocha Loures, o indicado por Temer, é um conhecido homem de confiança
do presidente. Foi chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência
sob Temer. Após o impeachment, virou assessor especial da Presidência
e, em março, voltou à Câmara, ocupando a vaga do ministro da Justiça,
Osmar Serraglio. DO O GLOBO
Chama Patmos, a ação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da
República que nesta quinta-feira, 18, cercou o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), prendeu sua irmã Andrea e seu primo Fred
Chama Operação Patmos, a ação da Polícia Federal e da
Procuradoria-Geral da República que nesta quinta-feira, 18, cercou o
senador Aécio Neves (PSDB-MG), prendeu sua irmã Andrea e seu primo Fred.
Patmos é uma pequena ilha da Grécia no mar Egeu. É conhecida
por seu o local para onde o apóstolo João foi exilado, segundo o livro
bíblico de Apocalipse. Ali, João recebeu as revelações do apocalipse.
Com Patmos, a Procuradoria-Geral da República anuncia o apocalipse político.
Dono do maior grupo de produção de proteína animal do mundo,
Joesley gravou o presidente Michel Temer dando aval para a compra do
silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele disse à
Procuradoria-Geral da República (PGR) que fazia pagamentos para evitar
que o ex-deputado falasse o que sabe a investigadores.
A revelação foi feita pelo colunista Lauro Jardim, do jornal
O Globo e confirmada pelo Estado. O empresário também teria gravado
Aécio lhe pedindo R$ 2 milhões.
O valor teria sido entregue a um primo do senador, em espécie, que
teria levado as notas para uma empresa do senador Zezé Perrella
(PMDB-MG).
A Polícia Federal cumpre mandados judiciais nas casas e nos
gabinetes dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG),
além de endereços de várias pessoas a eles ligadas, entre elas a irmã
do tucano, Andréa Neves, e o filho do peemedebista, Gustavo Perrella.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A operação mira
citados na delação do empresário Joesley Batista, da JBS, e de outros
empresários do grupo.
Além do gabinete no Senado, os policiais estão nos
apartamentos de Aécio em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além da
fazenda dele, em Cláudio (MG). Também há medidas judiciais sendo
cumpridas contra Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador,
apontado por Joesley como intermediàrio para o pagamento de R$ 2 milhões ao congressista.
Há ainda mandados sendo cumpridos no gabinete em Brasília,
na casa e no escritório de Zezé Perrella em Belo Horizonte, fora
endereços de um contador e de empresas ligadas a ele. A PF vasculha
também a casa do doleiro Gaby Amine Toufic, em Belo Horizonte, e de
funcionários do peemedebista, incluindo o assessor Mendherson Souza. DO ESTADÃO
Após as revelações que atingem o presidente Michel Temer
(PMDB) por supostamente ter dado aval ao dono do Grupo JBS para comprar o
silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os
procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, da
Operação Lava Jato, divulgaram textos em suas redes sociais reafirmando
que as investigações deixaram claro que a corrupção atinge todo o
sistema partidário do Brasil e que é preciso uma renovação política nas
eleições de 2018.
O primeiro a se manifestar foi Santos Lima, responsável por
formular os acordos de leniência com empresas no âmbito da operação.
“Enquanto diziam que éramos contra um partido ou outro, a Procuradoria
da República se manteve firme na sua tarefa de revelar a corrupção
político-partidária sistêmica que mina todos os esforços da população
para trabalhar e crescer por esforços e méritos próprios”, escreveu.
O procurador disse ainda que não se pode aceitar acabar com a
Operação com o pretexto de recuperação econômica. “Não sejamos
maniqueístas de achar que ou é o partido X ou o partido Y o problema. É
muito mais que isso. Nem também aceitemos a ideia de que precisamos
encerrar as investigações, jogando tudo debaixo do tapete, em troca de
uma recuperação econômica”.
Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério
Público Federal (MPF), destacou que a “reforma anticorrupção” é
prioritária entre todas as reformas no Brasil. “Ninguém mais aguenta
toda essa podridão. Se este Congresso não fizer as reformas necessárias
contra a corrupção, será uma confissão de incompetência e merecerá a
vergonha dos crimes que o cobrem – com as honrosas exceções daqueles que
estão lutando por essas mudanças”, publicou.
Os dois procuradores cobraram renovação política diante das
revelações. “E a melhor coisa que a sociedade poderá fazer, além de
protestar, será mostrar sua indignação nas urnas, colocando no Congresso
em 2018 pessoas comprometidas com as transformações que queremos ver.
Não roubarão nosso país de nós. Lutaremos por ele até o fim”, disse
Dallagnol. Santos Lima afirmou que é preciso mudar a política e as leis
penais, com o risco de “viveremos uma crise atrás de outra.” DA ISTOÉ
Em julho de 2016, Eduardo Cunha prometia a
um interlocutor que ainda derrubaria dois presidentes. Por via indireta,
está perto de cumprir o que disse
Por
Da Redação
18 maio 2017, 09h55 -
Atualizado em 18 maio 2017, 10h09
Ao que parece, a profecia de Eduardo Cunha vai se realizar. Em julho de 2016, o Radar noticiou um diálogo que
o ex-deputado teve com um interlocutor brasiliense. Na ocasião, Cunha
falou: Ficarei conhecido por derrubar dois presidentes do Brasil”.
Por vias tortas, porque não foi ele quem denunciou, o atual
presidiário pode ser o artífice da renúncia ou do impeachmeht do
presidente Michel Temer. Se o diálogo mostrar o aval de Temer para
comprar o seu silêncio, o Brasil terá dois presidentes derrubados em um
ano. Ambos por obra de Cunha. DO R.ONLINE
PF
cumpre nesta quinta (18) mandados de busca e apreensão no Congresso e em
endereços ligados ao senador do PSDB; ministro do STF também mandou
afastar parlamentares.
O acesso aos corredores dos gabinetes dos senadores Aécio Neves
(PSDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loutes (PMDB-PR) no Congresso
Nacional foram bloqueados na manhã desta quinta-feira (18) durante
operação da Polícia Federal.
As diligências foram todas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os agentes da PF chegaram ao Congresso pela Chapelaria, o acesso
principal às duas Casas legislativas. Eles carregavam malotes para
apreender documentos e possíveis equipamentos eletrônicos.
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, policiais legislativos
bloqueavam os acessos aos gabinetes, para garantir que os policiais
federais pudessem trabalhar. Apenas funcionários dos andares onde ficam
os gabinetes podiam passar o bloqueio.
Os investigadores também confirmaram a prisão de um procurador da República,
que trabalha no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e do advogado Willer
Tomaz, supostamente ligado ao deputado cassado e atualmente preso
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A Justiça também determinou o cumprimento de mandados no TSE. Durante o
cumprimento dos mandados no tribunal, o acesso ao prédio ficou restrito
a funcionários.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do
presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), mas o ministro Edson
Fachin considerou que esta é uma decisão que cabe ao plenário do
Supremo. Fachin determinou o afastamento de Aécio do mandato de senador e
buscas em endereços dele, inclusive no gabinete do Senado, como revelou
a Coluna. A informação sobre o pedido de prisão de Aécio foi antecipada
pela TV Globo e confirmada pela Coluna. DO ESTADÃO
O STF autorizou a prisão preventiva de Andrea Neves, irmã do senador
Aécio Neves (PSDB-MG). Andrea teria pedido dinheiro em nome do irmão
para Joesley Batista, num primeiro contato antes de o próprio tucano
procurar o empresário. As conversas foram gravadas. Joesley fez delação
premiada. Até o momento, o mandado de prisão não foi cumprido.
STF determinou afastamento de Aécio Neves e Rocha Loures dos mandatos
O STF determinou o afastamento do senador Aécio Neves
(PSDB-MG) do mandato de senador e do deputado Rocha Loures (PMDB-PR) do
mandato de deputado federal. Com relação ao senador Zezé Perrela
(PMDB-MG), o mandado é de busca e apreensão.
O Supremo também autorizou a prisão da irmã do senador, a jornalista Andrea Neves. O mandado é de prisão preventiva, quando não há prazo para a soltura.
Todos os envolvidos foram citados na delação do empresário Joesley
Batista fechada com a Procuradoria-Geral da República. Aécio e Rocha
Loures foram acusados por ele de pedirem dinheiro. Os valores foram
pagos com notas rastreadas e a entrega filmada.
Todas as ações são autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da
Lava Jato no Supremo. Endereços de Aécio Neves e Rocha Loures foram
alvo de busca e apreensão. DO ESTADÃO
A Coluna apurou que a Polícia Federal cumpre mandado de busca e
apreensão no gabinete dos senadores Aécio Neves (MG) e Zezé Perrella
(PMDB-MG) no Senado. O presidente do PSDB foi acusado pelo empresário
Joesley Batista de lhe pedir dinheiro em meio às investigações da
Operação Lava Jato. O valor de R$ 2 milhões foi rastreado e chegou ao senador Zezé Perrela.
O presidente do Senado,
Eunício Oliveira, foi informado da ação no Senado pelos investigadores
nesta manhã e autorizou a entrada da PF no Senado acompanhada de um
funcionário indicado por ele. Eunício tem essa prerrogativa.
PSDB já discute nome de sucessor de Temer
Após o conteúdo da delação do empresário Joesley Batista vir à tona, o
PSDB se reuniu no gabinete do senador Tasso Jereissati para discutir a
crise e nomes que possam suceder ao presidente Michel Temer, fortemente
atingido pelo delator. A conclusão dos tucanos é de que o melhor nome
seria o da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. A preferência dos
tucanos seria o ex-presidente FHC, mas concluiu-se que ela reuniria mais
apoio entre os demais partidos. A OAB estuda pedir o impeachment de
Temer, mas há quem aposte em renúncia. DO ESTADÃO