Afagos: Serra recebeu elogios de populares ao viajar de metrô pela capital (Nelson Antoine / Fotoarena)
José Serra retomou nesta segunda-feira uma rotina abandonada há cinco meses, quando foi derrotado nas urnas pela presidente Dilma Rousseff. Ao lado do governador Geraldo Alckmin, Serra cumpriu uma agenda similar a dos tempos em que ele próprio comandava o estado e a dos meses de campanha eleitoral. Tudo em nome de apoio político e exposição para conquistar seu novo intento: a presidência nacional do PSDB. O cargo é ocupado pelo deputado federal Sérgio Guerra – que nem pensa em deixar a cadeira.
A determinação em voltar à vitrine fez com que Serra - conhecido notívago - acordasse cedo para estar às 10 horas na Estação Butantã do Metrô. Como governador ou como presidenciável, ele raramente agendava compromissos para antes do meio-dia. De terno e gravata, o tucano participou da inauguração da estação e viajou de metrô com Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab e o ex-governador Alberto Goldman. Foi assediado por passageiros, tirou fotografias e ouviu elogios a sua atuação à frente do governo estadual.
As cenas de tietagem se repetiram na segunda agenda pública do dia: a cerimônia de posse do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato. Serra foi recebido com honras. Sentou em uma poltrona no palco, ao lado dos diretores da entidade e das autoridades. Surpreendeu-se quando chamado a discursar: “Eu? O governador é ele!”, disse apontando para Alckmin. Mesmo assim, aceitou o convite e, falando de improviso, o palmeirense fez graça com a família de Amato. “O único defeito deles é, sendo uma família de italianos, torcerem para o Corinthians.”
Olho no lance - Futebol, aliás, foi um dos poucos assuntos que Serra aceitou comentar com os jornalistas. “Os são-paulinos reclamam até quando eu elogio Rogério Ceni!”, disse após lembrar o centésimo gol marcado, domingo, pelo goleiro do São Paulo. “Para lembrar: só 7% desses gols foram em cima do Palmeiras.”
Insistentemente abordado pela imprensa, Serra disse dezenas de vezes que não responderia a pergunta alguma. E não explicou os motivos do silêncio. “Se eu disser porque não quero falar aí já é uma entrevista.” Alegou estar com pressa por causa da fome. Almoçaria em casa e depois colocaria em dia os exercícios físicos. “Não pude caminhar na esteira porque acordei muito cedo para acompanhar Alckmin no metrô.”
Serra ouviu também, dos convidados do evento, lamentos. “Lutei tanto para o senhor se eleger e ganhou a Dilma”, disse uma senhora, ao que o tucano respondeu: “Pois então sou seu devedor.”
DO BLOG DO WELBI