sexta-feira, 15 de março de 2019
O menor movimento de três ministros da ala conservadora é imediatamente
submetido a um pau de arara midiático diante do qual a mais deliciosa
limonada confessa ser limão azedo. E tudo é feito para derrubá-los.
Texto de Percival Puggina:
Três ministros conservadores, saídos do gueto onde conservadores e
liberais estiveram durante mais de três décadas, estão na alça da mira
da extrema imprensa, engenhoca audiovisual para propagar as ideias
“progressistas”. Ela suporta até os militares, digere o Paulo Guedes,
mas tem alergia às posições de Ricardo Vélez, Ernesto Araújo e Damares
Alves. Ouvi-los lhes causa rinite, asma, edema de glote. O menor
movimento de qualquer deles é imediatamente submetido a um pau de arara
midiático diante do qual a mais deliciosa limonada confessa ser limão
azedo. E tudo é feito para derrubá-los.
Seus detratores se apresentam como progressistas, apesar do atraso
obtido das ideias que defendem. Malgrado os ínfimos resultados
educacionais e culturais entregues, dizem-se paladinos das liberdades
que, sem as naturais amarras da responsabilidade, fariam explodir a
criatividade. Aliás, proclamam defender a liberdade de expressão, mas
seus seguidores correm a grito ou a pau toda divergência, segregam
autores liberais e conservadores, tomam as salas de aula como cosa
nostra e arrasam os índices educacionais do país. Queixam-se do caráter
ideológico dos três ministros em questão, como se o governo petista,
pelo viés oposto, fosse uma referência cívica de isenção política e
conduta republicana e não dedicasse especial estima e muito dinheiro
nosso às ditaduras esquerdistas do planeta. Durante os anos divididos
entre o tucanato e o petismo, conservadores e liberais não chegavam nem
perto da porta do gabinete do sub do sub.
No vastíssimo conjunto das grandes realizações decorrentes desse
conluio entre a esquerda política e a extrema imprensa, se inclui
parcela imensa das jovens brasileiras levadas a crer que a vida seja uma
novela da Globo, onde a libertinagem é o único viés da liberdade, num
BBB ao vivo, sem paredão nem assinatura. Chamam também a isso
“empoderamento feminino”, que se soma ao “empoderamento LGBT” e ao
domínio da linguagem para produzir, em proporções demográficas, homens
que desconhecem seu papel na sociedade, procriadores irresponsáveis,
reincidentes em sucessivos crimes de abandono de menor.
Trinta milhões de mulheres são chefes de família e onze milhões são chefes de família sem cônjuge
no Brasil! Este último número é assustador quando pensamos na situação
de milhões de crianças e adolescentes cuja formação e desenvolvimento se
processa sem uma presença masculina ciente de seus deveres e
responsabilidades (1). O número se amplia quando - ao crime de abandono
formal, escancarado, do pai que sai de casa, ou nela sequer entrou - se
somam os muitos crimes de abandono cometidos por pais que, mesmo
coabitando com os filhos, se fazem ausentes embora presentes.
O primeiro crime praticado contra o menino Bernardo, foi o de
abandono pelo pai. Anos de abandono! O homicídio veio depois, com
autores e culpas a serem definidos por júri popular. Mas o pai cometeu o
primeiro delito contra aquela criança. E ele se repete país afora,
também em proporções demográficas, tendo como consequência frequente o
recrutamento pelo crime organizado de tantos menores submetidos a essa
situação. E há quem não veja as causas; e há quem considere este texto
“quadrado”; e há quem deseje que tudo fique como está, produzindo mais e
mais frutos dessa venenosa árvore cultural porque “família já era”. À
sombra dessa exótica planta, a pena imposta a quem maltrata um animal é
maior do que a aplicável a quem maltrata uma criança. Faz sentido. Após
tanto progresso e tantas conquistas destes anos, faz sentido. Faz
sentido que combatam os três ministros e seu presidente. DO O.TAMBOSI