segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Fiesp e Ciesp apoiarão impeachment da presidente Dilma .

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SÃO PAULO - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, anunciou na tarde desta segunda-feira que tanto a federação quanto o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. É a primeira vez que duas das principais entidades de classe do empresariado no Brasil se posicionam em bloco e oficialmente sobre o processo de impedimento de um presidente.
- Por esta situação que chegamos na economia e com esta crise política causada pela total falta de credibilidade do governo, por falta de confiança do governo, de investimentos parados, o país à deriva, nessas circunstâncias e o que nós observamos por parte da senhora presidente não é atitude no sentido de solucionar, no sentido de reduzir gastos, de reduzir desperdício. Pelo contrário. É a vontade de aumentar os impostos, penalizando mais ainda a sociedade, as empresas, a competitividade, as pessoas. Então somos a favor do andamento do processo de impeachment. - afirmou Skaf em coletiva de imprensa pouco depois da tomada de decisão unânime dos conselheiros das entidades.
Skaf afirmou que a posição foi adotada com base em uma pesquisa de opinião feita com 1.113 donos ou gestores de indústrias de São Paulo, ouvidos entre os dias 9 e 11 de dezembro. O levantamento mostrou que 91% dos respondentes são pessoalmente a favor do impedimento de Dilma, 5,9% são contrários ao afastamento da presidente e 3,1% não responderam.
Quando perguntados sobre o posicionamento oficial da sua empresa, 85,4% disseram que a companhia é favorável ao impeachment, 4,9% são contrárias e o respondente não soube informar o posicionamento da empresa em 9,7% dos casos. Em relação à Fiesp, 91,9% disseram que a entidade tem que se posicionar sobre a questão, enquanto 8,1% opinaram que não.
A sondagem foi feita pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, que disparou cerca de 8.395 questionários para empresas cadastradas e contabilizou as respostas recebidas. A amostra da pesquisa é composta por 73% de empresas pequenas, 22% de médias e 5% de grandes e não expressa exatamente a distribuição de portes das empresas paulistas.
A federação, que representa 153 mil indústrias paulistas, já vinha criticando abertamente a política econômica da gestão Dilma, inclusive com a veiculação de anúncios em jornais com os nomes e contatos de deputados que se posicionaram a favor da recriação da CPMF.
Em 1992, ao longo do processo de impeachment contra o Collor, a organização não tomou partido. Na antevéspera da votação no plenário da Câmara que abriu procedimento contra o presidente, o recém-empossado presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse que apoiava pessoalmente a cassação do então presidente, mas não falava pela entidade. Agora a decisão é tomada com meses de antecedência em relação ao desfecho do processo contra a petista. Essa, no entanto, não é a primeira vez em que a Fiesp adota um posicionamento político. Na eleição de 1989, o então presidente da instituição Mário Amato disse que, se o candidato à presidente Lula vencesse o pleito, haveria um êxodo de 800 mil empresários do país.

Jornais de outros países mostram o que a imprensa brasileira insiste em esconder

The Wall Street Journal - 14-12-15 cortado
Capa da edição impressa do The Wall Street Journal desta segunda-feira

Folha - manifestação - 13-12-15 cortado
Capa da edição impressa da Folha de S.Paulo desta segunda-feira
DO AUGUSTONUNES

MPF denuncia Bumlai, Vaccari e mais nove por corrupção na Petrobras

Investigações apontam que grupo desviou R$ 18 mi para abastecer os cofres do PT
 Por Renato Onofre
*enviado especial a Curitiba
O Globo
São Paulo — O Ministério Público Federal denunciou, nesta segunda-feira, o pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras nove pessoas por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. De acordo com as investigações, o grupo desviou R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT. O MPF pede a reparação mínima de R$ 53,5 milhões.
Bumlai está preso em Curitiba desde o dia 24 de novembro deste ano, acusado de corrupção e gestão fraudulenta. Ele teria ajudado o Grupo Schain, para fechar um contrato sem licitação com a Petrobras, no valor de R$ 1,3 bilhão, para a operação de um navio-sonda operado pela Schahin Engenharia.
— Bumlai não é centro dessa investigação. Bumlai nada mais é do que operador de um partido político. Ele é operador do Partido dos Trabalhadores — afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava-Jato.
Além de Bumlai e Vaccari, foram indiciados o filho do pecuarista Mauricio de Barros Bumlai e sua nora Crisitiane Barbosa Dodero Bumlai. Foram denunciados também Nestor Cerveró, Jorge Zelada, ambos ex-diretores da áera Internacional da Petrobras, o ex-gerente da estatal Eduardo Musa, e os executivos do Banco Schahin: Salim Schahin, Milton Schahin e Fernando Schahin. O lobista Fernando Baiano também foi denunciado.
Na sexta-feira, a PF havia indiciado o pecuarista. Os policiais afirmam que há vários indícios de que ele tenha faltado com a verdade no depoimento que prestou à PF. Na ocasião, ele negou ter proximidade com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
De acordo com o MPF, o esquema de corrupção ocorreu em três momentos. O primeiro foi em outubro de 2014. Bumlai avalizou, junto ao Banco Schahim, um empréstimo de R$ 12 milhões para o PT. Os investigadores afirmam que a operação financeira não tinha lastro e garantia real. Em troca, o Grupo Schahin conseguiu contratos com a Petrobras.
Para garantir os contratos, entre outubro de 2006 e janeiro de 2009, os irmãos Schahin — Milton, Fernando e Salim — ofereceram US$ 1 milhão a Musa, além da quitação da dívida do PT — que na época já era de R$ 18 milhões. Em troca, eles pediram a garantia da contratação da construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, um contrato de US$ 1,6 bilhão. A negociação foi conduzida por Bumlai e Salim Schahin com a intermediação do lobista Fernando Baiano e pelo ex-tesoureiro do PT.
Em 2009, para ocultar o empréstimo, Bumlai "vende" embriões ao Grupo Schahin e, em troca, recebe notas promissoras do banco e quita a dívida. A denuncia será analisada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz o julgamento da Lava-Jato. Caso aceita a denúncia, o juiz abre uma ação penal.14/12/2015