PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
quarta-feira, 13 de julho de 2011
A trinca de jovens milionários deveria ser convocada pelo governo para montar o programa Primeira Empresa
Fábio Luís Lula da Silva era monitor do zoológico de São Paulo quando a chegada do pai à Presidência da República, em janeiro de 2003, animou-o a tentar a sorte como “produtor de conteúdos digitais”. Um ano depois de fundar a Gamecorp, soube que o que parecia um negócio de fundo de quintal era tudo o que a Telemar procurava. Pelo privilégio de tornar-se sócio minoritário, o gigante da telefonia pagou a Lulinha R$ 4 milhões. Aos 35 anos, é um dos orgulhos de Lula, que credita o enriquecimento fulminante ao talento empresarial do filho.
Israel Guerra era um medíocre funcionário público quando a crescente influência da mãe na Casa Civil, chefiada pela melhor amiga Dilma Rousseff, animou-o a tentar a sorte como “consultor de negócios”. Fundada em julho de 2009, a Capital Assessoria e Consultoria especializou em abrir portas de ministérios e estatais a empresas interessadas em fechar acordos ou resolver pendências com o governo. Os lucros subiram espetacularmente a partir de março de 2010, depois da promoção de Erenice a ministra. Vítimas da gula excessiva, a mãe perdeu o cargo e o filho, hoje com 33 anos, perdeu a clientela. Erenice continua jurando que o garotão fez sucesso por esbanjar talento na formação de parcerias.
Gustavo Morais Pereira era um arquiteto recém-formado quando a chegada do pai ao comando do Ministério dos Transportes o animou a tentar a sorte como “empresário no ramo da construção civil”. Em 2005, aos 21 anos, fundou a Forma Construções. Em 2007, graças a oportuníssimas parcerias com fregueses do ministério a serviço da família, o filho de Alfredo Nascimento havia multiplicado por 86.500% o patrimônio da empresa. A descoberta da quadrilha do PR e a queda do pai sugerem que o arquiteto de 27 anos prosperou usando como gazua a carteira de identidade. Nascimento garante que o garoto nasceu para construir fortunas.
A reportagem publicada na seção O País quer Saber informa que o Ministério Público investiga os três exemplos de enriquecimento súbito. Se ficar provado que subiram na vida pendurados no parentesco, os filhos de Lula, Erenice e Nascimento confirmarão que a incapacidade de enxergar a fronteira entre o público e o privado é uma disfunção hereditária. Se não se valeram do tráfico de influência, não podem ficar fora do governo. Não é todo dia que aparecem casos de sucesso de tal porte.
O governo Lula criou o programa Primeiro Emprego. Dilma Rousseff poderia encomendar à trinca o programa Primeira Empresa. Em vez de um salário de empregado com carteira assinada, os inscritos ganhariam uma pequena empresa. E aprenderiam com os jovens mestres como se fica milionário em dois ou três anos.
DO BLOG AUGUSTO NUNES
REV VEJA
Israel Guerra era um medíocre funcionário público quando a crescente influência da mãe na Casa Civil, chefiada pela melhor amiga Dilma Rousseff, animou-o a tentar a sorte como “consultor de negócios”. Fundada em julho de 2009, a Capital Assessoria e Consultoria especializou em abrir portas de ministérios e estatais a empresas interessadas em fechar acordos ou resolver pendências com o governo. Os lucros subiram espetacularmente a partir de março de 2010, depois da promoção de Erenice a ministra. Vítimas da gula excessiva, a mãe perdeu o cargo e o filho, hoje com 33 anos, perdeu a clientela. Erenice continua jurando que o garotão fez sucesso por esbanjar talento na formação de parcerias.
Gustavo Morais Pereira era um arquiteto recém-formado quando a chegada do pai ao comando do Ministério dos Transportes o animou a tentar a sorte como “empresário no ramo da construção civil”. Em 2005, aos 21 anos, fundou a Forma Construções. Em 2007, graças a oportuníssimas parcerias com fregueses do ministério a serviço da família, o filho de Alfredo Nascimento havia multiplicado por 86.500% o patrimônio da empresa. A descoberta da quadrilha do PR e a queda do pai sugerem que o arquiteto de 27 anos prosperou usando como gazua a carteira de identidade. Nascimento garante que o garoto nasceu para construir fortunas.
A reportagem publicada na seção O País quer Saber informa que o Ministério Público investiga os três exemplos de enriquecimento súbito. Se ficar provado que subiram na vida pendurados no parentesco, os filhos de Lula, Erenice e Nascimento confirmarão que a incapacidade de enxergar a fronteira entre o público e o privado é uma disfunção hereditária. Se não se valeram do tráfico de influência, não podem ficar fora do governo. Não é todo dia que aparecem casos de sucesso de tal porte.
O governo Lula criou o programa Primeiro Emprego. Dilma Rousseff poderia encomendar à trinca o programa Primeira Empresa. Em vez de um salário de empregado com carteira assinada, os inscritos ganhariam uma pequena empresa. E aprenderiam com os jovens mestres como se fica milionário em dois ou três anos.
DO BLOG AUGUSTO NUNES
REV VEJA
Asno voa e tem bico grande?
Vejam só que interessante.
O que deveria fazer um partido político quando um de seus integrantes lidera todas as pesquisas de intenção de votos?
Bom, se for um partido de pessoas ( políticos? Arghhhh ) inteligentes, deveriam apoiá-lo certo?
Determinadospartidos estão acostumados a fazer exatamente o contrário doq ue seria a lógica.
Lembram-se de Serra?
Não é que agora, eles resolveram nos dar a prova que realmente faltava para que acreditássemos piamente que o Tucano descende de asnos que voam.
Gustavo Fruet, um parlamentar cujo comportamento tem sido irrepreensível, um dos melhores quadros dos penosos, se foi do ninho.
Por que?
Por que Beto Richa, que na campanha passada começou fazendo elogias ao Sr Cachaça e só mudou depois de escornado pela blogosfera, sacananeou Fruet por que apóia o candidato do PSB.
Deve ser algum tipo de IA ( Artificial Intelligence ) que dota os "ascanos" ( asnos + tucanos ), no momento atual.
Eu vou rir muito se, nas próximas eleições, Fruet ganhar a eleição por uma nova legenda.
Santo Deus!
DO COM GENTE DECENTE
O que deveria fazer um partido político quando um de seus integrantes lidera todas as pesquisas de intenção de votos?
Bom, se for um partido de pessoas ( políticos? Arghhhh ) inteligentes, deveriam apoiá-lo certo?
Determinadospartidos estão acostumados a fazer exatamente o contrário doq ue seria a lógica.
Lembram-se de Serra?
Não é que agora, eles resolveram nos dar a prova que realmente faltava para que acreditássemos piamente que o Tucano descende de asnos que voam.
Gustavo Fruet, um parlamentar cujo comportamento tem sido irrepreensível, um dos melhores quadros dos penosos, se foi do ninho.
Por que?
Por que Beto Richa, que na campanha passada começou fazendo elogias ao Sr Cachaça e só mudou depois de escornado pela blogosfera, sacananeou Fruet por que apóia o candidato do PSB.
Deve ser algum tipo de IA ( Artificial Intelligence ) que dota os "ascanos" ( asnos + tucanos ), no momento atual.
Eu vou rir muito se, nas próximas eleições, Fruet ganhar a eleição por uma nova legenda.
Santo Deus!
DO COM GENTE DECENTE
Os filhos de Lula, Erenice e Nascimento ensinam como fazer para virar milionário usando apenas a carteira de identidade
Aiuri Rebello e Bruno Abbud
O Ronaldinho da informática
Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, tinha 27 anos em 2003, quando decidiu montar uma produtora de conteúdo digital em parceria com os amigos de infância Ricardo e Kalil Bittar, filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas, conselheiro da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e íntimo de Lula desde a década de 70. No ano seguinte, a Gamecorp foi pinçada do semianonimato e do raquitismo financeiro por uma proposta surpreendente: a Telemar ofereceu R$ 5 milhões para tornar-se sócia minoritária dos três jovens empresários. Com a mediação da consultoria de Antoninho Trevisan, outro velho amigo de Lula, o negócio foi consumado em 2005. A direção da Telemar informou que resolvera investir no diminuto empreendimento baseada em projeções econômicas que não divulgou. E garantiu que só soube que se asssociara a um filho do então presidente depois de consumado o acerto.
Antes de virar empresário, Lulinha, formado em biologia, ganhava R$ 600 por mês como monitor do Jardim Zoológico de São Paulo. Em outubro de 2006, numa entrevista concedida à Folha, o pai foi confrontado com a carta de um leitor interessado em saber por que seus filhos, com formação escolar mais sofisticada, não eram tão bem sucedidos quanto o integrante da Primeira Família. “Porque deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho”, comparou Lula. “Eles fizeram um negócio que deu certo. Deu tão certo que até muita gente ficou com inveja”. Na mesma semana, no programa Roda Viva, o presidente voltou ao tema. “Não posso impedir que ele trabalhe”, defendeu-se. “Vale para o meu filho o que vale para os 190 milhões de brasileiros. Se têm alguma dúvida, acionem ele”.
A Câmara Municipal de Belém, no Pará, já atendera à sugestão do presidente em fevereiro de 2006, quando solicitou à Procuradoria-Geral da República que investigasse Lulinha por suspeita de tráfico de influência. Como a sede da Telemar fica no Rio, a Procuradoria repassou o caso aos procuradores baseados em território fluminense. Em outubro de 2006, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro pediu a abertura de inquérito à Polícia Federal. Em junho de 2007, contudo, resolveu transferir a missão para o Ministério Público Federal de São Paulo, que abriga a sede da Gamecorp. Em outubro de 2009, os procuradores paulistas entenderam que cabia ao Superior Tribunal de Justiça decidir quem deve cuidar do assunto. Em 12 de fevereiro deste ano, a Folha informou que STJ resolvera a pendência: cumpre à 10ª Vara Criminal de São Paulo apurar se Lulinha subiu na vida porque é um Ronaldinho da informática ou porque foi içado pelo sobrenome.
O filho da Casa Civil
A edição de VEJA de 11 de setembro de 2010 revelou que Israel Guerra, 32 anos, filho da ministra Erenice Guerra, amparava-se na influência da chefe da Casa Civil para extorquir propinas de empresários interessados em fechar negócios com o governo. As maracutaias ganharam velocidade em julho de 2009, quando Israel montou com dois sócios a Capital Assessoria e Consultoria, nome oficial da quadrilha formada por parentes e agregados da melhor amiga de Dilma Rousseff. Em abril de 2010, Fábio Baracat, dono de uma empresa de transporte aéreo, pousou em Brasília para ouvir a proposta do filho da Casa Civil: para contar com a boa vontade da mãe, Baracat teria de pagar R$ 25 mil por mês pela consultoria, mais uma taxa de sucesso de 6% do valor do contrato com o governo.
Baracat conseguiu no mesmo ano um contrato de R$ 84 milhões com os Correios. Só com a taxa de sucesso, Israel embolsou R$ 5 milhões. É uma bolada e tanto, sobretudo para quem tivera de sobreviver com o salário de funcionário público. Em 16 de setembro de 2010, dois dias depois da demissão de Erenice, uma sindicância interna foi instalada na Casa Civil para apurar o escândalo. As apurações foram concluídas quase quatro meses depois, em 2 de janeiro de 2011. Como não se descobriu nada de errado, ninguém foi punido. Um inquérito aberto pela Polícia Federal ouviu cerca de 60 pessoas. Não tem prazo para terminar.
O Palocci amazonense
O arquiteto Gustavo Morais Pereira, filho do ex-ministro Alfredo Nascimento, tinha 21 anos em 2005, quando se juntou a dois sócios para abrir a construtora Forma Construções, com capital inicial de R$ 60 mil. Em 2006, a empresa declarou R$ 17,7 milhões à Receita Federal. Em 2007, a fortuna cresceu para R$ 52,3 milhões. O aumento de 86.500 % em dois anos, revelado pelo Globo há 10 dias, transformou em coisa de amador o milagre da multiplicação do patrimônio operado por Antonio Palocci.
Desde o nascimento, a empresa construiu um conjunto de 86 casas de alto padrão e um prédio comercial de 20 andares num bairro nobre de Manaus. O Ministério Público Federal investiga desde o ano passado as proezas financeiras de Gustavo. Entrou na alça de mira dos promotores por ter declarado renda incompatível com os ganhos da Forma Construções. Que, por sinal, também é alvo de investigações, concentradas nos negócios feitos com uma empresa frequentemente irrigada por recursos do Ministério dos Transportes, comandado por Alfredo Nascimento. O pai de Gustavo, demitido por corrupção, ainda não recebeu nenhuma intimação judicial.
DO BLOG AUGUSTO NUNES
REV VEJA
A presidente em seu labirinto
Luiz Antônio Pagot é uma bomba com alto poder destrutivo, comprovou o artigo do jornalista Ricardo Noblat publicado na seção Feira Livre. O detonador não foi acionado durante o depoimento no Senado nesta terça-feira. Mas o petardo não foi desativado, avisam os recados em código embutidos no falatório de cinco horas. Demitido há 10 dias pelo então ministro Alfredo Nascimento, por ordem da presidente Dilma Rousseff, Pagot ignorou o comunicado verbal e avisou que estava saindo de férias. Aos senadores, lembrou mais de uma vez que continua na direção geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Pretende voltar ao trabalho dia 21.
“Se nada for provado contra ele durante as férias, acho que a presidente deveria mantê-lo no cargo”, emendou o senador Blairo Maggi, do PR mato-grossense, que apadrinhou a nomeação de Pagot para o comando do DNIT. A pedido do Planalto, Blairo reuniu-se no fim de semana com o afilhado para negociar o tom e o conteúdo do depoimento. Pela brandura da performance, alguma compensação de bom tamanho foi prometida ao colecionador de licitações bandidas.
Dilma começou a retirar-se do Ministério dos Transportes ao aceitar que o PR continuasse controlando a usina de licitações espertas, contratos superfaturados e propinas milionárias. Se revogar uma decisão irrevogável e reinstalar no cargo o chantagista (ou fizer-lhe qualquer tipo de afago), terá renunciado no sétimo mês do mandato ao exercício efetivo da chefia de governo. Se resistir aos vigaristas arrogantes e formalizar a demissão do pecador, estará exposta a uma sequência de detonações sem prazo para começar, mas semelhantes às que escancararam o mensalão do governo Lula.
O pântano que começa no Ministério dos Transportes vai muito além do clube dos cafajestes disfarçado de Partido da República e se aproxima perigosamente dos porões onde agiram os coletores de contribuições financeiras para a campanha presidencial de 2010. Além dos quadrilheiros do PR, ali chafurdam figurões alugados, chefões do PT que caíram na vida, cardeais devassos do Congresso e prontuários promovidos a ministros de Estado.
O diretor-geral do DNIT conhece todas as tribos que prosperam no pântano. Sabe quem são e o que fizeram caciques e índios. A reedição mal paginada de Roberto Jefferson talvez seja menos letal que a matriz. Mas Dilma é bem mais frágil que Lula. Tudo somado, Pagot tem bala na agulha para, caso a cólera supere o instinto de sobrevivência, desencadear o que pode transformar-se no mensalão do governo Dilma.
Capitular ou desistir? Ambas de altíssimo risco, as opções oferecidas a Dilma confirmam que a sucessora foi confrontada muito mais cedo do que se imaginava com o monstro nascido e criado na Era Lula. Primeiro como ministra cinco estrelas, depois como parteira do Brasil Maravilha concebido pelo padrinho, a afilhada predileta passou oito anos ajudando a consolidar o mais abjeto componente da verdadeira herança maldita: a institucionalização da impunidade dos bandidos de estimação.
Muitas vezes como cúmplice, outras tantas como protagonista, Dilma acumulou registros na folha corrida que não lhe permitem hastear a bandeira da moralidade sem ficar ruborizada. Contrariados, os parceiros de alianças forjadas no esgoto da política brasileira saberão ressuscitar histórias muito mal contadas e delinquências amplamente comprovadas. Na primeira categoria figuram dossiês criminosos ou conversas com Lina Vieira. A segunda é dominada pelas patifarias cometidas por Erenice Guerra e seus filhotes.
Ninguém promove uma Erenice a melhor amiga sem se expor a ferimentos morais que não cicatrizam. Ninguém escapa de companhia tão repulsiva sem pecados a esconder e sem cadáveres trancados no armário. Até o desbaratamento da quadrilha doméstica, antes que aparecessem as muitas provas contundentes da ladroagem, Dilma posou de vítima da boa fé. A farsa foi demolida pela foto em que, no dia da posse, a presidente confraterniza com a quadrilheira condecorada com um convite especial.
Hoje refém de aliados fora-da-lei, Dilma é também prisioneira da própria biografia. O Brasil é governado por uma presidente em seu labirinto.
DO BLOG AUGUSTO NUNES
REV VEJA
Por que o brasileiro não se indigna e não vai à praça protestar contra a corrupção? Ensaio uma resposta antes de alguns dias de folga
Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País no Brasil, escreveu no dia 7 um artigo indagando onde estão os indignados do Brasil. Por que não ocupam as praças para protestar contra a corrupção e os desmandos? Não saberiam os brasileiros reagir à hipocrisia e à falta de ética dos políticos? Será mesmo este um país cujo povo tem uma índole de tal sorte pacífica que se contentaria com tão pouco? Publiquei, posts abaixo, a íntegra de seu texto. Afirmei que ensaiaria uma resposta, até porque a indagação de Arias, um excelente jornalista, é procedente e toca, entendo, numa questão essencial dos dias que correm. A resposta não é simples nem linear. Há vários fatores distintos que se conjugam. Vamos lá.
Povo privatizado
O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan, porque foi privatizado pelo PT. Note que recorro àquele expediente detestável de pôr aspas na palavra “povo” para indicar que o sentido não é bem o usual, o corriqueiro, aquele de dicionário. Até porque este escriba não acredita no “povo” como ente de valor abstrato, que se materializa na massa na rua. Eu acredito em “povos” dentro de um povo, em correntes de opinião, em militância, em grupos organizados — e pouco importa se o que os mobiliza é o Facebook, o Twitter, o megafone ou o sino de uma igreja. Não existe movimento popular espontâneo. Essa é uma das tolices da esquerda de matriz anarquista, que o bolchevismo e o fascismo se encarregaram de desmoralizar a seu tempo. O “povo na rua” será sempre o “povo na rua mobilizado por alguém”. Numa anotação à margem: é isso o que me faz ver com reserva crítica — o que não quer dizer necessariamente “desagrado” — a dita “Primavera Árabe”. Alguém convoca os “povos”.
O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan, porque foi privatizado pelo PT. Note que recorro àquele expediente detestável de pôr aspas na palavra “povo” para indicar que o sentido não é bem o usual, o corriqueiro, aquele de dicionário. Até porque este escriba não acredita no “povo” como ente de valor abstrato, que se materializa na massa na rua. Eu acredito em “povos” dentro de um povo, em correntes de opinião, em militância, em grupos organizados — e pouco importa se o que os mobiliza é o Facebook, o Twitter, o megafone ou o sino de uma igreja. Não existe movimento popular espontâneo. Essa é uma das tolices da esquerda de matriz anarquista, que o bolchevismo e o fascismo se encarregaram de desmoralizar a seu tempo. O “povo na rua” será sempre o “povo na rua mobilizado por alguém”. Numa anotação à margem: é isso o que me faz ver com reserva crítica — o que não quer dizer necessariamente “desagrado” — a dita “Primavera Árabe”. Alguém convoca os “povos”.
No Brasil, as esquerdas, os petistas em particular, desde a redemocratização, têm uma espécie de monopólio da praça. Disse Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Disse Caetano Veloso: “A praça é do povo como o céu é do avião” (era um otimista; acreditava na modernização do Bananão). Disse Lula: “A praça é do povo como o povo é do PT”. Sim, responderei ao longo do texto por que os não-petistas não vão às ruas quase nunca. Um minutinho. Seguindo.
O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan Arias, porque o PT compra, por exemplo, o MST com o dinheiro que repassa a suas entidades não exatamente para fazer reforma agrária, mas para manter ativo o próprio aparelho político — às vezes crítico ao governo, mas sempre unido numa disputa eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, ministro da Educação e candidato in pectore do Apedeuta à Prefeitura de São Paulo, estarão neste 13 de julho no 52º Congresso da UNE. Os míticos estudantes não estão nas ruas porque empenhados em seus protestos a favor. Você tem ciência, meu caro Juan, de algum outro país do mundo em que se fazem protestos a favor do governo? Talvez na Espanha fascista que seus pais conheceram, felizmente vencida pela democracia. Certamente na Cuba comuno-fascistóide dos irmãos Castro e na tirania síria. E no Brasil. Por quê?
Porque a UNE é hoje uma repartição pública alimentada com milhões de reais pelo lulo-petismo. Foi comprada pelo governo por quase R$ 50 milhões. Nesse período, esses patriotas, meu caro Juan, se mobilizaram, por exemplo, contra o “Provão”, depois chamado de Enade, o exame que avalia a qualidade das universidades, mas não moveram um palha contra o esbulho que significa, NA FORMA COMO EXISTE, o ProUni, um programa que já transferiu bilhões às mantenedoras privadas de ensino, sem que exista a exigência da qualidade. Não se esqueça de que a UNE, durante o mensalão, foi uma das entidades que protestaram contra o que a canalha chamou “golpe da mídia”. Vale dizer: a entidade saiu em defesa de Delúbio Soares, de José Dirceu, de Marcos Valério e companhia. Um de seus ex-presidentes e então um dos líderes das manifestações que resultaram na queda de Fernando Collor é hoje senador pelo PT do Rio e defensor estridente dos malfeitos do PT. Apontá-los, segundo o agora conservador Lindbergh Farias, é coisa de conspiração da “elites”. Os antigos caras-pintadas têm hoje é a cara suja; os antigos caras-pintadas se converteram em verdadeiros caras-de-pau.
Centrais sindicais
O que alguns chamam “povo”, Juan, chegaram, sim, a protestar em passado nem tão distante, no governo FHC. Lá estava, por exemplo, a sempre vigilante CUT. Foi à rua contra o Plano Real. E o Plano Real era uma coisa boa. Foi à rua contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E a Lei de Responsabilidade Fiscal era uma coisa boa. Foi à rua contra as privatizações. E as privatizações eram uma coisa boa. Saiba, Juan, que o PT votou contra até o Fundef, que era um fundo que destinava mais recursos ao ensino fundamental. E onde estão hoje a CUT e as demais centrais sindicais?
O que alguns chamam “povo”, Juan, chegaram, sim, a protestar em passado nem tão distante, no governo FHC. Lá estava, por exemplo, a sempre vigilante CUT. Foi à rua contra o Plano Real. E o Plano Real era uma coisa boa. Foi à rua contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E a Lei de Responsabilidade Fiscal era uma coisa boa. Foi à rua contra as privatizações. E as privatizações eram uma coisa boa. Saiba, Juan, que o PT votou contra até o Fundef, que era um fundo que destinava mais recursos ao ensino fundamental. E onde estão hoje a CUT e as demais centrais sindicais?
Penduradas no poder. Boa parte dos quadros dos governos Lula e Dilma vem do sindicalismo — inclusive o ministro que é âncora dupla da atual gestão: Paulo Bernardo (Comunicações), casado com Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O indecoroso Imposto Sindical, cobrado compulsoriamente dos trabalhadores, sejam sindicalizados ou não, alimenta as entidades sindicais e as centrais, que não são obrigadas a prestar contas dos milhões que recebem por ano. Lula vetou o expediente legal que as obrigava a submeter esses gastos ao Tribunal de Contas da União. Os valentes afirmaram, e o Apedeuta concordou, que isso feria a autonomia das entidades, que não se lembraram, no entanto, de serem autônomas na hora de receber dinheiro de um imposto.
Há um pouco mais, Juan. Nas centrais, especialmente na CUT, os sindicatos dos empregados das estatais têm um peso fundamental, e eles são hoje os donos e gestores dos bilionários fundos de pensão manipulados pelo governo para encabrestar o capital privado ou se associar a ele — sempre depende do grau de rebeldia ou de “bonomia”do empresariado.
O MST, A UNE E OS SINDICATOS NÃO ESTÃO NAS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO, MEU CARO JUAN, PORQUE SÃO SÓCIOS MUITO BEM-REMUNERADOS DESSA CORRUPÇÃO. E fornecem, se necessário, a mão-de-obra para o serviço sujo em favor do governo e do PT. NÃO SE ESQUEÇA DE QUE A CÚPULA DOS ALOPRADOS PERTENCIA TODA ELA À CUT. Não se esqueça de que Delúbio Soares, o próprio, veio da… CUT!
Isso explica tudo? Ou: “Os Valores”
Ainda não!
Ainda não!
Ao longo dos quase nove anos de poder petista, Juan, a sociedade brasileira ficou mais fraca, e o estado ficou mais forte; não foi ela que o tornou mais transparente; foi ele que a tornou mais opaca. Em vez de se aperfeiçoarem os mecanismos de controle desse estado, foi esse estado que encabrestou entidades da sociedade civil, engajando-as em sua pauta. Até a antes sempre vigilante Ordem dos Advogados do Brasil flerta freqüentemente com o mau direito — e o STF não menos — em nome do “progresso”. O petismo fez das agências reguladoras meras repartições partidárias, destruindo-lhes o caráter.
Enfraqueceram-se enormemente os fundamentos de uma sociedade aberta, democrática, plural. Em nome da diversidade, da igualdade e do pluralismo, busca-se liquidar o debate. A Marcha para Jesus, citada por você, à diferença do que querem muitos, é uma das poucas expressões do país plural que existe de fato, mas que parece não existir, por exemplo, na imprensa. À diferença do que pretendem muitos, os evangélicos são um fator de progresso do Brasil — se aceitarmos, então, que a diversidade é um valor a ser preservado.
Por que digo isso? Olhe para a sua Espanha, Juan, tão saudavelmente dividida, vá lá, entre “progressistas” e “conservadores” — para usar duas palavras bastante genéricas —, entre aqueles mais à esquerda e aqueles mais à direita, entre os que falam em nome de uma herança socialista e mais intervencionista, e os que se pronunciam em favor do liberalismo e do individualismo. Assim é, você há de convir, em todo o mundo democrático.
Veja que coisa, meu caro: você conhece alguma grande democracia do mundo que, à moda brasileira, só congregue partidos que falam uma linguagem de esquerda? Pouco importa, Juan, se sabem direito o que dizem e são ou não sinceros em sua convicção. O que é relevante é o fato de que, no fim das contas, todos convergem com uma mesma escolha: mais estado e menos indivíduo; mais controle e menos liberdade individual. Como pode, meu caro Juan, o principal partido de oposição no Brasil pensar, no fim das contas, que o problema do PT é de gestão, não de valores? Você consegue se lembrar, insisto, de alguma grande democracia do mundo em que a palavra “direita” virou sinônimo de palavrão? Nem na Espanha que superou décadas de franquismo.
Imprensa
Se você não conhece democracia como a nossa, Juan, sabe que, com as exceções que confirmam a regra, também não há imprensa como a nossa no mundo democrático no que concerne aos valores ideológicos. Vivemos sob uma quase ditadura de opinião. Não que ela deixe de noticiar os desmandos — dois ministros do governo Dilma caíram, é bom deixar claro, porque o jornalismo fez o seu trabalho. Mas lembre-se: nesta parte do texto, trato de valores.
Se você não conhece democracia como a nossa, Juan, sabe que, com as exceções que confirmam a regra, também não há imprensa como a nossa no mundo democrático no que concerne aos valores ideológicos. Vivemos sob uma quase ditadura de opinião. Não que ela deixe de noticiar os desmandos — dois ministros do governo Dilma caíram, é bom deixar claro, porque o jornalismo fez o seu trabalho. Mas lembre-se: nesta parte do texto, trato de valores.
Tome como exemplo o Código Florestal. Um dia você conte em seu jornal que o Brasil tem 851 milhões de hectares. Apenas 27% são ocupados pela agricultura e pela pecuária; 0,2% estão com as cidades e com as obras de infra-estrutura. A agricultura ocupa 59,8 milhões (7% do total); as terras indígenas, 107,6 milhões (12,6%). Que país construiu a agropecuária mais competitiva do mundo e abrigou 200 milhões de pessoas em apenas 27,2% de seu território, incluindo aí todas as obras de infra-estrutura? Tais números, no entanto — do IBGE, do Ibama, do Incra e da Funai — são omitidos dos leitores (e do mundo) em nome da causa!
A crítica na imprensa foi esmagada pelo engajamento; não se formam nem se alimentam valores de contestação ao statu quo — que hoje, ora veja!, é petista. Por quê? Porque a imprensa de viés realmente liberal é minoritária no Brasil. Dá-se enorme visibilidade aos movimentos de esquerdistas, mas se ignoram as manifestações em favor do estado de direito e da legalidade. Curiosamente, somos, sim, um dos países mais desiguais do mundo, que está se tornando especialista em formar líderes que lutam… contra a desigualdade. Entendeu a ironia?
Quem vai à rua?
Ora, Juan, quem vai, então, à rua? Os esquerdistas estão se fartando na lambança do governismo, e aqueles que não comungam de suas idéias e que lastimam a corrupção e os desmandos praticamente inexistem para a opinião pública. Quando se manifestam, são tratados como párias. Ou não é verdade que a imprensa trata com entusiasmo os milhões da parada gay, mas com evidente descaso a marcha dos evangélicos? A simples movimentação de algumas lideranças de um bairro de classe média para discutir a localização de uma estação de metro é tratada por boa parte da imprensa como um movimento contra o… “povo”.
Ora, Juan, quem vai, então, à rua? Os esquerdistas estão se fartando na lambança do governismo, e aqueles que não comungam de suas idéias e que lastimam a corrupção e os desmandos praticamente inexistem para a opinião pública. Quando se manifestam, são tratados como párias. Ou não é verdade que a imprensa trata com entusiasmo os milhões da parada gay, mas com evidente descaso a marcha dos evangélicos? A simples movimentação de algumas lideranças de um bairro de classe média para discutir a localização de uma estação de metro é tratada por boa parte da imprensa como um movimento contra o… “povo”.
As esquerdas dos chamados movimentos sociais estão, sim, engajadas, mas em defender o governo e seus malfeitos. Afirmam abertamente que tudo não passa de uma conspiração contra os movimentos populares. As esquerdas infiltradas na imprensa demonizam toda e qualquer reação de caráter legalista — ou que não comungue de seus valores ditos “progressistas” — como expressão não de um pensamento diferente, divergente, mas como manifestação de atraso.
Descrevi, meu caro Juan, o que vejo. Isso tem de ser necessariamente assim? Acho que não! A quem cabe, então, organizar a reação contra a passividade e a naturalização do escândalo, na qual se empenha hoje o PT? Essa indagação merecerá resposta num outro texto, que este já vai longe. Fica para depois do meu descanso.
Do seu colega brasileiro Reinaldo Azevedo.
REV. VEJA
Avião cai no Grande Recife e mata 16
Foto 9 de 25 - Um avião de pequeno porte da empresa Noar caiu por volta das 7h desta quarta-feira (13) e pegou fogo em um terreno na avenida Beira-Mar, no limite entre Jaboatão dos Guararapes e Recife. Dezesseis pessoas estavam na aeronave e nenhuma foi resgatada com vida Alexandre Gondim/JC Imagem
A Noar Linhas Aéreas divulgou o nome das 16 vítimas da queda de um avião na manhã desta quarta-feira (13), no Recife (PE). A aeronave, um bimotor L-410 que fazia um voo comercial, caiu por volta de 6h55 em um terreno, perto da praia de Boa Viagem, na divisa com Jaboatão dos Guararapes, e explodiu no solo, segundo testemunhas. O voo partiu do Aeroporto Internacional dos Guararapes e tinha como destino a cidade de Mossoró (RN), com escala em Natal.
As mortes confirmadas são:
- Rivaldo Paurílio Cardoso, piloto do avião
- Roberto Gonçalves, co-piloto do avião
- André Louis Pimenta Freitas, filho do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza (CE)
- Antônia Jalles, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
- Camila Marino
- Carla Moreira Sueli, delegada da Receita Federal do Rio Grande do Norte
- Débora Santos
- Bruno Albuquerque
- Natã Braga da Silva
- Marcelo Campelo
- Maria da Conceição de Oliveira
- Jonhson do Nascimento Pontes
- Marcos Ely Soares de Araújo, gerente de engenharia da empresa Moura Dubeux
- Breno Faria
- Raul Farias
- Ivanildo Santos Filho, gerente financeiro da faculdade Maurício de Nassau
O voo durou pouco mais de três minutos, segundo informações do comando da Aeronáutica. No total, dois tripulantes e 14 passageiros que estavam a bordo morreram na queda. O piloto detectou um problema na aeronave 55 segundos após a decolagem (feita às 6h51) e avisou a torre de controle que tentaria voltar ao aeroporto do Recife.
Dois minutos depois, ao perceber que não conseguiria chegar ao aeroporto, o piloto informou que tentaria pousar na praia de Boa Viagem. Às 6h54min18s, a aeronave perdeu a comunicação com a torre.
"Faremos uma grande coleta de dados, que vai abordar informações dos destroços, dos gravadores de voo, da manutenção da aeronave e dos pilotos. As investigações não têm um prazo para acabar", afirmou o tenente-coronel Frederico Marcondes, chefe da divisão de aviação civil do Cenipa. Um laudo sobre as causas do acidente deve ser divulgado em cerca de 30 dias.
Este foi o quinto acidente aéreo nos últimos quatro anos envolvendo pequenas aeronaves em Pernambuco. Em todo o país, este foi o acidente com mais vítimas desde a queda do avião da Air France, em 2009, em território brasileiro.
Familiares e problemas na turbina
Os familiares das 16 vítimas estão recebendo atendimento médico no hotel Atlante Plaza, no bairro Boa Viagem. A Noar Linhas Aéreas organizou um espaço para dar atendimento médico e psicológico aos parentes.Uma equipe do Samu está no local. Muito abalados, os familiares não conversaram com a imprensa. De acordo com a assessoria de comunicação da companhia aérea, os parentes terão hospedagem, atendimento médico e psicológico.
O irmão de Roberto Gonçalves, 55, co-piloto do avião, afirmou que ele estava substituindo um colega que não pôde trabalhar hoje e que, com frequência, reclamava de problemas mecânicos nas turbinas das aeronaves da empresa Noar.
“Hoje ele substituiu um colega que, por problemas pessoais, não pôde fazer esse voo. Ele ligou ontem para meu irmão pedindo para ele substituí-lo”, afirmou Jairo Gonçalves, 50. “Ele sempre se queixava de falhas mecânicas nas turbinas e problemas na parte elétrica dos aviões. A última queixa que ele fez foi há três meses”, disse.
A reportagem entrou em contato com a Noar para que a empresa pudesse se posicionar diante das declarações do irmão do piloto, mas a companhia aérea disse que desconhece a informação de que as aeronaves apresentassem problemas frequentes.
A Noar não soube informar quando foi feita a última manutenção do bimotor. Funcionários, no entanto, disseram que a última manutenção foi realizada ontem (12).
A empresa informa que as habilitações técnicas e os certificados de capacitação física dos pilotos estavam regulares.
Passageiros pediram socorro
Erandir da Silva, 42, vigia do terreno onde o avião caiu, disse que tentou ajudar os passageiros, mas teve que recuar por conta de várias explosões no interior da aeronave. “Estava dormindo e escutei o barulho. Quando cheguei lá [no local da queda], o avião tava pegando fogo. Fiquei com medo de chegar perto por causa das explosões”, afirmou.Segundo o vigia, os passageiros começaram a pedir ajuda de dentro do avião. “Vi o pessoal na janela pedindo socorro, mas quando cheguei perto começou a explodir. Senti remorso vendo o pessoal morrer sem poder fazer nada”, disse
“Estava sentado no calçadão [da praia] quando vi o avião, a cerca de 100 metros de mim. Ele já veio baixinho, cambaleando, passou raspando pela fiação”, disse. “Ainda tentou desviar de uma casa, mas foi aí que ele caiu. Tive vontade de ir ajudar, mas com as explosões fiquei com medo”, afirmou o pesquisador.
De acordo com Ferreira, o avião aparentemente estava tentando voltar para o aeroporto de Jaboatão dos Guararapes, já que, pouco antes de cair, estava em direção ao Recife e inverteu o sentido do voo.
Piloto informou problemas à torre
Segundo a Aeronáutica, o piloto do bimotor chegou a passar informações de que estava tendo problemas para a torre de controle do aeroporto, mas o problema não foi solucionado a tempo.O governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o governo dará apoio aos parentes das vítimas. "O Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil, a Polícia Técnica e a chefe do IML estão no local tomando as medidas precisas", disse.
A Noar
Com um ano de atuação no mercado regional, a Noar Linhas Aéreas operava com duas aeronaves modelo L-410, também conhecido como LET, e foi responsável pelo ressurgimento da aviação regional no Nordeste. A ideia era ocupar a lacuna deixada pelas grandes companhias aéreas, que não atendem com voos diretos os destinos regionais.Segundo a empresa, a aeronave era considerada ideal para rotas pequenas e médias. Por conta da queda, todos os voos desta quarta-feira foram cancelados. Os voos que foram suspensos estão sendo remanejados para outras companhias aéreas.
A Noar iniciou sua atuação no Nordeste em junho de 2010 e fazia viagens entre as cidades de Aracaju, Caruaru (PE), João Pessoa, Maceió, Mossoró (RN), Natal e Recife. A empresa havia anunciado, no mês passado, que estava adquirindo duas novas aeronaves idênticas a que caiu nesta quarta para ampliar o número de destinos na região.
Veja o local do acidente
Em carta, Fruet critica 'constrangedor silêncio' de Beto Richa
Em carta publicada em seu blog nesta quarta-feira, o ex-deputado paranaense Gustavo Fruet explica os motivos de sua saída do PSDB.
Fruet se desfiliou nesta quarta-feira, depois de afirmar que "o PSDB fechou todas as portas" para ele. Na carta, ele revela sua insatisfação com o presidente do PSDB paranaense e governador do Estado, Beto Richa.
Segundo Fruet, a promessa de que ele seria presidente do diretório municipal e concorreria à Prefeitura de Curitiba não se cumpriu. O agora ex-tucano deve migrar para o PDT, segundo informou o "Painel" da Folha nesta quarta-feira.
Leia a íntegra da carta:
"Comunico a Vossa Excelência e ao PSDB o meu desligamento do partido. A decisão, tomada com tristeza após meses de conversações internas infrutíferas e muita reflexão, foi movida por sentimento de profunda incompreensão com o silêncio e a falta de clareza da direção do partido na capital, especialmente quanto à participação na sucessão municipal de Curitiba nas eleições de 2012.
É de conhecimento público a disposição já manifestada há anos por mim de disputar a eleição municipal e ter a honra de ser prefeito da minha cidade, inclusive em 2004, quando o apoiei para a Prefeitura da capital, onde nasci e construí minha carreira política --como vereador, deputado federal por três mandatos e, por fim, como candidato a senador, obtendo com muito orgulho dos curitibanos sempre as melhores votações. A enorme honra de ser prefeito de Curitiba se potencializaria diante da lembrança de meu pai, Maurício Fruet, que também deveu aos curitibanos sucessivas eleições parlamentares.
Na sequência das eleições de 2010, que o levaram ao governo estadual, entendi ter chegado a hora certa para disputar a eleição municipal. Fui estimulado a trabalhar pela construção dessa ideia principalmente ao participar, ao seu lado, da chapa majoritária, como candidato a senador. As urnas não me deram a vitória, mas colocaram-me outra vez na posição legítima de buscar a prefeitura: lutando contra forças políticas poderosas, fui prestigiado pelo voto de 646 mil curitibanos, assegurando o primeiro lugar na capital.
É bom lembrar que aceitei a candidatura ao Senado convocado no prazo final da convenção partidária, mesmo depois de ter essa postulação recusada pelo PSDB, convite que só foi feito quando outra candidatura, de outro partido, não vingou --e abrindo mão da candidatura à reeleição de deputado federal. Tudo em nome da unidade e de um projeto que, vitorioso no plano estadual --dando ao PSDB do Paraná um papel de relevo no cenário do país--, teria como consequência natural o desdobramento na esfera municipal, com vistas ao seu fortalecimento ainda maior.
Não exigi cargos nem estrutura. Pedi e recebi seu compromisso e de lideranças partidárias para assumir o comando do partido na capital, como um reinício após 12 anos no Congresso Nacional --e como instrumento para debater o futuro da cidade e o projeto do PSDB para Curitiba. Entretanto, estabeleceu-se um constrangedor silêncio sobre o tema e multiplicaram-se evidências --públicas e em particular-- de que o partido, por decisão sua, preferia outro caminho, fora do PSDB, que abdicou de debater um projeto para a cidade e de uma candidatura própria. Não a candidatura de uma legenda secundária, de um partido satélite, mas de um partido importante na política nacional --o PSDB, pelo qual sempre trabalhei muito. É o natural e salutar contraponto na democracia. Afinal, para que oposição?
Tenho sido convocado por grandes correntes de opinião popular, independentemente de preferências partidárias, a ser instrumento do crescente desejo de mudança e da consolidação do projeto inovador de Curitiba. A omissão, a passividade e o conformismo são tão ou mais graves na política do que eventual crítica por vontade pessoal. Tal vontade só admite críticas e carece de legitimidade quando impulsionada por interesses escusos. A vontade que me move foi construída sobre a certeza de que posso contribuir --e em especial sobre o apoio de centenas de milhares de curitibanos que ao longo dos anos vêm me confiando seus votos.
Para auxiliar e influenciar na vida pública é preciso atitude, ousadia. Assumir riscos! E, por isso, esgotadas as possibilidades de manter-me no PSDB, vou às ruas para debater e construir projetos e planos. Vou ao encontro do futuro! Estarei também atendendo à voz das ruas que, inegavelmente, clama pela renovação na administração da cidade. Fechou-se um ciclo na política estadual. E esta tendência irá refletir-se nas eleições municipais. São claros os motivos pelos quais cresce esse desejo de mudança. Há evidência de que é necessário um novo ciclo na gestão da capital, superado um modelo de desenvolvimento urbano adotado para Curitiba já há quase meio século. Uma cidade inovadora, criativa, pioneira. Na vanguarda!
Sei que o povo de Curitiba entenderá meu gesto. Saio do PSDB sem mágoas. Deixo no partido amigos que me honraram com apoio, prestígio e ensinamentos. Cito o ex-ministro Euclides Scalco; os líderes João Almeida, Alberto Goldman e José Aníbal; os presidentes Tasso Jereissati e Sérgio Guerra; os governadores José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin; o presidente do Instituto Teotônio Vilela Luiz Paulo Vellozo Lucas; os conterrâneos Álvaro Dias, Luiz Carlos Hauly, Alfredo Kaefer e Flávio Arns; a equipe do PSDB na Câmara dos Deputados; lideranças e militantes de todo o país sempre presentes nos momentos mais desafiadores da política nacional, em especial, na eleição para a Presidência da Câmara em 2007 e nas CPIs. Registro homenagem aos fundadores do ideal da social-democracia que, pelas mãos do Presidente Fernando Henrique Cardoso e de D. Ruth Cardoso, garantiram a estabilidade política e econômica do país e lhe abriram as portas para o desenvolvimento sustentado, que caminha para a consolidação.
Saio com a consciência tranquila de quem serviu com dignidade e fidelidade à consciência, ao país e ao PSDB. Como diz Fernando Pessoa: "Cumpri contra o destino o meu dever. Inutilmente? Não, porque o cumpri."
Infelizmente, não há cultura e tradição partidária que tornem a política --sem ingenuidade, uma atividade brutalizada e com muita dissimulação-- um espaço de convergência e previsibilidade. Por isso que a cada eleição prevalece o pragmatismo e interesses locais. Por vezes, escusos e nem sempre transparentes! A estes não me submeto, ainda que seja levado pelas circunstâncias a trilhar um novo caminho, que sei que não será fácil. Agradeço a todos que ajudaram nesta trajetória. Sigo um novo caminho. Vamos em frente! Nada de parar!"
Fruet se desfiliou nesta quarta-feira, depois de afirmar que "o PSDB fechou todas as portas" para ele. Na carta, ele revela sua insatisfação com o presidente do PSDB paranaense e governador do Estado, Beto Richa.
Lúcio Távora - 16.jan.07/Folhapress |
Ex-deputado Gustavo Fruet, que anunciou na quarta-feira sua desfiliação ao PSDB para disputar a Prefeitura de Curitiba |
Leia a íntegra da carta:
"Comunico a Vossa Excelência e ao PSDB o meu desligamento do partido. A decisão, tomada com tristeza após meses de conversações internas infrutíferas e muita reflexão, foi movida por sentimento de profunda incompreensão com o silêncio e a falta de clareza da direção do partido na capital, especialmente quanto à participação na sucessão municipal de Curitiba nas eleições de 2012.
É de conhecimento público a disposição já manifestada há anos por mim de disputar a eleição municipal e ter a honra de ser prefeito da minha cidade, inclusive em 2004, quando o apoiei para a Prefeitura da capital, onde nasci e construí minha carreira política --como vereador, deputado federal por três mandatos e, por fim, como candidato a senador, obtendo com muito orgulho dos curitibanos sempre as melhores votações. A enorme honra de ser prefeito de Curitiba se potencializaria diante da lembrança de meu pai, Maurício Fruet, que também deveu aos curitibanos sucessivas eleições parlamentares.
Na sequência das eleições de 2010, que o levaram ao governo estadual, entendi ter chegado a hora certa para disputar a eleição municipal. Fui estimulado a trabalhar pela construção dessa ideia principalmente ao participar, ao seu lado, da chapa majoritária, como candidato a senador. As urnas não me deram a vitória, mas colocaram-me outra vez na posição legítima de buscar a prefeitura: lutando contra forças políticas poderosas, fui prestigiado pelo voto de 646 mil curitibanos, assegurando o primeiro lugar na capital.
É bom lembrar que aceitei a candidatura ao Senado convocado no prazo final da convenção partidária, mesmo depois de ter essa postulação recusada pelo PSDB, convite que só foi feito quando outra candidatura, de outro partido, não vingou --e abrindo mão da candidatura à reeleição de deputado federal. Tudo em nome da unidade e de um projeto que, vitorioso no plano estadual --dando ao PSDB do Paraná um papel de relevo no cenário do país--, teria como consequência natural o desdobramento na esfera municipal, com vistas ao seu fortalecimento ainda maior.
Não exigi cargos nem estrutura. Pedi e recebi seu compromisso e de lideranças partidárias para assumir o comando do partido na capital, como um reinício após 12 anos no Congresso Nacional --e como instrumento para debater o futuro da cidade e o projeto do PSDB para Curitiba. Entretanto, estabeleceu-se um constrangedor silêncio sobre o tema e multiplicaram-se evidências --públicas e em particular-- de que o partido, por decisão sua, preferia outro caminho, fora do PSDB, que abdicou de debater um projeto para a cidade e de uma candidatura própria. Não a candidatura de uma legenda secundária, de um partido satélite, mas de um partido importante na política nacional --o PSDB, pelo qual sempre trabalhei muito. É o natural e salutar contraponto na democracia. Afinal, para que oposição?
Tenho sido convocado por grandes correntes de opinião popular, independentemente de preferências partidárias, a ser instrumento do crescente desejo de mudança e da consolidação do projeto inovador de Curitiba. A omissão, a passividade e o conformismo são tão ou mais graves na política do que eventual crítica por vontade pessoal. Tal vontade só admite críticas e carece de legitimidade quando impulsionada por interesses escusos. A vontade que me move foi construída sobre a certeza de que posso contribuir --e em especial sobre o apoio de centenas de milhares de curitibanos que ao longo dos anos vêm me confiando seus votos.
Para auxiliar e influenciar na vida pública é preciso atitude, ousadia. Assumir riscos! E, por isso, esgotadas as possibilidades de manter-me no PSDB, vou às ruas para debater e construir projetos e planos. Vou ao encontro do futuro! Estarei também atendendo à voz das ruas que, inegavelmente, clama pela renovação na administração da cidade. Fechou-se um ciclo na política estadual. E esta tendência irá refletir-se nas eleições municipais. São claros os motivos pelos quais cresce esse desejo de mudança. Há evidência de que é necessário um novo ciclo na gestão da capital, superado um modelo de desenvolvimento urbano adotado para Curitiba já há quase meio século. Uma cidade inovadora, criativa, pioneira. Na vanguarda!
Sei que o povo de Curitiba entenderá meu gesto. Saio do PSDB sem mágoas. Deixo no partido amigos que me honraram com apoio, prestígio e ensinamentos. Cito o ex-ministro Euclides Scalco; os líderes João Almeida, Alberto Goldman e José Aníbal; os presidentes Tasso Jereissati e Sérgio Guerra; os governadores José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin; o presidente do Instituto Teotônio Vilela Luiz Paulo Vellozo Lucas; os conterrâneos Álvaro Dias, Luiz Carlos Hauly, Alfredo Kaefer e Flávio Arns; a equipe do PSDB na Câmara dos Deputados; lideranças e militantes de todo o país sempre presentes nos momentos mais desafiadores da política nacional, em especial, na eleição para a Presidência da Câmara em 2007 e nas CPIs. Registro homenagem aos fundadores do ideal da social-democracia que, pelas mãos do Presidente Fernando Henrique Cardoso e de D. Ruth Cardoso, garantiram a estabilidade política e econômica do país e lhe abriram as portas para o desenvolvimento sustentado, que caminha para a consolidação.
Saio com a consciência tranquila de quem serviu com dignidade e fidelidade à consciência, ao país e ao PSDB. Como diz Fernando Pessoa: "Cumpri contra o destino o meu dever. Inutilmente? Não, porque o cumpri."
Infelizmente, não há cultura e tradição partidária que tornem a política --sem ingenuidade, uma atividade brutalizada e com muita dissimulação-- um espaço de convergência e previsibilidade. Por isso que a cada eleição prevalece o pragmatismo e interesses locais. Por vezes, escusos e nem sempre transparentes! A estes não me submeto, ainda que seja levado pelas circunstâncias a trilhar um novo caminho, que sei que não será fácil. Agradeço a todos que ajudaram nesta trajetória. Sigo um novo caminho. Vamos em frente! Nada de parar!"
Um autêntico tucano sai do PSDB porque o partido quer um socialista no seu lugar.
Gustavo Fruet era do PSDB. Um jovem e combativo político de oposição, que ficou sem mandato porque tentou uma vaga no Senado e não foi apoiado pelo atual governador, Beto Richa, que também é do PSDB. Richa deixou a prefeitura de Curitiba para o vice que é do PSB. O vice, com o apoio do governador, vai concorrer à reeleição com o apoio dos tucanos, em detrimento do tucano Gustavo Fruet. O PSB é da base de governo da Dilma. Assim sendo, Fruet abandonou o PSDB, no dia de hoje. Para onde ele irá? Para a situação, mesmo sendo de oposição. A não ser que decida ir para o PSOL, para o PPS ou para o DEM. Parece que o caminho natural será o PDT do Osmar Dias, irmão do senador tucano Álvaro Dias que, aliás, trabalhou apenas por Fruet e por Serra em 2010, eximindo-se de apoiar Beto Richa, pois ambicionava ser o candidato ao governo e foi derrotado nas internas do partido. Os partidos foram à falência. Viraram detentores de fundo partidário e de segundos de televisão. O PSDB perder Gustavo Fruet porque vai apoiar um candidato da base da Dilma é de embrulhar o estômago.
DO B. DO CEL
A República no espeto
Por que a prática de fatiar o governo em troca de apoio político perdura até hoje e como acabar com ela antes que a corrupção acabe com o Brasil
Por Otávio Cabral
Revista Veja
Dois meses antes da eleição de 2010, o então candidato a vice da petista Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB), reuniu senadores e ministros em torno de uma mesa em Brasília.
Antes de o jantar ser servido, pediu a palavra e anunciou em tom solene:
"Estamos aqui partilhando este pão, assim como partilhamos este governo e estaremos no futuro partilhando o governo com a presidente Dilma".
Se não brilhou pelo conteúdo cívico, a fala de Temer ao menos teve o mérito da sinceridade.
Ao usar três vezes o verbo partilhar, o hoje vice-presidente da República estava apenas lembrando a futura presidente de que o Brasil é mais ou menos como o porco no rolete que ele saboreou na semana passada numa quermesse de Brasília, ao lado de ministros e parlamentares:
uma peça gorda com orçamento farto, cujos pedaços são distribuídos aos partidos na mesma proporção do apoio que eles oferecem ao governo.
Assim se faz no Brasil há anos, assim se segue fazendo.
Mas até quando e a que preço?
O governo Dilma Rousseff conta com a maior base de apoio no Congresso desde a redemocratização. A aliança reúne 17 partidos e quase 80% dos deputados e dos senadores.. Dividem o mesmo balcão ruralistas e ambientalistas, patrões e sindicalistas, comunistas e evangélicos.
Para manter essa base unida - e saciada –, o governo paga caro, como demonstrou o último escândalo envolvendo o PR.
O partido que indicou Alfredo Nascimento para o Ministério dos Transportes é “dono” da pasta desde o primeiro dia do governo Lula. E, graças a uma excrescência da máquina governista brasileira, tem as garras profundamente fincadas nela.
Há no atual governo mais de 25000 cargos de confiança, que independem de concursos públicos e podem ser preenchidos livremente por indicação política.
Nos Estados Unidos, cargos semelhantes não chegam a 5000.
Na França, são 1000.
Na Inglaterra, em torno de 100.
Como os demais partidos agenciados com gordas "fatias" do orçamento, o PR faz o uso que bem entende das nomeações que lhe cabem.
Assim, os critérios adotados pelas siglas, não necessariamente técnicos e quase sempre políticos, redundam em dois tipos de contratação: a que prima pela ineficiência técnica e a que se destaca pelo talento em comandar negociatas e cobrar propinas destinadas a irrigar o caixa dois de seus partidos.
Trata-se de um aparelhamento que foge de qualquer controle.
Alfredo Nascimento e quatro assessores caíram na semana passada?
Não importa.
O PR indicará o próximo ministro e manterá centenas de funcionários que sabem de cor a receita da corrupção e ineficiência que empesteia o transporte brasileiro desde o início da era Lula.
"O governo Dilma vive em um cenário econômico favorável, tem uma oposição que coopera, mas esse sistema de loteamento provoca crises permanentes.
É um erro que não se corrige", avalia o cientista político Octaciano Nogueira, da Universidade de Brasília.
Fatiar o governo e distribuir os nacos em troca de apoio político é no Brasil um hábito tão tradicional quanto a feijoada aos sábados.
Antes do regime militar, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek nomeavam políticos aliados, mas isso não era a única forma de construir maiorias. Na ditadura, nomeações de prefeitos e governadores eram uma maneira de saciar os caciques políticos locais.
Mas foi com a chegada de José Sarney à Presidência que cargos e verbas se tornaram os ingredientes principais da receita do relacionamento entre os partidos e o Legislativo.
Para abrir o apetite dos dissidentes da ditadura que aderiram ao seu governo, Sarney distribuiu cargos nas antigas estatais e nos ministérios.
Antonio Carlos Magalhães, chefe do PFL baiano, tornou-se o babalorixá do Ministério das Comunicações e serviu concessões de rádio e TV à vontade a parlamentares que votavam com o governo.
Sarney e ACM levaram os métodos da política do Maranhão e da Bahia para Brasília. Dessa forma, o clientelismo virou o prato feito da política brasileira. Fernando Collor, mais por autos suficiência do que por convicção, não cedeu tanto ao fisiologismo, o que ironicamente contribuiu para a sua rápida combustão.
Itamar Franco retomou o costume aos poucos. Fernando Henrique Cardoso deu espaços preciosos do governo a grandes partidos, como PMDB e PFL, mas não negociou no varejo.
Foi com Lula que a prática do clientelismo atingiu o paroxismo.
O antecessor de Dilma iniciou o governo distribuindo cargos para amigos sindicalistas e petistas derrotados.
Para conter as grandes crises, como a do mensalão, não hesitou em retalhar o governo de forma que, juntadas, as partes loteadas formassem a maior base de apoio do Brasil democrático.
Essa base ajudou a eleger Dilma presidente.
Ao assumir, Dilma deu sinais de que mudaria a receita indigesta herdada do antecessor.
Congelou o pagamento de emendas e cozinhou em fogo brando as nomeações.
Mas bastou a primeira engasgada no Congresso para que voltasse à antiga dieta política.
Como num regime severo, não é suficiente cortar um excesso aqui e ali.
É preciso transformar um comportamento – e, no Brasil, isso só acontecerá quando diminuir radicalmente o número de cargos loteáveis, de forma que, nas trocas de governo, não exista a possibilidade de substituir servidores eficientes por apadrinhados políticos cujo trabalho se limita a alimentar a gulodice de seus partidos.
E que fome eles têm.
O blog apóia, abre espaço e aceita denúncias.
Servidores do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) iniciaram nesta quarta-feira (13) um protesto intitulado "Ética no Dnit, fora corruptos" em que pedem apoio do Congresso e do governo para que a diretoria do órgão seja ocupada apenas por servidores concursados. Atualmente, esses cargos são de livre nomeação e ocupados por indicações políticas.
O diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, disse hoje, em depoimento a Câmara, que 1% dos cargos no órgão são ocupados por indicados de políticos. Filiado ao PR, Pagot afirmou que sua indicação para a vaga foi do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o escolheu "não pelos belos olhos do senador Blairo Maggi", seu padrinho político, mas por sua competência. Servidores do Dnit acompanham o depoimento de Pagot. Eles usam um adesivo com a inscrição: "Fora Corruptos". Eles não pedem a saída de Pagot por considerarem que não se trata de responsabilizar apenas uma pessoa.(Da Folha Poder)
DO B. DO CEL
Clube usa dinheiro público para construir estádio (e dinheiro de quem para contratação milionária?)
Se os fatos que compilamos a seguir tiverem o desfecho aguardado, será a definitiva e completa desmoralização do futebol brasileiro. Após alegar por meses que não tem dinheiro suficiente para construir seu próprio estádio (e obter, através de discutível incentivo fiscal, verba pública para levar a obra adiante), o Corinthians anuncia a contratação de um atleta pelo valor de 40 milhões de euros. Se ninguém vê nada de errado nisso, o problema deixou de ser desportivo ou político: é cegueira mesmo.
Compilaremos abaixo notícias e declarações a respeito dos fatos. Pensamos que a sucessão dos episódios é, de alguma forma, autoexplicativa. Reclamações (se forem o caso) devem ser encaminhadas, obviamente, aos protagonistas da história e às “autoridades competentes” (se é que elas existem).
O Corinthians apresentou uma proposta de €40 milhões pelo avançado argentino, de acordo com a ESPN Brasil, que cita o agente de Tévez, Kia Joorabchian. >> Agora, nossas perguntas:
1-O clube não tem dinheiro para construir o estádio, mas tem dinheiro para contratação milionária?
2-Ou o clube tem dinheiro, mas prefere usar a verba pública para construir o estádio e, assim, economizar a verba própria para seus outros interesses?
3-Se não tem dinheiro de toda maneira, de onde sairão esses 40 milhões de euros para a contratação?
E a imprensa esportiva, por que não faz as perguntas certas? Porque ela está mais interessada em outras coisas. O vídeo abaixo também é autoexplicativo:
Vá reclamar com o bispo
O estilo do governo é burocrático-silencioso-autocrático. No caso do trem-bala, por exemplo, espanta o déficit de debate público, considerado o montante de dinheiro público demandado
O Brasil precisa de um trem-bala no eixo Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro? Claro que precisa. Aliás, seria exercício interessante fazer a lista de todas as coisas das quais o país anda necessitado.Faltaria papel, caso alguém quisesse imprimir.Ao contrário das nações já completamente desenvolvidas, ainda há aqui muitíssimo a fazer. Eis também por que nós e os demais emergentes vamos em vantagem no contexto planetário de crise.Aqui não é preciso criar necessidades para preenchê-las. Elas nos gritam ao ouvido 24 horas por dia.O problema não está porém na necessidade genérica de um trem de alta velocidade para cortar nossa principal conurbação. Está na prioridade de fazê-lo.Talvez os especialistas possam, por exemplo, dizer quantos quilômetros e composições de trens velozes, mas nem tanto, daria para integrar à malha ferroviária brasileira com o mesmo dinheiro.Seria bom poder trocar a congestionada Ponte Aérea por um trem superveloz? Seria ótimo. Seria bom se nossas commodities e mesmo os industrializados pudessem chegar aos portos a um custo menor, para ganhar competitividade? Seria excelente.Especialmente com um real cronicamente forte.Como então resolver o que fazer e o que não? Ou o que fazer antes e depois?Este governo acabou construindo um método. O governante decide o que é bom para o Brasil e as dúvidas são imediatamente debitadas da conta dos inimigos do país, da turma que pensa pequeno, do grupinho que tem complexo de vira-lata.De vez em quando dá confusão, quando o próprio governo resolve engatar a ré, deixando ao relento a legião dos incondicionais. Mas não tem sido a rotina.Nos tempos de Luiz Inácio Lula da Silva havia pelo menos a “luta política”. O então presidente avermelhava o rosto, inchava a veia do pescoço e sua voz rouca saía a atacar quem dele discordasse. Era rudimentar, mas não deixava de representar alguma satisfação. Quem se dispusesse, que confrontasse publicamente o chefe do governo. Não havia muita disposição para enfrentar, mas ninguém podia reclamar da falta de oportunidade.Agora não. O estilo é burocrático-silencioso-autocrático. No caso do trem-bala, por exemplo, espanta o déficit de debate público, considerado o montante de dinheiro público demandado.Do jeito que vai, a coisa acaba chegando perto -se não passar- dos três dígitos de bilhões. É dinheiro em qualquer lugar do mundo.É dinheiro público porque o pagador de impostos e o assalariado ficam com a conta e com a dívida resultantes do descasamento dos juros na captação e no empréstimo pelo BNDES.Numa situação normal, o governo estaria obrigado a explicar por que vai fazer uma coisa e não outra. Os ministros envolvidos deveriam ir muitas vezes ao Congresso prestar contas, enfrentar questionamentos.Agora sim seria hora de multiplicar os power points.Mas não vivemos uma situação normal. O poder transformou-se numa confraria com quase todo mundo dentro. E o Congresso anda capenga faz tempo, pelo menos desde o governo Fernando Henrique Cardoso.O “quase” do parágrafo anterior é por causa do cidadão comum. Que fica completamente por fora. Menos na hora de pagar a conta.Sua única opção, como se diz, é ir reclamar com o bispo.
Basta querer
Os colégios militares são bem menos de 1% dos estabelecimentos públicos, mas seus alunos ganharam 40% das medalhas na última Olimpíada de Matemática das escolas públicas.O número parece autoexplicativo.Num país em que a louvação às brilhantes autoridades educacionais só encontra paralelo na mediocridade do ensino oferecido pelos órgãos que os gênios comandam, talvez fosse o caso de tentar entender o que acontece nos colégios militares.Esta minha sugestão será naturalmente ignorada, e talvez deva ser mesmo.Afinal, já se sabe há muito tempo o foco das deficiências educacionais no Brasil. O dever de o professor ensinar e de o aluno aprender estão na lanterna das preocupações da turminha que domina o sistema.
É simples assim.A formação dada nos colégios militares mostra porém que não estamos condenados à danação eterna.Basta querer mudar. E ter disposição para enfrentar.
DO BLOG DO ALON
O Brasil precisa de um trem-bala no eixo Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro? Claro que precisa. Aliás, seria exercício interessante fazer a lista de todas as coisas das quais o país anda necessitado.Faltaria papel, caso alguém quisesse imprimir.Ao contrário das nações já completamente desenvolvidas, ainda há aqui muitíssimo a fazer. Eis também por que nós e os demais emergentes vamos em vantagem no contexto planetário de crise.Aqui não é preciso criar necessidades para preenchê-las. Elas nos gritam ao ouvido 24 horas por dia.O problema não está porém na necessidade genérica de um trem de alta velocidade para cortar nossa principal conurbação. Está na prioridade de fazê-lo.Talvez os especialistas possam, por exemplo, dizer quantos quilômetros e composições de trens velozes, mas nem tanto, daria para integrar à malha ferroviária brasileira com o mesmo dinheiro.Seria bom poder trocar a congestionada Ponte Aérea por um trem superveloz? Seria ótimo. Seria bom se nossas commodities e mesmo os industrializados pudessem chegar aos portos a um custo menor, para ganhar competitividade? Seria excelente.Especialmente com um real cronicamente forte.Como então resolver o que fazer e o que não? Ou o que fazer antes e depois?Este governo acabou construindo um método. O governante decide o que é bom para o Brasil e as dúvidas são imediatamente debitadas da conta dos inimigos do país, da turma que pensa pequeno, do grupinho que tem complexo de vira-lata.De vez em quando dá confusão, quando o próprio governo resolve engatar a ré, deixando ao relento a legião dos incondicionais. Mas não tem sido a rotina.Nos tempos de Luiz Inácio Lula da Silva havia pelo menos a “luta política”. O então presidente avermelhava o rosto, inchava a veia do pescoço e sua voz rouca saía a atacar quem dele discordasse. Era rudimentar, mas não deixava de representar alguma satisfação. Quem se dispusesse, que confrontasse publicamente o chefe do governo. Não havia muita disposição para enfrentar, mas ninguém podia reclamar da falta de oportunidade.Agora não. O estilo é burocrático-silencioso-autocrático. No caso do trem-bala, por exemplo, espanta o déficit de debate público, considerado o montante de dinheiro público demandado.Do jeito que vai, a coisa acaba chegando perto -se não passar- dos três dígitos de bilhões. É dinheiro em qualquer lugar do mundo.É dinheiro público porque o pagador de impostos e o assalariado ficam com a conta e com a dívida resultantes do descasamento dos juros na captação e no empréstimo pelo BNDES.Numa situação normal, o governo estaria obrigado a explicar por que vai fazer uma coisa e não outra. Os ministros envolvidos deveriam ir muitas vezes ao Congresso prestar contas, enfrentar questionamentos.Agora sim seria hora de multiplicar os power points.Mas não vivemos uma situação normal. O poder transformou-se numa confraria com quase todo mundo dentro. E o Congresso anda capenga faz tempo, pelo menos desde o governo Fernando Henrique Cardoso.O “quase” do parágrafo anterior é por causa do cidadão comum. Que fica completamente por fora. Menos na hora de pagar a conta.Sua única opção, como se diz, é ir reclamar com o bispo.
Basta querer
Os colégios militares são bem menos de 1% dos estabelecimentos públicos, mas seus alunos ganharam 40% das medalhas na última Olimpíada de Matemática das escolas públicas.O número parece autoexplicativo.Num país em que a louvação às brilhantes autoridades educacionais só encontra paralelo na mediocridade do ensino oferecido pelos órgãos que os gênios comandam, talvez fosse o caso de tentar entender o que acontece nos colégios militares.Esta minha sugestão será naturalmente ignorada, e talvez deva ser mesmo.Afinal, já se sabe há muito tempo o foco das deficiências educacionais no Brasil. O dever de o professor ensinar e de o aluno aprender estão na lanterna das preocupações da turminha que domina o sistema.
É simples assim.A formação dada nos colégios militares mostra porém que não estamos condenados à danação eterna.Basta querer mudar. E ter disposição para enfrentar.
DO BLOG DO ALON
PSDB quer que Gurgel investigue novo ministro dos Transportes
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), afirmou nesta terça-feira que vai incluir o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, na representação protocolada pela oposição na Procuradoria-Geral da República na semana passada.
O texto solicita que a Procuradoria abra uma investigação sobre a conduta do ex-ministro da pasta, Alfredo Nascimento.
O ministério mudou de mãos depois das suspeitas sobre um esquema de de superfaturamento de obras e recebimento de propina que beneficiaria o PR.
"Pelos cargos que ocupou, a possibilidade de Passos não ter conhecimento do que acontecia é praticamente nula. O secretário-executivo é o operacional do Ministério e tem acesso a todas as informações. Se as decisões eram colegiadas, como diz o 'diretor em férias' do Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes], Luiz [Antonio] Pagot, Passos pode ter sido no mínimo conivente. Isso precisa ser investigado", afirmou Nogueira.
A representação já sofreu um aditamento na semana passada, quando o PSDB incluiu o nome do filho de Nascimento, Gustavo Morais Pereira. Ele é investigado pelo Ministério Público por uma denúncia de enriquecimento ilícito --ele aumentou o patrimônio de sua empresa em 86.500% em duas anos.
A oposição também pediu que o Ministério Público e o Senado investiguem as denúncias.
Fonte: Folha.com
Comissão do Senado veta depoimentos de Ideli e Expedito!
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado rejeitou nesta terça-feira requerimento para ouvir a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sobre o envolvimento dela na divulgação de um dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo José Serra, nas eleições de 2006. A participação da ministra no caso do Dossiê dos Aloprados foi revelada por VEJA na edição de 29 de junho. A ministra nega ter qualquer relação com a elaboração do dossiê, mas disse estar disposta a prestar esclarecimentos sobre o caso.
Em setembro de 2006, dias antes da prisão dos petistas, Ideli participou de uma reunião no gabinete do então senador e hoje ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, com três aloprados, para ajustar os detalhes da fraude contra José Serra. Após o encontro, começou o trabalho para divulgar o dossiê falso. Ideli ficou com uma cópia do documento, fez contato com jornalistas, exibiu os papéis e disse que aquilo era apenas parte do que tinha contra Serra.
Também foram rejeitados os convites de depoimento para a ex-senadora Serys Slhessarenko e o ex-diretor de gestão do Banco do Brasil, Expedito Veloso. Foi ele quem acusou Mercadante de ser o mandante da elaboração do dossiê contra tucanos. "O plano foi tocado pelo núcleo de inteligência do PT, mas com o conhecimento e a autorização do senador", disse o delator em gravação obtida por VEJA. "Ele era o encarregado de arrecadar parte do dinheiro em São Paulo.” A ex-senadora Serys, que foi expulsa do PT, confirmou ter ouvido de Veloso as mesmas declarações as quais VEJA teve acesso.Leia mais aqui
DO BLOG ALERTA BRASIL
Em setembro de 2006, dias antes da prisão dos petistas, Ideli participou de uma reunião no gabinete do então senador e hoje ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, com três aloprados, para ajustar os detalhes da fraude contra José Serra. Após o encontro, começou o trabalho para divulgar o dossiê falso. Ideli ficou com uma cópia do documento, fez contato com jornalistas, exibiu os papéis e disse que aquilo era apenas parte do que tinha contra Serra.
Também foram rejeitados os convites de depoimento para a ex-senadora Serys Slhessarenko e o ex-diretor de gestão do Banco do Brasil, Expedito Veloso. Foi ele quem acusou Mercadante de ser o mandante da elaboração do dossiê contra tucanos. "O plano foi tocado pelo núcleo de inteligência do PT, mas com o conhecimento e a autorização do senador", disse o delator em gravação obtida por VEJA. "Ele era o encarregado de arrecadar parte do dinheiro em São Paulo.” A ex-senadora Serys, que foi expulsa do PT, confirmou ter ouvido de Veloso as mesmas declarações as quais VEJA teve acesso.Leia mais aqui
DO BLOG ALERTA BRASIL
Fusão Pão de Açúcar-Carrefour naufraga
Casino veta união, e, sem acordo entre sócios, BNDES oficializa saída do negócio; Abilio pede suspensão de proposta
Sócio francês do Pão de Açúcar fez estudos que mostram riscos potenciais e perda de valor para acionistas
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
ANA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
DE SÃO PAULO
ANA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
Fracassou a tentativa de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil, que pretendia criar uma supervarejista brasileira de alcance global.O BNDES retirou oficialmente ontem o apoio pré-aprovado de R$ 4,5 bilhões, inviabilizando a engenharia financeira montada para unir Pão de Açúcar e Carrefour.O banco alegou falta de entendimento dos sócios Casino e Abilio Diniz, que dividem o comando do Pão de Açúcar
Em Paris, o conselho do Casino ouviu três consultorias -Santander, Goldman Sachs e Roland Berger- e chegou à conclusão de que não faz sentido comprar o Carrefour brasileiro, que é "caro" e tem problemas gerenciais.Diante da dupla rejeição, o BTG Pactual -que se juntou a Abilio e assumiu a proposição do negócio- preferiu retirar "temporariamente" o assunto de discussão.Para o Casino, a fusão esbarra em riscos regulatórios e concorrenciais e não faz sentido nem para a empresa nem para os acionistas.As razões da recusa, segundo um dos consultores, são:
1) a unidade brasileira do Carrefour tem foco equivocado (privilegia os hipermercados, modelo "fora de moda");
2) houve sobrevalorização (o Carrefour brasileiro é uma "caixa-preta", com contabilidade questionada após fraude de € 500 milhões em 2010);
3) a unidade não conseguirá implementar sinergias (ganhos de eficiência) de R$ 1,8 bilhão anual;
4) há problemas de administração.
Antes da suspensão da proposta, o assunto seria levado para a reunião de 2 de agosto da Wilkes, holding que representa a antiga aliança entre Casino e Abilio no comando da empresa.Na Wilkes, o Casino prometia barrar o negócio. Como Abilio retirou a proposta, a reunião deve ser cancelada.
SEM BRECHA
Defensor da fusão, Abilio participou da reunião ontem do Casino, mas não votou.Ao deixar a reunião, o empresário brasileiro insinuou que não houve "brecha" para um acordo amigável e disse que não concordava com os estudos apresentados."Não estou de acordo com os estudos que foram feitos aqui pela Roland Berger e outros. Acho que não representam a realidade. Mas eu não quero fazer críticas", disse.
Colaborou VALDO CRUZ, de Brasília,
e LEILA COIMBRA, do Rio
DO B. RESIST. DEMOCRATICA
Quem manda sempre sabe.
"De duas, uma: ou a presidente Dilma agiu de maneira intempestiva, irresponsável mesmo, sem base nenhuma para demitir a cúpula do ministério, ou está sendo testada pela cúpula do PR. Ninguém sabe o que exatamente vai acontecer, mas seria muito desmoralizante que Pagot continuasse onde sempre esteve. O mais provável é que receba de compensação outro cargo na administração federal, mas, como vivemos tempos de surrealismo, é possível que, de volta das férias, Pagot reassuma seu posto no Dnit sem que ninguém explique nada.
Em 2005, diante de situação muito mais dramática, em meio à crise do mensalão, o presidente Lula fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV dizendo que se sentia traído pelos acontecimentos divulgados e pediu desculpas ao povo brasileiro. A mensagem foi gravada com a presença de todos os ministros, aos quais o presidente pediu esforço redobrado para que o "Brasil continue marchando". Consternado e com a voz embargada, o presidente disse que estava "tanto ou mais indignado" que o povo brasileiro.
Mais tarde, recuperado do susto, Lula passou a divulgar diversas versões sobre o caso, desde que fora uma mera repetição de atitude comum aos políticos brasileiros, o uso de caixa 2 nas campanhas eleitorais, até que tudo não passara de uma tentativa golpista de tirá-lo do poder. Prometeu provar, quando saísse da Presidência da República, que o mensalão simplesmente não existiu. Depois do parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedindo prisão para 36 dos envolvidos no caso, Lula calou-se, e o PT está tentando não aprovar a continuação de Rangel no cargo.
Mais tarde, recuperado do susto, Lula passou a divulgar diversas versões sobre o caso, desde que fora uma mera repetição de atitude comum aos políticos brasileiros, o uso de caixa 2 nas campanhas eleitorais, até que tudo não passara de uma tentativa golpista de tirá-lo do poder. Prometeu provar, quando saísse da Presidência da República, que o mensalão simplesmente não existiu. Depois do parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedindo prisão para 36 dos envolvidos no caso, Lula calou-se, e o PT está tentando não aprovar a continuação de Rangel no cargo.
Pois, ontem, a presidente Dilma, em entrevistas no interior do Paraná, disse que "tem dias" em que fica triste, principalmente "quando acontece alguma coisa errada no governo". - Fico (triste). Todo mundo pode perceber que a gente, num governo, tem muitas dificuldades. O sentido é o mesmo, certa impotência diante da realidade política, que, no entanto, ela deveria conhecer tanto quanto Lula conhecia a história pregressa do PT nas prefeituras que ocupara no interior paulista, no início da escalada do partido rumo ao poder. Nada do esquema de cooptação de apoios e recolhimento de "recursos não contabilizados" era desconhecido de Lula, assim como a presidente Dilma, depois de comandar a Casa Civil e controlar a execução das obras do PAC, não pode alegar desconhecimento de "coisas erradas" no governo."
Da coluna de Merval Pereira, em O Globo.
PR vai subir a rampa de quatro.
Hoje à tarde Dilma promove um coquetel para os partidos aliados. O PR diz que não vai. Vai. E vai balançando o rabinho pela rampa do Palácio do Planalto. Esta gentalha não vale nada. Não tem honra, não tem ética, não tem vergonha na cara. Amanhã vamos publicar as fotos. Aqueles que aparecerão de quatro serão os do PR. Aqueles mesmo ali, que estarão lambendo os pés da Dilma.
B. DO CEL
Um "cala boca" na mídia.
Diante da crise política e de imagem ligada a denúncias de proximidade excessiva a empresários com interesses no Estado - que o atingiram em junho -, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), mais que dobrou as verbas oficiais destinadas ao setor de publicidade e imprensa em 2011.
Em dois decretos publicados após as acusações, Cabral elevou de R$ 55,7 milhões para R$ 120,7 milhões a autorização para gastos com Serviços de Comunicação e Divulgação da Subsecretaria de Comunicação e Divulgação - elevação de 116,75%. Até ontem, foram empenhados R$ 75,6 milhões e liquidados R$ 67 milhões.O governo nega relação desse aumento com a crise.Na sexta-feira, o governo deu início a uma forte campanha publicitária nas TVs abertas. Na segunda-feira, um filme de 60 segundos foi exibido num intervalo do Jornal Nacional, da Rede Globo, um dos mais caros espaços publicitários da TV no País. Leia mais no Estadão.
Academia Brasileira dos Corruptos.
Este Blog está lançando um projeto. A fundação da Academia Brasileira dos Corruptos. Serão 40 cadeiras. A votação começa hoje. Escolha três políticos que você acha que possam ser um imortalizados pela ABC. Citem os nomes e os motivos. Não é opinião. É constatação. O voto deve vir acompanhado do motivo técnico. Por exemplo: Antônio Palocci, condenado por improbidade administrativa por irregularidades cometidas quando prefeito de Ribeirão Preto, demitido do cargo de ministro por ter violado o sigilo de um caseiro e demitido novamente do cargo de ministro por não saber como explicar o seu súbito enriquecimento. Cada comentarista pode votar em três nomes. Quem apresentar mais de três nomes terá o seu voto deletado. Participe. Vamos eleger os 40 membros da Academia Brasileira dos Corruptos. Não se preocupem, temos cadeiras de sobra.
DO BLOG COTURNO NOTURNO
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