quarta-feira, 25 de novembro de 2015

TEMENDO A PUNIÇÃO NAS URNAS E O EFEITO CORROSIVO E IMPLACÁVEL DA INTERNET, MAIORIA DOS SENADORES DECIDIU RATIFICAR A PRISÃO DE DELCÍDIO AMARAL

Renan Calheiros e seus sequazes bem que tentaram impedir a manutenção da prisão preventiva de Delcídio Amaral. Mas parlamentar que no passado temia o povo na rua, hoje teme o povo na internet, nas redes sociais e blogs independentes.
Em votação aberta, a maioria dos senadores decidiu que Delcídio Amaral permanecerá preso. O placar foi de 59 a 13, com uma abstenção.
Endosso o comentário de O Antagonista: "Muito doloroso aguentar o blá-blá-blá dessa gente pitoresca querendo aparecer na TV Senado."
Deve-se acrescentar um dado fundamental: as redes sociais e os blogs e sites independentes já conseguiram encurralar a maioria dos parlamentares que já fogem da execração pública como o diabo foge da cruz.
E isto ficou muito claro nesta votação. Aos poucos o povo brasileiro vai deixando de lado as grandes redes de televisão e os jornalões viveiros de comunistas que estavam acostumados a dominar a opinião pública. Estão levando uma porrada atrás da outra. E isso ainda é o começo. Todavia não deixa de ser lamentável que grandes revistas, jornais e televisões irão desaparecer. A comunicação no geral e o jornalismo no particular passam por uma transformação radical. Isto está apenas no começo.
Mas quem acompanhou os discursos dos senadores nesta votação de hoje, quarta-feira, pôde notar como estavam preocupados com a reação dos cidadãos eleitores. É o efeito Facebook, Twitter, blogs e sites jornalísticos independentes. 
Que assim seja! 
DO ALUIZIOAMORIM

“Tá com o Fachin? Eu tô precisando fazer uma visita pra ele lá hein!”

A fala é de Delcídio Amaral, petista do MS e líder do Governo Dilma no Senado. "Fachin", no caso, é Edson Fachin, Ministro do STF nomeado por Dilma em maio deste ano. Pois é.

Mesmo acostumados com os descalabros petistas e as cada vez mais frequentes prisões da Lava Jato (sempre acompanhadas de fartura documental e provas a rodo), ainda assim nos assustamos com a capacidade dessa gente de sempre passar dos limites da falta de ética e de escrúpulos.
O Ministério Público Federal, em seu site, divulgou os documentos que serviram de base para a prisão do senador petista – bem como as de seu chefe de gabinete e seu advogado. Já falamos aqui, por exemplo, da Venezuela aparecer como rota de fuga (Delcídio ofereceu isso em troca do silêncio de Nestor Cerveró, delator da Lava Jato).
Mas confiram agora estes trechos:
Fachin 01
Fachin 02
É fundamental que Luiz Fachin, afinal de contas um Ministro do STF, instância máxima do Poder Judiciário, deixe claro que tudo seja alusão do senador (agora presidiário). E que o STF mostre ainda mais rigor no julgamento de todos os políticos implicados na Lava Jato, sem aliviar para ninguém.
Porque a conversa do LÍDER DO GOVERNO DILMA NO SENADO (e foi Dilma quem escolheu e nomeou Fachin ao STF) é aterradora para a democracia e para a civilidade. O STF precisa dar um basta, na prática, à galhofa de que seria “puxadinho do PT”. DO IMPLICANTE

TORPEDO POLÍTICO FERE DE MORTE O LULISMO

Lula e Delcído Amaral, amigos de fé e camaradas...
Para medir o grau de pavor que tomou conta do Palácio do Planalto com a prisão do líder do PT no Senado, Delcídio Amaral e do banqueiro do lulismo, André Esteves, basta ler o site da Folha de S. Paulo, por razões que a própria razão conhece. Fica-se sabendo também que por conselho de uma numeróloga Delídio decidiu alterar o próprio nome passando a assinar Delcídio “do” Amaral. Numerologias à parte, isto nos faz lembrar das missas negras nos porões da Casa da Dinda de Collor, onde animais eram sacrificados em rituais esotéricos, conforme foi noticiado à época que precedeu o impeachment.
E para se ter uma ideia do que está rolando no submundo petista, transcrevo um artigo de Igor Gielow, diretor da sucursal da Folha em Brasília, num texto típico desse jornal esquerdista e de alinhamento ao PT e de todas as iniciativas bundalelês. O título original do artigo é: Dano potencial de prisão de senador petista ao governo não é só de imagem. Leiam:
A prisão do senador Delcídio do Amaral (PT­MS) caiu como uma bomba no Palácio do Planalto. Os temores são múltiplos, não apenas pelo desastre de imagem de ver o líder do governo no Senado preso acusado de bolar um plano para tirar um suspeito de crime do país. 
O líder do governo no Senado foi preso nesta quartafeira (25) no âmbito da Operação Lava Jato por tentar conturbar as investigações. Ele teria oferecido uma mesada de R$ 50 mil ao ex­diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada com os investigadores. Além disso, queria que Cerveró fugisse do país.
Antes de tudo, as condições da prisão do senador e do banqueiro André Esteves. O governo avalia que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, não autorizaria operação de tal impacto se a contrapartida não fosse forte o suficiente: não apenas o plano de fuga oferecido a Nestor Cerveró, mas também a possibilidade de que a revelação dele seja parte da negociação da delação premiada do ex­diretor da Área Internacional da Petrobras.
Especulada e negada há meses, a delação de Cerveró, que agora foi fechada, é um dos pesadelos do governismo e do petismo, mas não só, já que o ex­diretor era uma indicação sustentada pelo PMDB –mais especificamente, apesar das negativas, do grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que oficialmente nega isso. 
E há o senador preso. Delcídio, que adotou o "do" no sobrenome ano passado por dica de uma numeróloga, é um dos políticos com melhor trânsito na área de energia –foi rapidamente ministro do setor no governo Itamar Franco e ocupou a diretoria de Gás da Petrobras. Mais que isso, tinha pés em todas as canoas políticas relevantes. 
Foi tucano e deixou o partido em 2001, aliando­-se ao grupo do ex­governador Zeca do PT (MS). No Senado desde o início do governo Lula, em 2003, Delcídio ganhou fama de habilidoso operador político.
Agora, tudo isso pode voltar­se contra ele. A ser confirmado tudo o que se diz nos meios judiciais nesta manhã em Brasília, Delcídio poderá se ver sem mandato e na cadeia por um bom tempo, o que levaria à questão da delação premiada. 
Em um exercício de especulação, Delcídio poderia então falar sobre os meandros de diversas negociações potencialmente danosas ao governo e ao PT. 
Ele foi, por exemplo, presidente da CPI dos Correios (2005), que investigou o mensalão –abundam insinuações, na oposição, de que ele ajudou a evitar a citação ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no texto final do relator Osmar Serraglio (PMDB­PR). Ele sempre negou.
Além disso, Delcídio tinha a área internacional da Petrobras como uma de seus campos de influência na estatal, sendo co­patrocinador da indicação de Cerveró para a diretoria.
É sob esta área que ocorreu a obscura compra da refinaria de Pasadena (EUA), sob investigação na Lava Jato e que esbarra em decisões do Conselho de Administração da estatal, presidido então por Dilma Rousseff. DO ALUIZILAMORIM

O que pesa contra Delcídio Amaral e outros presos

Gravações
Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
O filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, gravou duas reuniões em que Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e o banqueiro André Esteves negociavam pagamento de propina à família e ao advogado do ex-diretor da Petrobras em troca de ele não assinar acordo de delação premiada. Ou, se assinasse, que não mencionasse nada contra Delcídio ou Esteves
Depoimentos
Foto: Jorge William / Agência O Globo
Bernardo Cerveró confirmou ao Ministério Público Federal a tentativa de Delcídio de silenciar Nestor Cerveró mediante pagamento de propina.
“Venda” de ministros
Foto: STF
Nas reuniões com o advogado de Cerveró, Delcídio prometeu que conseguiria um habeas corpus no STF para libertar seu cliente. Ele disse que conversou com Dias Toffoli e com Teori Zavascki. Prometeu conversar também com Fachin. E disse que convenceria Michel Temer e Renan Calheiros a interceder por Cerveró perante Gilmar Mendes.
Fuga pelo Paraguai
Foto: André Coelho / Agência O Globo
Também nas reuniões, Delcídio ajudou a montar a rota de uma eventual fuga de Cerveró, caso ele conseguisse habeas corpus no STF. A ideia era mandá-lo para a Espanha, porque ele tem cidadania espanhola. A rota seria pelo Paraguai – porque, segundo o senador, seria mais seguro.
Organização criminosa
Foto: André Coelho / Agência O Globo
Pela Constituição Federal, um parlamentar só pode ser preso depois de condenado em sentença definitiva. A exceção é para crimes inafiançáveis cometidos em flagrante. O caso se aplica para a suspeita de que Delcídio integrava organização criminosa, prática prevista em lei.
O que pesa contra André Esteves
Foto: Pablo Jacob/10-12-2013 / O Globo
O dono do banco BTG-Pactual teria pago R$ 50 mil ao filho de Nestor Cerveró, em troca de seu pai não mencionar seu nome em delação premiada. Prometeu ainda pagar R$ 4 milhões ao advogado de Cerveró e também mesada de R$ 50 mil a outros integrantes da família Cerveró em troca do silêncio.
O que pesa contra Edson Ribeiro
Foto: André Coelho / Agência O Globo
O advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró teria sido contratado por R$ 4 milhões para defendê-lo. No entanto, acabou cooptado por Delcídio Amaral e André Esteves, que prometeram a ele o pagamento de outros R$ 4 milhões. Em troca, precisaria convencer o cliente a não prestar depoimento incriminando a dupla.
O que pesa contra Diogo Ferreira
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo/20-03-2014
O chefe de gabinete de Delídio Amaral teria defendido os interesses do parlamentar em reuniões nas quais era discutido o pagamento de propina a familiares de Cerveró em troca do silêncio do depoente. Ferreira também teria participado de reuniões para tratar de eventual fuga de Cerveró para a Espanha, caso o STF concedesse a ele um habeas corpus. 25.11.2015 DO O GLOBO

Exclusivo: relatório de Janot confirma delação de Cerveró




Brasil
O Antagonista
O Antagonista obteve com exclusividade o relatório do procurador-geral Rodrigo Janot enviado ao ministro Teori Zavascki com o pedido de prisão de Delcídio Amaral e André Esteves. Nele, Janot conta que o MPF firmou com Nestor Cerveró um acordo de colaboração premiada, cujos termos foram submetidos a Teori para homologação.
No anexo, há o relato do filho de Cerveró, Bernardo, sobre a tentativa de Delcídio de dissuadir o ex-diretor da Petrobras a firmar o acordo. O senador petista queria evitar qualquer depoimento contra ele e André Esteves. Como já mostramos mais cedo, o acordo previa o pagamento mensal de R$ 50 mil e tentativas de interferir no Poder Judiciário em benefício de Cerveró.
A delação será homologada. Lula também será preso.
25.11.15

Trecho do despacho da Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, ao confirmar a prisão do senador Delcídio Amaral, líder do PT no Senado.

"Na história recente da nossa pátria houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo.
Depois nos deparamos com a ação penal 470 [mensalão] e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança.
Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo.
O crime não vencerá a Justiça.
Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção.
Não passarão sobre os juízes.
Não passarão sobre a Constituição do Brasil."
Cármen Lúcia, Ministra do STF.

Celso de Mello: "É preciso esmagar e destruir esses agentes criminosos"

 Brasil
O Antagonista

Os ânimos na segunda turma estão exaltados como raramente se viu no Supremo. Os ministros se manifestam de forma enfática pela prisão de Delcídio Amaral, mas foram além.

O decano Celso de Mello usou em seu voto palavras fortíssimas contra a Orcrim do PT. Segundo ele, o caso revela "gestos de perversão da ética do poder e do Direito".
"O contexto que emerge do caso revela fato gravíssimo: a captura do Estado e de instituições governamentais por organizações criminosas. É preciso esmagar, é preciso destruir com todo o peso da lei - respeitada a garantia constitucional - esses agentes criminosos."
O Antagonista apoia o "esmagar" e o "destruir".E EU TBM
O PT será esmagado
25.11.15- DO R.DEMOCRATICA

Delcídio Amaral está preso! É senador do PT! É líder do governo! Tentou atrapalhar investigação! Adeus, Ibiza!

Polícia Federal também prende banqueiro André Esteves

Escrevi aqui no dia 17:
“Fernando Baiano disse que Nestor Cerveró repassou sua parte da propina pela compra da refinaria de Pasadena ao senador petista Delcídio Amaral. As férias de Delcídio em Ibiza terão sido as suas últimas?”
Siiiiiiiiiiim!
Delcídio (PT-MS), que também é líder do governo Dilma no Senado, foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prisão depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava atrapalhar investigações da Operação Lava Jato.
Também foi preso o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que estaria envolvido nas irregularidades; e foram autorizadas as prisões do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, que está viajando.
Segundo a coluna Radar, de VEJA, o senador foi flagrado em gravações discutindo em detalhes com o filho e o advogado de Nestor Cerveró possíveis rotas de fuga para o ex-diretor da Petrobras.
O plano seria implementado tão logo fosse concedido habeas corpus para livrar Cerveró da cadeia e Delcídio negociava até uma “mesada” para bancar a permanência do comparsa no exterior.
Pelo fato de Cerveró ter nacionalidade espanhola, o destino final cogitado era a Espanha; e o MPF descreve até o avião que seria usado na fuga: um Falcon 50.
Segundo a Folha, o objetivo de Delcídio era evitar a delação premiada de Cerveró, cujo filho Bernardo gravou a conversa.
“É a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo, já que a Constituição Federal só permite a prisão de parlamentar em crime flagrante. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente. É um dos poucos motivos que leva a corte a aceitar prisão preventiva de réu ainda sem julgamento”, diz o jornal.
Zavascki convocou uma reunião extraordinária do STF para debater o caso.
O Senado terá de fazer uma votação a respeito, porque a Constituição estabelece que em casos de prisão em flagrante “os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.
Delcídio, como VEJA revelou em outubro, era um dos presentes à reunião de líderes do PT e do PMDB na casa de Renan Calheiros no fim de junho, uma semana depois que a Lava Jato prendeu os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.
Na ocasião, Lula chamou de “arbitrários” o juiz Sergio Moro e os demais responsáveis pela operação.
“O país foi sequestrado pelo Moro. Temos de reagir no Supremo Tribunal Federal”, concordou José Sarney, o ex-­presidente cuja filha, Roseana, é investigada no caso.
O objetivo da reunião, segundo a revista, era “encontrar um jeito de restaurar a velha ordem da impunidade para os poderosos da República que a Lava-Jato ameaça contrariar pela primeira vez em nossa história”.
Foi exatamente a tentativa de “restaurar a velha ordem da impunidade” que levou Delcídio à cadeia.
Em julho, este blog revelou em primeira mão que, enquanto o desemprego no Brasil atingia o maior índice da série histórica, o senador petista curtia balada no balneário de Ibiza, na Espanha.
Agora, PT e governo estão em pânico porque, finalmente, Delcídio dançou de verdade.

25/11/2015 - DO R.DEMOCRATICA

Caso Celso Daniel: Justiça condena à prisão os empresários “Sombra” e Ronan Maria Pinto

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Os empresários Sérgio Gomes da Silva, conhecido como “Sombra”, e Ronan Maria Pinto, além de Klinger Luiz de Oliveira Sousa (ex-secretário de Serviços Municipais da de Santo André), foram condenados em processo que tramita na 1ª Vara Criminal da importante cidade do Grande ABC.
“Sombra”, Ronan e Klinger são acusados de comandar um esquema criminoso de cobrança de propinas de empresas de transporte contratadas pela prefeitura de Santo André, durante a gestão do petista Celso Daniel, morto de forma covarde e brutal por discordar da destinação dada ao dinheiro sujo. Inicialmente, o dinheiro da propina deveria reforçar o caixa da campanha presidencial de Lula em 2002, mas acabou financiando o consumismo elegante de alguns “companheiros”.
De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo, os empresários de transporte público que não entregassem quantias em dinheiro à quadrilha eram ameaçados com eventual suspensão dos contratos com a prefeitura.
Ronan Maria Pinto foi condenado a dez anos, quatro meses e doze dias de reclusão, em regime fechado, e pagamento de multa pelos crimes de concussão e corrupção ativa. “Sombra” e Klinger Luiz de Oliveira Souza foram condenados a quinze anos, seis meses e dezenove dias de reclusão, em regime fechado, além do pagamento de multa pelos crimes de concussão e corrupção passiva.
O caso Celso Daniel ainda tira o sono da cúpula petista. O então prefeito foi sequestrado após deixar um restaurante da capital paulista, onde jantou com “Sombra”, e assassinado a tiros em uma estrada de terra de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
O Ministério Público paulista sustenta que Celso Daniel foi alvo de crime político, pois tentou interromper o ciclo da corrupção em sua gestão quando descobriu que a propina era destinada ao enriquecimento pessoal de Sombra e outros personagens. Ao final das investigações, a Polícia Civil concluiu que o petista foi morto por “criminosos comuns”.
As gravações telefônicas feitas pela polícia após o assassinato mostram que o crime teve embasamento político. Mas foi executado por criminosos comuns, contratados para a empreitada. A tese do crime comum, defendida pela Polícia Civil, se desfaz diante do processo de empalação a que Celso Daniel foi submetido. Em um crime comum a vítima não é submetida a sessões de tortura.
Em sua decisão, a juíza Maria Lucinda da Costa destacou que ficou comprovada a cobrança de propina das empresas de transportes que atuavam em Santo André, de acordo com o número de ônibus de cada uma. “É inafastável a condenação de Klinger, Ronan e Sérgio, ‘pois fartas são as provas de recebimento de valores de modo ilícito, bem como a destinação pessoal do proveito da corrupção”.
“Não há tese defensiva que leve à absolvição”, concluiu a juíza Maria Lucinda da Costa. Outros réus (empresários e diretores de empresas e associações) foram absolvidos.
As defesas de Ronan Maria Pinto e Klinger sempre negaram qualquer tipo de envolvimento deles em corrupção na administração Celso Daniel. Todos poderão recorrer da sentença condenatória.
É importante lembrar que a deputada federal Mara Gabrili (PSDB-SP), não faz muito tempo, desmascarou o petista Gilberto Carvalho, ex-secretário da Presidência da República e homem de confiança de Lula, acusando-o de integrar a quadrilha que recolhia semanalmente a propina nas empresas de ônibus de Santo André.
A deputada tucana afirmou que Gilberto Carvalho ia à empresa de ônibus do seu pai, em um carro preto e sempre acompanhado de seguranças, e ao cobrar a propina colocava uma arma de fogo sobre a mesa. Carvalho foi secretário municipal de Santo André na gestão de Celso Daniel.
Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo UCHO.INFO. Em uma delas, o ex-ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza.
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santo_andre_14  DO UCHO.INFO

Lava Jato pega primeiro tubarão político. Senador do PT Delcídio Amaral preso pela PF.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo na Casa, foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal. A operação foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava conturbar as investigações da Operação Lava Jato. A informação é de Mônica Bergamo, da FSP.
Também foi preso o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que estaria envolvido nas irregularidades. 
Delcídio havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O senador teria até mesmo oferecido possibilidade de fuga a Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de colaboração com a Justiça, revelando as irregularidades da operação. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró. 
É a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo, já que a Constituição Federal só permite a prisão de parlamentar em crime flagrante. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente. É um dos poucos motivos que leva a corte a aceitar prisão preventiva de réu ainda sem julgamento. 
O Senado deve ter que confirmar a prisão de Delcídio. A Constituição estabelece que em casos de prisão em flagrante "os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão". 
STF
Além de Delcídio, o STF também autorizou a prisão do chefe de gabinete do senador e do advogado Edson Ribeiro, que trabalhou para Cerveró. Também há autorização para buscas na casa do petista em Mato Grosso do Sul. 
A decisão de Teori atende a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ministro pediu que fosse convocada para a manhã desta quarta a realização de uma sessão extra da segunda turma do tribunal, que é responsável pelos casos que envolvem o esquema de corrupção da Petrobras. No encontro, ele deve discutir as prisões. 
Neste terça, o ministro chegou a telefonar para o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, comunicando sobre a reunião extraordinária e também se reuniu com colegas da segunda turma de forma reservada. A ideia é dividir o peso da reunião de prender um senador, que só poderia ser preso em flagrante. Um dos argumentos para a prisão seria que a obstrução das investigações e integrar uma organização criminosa torna o crime permanente e flagrante facilitado. DO CELEAKS