quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OPOSIÇÃO PROTOCOLA REPRESENTAÇÃO PARA QUE MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGUE ENVOLVIMENTO DE LULA NO CRIME DO MENSALÃO


Lula em Paris: praticamente mudo.
Parlamentares de PSDB, DEM e PPS protocolaram uma representação para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, investigue a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. A base para o pedido é o depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza ao Ministério Público, revelado com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, no qual ele afirma que Lula deu o "ok" para o esquema e teve as despesas pessoas pagas com dinheiro do valerioduto.
Na representação, os partidos de oposição destacam que o depoimento é uma acusação direta a Lula. "O Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza denunciou formalmente o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o mesmo era o verdadeiro chefe da organização criminosa que operou o "mensalão", beneficiando-se inclusive pessoalmente dos recursos roubados".
Os parlamentares sustentam que as "acusações são gravíssimas e precisam ser investigadas a fundo". "Não está se tratando mais de suposições, elucubrações, presunções ou teorias", diz trecho da representação. "Os representantes vêm perante esta douta procuradoria-geral da República para requerer a devida investigação criminal e, caso sejam confirmados os fatos, que seja promovida a competente ação penal pública em fase ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e de quem mais estiver envolvido", concluem os parlamentares.
O pedido é assinado pelos presidentes do DEM, senador José Agripino (RN), do PPS, deputado Roberto Freire (SP), e pelos líderes do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), na Câmara, Bruno Araújo (PE), e do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). Do site do jornal O Estado de S. Paulo
DO ALUIZIO AMORIM

É impensável a Câmara não cumprir decisão do STF, diz Marco Aurélio Mello

Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quarta-feira que se seria "terrível", o "fim" e a "Babel" se a Câmara não cumprisse decisão da Corte determinando a perda de mandato dos deputados condenados no processo do mensalão.
Essa discussão ainda não foi concluída no Supremo. Falta ainda o voto do ministro Celso de Mello, que o proferiria hoje, mas a discussão foi adiada por ele estar gripado e com febre. O placar está empatado em 4 a 4.
Lula Marques - 30.mai.2012/Folhapress
Ministro do Supremo Marco Aurélio Mello
Ministro do Supremo Marco Aurélio Mello
Durante o julgamento do mensalão, que já dura mais de quatro meses, Celso de Mello já sinalizou que deverá concordar com os ministros que defendem a perda de mandato automática, restando à Câmara apenas declarar a cassação dos deputados.
No intervalo da sessão de hoje, que discute outros assuntos, Marco Aurélio Mello afirmou que os integrantes do STF não se sentem intimidados quando deputados dizem que a decisão do STF não será aceita automaticamente, mas votada por eles.
"A postura extra muros não intimida qualquer integrante do Supremo, muito menos o decano da Corte. Se ele está febril, não está febril considerado a febre amarela", disse. "Quem sabe tenhamos aí teste para saber em que estágio democrático estamos. É impensável não se cumprir decisão do Supremo. Constato que os envolvidos no processo têm um prestígio muito grande", ironizou.
Segundo ele, se a decisão não for cumprida, chega-se ao ponto "de se suscitar um risco para a estabilidade democrática". "Se ele não observar o título emanado do Supremo, é o fim, é a Babel. Seria terrível".
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA 
DA FOLHA.COM

Língua nos dentes


Língua nos dentes
Dora Kramer
O Estado de S.Paulo
Ás do volante na ultrapassagem de obstáculos, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva agora está diante de um quase intransponível: a abertura de inquérito policial para investigar as denúncias feitas por Marcos Valério Fernandes de Souza à Procuradoria-Geral da República, apontando Lula como ator principal do mensalão.
Se o operador do esquema disse a verdade ou se mentiu não é algo que possa ser revolvido com negativas, tentativas de desacreditar o acusador ou acusações sobre conspirações de natureza política.
Inclusive porque a história está muito mais "amarrada" do que deixam transparecer o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal. Roberto Gurgel tomou outro depoimento de Marcos Valério além daquele revelado ontem pelo Estado.
No curso do julgamento, o STF fez reuniões administrativas ainda sob a presidência de Carlos Ayres Britto para tratar do assunto.
Ficou acertado o início do processo de negociação da delação premiada, mas mantido em sigilo para impedir que novos fatos interferissem no julgamento em curso e que agora está na fase de conclusão.
A depender da qualidade das informações que venha a fornecer, Marcos Valério terá benefícios nos processos relativos ao mensalão em tramitação na primeira instância e em novos que venham a ser abertos.
Mas é possível que obtenha do relator Joaquim Barbosa um regime especial de prisão (cela isolada ou na companhia de preso com curso superior, acesso facilitado a visitas, direito a livros e televisão) na hora da definição da execução da pena.
Não por acaso esse assunto foi ventilado há poucos dias no STF. A forma de cumprimento das sentenças ficará a cargo de Barbosa e não de juiz de vara de execuções.
Embora Valério não seja visto como testemunha confiável, seu melhor ou pior destino está atrelado às provas que possa apresentar. Ele mentiu muito, prometeu demais, entregou quase nada e agora sua única chance de salvar em parte a pele é falar a verdade.
Por que não falou antes? Primeiro porque o advogado dele era contra o recurso da delação e, segundo, porque percebeu tarde que a rede de proteção prometida pelo PT não existia.
Condenado a 40 anos e com a perspectiva de passar o resto da vida na cadeia devido aos outros processos, a única opção era tentar reduzir os danos. Como o mensalão propriamente dito já estava desvendado, de novidade relevante só o papel de Lula.
Agora o Ministério Público tem dois caminhos: arquivar o caso ou pedir ao Supremo que determine abertura de investigação.
Para arquivar, no entanto, é preciso que não reste dúvida sobre a existência de indícios de que houve crime. E os vestígios estão presentes em pelo menos um dos episódios narrados por Marcos Valério.
É o caso do depósito de "cerca de R$ 100 mil" na conta da empresa Caso, segundo Valério, para pagar despesas pessoais do então presidente da República.
Na quebra de sigilo ordenada pela CPI dos Correios, em 2005, aparece o registro de R$ 98.500 depositados na firma de propriedade de Freud Godoy assessor direto de Lula, coordenador de segurança de suas quatro campanhas presidenciais e até 2006 com sala no Palácio do Planalto.
Um personagem complicado, obrigado a se demitir quando foi apontado por um dos "aloprados" presos com dinheiro para compra de dossiê contra adversários políticos como o mandante do negócio.
Esse e outros relatos de Marcos Valério por si acionam os botões da engrenagem investigativa que, como uma máquina quando ligada, funciona à revelia das vontades.
Lula poderá de novo alegar que não sabia de nada?
Poderá, mas desta vez há personagens notórios demais, detalhes verossímeis demais e um arsenal imponderável demais nas mãos de um homem que, além de não ter nada a perder, não esquece os maus bocados vividos em experiência traumática na cadeia.

DO ABOBADO

Ouvir Valério? Não. Aprovado convite para ouvir FHC e Gurgel

Comissão mista barrou convocação de Adams, Gleisi e Rosemary
Por Ricardo Noblat 
Fernanda Krakovics
e Is
abel Braga
O Globo
Em ação articulada, a base aliada conseguiu adiar nesta quarta-feira a votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para convocar o publicitário Marcos Valério para prestar esclarecimentos sobre as acusações feitas, em depoimento à PGR, de que o ex-presidente Lula deu aval para o esquema de desvio de recursos públicos para financiar o PT e comprar apoio no Congresso.
Mais tarde, na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, parlamentares da base também evitaram a convocação dos ministros da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, além do convite à ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, derrotando requerimentos apresentados pela oposição.
Ao mesmo tempo, conseguiram aprovar convite para ouvir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
- Se eles querem guerra, vão ter! É a primeira vez que participo desta comissão e gostei - afirmou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), autor do requerimento de convite relativo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em seu requerimento, Tatto usou como argumento para chamar o ex-presidente tucano para esclarecer dúvidas em relação à chamada Lista de Furnas. Segundo o líder petista, a lista traz nomes de pessoas ligadas ao governo tucano que teriam recebido recursos ilegais.
- É o esquema de financiamento de campanha do PSDB. Recursos para a campanha presidencial do Fernando Henrique em 1998. Sempre dizem que a lista é falsa, mas um perito analisou recentemente e disse que é verdadeira. Essa comissão serve para pensar para o futuro. Nada melhor do que convidar o presidente para explicar os fatos, a influência do ex-presidente sobre Furnas e Eletrobrás, como se deu essa relação e evitar que isso volte a acontecer no Brasil - justificou Tatto.
Como são convites e não convocações, nem Fernando Henrique, nem Gurgel precisam comparecer. No caso de Gurgel, o autor foi o presidente da Comissão de Mista de Inteligência, Fernando Collor (PTB-AL), que tentou a convocação na CPI do Cachoeira e não conseguiu. Collor defendeu o convite argumentando que Gurgel poderá explicar melhor à comissão como é a interação entre o Ministério Público e a Policia Federal e citou operações recentes como a Vegas e Monte Carlo.

DO R.DEMOCRATICA

Banco do Brasil arrecadava 'pedágio' para o PT, afirma Marcos Valério

Empresário relatou que 2% do valor destinado a agências de publicidade seria direcionado para contas do partido
BRASÍLIA - O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou no depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República que dirigentes do Banco do Brasil estipularam, a partir de 2003, uma espécie de “pedágio” às agências de publicidade que prestavam serviços para a instituição financeira pública: 2% de todos os contratos eram enviados para o caixa do PT, acusou o homem apontado como o operador do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.
Em dois anos, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de publicidade com quem mantinha contrato superaram R$ 400 milhões - uma delas era a DNA Propaganda, de Valério.
Ou seja, segundo o empresário disse à Procuradoria-Geral da República em setembro, os desvios que abasteceram o mensalão podem ter sido bem maiores do que os que levaram o Supremo Tribunal Federal a condenar Valério e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Segundo os ministros da Corte, R$ 2,9 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Banco do Brasil para o mensalão. Outros R$ 74 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Fundo Visanet, do qual a instituição financeira pública fazia parte.
Contexto
. O Estado revelou nesta terça-feira, 11, que, neste mesmo depoimento de três horas e meia, dado à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora da República Raquel Branquinho, o empresário mineiro afirmou que dinheiro do esquema que pagou parlamentares do Congresso Nacional entre 2003 e 2005 também serviu para bancar “despesas pessoais” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O dinheiro foi depositado, disse Valério, na conta de uma empresa de Freud Godoy, que foi assessor pessoal de Lula.
O empresário mineiro afirmou ainda, entre uma série de novas acusações, que o ex-presidente deu “ok” para os empréstimos com os bancos BMG e Rural que viriam a irrigar o mensalão.
Na ocasião do depoimento, o empresário mineiro, além de fazer novas revelações, afirmou que ainda tinha mais a dizer sobre o caso.
Queria, em troca, proteção e redução da sua pena - ele viria a ser condenado a mais de 40 anos pelo Supremo por sua participação no mensalão; Valério responde ainda a outros processos, como o do mensalão mineiro, no qual políticos são acusados de desviar dinheiro público do governo de Minas Gerais a fim de abastecer, no ano de 1998, a campanha à reeleição do então governador tucano Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional do PSDB e hoje deputado federal.
Segundo Valério disse no depoimento, o suposto esquema de desvio de dinheiro público que teria de ir para a publicidade foi criado por Pizzolato e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, que integra a estrutura do Banco do Brasil.
O ex-diretor do Banco do Brasil negou nesta terça-feira que tenha cobrado “pedágio” das agências de publicidade. Guimarães não foi localizado pela reportagem.
Participação. No período de operação plena do mensalão, entre 2003 a 2004, quando uma série de parlamentares fez saques das contas das empresas de Valério, o Banco do Brasil pagou, segundo dados CPI dos Correios, pelo menos R$ 434 milhões a agências de publicidade.
Ao longo desse período de dois anos, a agência DNA, uma das empresa de Valério que detinha um dos contratos com o Banco do Brasil, aumentou sua participação nos acordos enquanto o bolo recebido pelas demais agências declinava aos poucos.
Ainda no primeiro ano de governo do ex-presidente Lula, em 2003, a DNA, que já trabalhava com o Banco do Brasil durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, conseguiu renovar o contrato com a instituição financeira pública.
Renovações
. O valor estimado dos gastos anuais de publicidade com a DNA era de R$ 152,8 milhões, segundo informações do Ministério Público Federal. A renovação teria rendido a Pizzolato mais de R$ 300 mil de contrapartida, segundo dados usados pelos ministros do Supremo para condenar o ex-diretor do banco corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato, com pena de 12 anos e sete meses de prisão.
Além da DNA, a licitação 01/2003 originou contratos com a Ogilvy Brasil Comunicação Ltda e a D+Brasil Comunicação Total. Já havia contratos em andamento desde 2002 com as agências Grottera Comunicação e Lowe Lintas Partners , que continuaram a ser prorrogados a partir de 2003, início do governo Lula.
Abrangência. Os contratos firmados em setembro de 2003 entre o Banco do Brasil e as cinco agências alcançavam todo o conglomerado do Banco do Brasil, incluindo empresas ou entidades que fossem criadas e a Fundação Banco do Brasil.
Comandado por Ivan Guimarães, o Banco Popular do Brasil funcionava como uma subsidiária integral, cuja autorização de funcionamento foi publicada em dezembro de 2003. Guimarães também esteve envolvido no episódio da compra do apartamento da ex-mulher de José Dirceu por Rogério Tolentino, sócio de Marcos Valério. 

POR:  Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo 
O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A confissão feita em Berlim confirma que Lula é mais que cúmplice, mais que comparsa. É o chefe que sabe de tudo


Em Berlim, um jornalista quis saber se a Operação Porto Seguro surpreendera o ex-presidente Lula. O autor da pergunta já se preparava para anotar a repetição da lengalenga sobre a facada nas costas quando foi surpreendido pela resposta:   “Não, não fiquei surpreso”. Grávido de irritação, Lula encerrou a conversa e foi cuidar dos problemas do mundo. Não tinha tempo a perder com um caso Rose.
Nem precisou: já dissera o suficiente. Quem não fica surpreso com um traiçoeiro ataque pela retaguarda não pode surpreender-se com nada. Não se espantou com o que fizeram a antiga parceira e os quadrilheiros que apadrinhou por conhecer  intimamente a vigarista indiciada por corrupção, tráfico de influência, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Lula é o homem que está por trás, ao lado ou à frente das quadrilhas federais que desde 2003 desferem sucessivos tapas na cara do Brasil decente. A roubalheira da turma de Rose é a mais recente. Com uma frase de quatro palavras, o embusteiro sem cura desta vez confessou que sabia de tudo. Sempre soube de tudo e de todos. É mais que cúmplice, é mais que comparsa. É o chefe.

O trovador Alamir Longo escracha em versos o portador do vírus ‘não sei de nada’

Nosso Alamir Longo pediu licença para pegar uma carona no post sobre a confissão em quatro palavras e solidarizar-se com o portador de um vírus terrível batizado de ‘não sei de nada’”. Confisco o verso de Manuel Bandeira para responder ao grande trovador (gaúcho, naturalmente). Entra, Alamir. Você não precisa pedir licença. (AN)

“NÃO SEI DE NADA”
Alamir Longo
I
Que vírus impertinente
esse tal “não sei de nada”,
pois ataca Presidentes,
faz estrago na Esplanada…
e vive lá no Congresso
só comendo marmelada.
II
E é muito perigoso
porque sofre mutação,
depois do “não sei de nada”
ele vira em corrupção
e por fim ataca a imprensa
na hora da explicação.
III
Não livrou nem o “estadista”
que só leva punhalada,
se faz de bobo da corte
e finge não saber nada…
mas é um baita espertalhão
chefiando toda a cambada!
IV
Mas quando a polícia bate
e desnuda corrupção,
tem sempre alguém de vigília
cantando a mesma canção:
“A culpa é do Policarpo
que inventou o Mensalão!”
V
Mas eu fico preocupado
com a inércia dessa Nação
que parece acostumada
com toda essa podridão,
assistindo passivamente
sua autodestruição.
POR AUGUSTO NUNES-REV VEJA

A cassação do mandato dos mensaleiros – Pouco importa quem decida e como decida, uma coisa é certa: os três condenados não podem voltar à Câmara, e Genoino não pode assumir uma vaga. E é fácil entender por quê

Os ministros do Supremo Tribunal Federal voltam a debater hoje a cassação dos mandatos dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), que foram condenados pelo tribunal. A Constituição é ambígua a respeito? É, sim! Mas ela traz também um encadeamento que explicita por que a decisão, nesse caso, cabe ao Supremo e não à Câmara. Numa coisa os nove ministros que votam nessa matéria (Teori Zavascki, que substitui Cezar Peluso, já anunciou que não participa, e ainda não há indicação para a vaga aberta com a saída de Ayres Britto) concordam: os direitos políticos dos três parlamentares estão suspensos pelo tempo que durar a condenação. Atenção! Pouco importa o resultado, ainda que o STF decida por maioria que a cassação cabe à Câmara, esses três parlamentares não poderão mais exercer seus respectivos mandatos, e não há hipótese de o suplente José Genoino assumir uma vaga de titular. Vamos por partes.
Pergunta-se: é possível haver três representantes do povo com direitos políticos suspensos? Não! É verdade que o plenário da Câmara poderia, sim, cassar os mandatos, mas também poderia não fazê-lo. ATENÇÃO! AINDA QUE NÃO O FAÇA CASO SEJA ELA A DECIDIR, João Paulo, Pedro Henry e Valdemar Costa Neto não poderão voltar à Câmara. Por quê? Por causa da do Artigo 15 da Constituição, Inciso III, a saber:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
(…)
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.
João Paulo foi condenado a nove anos e quatro meses de cadeia; Valdemar Costa Neto, a sete anos e dez meses;  Pedro Henry, a sete anos; José Genoino, a seis anos e onze meses. Esse é o tempo em que cada um deles ficará privado de seus direitos políticos. Como essa legislatura tem apenas mais dois anos, os três primeiros não poderão retomar seus respectivos mandatos, e Genoino, que é suplente, estaria impedido de assumir uma vaga caso um deputado petista seja nomeado para algum cargo. Mais ainda: não poderão se candidatar nem em 2014 nem em 2018.
Atenção! A representação popular é um dos direitos políticos do cidadão. Se ele os perde, está impedido de exercer o mandato. Como diria Gregório de Matos, “O todo sem a parte não é todo;/ A parte sem o todo não é parte (…)”… Ora, como há de exercer a parte – o mandato – quem já perdeu o todo: os direitos políticos?
ASSIM, QUALQUER QUE SEJA A DECISÃO DO SUPREMO E QUALQUER QUE FOSSE A DECISÃO DA CÂMARA, NÃO PODERÁ EXERCER MANDATO QUEM NÃO TEM A POSSE DE SEUS DIREITOS POLÍTICOS. E não há feitiçaria interpretativa possível que nos diga que os direitos só estarão suspensos a partir do fim do mandato.
De todo modo, cabe ao Supremo
Assim, no que concerne à questão puramente prática, o debate tem algo de ocioso – no caso ao menos, já que as respectivas penas são bem maiores do que os dois anos restantes de mandato. Mas é preciso, sim, tomar uma decisão. Entendo, reitero, que cabe à Mesa da Câmara, nesse caso, apenas fazer a declaração, indicando a cassação do mandato. Por quê? Estabelece o Artigo 55:
Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
(…)
§ 2º – Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º – Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Há uma evidente aporia, aí, com uma coisa excluindo a outra. Sim, o Parágrafo 2º diz que, em caso de condenação criminal (Inciso VI), decide o plenário da Câmara. Mas o Parágrafo 3º afirma que, em caso de perda o suspensão de direitos políticos, cabe à Mesa um ato declaratório.
Encerrando
Vamos ver: entusiastas da Lei da Ficha Limpa, como Ricardo Lewandowski e Carmen Lúcia, por exemplo, sabem que basta um colegiado de juízes condenar alguém para que o sujeito se torne inelegível, ainda que a sentença não tenha transitado em julgado. Aliás, um simples conselho profissional pode fazê-lo. Se alguém, nessa condição, não pode nem mesmo se candidatar a representante do povo, como flertar com a hipótese de haver um representante já condenado em última instância – e sem direitos políticos por força da Constituição? Hora de harmonizar esse troço.
Mas isso, reitero, no caso das quatro personagens – já que Genoino está de olho numa vanguinha na Câmara – é irrelevante. Sem direitos políticos, pouco importa quem decida e como vote, eles não podem mais assumir seus respectivos mandatos. Estão suspensos pelo tempo que durar a pena. E a pena dura bem mais  do que os dois anos que lhes restam.
Por Reinaldo Azevedo

Conviva de praia de José Dirceu era braço político da quadrilha, sustenta inquérito da PF

Em seu depoimento no Congresso, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que não havia quadrilha nenhuma instalada no governo federal e usou como evidência o fato de que a Polícia Federal não iria indiciar Rosemary Noronha, a dita “amiga íntima de Lula”, por formação de quadrilha. Pois é… Indiciou por esse e mais três crimes: corrupção ativa, tráfico de influência e falsidade ideológica. Em seu relatório, a PF considera que ela era o braço político da quadrilha. Reportagem da revista VEJA deste fim de semana, de Adriano Ceolin e Laura Diniz, evidencia que a mulher é bem menos, como direi?, parva do que alguns tentam dar a entender, buscando caracterizá-la apenas como uma coitada, que se deixou enredar pelas tramas do coração.
E ela é, sim, pessoa da intimidade e da confiança de José Dirceu. O ex-ministro, todo mundo sabe, é o condenado pela Justiça mais buliçoso que se conhece. Nunca antes alguém sentenciado, em última instância, por corrupção ativa e formação de quadrilha vituperou tanto contra a Justiça e emitiu tantas opiniões. No feriado do dia 15 de novembro, uma quinta-feira, ele viajou para a casa de um empresário, em Camaçari, na Bahia. Fotos feitas por Edson Ruiz, do Estadão Conteúdo, foram publicadas pela imprensa. Uma delas foi esta aqui.
 
Nada de especial na imagem. Indica apenas tratar-se de um senhor de posses. A bermuda é da marca francesa Vilebrequin. No Brasil informa a VEJA, custa R$ 600. Certamente sem saber o que tinha à sua frente, Ruiz resolveu deslocar a lente um pouco para a sua esquerda e fez esta outro foto:

Esta senhora à esquerda, de óculos e chapéu de praia, é Rosemary, a amigona do Zé, em companhia da namorada do poderoso chefão petista, Evanise Santos, com óculos Prada. Vale para o Zé o que vale para todos nós: no mais das vezes, chamamos para compartilhar um feriado na praia pessoas com as quais temos intimidade, proximidade, amizade mesmo. Dirceu, vocês sabem e ele mesmo já disse, está a cada dia mais convencido da sua inocência; ele só tem a má sorte de os escândalos estourarem na sua vizinhança e envolverem pessoas de seu círculo de relações. Não que Rose não pudesse alcançar patamar ainda mais alto no petismo. Ocorre que o Zé certamente tem um senso se organização e disciplina que deve faltar a Lula. O Zé é o sistema operacional da máquina.
Rose deixou Camaçari em companhia do seu amigo da bermuda Vilebrequin no dia 18; na sexta, dia 23, a Polícia empreendeu a operação de busca e apreensão no gabinete da Presidência da República em São Paulo. Íntima, ela ainda tentou o socorro do companheiro com quem havia dividido o sol baiano. Foi inútil. E começamos a conhecer os detalhes do mais recente escândalo da República. Leiam um trecho da reportagem de VEJA:
“VEJA teve acesso a novos detalhes do inquérito da Operação Porto Seguro. Os papéis detalham o funcionamento do esquema de  corrupção e mostram o espraiamento da quadrilha por órgãos do governo federal, até chegar a gabinetes do primeiro escalão. Na  última sexta-feira, a Polícia Federal entregou à Justiça uma nova leva de documentos. São mais quarenta volumes, com uma descrição detalhada do conteúdo de arquivos de computadores, contratos, recibos e dinheiro apreendidos no escritório da Presidência em São  Paulo e nas casas dos suspeitos. É essa munição que mantém Lula e o PT calados. Além da intimidade com o ex-presidente, Rose usava como trunfo para suas ações a proximidade com o mensaleiro José Dirceu. Em conversas interceptadas pela PF com autorização  judicial, Rose revela a intimidade que tinha com o chefe da quadrilha. “Eu fui almoçar com o Zé na casa dele (…). Ele acha que tem  grandes chances de ser condenado a quatro anos e cumprir um terço da pena”, diz Rose. Paulo Vieira, seu interlocutor, procura tranquilizar a amiga, que se dizia “superpreocupada” com a possibilidade de Dirceu ir para a cadeia. “Preso ele não vai, não, Rose (…).  Sem chance”, afirma o chefe da quadrilha dos pareceres sobre o chefe da quadrilha do mensalão.”
Pois é…
Foi, no entanto, ao estabelecer uma parceria com Paulo Vieira, que a PF considera o chefe da quadrilha, que Rose foi ganhando vulto como braço político do grupo. Leiam outro trecho da reportagem, que traz à luz ninguém menos do que Rui Falcão, presidente do PT, outro que esforça para dizer que não tem nada com isso:
Em 2004, Paulo, filiado ao partido, ganhou uma senhora boquinha na administração: a nomeação para presidente do Conselho Fiscal  da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp. Ele foi indicado pelo PT de São Paulo. Efetivado no cargo, Paulo Vieira atendeu a um pedido feito por telefone pelo deputado estadual Rui Falcão, atual presidente do partido, para que recebesse o empresário e ex- senador Gilberto Miranda (PMDB -AM ). Não era propriamente um pedido, mas uma “missão partidária”, conforme expressão usada  por Falcão. Ele nega: “Nunca pedi nada disso. Nunca tive qualquer relação com os citados”. O resto da história está contada no inquérito. Para a Polícia Federal, Vieira ajudou Miranda a conseguir pareceres favoráveis à ocupação de duas ilhas no litoral paulista.  As investigações dão a dimensão exata de como se misturam interesses públicos e privados no Brasil.
Retomo
Eis aí. Cumpre perguntar, a esta altura: será que o PT sabe como fazer as coisas de outro modo, à luz da lei, da Constituição e das regras republicanas? Uma coisa é certa: há uma cultura anti-institucional no partido. Em suas conversas singelas com Paulo Vieira, Rose se mostra inconformada com o STF. Vejam que mimo. Volto para encerrar.
Rose queria um protesto por transparência na Justiça! Rose queria parar o Brasil! O Zé bem que tentou. Mas até os petistas já começam a fugir da rodinha quando ele chega…
Por Reinaldo Azevedo

PF atrás dos 25 milhões de euros da Rose.

Após representação feita pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), a Polícia Federal abriu investigação sobre suposta remessa de uma fortuna em euros que Rosemary Noronha teria feito para a cidade do Porto, em Portugal. O deputado alega que Rose, em uma viagem oficial, levou 25 milhões de euros e chegou a solicitar um carro forte para transportar o valor. A PF considera "inverossímil" a informação. O criminalista Celso Vilardi, que defende Rose, classifica a denúncia de "bobagem, leviandade".
DO ESTADÃO

Ministro Fernando Pimentel envolvido em mais um escândalo

Ação popular que tramita na Justiça municipal acusa o Banco Safra de ter recebido indevidamente R$ 15 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O contrato de empréstimo supostamente ilegal foi assinado em 1997 pelo então secretário da Fazenda e agora ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT).
As irregularidades contidas na operação financeira e denunciadas pela ação teriam levado a prefeitura da capital a pagar muito mais do que devia ao banco. “O tipo de cobrança aplicada elevou a dívida a patamares inimagináveis, levando a prefeitura a pagar mais e enriquecer o banco réu”, registrou a ação.
A ação levou a 1ª Promotoria de Justiça a apresentar denúncia, na qual pede a condenação do Banco Safra com ressarcimento dos R$15 milhões corrigidos e a citação do ministro petista Fernando Pimentel.
DO JORGE RORIZ

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Em nome da Rose.


O julgamento do mensalão trouxe para surpresa de muitos algo surpreendente: pela primeira vez mandachuvas foram condenados. Mais impressionante estar entre eles José Dirceu, o “capitão do time” no primeiro mandado de Lula da Silva e que mesmo tendo perdido o cargo e depois o mandato de deputado federal, graças a Roberto Jefferson, continuou a dispor de enorme poder de mando dentro e fora do PT.
Esse acontecimento inédito se deveu ao relator, ministro Joaquim Barbosa, o que lhe granjeou admiração e respeito de parte da sociedade. Ele foi seguido pela maioria de seus pares, com exceção dos ministros Lewandowski e Toffoli que atuaram como advogados de defesa dos companheiros do PT. Não se pode também deixar de mencionar a atuação firme corajosa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que se tornou alvo da sanha vingativa do PT.
Com relação ao ministro Joaquim Barbosa se pode imaginar a profunda dor que seu prestígio causou a Lula da Silva. Não só porque ele se sentiu traído, visto que havia nomeado o ministro e pensava que o STF era mais uma de suas capitanias hereditárias, mas, principalmente, porque o descomunal ego do ex-presidente deve ter sido tremendamente abalado diante de alguém que lhe fez sombra entre cidadãos esclarecidos.
Como no conto infantil Lula deve ter perguntado ao espelho mágico: “Espelho meu, existe no momento homem mais querido do que eu”? E o espelho respondeu: “Sim, majestade, o ministro Joaquim Barbosa”.
Para ser como gosto, politicamente incorreta, traço um paralelo entre Lula da Silva e o ministro Joaquim Barbosa, completamente diferentes em termos de caráter, sendo sua única semelhança a origem humilde:
Lula da Silva fez questão de continuar iletrado e é um velhaco que tudo conseguiu apenas com muita sorte e lábia. Joaquim Barbosa estudou, trabalhou e se tornou o homem honrado e competente que conseguiu salvar o STF das garras da quadrilha enquistada no Executivo pelo PT. Com relação ao primeiro me envergonho de ser brasileira. O segundo me inspira justo orgulho pelo meu país.
É vergonhoso, por exemplo, observar que o governo foi de tal modo loteado e corrompido por Lula da Silva, via seu então primeiro-ministro, José Dirceu, que volta e meia explode mais um tremendo escândalo de dimensões nunca antes havidas nesse país. Como disse jocosamente José Simão, colunista da Folha de S. Paulo, “escândalo no PT é como caixa de lenços de papel: você puxa um e vem logo três”. “Você nunca consegue puxar um só”.
Assim, enquanto o julgamento vai terminando vem à tona o caso de Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, um cabide de emprego e um gabinete das sombras de onde Lula exercia comodamente seu terceiro mandato sem precisar ir à Brasília.
A bancária e sindicalista, Rose, também de muita sorte, trabalhou durante doze anos com o chefe da quadrilha do mensalão, José Dirceu. Neste período, como indica a Operação Porto Seguro da Polícia federal, ela fez um curso completo, com mestrado e doutorado na arte de obter vantagens e indicar trambiqueiros, falsificadores, achacadores, vendedores de facilidades, enfim, companheiros corruptos que passaram a ocupar altos cargos. Nada, porém, Rosemary conseguiria se não fosse sua intimidade com aquele a quem chamava carinhosamente de tio, de Luiz Inácio, de PR.
Em nome da Rose as portas se abriam, não tanto pela “madame”, mas por ordem do “tio” sempre solícito em atender aos pedidos de sua Marquesa de Garanhuns. Os jornais e revistas estão cheios de detalhes das tramoias, das fraudes, das negociatas da Marquesa e de seus protegidos e seria repetitivo enumerá-las. Ressalve-se, porem, a sordidez a que chegaram os labirintos escuros e tortuosos da administração publica.
Lula da Silva anda desaparecido, mas mandou dizer que o seu caso com Rose é assunto particular. Deve até se sentir orgulhoso e se comparar a presidentes que também tiveram amantes. Mas, ao que se sabe, outros presidentes não nomearam nem acobertaram corruptos para satisfazer os desejos de suas outras mulheres.
Se o caso fosse apenas particular Lula poderia ter presenteado Rose com joias caras, carros de luxo, apartamentos suntuosos. Afinal, o “pobre operário” deve estar podendo bancar tudo isso. Mas preferiu mandar a conta para o povo, pois quem paga a corrupção governamental somos nós.
Enquanto não acontece outro escândalo petista um fato importantíssimo não tem tido a relevância que merece. Refiro-me ao fracasso da expansão econômica. A previsão de um PIB, em 2012, que talvez não chegue a 1%, nos coloca de novo na rabeira dos Brics e configura o biênio perdido de Dilma Rousseff. O governo camufla a inflação, altera os dados, falsifica as informações. Inutilmente, pois a realidade acontece, independente da propaganda. E como é pesada a herança maldita de Lula da Silva e de sua sucessora, Dilma Rousseff.
* Texto da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa.
DO MARIO FORTES 
 
 

Adeus, Lula


O colunista de Veja, Augusto Nunes disse: “Transcrevo o esplêndido artigo de MARCO ANTONIO VILLA publicado no Globo desta terça-feira. É um texto que eu gostaria de ter escrito:”
                    Anexo a foto do autor.

A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes.
A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente.
Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado.
Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.
Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor.
No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI.
É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.
As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras.
Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros.
É um claro sinal de interferência.
E Dilma?
Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.
Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político.
Até seus aliados já estão cansados.
Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa.
A cada dia o seu auditório é menor.
Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas.
Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões.
E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo. Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo.
A indiferença era evidente.
Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT.
Foi patético.
O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso.
Veja que não pegou bem coagir:
1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valéri 2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal;
3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?
O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou.
Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou.
O cansaço é geral.
O que ele fala, não mais se realiza.
Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico.
Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc. etc.), não deve ser nada fácil cair na real.
Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”.
Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.
Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy.
Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus.
É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente. E ele deve adorar, não?
Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política.
Pois, se é deus, para que fazer política?
Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?
Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”.
Dê um tempo.
Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez.
Lembra?
O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos.
Faça isso.
Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo.
Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão.
E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início.
E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política.

Esqueça os bajuladores.
Coloque de lado a empáfia, a soberba.
Pense em um encontro com a verdade.
Fará bem ao senhor e ao Brasil.

DO R.DEMOCRATICA

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O estrago que 'madame' fez em nome de Lula


Na entrevista coletiva em que foi apresentado como técnico da seleção nacional, Luiz Felipe Scolari fez uma brincadeira sobre a pressão sofrida por qualquer ocupante de seu novo emprego. "Se não quer pressão, é melhor não jogar na seleção, vão trabalhar no Banco do Brasil", disse ao completar a declaração de que ganhar a Copa de 2014 é uma obrigação.
Bastou isso para que o mundo desabasse sobre sua cabeça. Apesar de ser esta notoriamente dura, seu dono, o autor da graçola, submetido a críticas de sindicatos de bancários e diretores e funcionários do BB, terminou pedindo desculpas em público.
O autor destas linhas é do tempo em que passar no concurso para o Banco do Brasil era quase como ganhar na loteria da Caixa Econômica Federal. Perceba que a sorte neste país está sempre sob chancela estatal.
Emprego estável garantido, prestígio social e, como insinuou Felipão, vida mansa.
Hoje já não se pode dizer o mesmo, mas também não é uma ocupação de que alguém venha a arrepender-se algum dia, principalmente diante das vicissitudes da economia, que às vezes provocam dores de cabeça nos assalariados da iniciativa privada, mas nunca prejudicam as evidentes vantagens de quem vive sob os auspícios da viúva.
De pouco adiantou o currículo do técnico, o último a dirigir uma seleção brasileira campeã do mundo, em 2002, na Ásia: ele teve de ajoelhar no milho e se penitenciar perante a corporação. Logo depois de seu triunfo, a gestão federal do Partido dos Trabalhadores (PT) empreendeu um esquema de compra de votos de bancadas aliadas para apoiar projetos no Congresso Nacional.
E parte do dinheiro que usou foi surrupiado dos cofres do banco cuja honra foi agora defendida com tanto denodo por seus funcionários. O então diretor de Marketing nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Henrique Pizzolato, mandou depositar R$ 73,9 milhões nas contas das agências publicitárias mineiras DNA, Graffiti e SMPB, que os repassaram em forma de propina a partidos e políticos da base.
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e 7 meses de prisão, o ex-funcionário de carreira e petista da linha de frente terá de amargar pelo menos 2 anos e 1 mês numa cela e pagar R$ 1,3 milhão de multa. É muito dinheiro, mas praticamente nada comparado com o total que se sabe que foi furtado.
O companheiro pisoteou e jogou no lixo a credibilidade de uma instituição financeira com mais de 200 anos de existência e excelente reputação no mercado financeiro mundial.
Seus colegas e correligionários, entretanto, preferiram execrar a Justiça pela sentença que condenou o ladrão à merecida prisão e reclamar do técnico da seleção pela piada, que nem é das mais pesadas.
Tão zelosa em negar os próprios privilégios, a corporação do BB nunca se mostrou particularmente interessada em salvaguardar a boa imagem dela.
Ao desbaratar a quadrilha dos "bebês da Rosemary", os irmãos Vieira, que compraram as graças da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha, a Polícia Federal (PF) comprovou isso.

Pois constatou que essa senhora, acusada de desvio de conduta na Operação Porto Seguro, conseguiu que Luiz Carlos Silva, presidente da empresa Cobra, braço tecnológico do BB, contratasse a New Talent, de João Vasconcelos, marido da moça, e seu genro, Carlos Alexandre Damasco Torres.
Assinado em maio de 2010, quando o vice-presidente de tecnologia do BB era José Luiz Salinas, o contrato levou em conta um atestado de capacidade técnica que os agentes federais presumem ser falso. Genuína mesmo era a ligação de Salinas com José Dirceu, o ex-chefe da Casa Civil de Lula, como Pizzolato condenado (por corrupção ativa e formação de quadrilha), e com o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, que o apadrinharam para o cargo.
Salinas, hoje na Ásia, era também frequentador habitual do gabinete de "madame Rosemary".
Ainda há tempo para a corporação do BB protestar contra a malsinada influência em créditos evidentemente desastrosos, que também comprometem a credibilidade do banco público, mas nem a Velhinha de Taubaté acredita nessa hipótese.
Pois os indignados com a gracinha do sisudo Felipão nunca vieram a público reclamar do aparelhamento promovido pelo PT dos bancários Berzoini e Luiz Gushiken na antes respeitável instituição financeira.
Ao contrário, todos neste momento estão empenhados em encontrar uma desculpa qualquer, similar à do caixa 2 de campanha, com a qual tentaram desacreditar o julgamento do mensalão.
Enquanto isso, dirigentes do PT, falsos ingênuos e blogueiros ditos progressistas fazem de tudo para desmoralizar pelo menos um dos responsáveis pela condenação dos companheiros Dirceu e José Genoino.
A bola da vez não é o ex-presidente do STF Carlos Ayres de Brito nem o atual chefe máximo do Judiciário e relator do julgamento, Joaquim Barbosa, mas Luiz Fux.
O ministro está sendo acusado à boca pequena, como é comum no gulag de intrigas do PT, de ter-se comprometido a absolver os mensaleiros em troca da vaga no Supremo.
A calúnia não se apoia em documentos nem na lógica e padece de um defeito de origem: quem mereceria recriminação, um jurista que aceita chegar ao topo da carreira renegando a independência e a honra de julgador ou um estadista que seja capaz de exigir dele tal promessa?
A pergunta nem merece resposta, tão implausível é a injúria.
Mas há outras duas que não podem ser caladas. Qual a pior hipótese: a de uma secretária de luxo ter poderes para nomear e promover usando o santo nome do ex-presidente Lula em vão, sendo sempre atendida, ou a de este avalizar seus pedidos? Seria pior para a República o advogado-geral da União fazer tráfico de influência ou ele nunca ter percebido a quadrilha operando no gabinete ao lado, de um amigo que promoveu?
Pelo visto, o mensalão é pinto comparado com o estrago feito pela madame em nome de Lula.

JOSÉ NÊUMANNE
O Estado de S.Paulo

Inteligência descobre que empresas europeias doam 100 milhões de Euros por ano para mensaleiros


 Alerta Total
Por Jorge Serrão
Exclusivo – O Rosegate é a prova de que o Mensalão não acabou e parece eterno como os diamantes. Investigações sigilosas da Polícia Federal e de setores de inteligência das Forças Armadas descobriram que é de 25 milhões de Euros a generosa contribuição trimestral “doada” à cúpula de petistas por empresas européias beneficiadas com negócios no Brasil. A grana pesada (100 milhões anuais) rola por fora da contabilidade oficial, em depósitos feitos no exterior. Se tal descoberta não for abafada e ficar de fora do inquérito da Operação Porto Seguro, o titanic do PT vai afundar.
Um descuido (ou aposta na impunidade) fez com que viesse à tona o informe, que circula pela internet, de que, numa viagem de Lula a Portugal, Doutora Rosemary Nóvoa Noronha teria levado, na “mala diplomática”, 25 milhões de Euros.
O valor, que teria sido declarado à receita portuguesa, seguiu em carro forte para depósito na agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto. A PF sabe que vários condenados no Mensalão – e um dos milagrosamente absolvidos – têm movimentadíssima conta corrente no BES português.

A imperícia foi que Rose mandou fazer o depósito tendo Luiz Inácio Lula da Silva como o possível beneficiário de um seguro que fora feito para evitar “algum sinistro” com tanto dinheiro. Se os dados da Aduana do aeroporto internacional Francisco de Sá Carneiro forem confirmados oficialmente, o bebê de Rosemary vai sofrer um aborto político.
O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, já pensa em pedir a prisão preventiva de Rosemary e intimar seu amigo Lula para dar explicações oficiais sobre tudo que envolve o Rosegate.

Um outro descuido, cometido por outro amigo de Rosemary, também detectado pela Polícia Federal, é guardado em estranho sigilo. Sete meses atrás, mesmo usando indevidamente as facilidades da “área reservada a autoridades”, o consultor e advogado José Dirceu de Oliveira e Silva teve um probleminha no embarque internacional do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Um servidor da Receita Federal resolveu apreender 35 mil Euros que ele levaria a uma viagem à Europa.
O preço pago pelo ousado funcionário foi ganhar uma promoção: acabou transferido para o Aeroporto dos Guararapes, em Recife. Dirceu só ficou sem a grana em excesso que levava.

O fato mais grave de todos é que a Presidenta Dilma Rousseff – mesmo não envolvida ou beneficiada por tais maracutaias – têm pleno domínio de todos estes fatos sigilosos. Tanto que uma das cinco facções com poder na Polícia Federal já vaza que a Operação Porto Seguro estava programada para acontecer em setembro.
Mas a cúpula da PF recebeu “uma ordem de cima” para nada fazer naquele momento, porque tumultuaria a situação política eleitoral. Torna-se ridícula a tentativa de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negar que a quadrilha atuasse na Presidência da República.
Rosemary era chefe de gabinete da PR em São Paulo por indicação do bem amado Lula e por conveniência (ou conivência) da Presidenta Dilma Rousseff.

Rosemary não teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, na deflagração da Operação Porto Seguro, simplesmente porque houve um movimento – que falhou – para que seu nome nem viesse à tona nesta primeira fase de investigações. Ficaria no famigerado “segredo judicial”.
Mas como a operação envolveu também agentes de informação das Forças Armadas, ficou impossível esconder quem era Rosemary e o que ela representava, de verdade, para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rosemary terá de explicar como utilizava um passaporte exclusivo de membros do primeiro escalão governamental para viagens de negócio ao exterior que fazia sem a presença do amigo Lula.
Serviços de inteligência das Forças Armadas receberam informes de que Rose participaria de negócios com diamantes em pelo menos cinco países: Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tal informação também foi passada à PGR pelos militares.

Foram detectadas dezenas de viagens não-oficiais de Rosemary ao exterior, para "passeios de negócios". O passaporte especial a denunciou. Foram 23 para a França. Para Suíça, ocorreram 18, por via terrestre, partindo de Paris, e mais quatro por via aérea. Rose também fez 12 deslocamentos de avião para a Inglaterra. Outras sete viagens para o Caribe e os Estados Unidos, aconteceram de navio – de acordo com a inteligência militar brasileira.
Tais informações sigilosas sobre o Rosegate não aparecem nas 600 páginas do inquérito da Operação Porto Seguro.

O temor petralha é que o destino deles está nas mãos do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel – a quem os “gênios” do PT tentaram indiciar na CPI do Cachoeira, mesmo sabendo que o procurador nada tem com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos.
Gurgel tem tudo para decidir que a Operação Porto Seguro será mais um caso para o Supremo Tribunal Federal, por envolver autoridades com prerrogativa de foro privilegiado.
De imediato, Gurgel deve pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lula & família, mesmo sabendo que nem tudo deve ser descoberto.

Gurgel tem tudo para pedir a prisão preventiva de Rosemary – que só os íntimos amigos petistas sabem por onde anda. Rose só não foi presa inicialmente por sua intimidade com o poderoso Lula. Exatamente por isso, agora, ele deve prestar contas à Justiça.
Gurgel já tem documentos que confirmam como a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo agia com respaldo de Lula, principalmente nas viagens internacionais que fazia em companhia dele ou não, portando passaporte especial privativo de autoridades diplomáticas.
E, também, como Rose ainda atuava em sintonia com José Dirceu, José Genoíno e demais figuras de proa condenadas na Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal.

A imagem do governo Dilma será afetada diretamente pelo Rosegate. No teatro, até agora, ela tem se saído bem. Seus marketeiros venderam a falsa imagem de que ela demitiu Rose – quando, na verdade, o Diário Oficial da União publicou a conveniente expressão “exoneração a pedido” (da própria exonerada).
Mas Dilma só terá mesmo problemas sérios se a economia atrapalhar. Governos suportam denúncias de corrupção, mas não resistem em tempos de agravamento de crise econômica.

Luiz Inácio Lula da Silva também tem um fim de carreira tenebroso. E a desgraça dele começa em casa. Mesmo que Marisa Letícia venha a público com a conversa de que ele é um sujeito família e que nada houve entre ele e Rosemary, o casamento fica, no mínimo, estremecido com a midiática fofocagem – inclusive internacional – sobre a relação Lula-Rose.
Mas o grande temor dos amigos de Lula é com a saúde dele. Tratamento pós-câncer não combina com pressões psicológicas como as que ele vem sofrendo agora.

O mito Lula vive seu momento mais infernal. E tudo pode ficar ainda pior se o Procurador-Geral da República cumprir o dever... O que não ocorreu no processo do Mensalão, porque não convinha às ocultas forças internacionais que controlam o Brasil de verdade.
Mas agora, como Lula nada mais é que um ex-Presidente, sem foro privilegiado ou imunidade parlamentar, a casa do mito tem tudo para ruir.

Pelo menos para a cúpula do PT, parece que a famosa Profecia Maia sobre o “fim do mundo” já é uma realidade bem concreta.

Diferenças fundamentais

O craque Jorge Bastos Moreno, de O Globo, revelou ontem que o ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, último dos presidentes da tal da dita-dura, tinha uma namorada secreta.

A grande diferença é que a empresária Myriam Abicair, que hoje é dona do badalado spa “Sete Voltas, em Itatiba, sempre foi tratada por Figueredo como “namorada” – e não como mera “amante”.

Outra diferença é que Myrian nunca entrou na aeronave presidencial, nunca teve cargo no governo, nunca fez parte de quadrilha para praticar tráfico de influência em benefício de empresas que fazem negócios com o governo e pagam mensalões, nem nunca se meteu com o complicado e perigoso negócio de venda internacional de pedras preciosas...

A conclusão a que se chega é que já não se fazem mais namoradinhas de presidentes como antigamente...

VOCÊS NÃO ESTÃO ENTENDENDO NADA!

“Só o inimigo é fiel.”
Nelson Rodrigues
Por Waldo Luís Viana*
A nosso sociologia precisa compreender o jogo: vem aí um golpe de esquerda! Tem todo jeito. Quem tem castanha pra vender, vai peitar o certame, porque acha que ainda é forte. Vem aí o controle externo da mídia, o aborto, as PECs contra a família e os bons costumes e todo o séquito de medidas típicas dos companheiros de viagens dos mencheviques de plantão.
Pensavam que o Kerensky era o Fernando Henrique, mas não. O Kerensky é o Lula, seu seguidor neoliberal. Preparou o castelo para o novo reino. Chávez até predizia. Com as Farc, o Foro de São Paulo, o que resta de Cuba e todos os malandros do tal socialismo de mercado – o circo está armado...
Já deram o grito de guerra em São Paulo e Santa Catarina com o PCC. Como sempre, a polícia militar dos Estados acha que tudo isso é sempre bandidagem facilitada por celulares distribuídos nas cadeias. E os juízes e desembargadores – coitados – acham que o mundo está salvo só porque ainda recebem o salário nos guichês dos bancos...
Qual nada! Acabou a segurança. E as Forças Armadas, com aquela velha destinação constitucional dos covardes, assiste a tudo dos quartéis, engraxando botas de oficiais e lustrando os jipes estacionados.
Não, meus caros! Vocês estão pensando que o Brasil é só baile funk de traficantes, duplas caipiras idiotas e pastores roubando em nome de Jesus? Não, tem muito mais!
Os pobres não se importam com política, só votam em ladrões e vivem cercados por bandidos, milicianos, agiotas, traficantes e espertalhões.
Os ricos – tirando os mesmos que já mandaram os haveres para o exterior – estão morrendo de medo atrás dos muros vigiados de suas cadeias condominiais.
Pretos, pobres e prostitutas estão trancafiados em penitenciárias, açulando o próprio ódio para a reabertura que virá. E já está chegando. O PPP apoia o PCC. As periferias das cidades estão comandadas pelos asseclas, que recebem ordens diretamente das universidades do crime, pagas pelos contribuintes indefesos.
Tal fermento não aparece na mídia, na leitura dos jornais. Aliás, quem quiser saber o mínimo, faça o máximo de esforço para não ler os jornais. Eles são todos teleguiados por verbas oficiais e se ocupam de abafar o essencial. A televisão, então, pelo amor de Deus!, é a chacina da informação a galope exponencial!
A direita pensa que a ação do STF é finalmente o final do jogo para o petismo infame, mas não é. Essa gente respira política o dia inteiro. Trama em batismo, casamento e velório. Sabe das coisas e tem os seus cupinchas pagos pelo Estado provedor a peso de ouro. Está encastelada no poder e se chama de “militância”.
Boa parte da burocracia do atraso que manda no Brasil é capitaneada por esses caras da tal militância, distribuídos em cargos de confiança, movimentos sociais e ONGs de todos os tipos.
A esquerda anda avaliando o seu potencial de revolta, mas parar o país quando se tem o poder na mão pode ser perigoso.
Ela está pensando se deve mobilizar de novo as centrais sindicais, porque greve hoje em dia é reacionária e coisa do passado. Igualzinho como nos tempos de Stálin, na vetusta União Soviética.
Oposição, não a temos, num país em que banqueiros e empreiteiros são todos de esquerda, desde que continuem tendo liberdade inefável para roubar e superfaturar.
O PSDB não vai chegar ao poder pelo simples fato de que é oposição de mentirinha. Um partido sem fibra, muito educado para a nossa época conturbada. O povo não se encanta por seu ideário (?), porque não vê firmeza em seus dirigentes. E “a massa é fêmea” – como dizia Mussolini – “gosta de machos”...
O DEM já percebeu que seu primo não tem potência sexual e pretende se aliar ao PSB, partido em ascensão que mostra uma cara esquerdista mais honesta, naturalmente antes de chegar ao poder.
Aliás, esquerdista antes de chegar ao poder é sempre bonzinho e esse partido é o maior perigo para a sobrevivência do PT nas próximas eleições presidenciais, já que este deseja continuar no domínio do governo, feito partido mexicano, até onde a vista alcance...
Nesse quadro dantesco – em que deixamos na porta toda a esperança –, os “malfeitos” no estilo “mensalão” e “rosegate” são até esperados, porque têm a mesma origem, a árvore de decisões do partido no governo.
O dilema é: até quando a madame presidente aguentará essa camisa de força? Quando se livrará enfim da herança maldita do antecessor? Dialeticamente, se continuar tudo como está, seu governo vai à garra, justamente por um golpe de esquerda...
Se o mundo não acabar, o ano de 2013 vai acolher essas duas possibilidades: quando será o golpe de esquerda, se ele se dará pelas armas, e pela dissolução institucional, ou através de um golpe branco da presidenta, afastando-se da banda podre que a colocou no governo?
Não é à toa que os espiões norte-americanos e israelenses vigiam Brasília vinte e quatro horas por dia. Sabem que o caldo aqui está pra entornar...
Não confiem em outras análises daquele tipo “suave é a brisa”, porque com certeza advirão de alguém louco para aderir ao que está aí.
O que positivamente não é o meu caso: sou fiel, como qualquer bom inimigo...

*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e sempre um bom inimigo, fiel a toda prova...
DO R.DEMOCRATICA

Oposição coleta assinaturas para CPI da Rosemary


Por mais que o governo insista que não há razões para o Congresso ouvir Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República envolvida no esquema de fraudes de pareceres técnicos descoberto pela Operação Porto Seguro, a oposição continua tentando furar a blindagem.
O PPS começou a colher, no início da noite desta terça-feira, assinaturas para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a já informalmente denominada CPI da Rosemary.
O argumento para incluir Rose, como é conhecida, no centro das investigações está no tempo em que a ex-assessora estava no cargo .
“Ela trabalhou com José Dirceu e estava desde 2003, desde o primeiro dia do governo do PT, na Presidência da República.
Estranha o motivo de Rosemary não ter sido alvo de interceptações telefônicas e de quebras de sigilo”, explicou Rubens Bueno, líder do partido na Câmara.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, afirma que não acredita na criação da CPI. “Isso não vai para lugar nenhum”, disse. 

DA R.VEJA

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Direitista ou não-petista casados têm “amante”; Lula tem “amiga íntima”. Ou: José Eduardo Cardozo me dá vergonha alheia

É espantoso! Conservadores, reacionários e até governistas não-petistas, quando mantêm relações fora do casamento, têm “amantes”, segundo o que definem os dicionários. Mas como empregar esse termo para Luiz Inácio Lula da Silva, Santo Deus? Não! Dados os muitos serviços que ele prestou à nação, a sua amante, flagrada praticando, entre outras coisas, tráfico de influência e corrupção ativa, há de ser chamada de “amiga íntima”. José Eduardo Cardozo, que já pode ser considerado um dos queridinhos da imprensa companheira, aparece no melhor de sua forma. Suas ginásticas vocabulares põem no chinelo o Márcio Thomaz Bastos do mensalão, em 2005, que propagou a tese do “simples” caixa dois… Leiam o que vai no Estadão Online. Os negritos são meus.  Volto em seguida.
Envolvimento de Lula em esquema está “desmentido”, diz Cardozo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas irregularidades investigadas na Operação Porto Seguro. A suspeita foi levantada pelo deputado Anthony Garotinho (PDT-RJ), pelo fato de Lula ser amigo íntimo de Rosemary Noronha e de tê-la nomeada chefe do escritório da Presidência em São Paulo desde seu primeiro governo. “Imaginar que o ex-presidente estivesse envolvido por trás disso está ao meu ver desmentido”. Rose, como é conhecida, foi indiciada na operação por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica.
Em depoimento na Comissão de Segurança da Câmara, Cardozo disse que a suspeição sobre Lula foi construída a partir de uma interpretação forçada em cima de e-mails pinçados seletivamente pela imprensa do inquérito, que soma 11 mil páginas. Ele disse que as autoridades que conduziram o inquérito são sérias, agiram tecnicamente e nada indica que Lula teve qualquer relação com os fatos. “Os delegados não sofreram nenhuma injunção política e, à luz da lei penal, não havia como enquadrar Rose por formação de quadrilha, nem Lula com os fatos apurados”, garantiu.
O que se sabe sobre a amiga do ex-presidente é que “ela tinha contatos ilegais, relações indevidas e foi duramente enquadrada em três tipos criminais, mas não participava do núcleo central da quadrilha, ao contrário, foi escanteada pelos seus membros, como mostram alguns diálogos interceptados”, explicou. “O que ela fazia era, usando sua condição de chefe do escritório, facilitar contatos de membros da quadrilha em troca da favores”, acrescentou.
Cardozo minimizou o e-mail em que Rose, falando com um membro da quadrilha, o manda “se aproximar do PR” e lhe promete que depois disso “eu caio matando”. Segundo ele, os delegados “foram extremamente criteriosos” e teriam dado outra interpretação se assim entendessem.
Adams
Cardozo também defendeu a permanência no cargo do advogado-geral da União, Luís Adams. Ele rechaçou a suspeita, levantada pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), de envolvimento de Adams no esquema de venda de pareceres em órgãos do governo, pelo fato de ter nomeado como seu adjunto o advogado José Weber de Holanda Alves, um dos indiciados pela Operação Porto Seguro. “Não podemos jamais ser tão implacáveis. As escolhas humanas geram situações que nos decepcionam. Até nas nossas famílias ocorrem decepções”, afirmou.
Segundo o ministro, quando Adams nomeou Weber, “certamente avaliou que fosse uma pessoa séria”, observou. “Não posso fazer imputações a Luís Adams, ele escolheu alguém em quem confiou e foi traído”, emendou. Cardozo disse que se confiasse em Weber como Adams, também o nomearia. “Eu já nomeei pessoa sob processo por engano”, acrescentou. “No caso do Weber, nem condenação ele tinha. Às vezes nos enganamos com escolhas. Seria injusto condenar o chefe da AGU por isso”, defendeu.
Acusado pela oposição de ter agido seletivamente em favor da chefe do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, que não foi indiciada em formação de quadrilha, nem teve o sigilo telefônico quebrado, Cardozo afirmou que a decisão foi técnica e submetida ao crivo do Ministério Público e do Judiciário. “Se errou a PF, erraram também o MP e a juíza que presidiu o inquérito”, afirmou.
Cardozo pontuou que Rose está indiciada em três crimes graves: falsidade ideológica, tráfico de influência e corrupção ativa. Mas não foi indiciada por formação de quadrilha, a seu ver, por uma avaliação estritamente técnica de quem conduziu a investigação. “Não posso dizer o que o inquérito não revela. Ela (Rose) não era membro da quadrilha. Essa é a conclusão de quem avaliou tecnicamente as tipificações. Não se pode pensar politicamente quando se fala de crime”, observou.
Voltei
A investigação ainda nem foi feita, mal começou, e José Eduardo Cardozo já anuncia atestados de inocência. Os indícios que há apontam na direção oposta à de sua fala. As traficâncias de Rosemary aparecem, apontam os e-mails, frequentemente associadas à proximidade que tinha com o então presidente, seu então amante. Se romperam, não sei. Lula diz que não fala sobre “questões privadas”. Como assegurar que ele não sabia de nada se nada ainda foi devidamente investigado? O que se tem é a fase inicial da apuração, ora essa.
Pegue-se o caso do petista Paulo Vieira, que estava na ANA por vontade de Lula e com intermediação de Rose: ele só foi aprovado numa terceira votação.  Havia, como se vê, a determinação de nomeá-lo e ponto final! Por quê? Competência técnica? Importância política? Nem uma coisa nem outra.
A avaliação que Cardozo faz do comportamento de Adams é igualmente constrangedora. Faltou informar que o Advogado Geral da União nomeou o seu segundo, a quem deu plenos poderes, contra a vontade da Casa Civil. Mais: já não havia mais processo judicial contra ele por mera questão formal – prazo expirado –, não por uma questão de mérito.
Cardozo não foi ao Congresso prestar esclarecimentos. Foi lá, conforme o previsto, para adensar a cortina de fumaça.
Ah, sim: por que mesmo Lula não tem nada a ver com as lambanças de sua “amiga íntima”? Porque não, ora! Pela mesma razão porque não se emprega, no seu caso, a palavra “amante”. Lula não está apenas acima da lei. Ela está acima até da linguagem. Quando estourar algum escândalo com um direitista que misture interesse público e folguedos de alcova, aí, então, se poderá empregar a palavra “amante” sem interdições.
O Google está aí. Vejam quantas vezes a dita grande imprensa usou a palavra “amante” para Mõnica Veloso, que havia sido, afinal, amante de Renan Calheiros. “Ah, com o Renan, tudo bem!!!” Lula nem mesmo comete adultério, só “ato político”.
Por Reinaldo Azevedo