Em Berlim, um jornalista quis saber se a Operação Porto Seguro surpreendera o ex-presidente Lula. O autor da pergunta já se preparava para anotar a repetição da lengalenga sobre a facada nas costas quando foi surpreendido pela resposta: “Não, não fiquei surpreso”. Grávido de irritação, Lula encerrou a conversa e foi cuidar dos problemas do mundo. Não tinha tempo a perder com um caso Rose.
Nem precisou: já dissera o suficiente. Quem não fica surpreso com um traiçoeiro ataque pela retaguarda não pode surpreender-se com nada. Não se espantou com o que fizeram a antiga parceira e os quadrilheiros que apadrinhou por conhecer intimamente a vigarista indiciada por corrupção, tráfico de influência, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Lula é o homem que está por trás, ao lado ou à frente das quadrilhas federais que desde 2003 desferem sucessivos tapas na cara do Brasil decente. A roubalheira da turma de Rose é a mais recente. Com uma frase de quatro palavras, o embusteiro sem cura desta vez confessou que sabia de tudo. Sempre soube de tudo e de todos. É mais que cúmplice, é mais que comparsa. É o chefe.
O trovador Alamir Longo escracha em versos o portador do vírus ‘não sei de nada’
Nosso Alamir Longo pediu licença para pegar uma carona no post sobre a confissão em quatro palavras e solidarizar-se com o portador de um vírus terrível batizado de ‘não sei de nada’”. Confisco o verso de Manuel Bandeira para responder ao grande trovador (gaúcho, naturalmente). Entra, Alamir. Você não precisa pedir licença. (AN)“NÃO SEI DE NADA”
Alamir Longo
I
Que vírus impertinente
esse tal “não sei de nada”,
pois ataca Presidentes,
faz estrago na Esplanada…
e vive lá no Congresso
só comendo marmelada.
II
E é muito perigoso
porque sofre mutação,
depois do “não sei de nada”
ele vira em corrupção
e por fim ataca a imprensa
na hora da explicação.
III
Não livrou nem o “estadista”
que só leva punhalada,
se faz de bobo da corte
e finge não saber nada…
mas é um baita espertalhão
chefiando toda a cambada!
IV
Mas quando a polícia bate
e desnuda corrupção,
tem sempre alguém de vigília
cantando a mesma canção:
“A culpa é do Policarpo
que inventou o Mensalão!”
V
Mas eu fico preocupado
com a inércia dessa Nação
que parece acostumada
com toda essa podridão,
assistindo passivamente
sua autodestruição.
POR AUGUSTO NUNES-REV VEJA
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