sábado, 14 de janeiro de 2017

Em menos de 24 horas, 38 detentos fogem de presídios na Bahia

SALVADOR - Em menos de 24 horas, 38 detentos fugiram de um presídio e uma cadeia de Salvador e Santo Antônio de Jesus, na Bahia, nesta sexta-feira, 13. As fugas levaram o governador Rui Costa (PT) a exonerar o diretor da Cadeia Pública do Estado, o capitão da Polícia Militar Fagner Araújo  Carvalho, e do diretor adjunto, Paulo Cesar Gonçalves Sacramento.
Na madrugada de sexta, um grupo de 17 detentos serrou as grades de uma cela e fugiu do Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador. A fuga só foi percebida pela manhã, quando os agentes penitenciários da unidade viram os danos nas grades e em três barreiras fixas.
Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Human Rights Watch critica maus tratos e tortura em presídios brasileiros
Presídios estão com a capacidade superada em 67%
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado, todos os 17 presos fazem parte de uma mesma facção criminosa. Eles também atribuíram a fuga à superlotação da unidade e falta de segurança no local. A unidade prisional tem capacidade para 808 presos, mas, no momento da fuga, estava com 1.227.  
Na noite de sexta-feira, por volta das 23h30, 21 presos fugiram da 4ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Coorpin), de Santo Antônio de Jesus, a cerca de 185 quilômetros da capital baiana.
Os detentos quebraram uma barra de ferro de uma das celas e a utilizaram para quebrar os cadeados das demais celas para liberar outros presos. O grupo ainda utilizou cordas, feitas com lençóis, para pular o muro da carceragem. O local tem capacidade para 6 presos, mas 21 estavam na unidade e todos fugiram.
De acordo com a polícia, um delegado plantonista, um escrivão e outros dois agentes estavam na unidade, mas não perceberam a fuga. Seis detentos já foram recapturados.
Ainda segundo a política, a maioria dos fugitivos responde por tráfico de drogas, homicídio e roubo. A maioria já havia sido sentenciada e aguardava vaga em presídio.
MASSACRE EM MANAUS
Um sangrento confronto entre facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, deixou 56 mortos entre a tarde de 1º de janeiro e a manhã do dia 2. A rebelião, que durou 17 horas, acabou com detentos esquartejados e decapitados no segundo maior massacre registrado em presídios no Brasil - em 1992, 111 morreram no Carandiru, em São Paulo. Treze funcionários e 70 presos foram feitos reféns e 184 homens conseguiram fugir. Outros quatro presos foram mortos no Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), também em Manaus. Segundo o governo do Amazonas, o ataque foi coordenado pela facção Família do Norte (FDN) para eliminar integrantes do grupo rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC). 
Cinco dias depois, o PCC iniciou sua vingança e matou 31 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista, Roraima. A maioria das vítimas foi esquartejada, decapitada ou teve o coração arrancado, método usado pelo PCC em conflitos entre facções. Com 1.475 detentos, a PAMC é reduto do PCC, que está em guerra contra a facção carioca Comando Vermelho (CV) e seus aliados da FDN. Roraima tem 2.621 presos - 900 dos quais pertenceriam a facções, a maioria do PCC. No total, 27 facções disputam o controle do crime organizado nos Estados.
A guerra de facções deixou o sistema penitenciário em alerta, os e governadores de Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pediram ajuda do governo federal com o envio da Força Nacional. Amazonas foi o primeiro Estado a receber. A crise é tamanha que, segundo o Conselho Nacional de Justiça, são necessários R$ 10 bilhões para acabar com déficit prisional no País. DO ESTADÃO

Vídeo mostra cabeças pelo pátio, diz juiz

O juiz de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, disse que gravações dos presos já mostram "várias cabeças decapitadas espalhadas no pátio" do presídio. "Relatos de agentes e policiais falam que eles já destruíram o bloqueador de celular e estão controlando todos os pavilhões." 
Foto: Divulgação
Rebelião em presídeo no RN
Segundo o coordenador da administração penitenciária, Zemilton Silva, a rebelião é "de grandes proporções. 
Para Santos, a situação era "previsível". "Desde março de 2015 que há pavilhões com celas sem grades. Então, dentro os presos já comandavam. O Estado controlava só os muros", disse. "Alcaçuz é semi-destruído e agora eles devem terminar de destruir. Sempre houve notícia de que eles tinham armas lá dentro. Não é de hoje", acrescentou. 
Segundo ele, o presídio Rogério Coutinho Madruga, inaugurado em 2011 no mesmo terreno de Alcaçuz, era onde estavam mantidos presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto o pavilhão 4 da unidade vizinha é reduto do Sindicato RN, facção ligada ao Comando Vermelho. 

Rebelião em maior presídeo do Rio Grande do Norte

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"Falei durante esta semana que o único presídio onde havia grande risco no Estado era Alcaçuz, justamente por manter presos de facções rivais tão próximos. O governo falava que estava tudo sob controle. Agora, isso precisa ser investigado. O Rogério Coutinho é novo e o mais seguro do Estado. Como eles conseguiram sair e ter acesso às armas dos agentes?", disse o magistrado. DO ESTADÃO

A REPÚBLICA SOCIALISTA DO BRASIL TEM DE SER DERRUBADA. FORA CANALHAS MENTIROSOS SANGUESSUGAS DA NAÇÃO.


A verdade é que o Brasil é de fato uma República Socialista disfarçada com pitadas de liberdade econômica e política. O Estado é tão grande, mas tão grande que ninguém sabe o seu tamanho exato. Quantas empresas estatais existem? Qual é o número de funcionários públicos? Quantos funcionários públicos disfarçados de trabalhadores na inciativa privada existem, mas que mamam nas tetas estatais por meio das ditas "empresas estatais" e/ou de "economia mista"? Se for feito um inventário verdadeiro do tamanho do Estado brasileiro ver-se-á que se trata de uma república socialista. Ao mesmo tempo a população brasileira é ensinada as querer e a defender a ampliação do Estado. É a cultura do funcionalismo público incentivada. Todos querem uma "boquinha" para mamar. Por isso não houve até agora um governo na história no Brasil que não tenha ampliado os tentáculos do Estado.
Este vídeo acima, produzido pelo grupo de mídia independente Brasil Paralelo explica como há mais de meio século esse estado de coisas é fomentado e ampliado por meio de uma mega lavagem cerebral operada por meio das escolas, universidades e a grande mídia e, ainda, pelo conjunto das áreas de produção cultural, como as editoras de livros e de material escolar.

Essa funesta realidade é o gargalo que não só tem impedido o progresso do brasil mas que acaba de lançar a Nação no fundo do poço. Estamos há poucos milímetros de cair no precipício da mesma desgraça que fustiga Cuba e os cubanos há mais de meio século. Mais recentemente o mesmo esquema comunista devorou a Venezuela.
Os governos de Lula e seus sequazes estavam apenas a alguns milímetros de assestar o golpe comunista cujos efeitos imediatos seriam a escassez de alimentos, medicamentos e demais bens de consumo como ocorreu recentemente na Venezuela. Na verdade escapamos por pouco, embora esse fantasma tétrico da cubanização do Brasil não foi afastado. Haja vista o governo mambembe de Michel Temer.
A rigor, não não nenhum sinal de que esse Estado gigante será reduzido ao seu tamanho necessário, como também não há qualquer ação destinada a coibir a deletéria propaganda comunista por meio da grande mídia sustentada, em grande medida, pelo Estado, por meio das empresas estatais.
Não há também nenhum sinal de qualquer medida do Ministério da Educação, por exemplo, para banir das escolas e universidades a bandalha comunista que continua doutrinando o alunado.
Enfim, esta rápida reflexão que acabo de declinar resume ligeiramente as razões pelas quais o Brasil está perigosamente sob a corda bamba. Os vídeos produzidos pelo Brasil Paralelo, como este que ilustra este post, são excelentes para a compreensão da precária situação do Brasil e as formas para revertê-la.
Desligue a televisão da grande mídia e dê pelo menos uma olhada no acervo do Brasil Paralelo. O vídeo acima tem apenas 47 minutos de duração. É apenas uma amostra de um fabuloso levantamento da realidade brasileira. Compreendê-la é o primeiro passo para operar a mudança, ou seja, derrubar a República Socialista do Brasil. DO A.AMORIM

PRIMEIRA EDIÇÃO DE 14-01-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

SÁBADO, 14 DE JANEIRO DE 2017
O orçamento da Justiça do Trabalho previsto para 2017 é de R$ 20,13 bilhões. O valor é superior até à soma de outras esferas da Justiça brasileira: os custos do Supremo Tribunal Federal (R$ 686 milhões), Superior Tribunal de Justiça (R$ 1,41 bilhão), Justiça Federal (R$ 11,58 bilhões) e Justiça Militar (R$ 530 milhões) somados não alcançam o valor do orçamento da Justiça do Trabalho. A Justiça Eleitoral (R$ 7,73 bilhões) e a Justiça do DF (R$ 2,2 bilhões) também passam longe.
O artigo 57 da Constituição proíbe candidatura à reeleição na mesma Legislatura. Mas Maia alega ter sido eleito para mandato-tampão.
Aliados defendem a candidatura a Senador do ex-Presidente José Sarney (PMDB), em 2018. Pesquisa realizada no Amapá mostra que o peemedebista tem 64% das intenções de voto para voltar ao Senado.
O líder do Governo Romero Jucá (PMDB) é senador por Roraima, mas no caso dos 31 presos esquartejados em seu Estado, com o perdão do trocadilho, ele se fingiu de morto. E viajou com a família para Disney.
Leitora teve consulta com especialista otorrinolaringologista confirmada para a próxima sexta-feira (20), em Brasília. O único problema é que o pedido da consulta foi feito à Secretaria de Saúde em 2012.
...na pátria da hipocrisia, corrupto exige indenização de quem o denuncia e o Estado indeniza famílias de criminosos e não famílias das vitimas.

NO DIÁRIO DO PODER
TODO MUNDO QUER ACORDO
LAVA A JATO TEM FILA DE ESPERA POR DELAÇÃO PREMIADA EM 2017
ENTRE CANDIDATOS A ACORDO ESTÃO RENATO DUQUE E JOÃO SANTANA
Publicado: sexta-feira,13 de janeiro de 2017 às 11:36 - Atualizado às 13:01
Redação
Uma fila de candidatos a delatores aguarda a oficialização dos acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Todas as tratativas para novos acordos de colaboração premiada estão suspensas, desde dezembro.
A lista de candidatos a delator que já iniciaram conversas com advogados reúne o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, o marqueteiro do PT João Santana, o lobista Adir Assad, executivos das empreiteiras Mendes Júnior, Galvão Engenharia, Delta e EIT.
São acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que buscam uma redução de pena, nos processos do Juiz Federal Sérgio Moro, em Curitiba – onde estão os casos de alvos sem foro privilegiado. Candidatos a virarem réus-confessos e colaboradores das investigações, em troca do benefício.
O PT é um dos principais alvos de dois candidatos a delatores da fila: o casal João Santana e Mônica Moura e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque.
Responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, Santana e Mônica foram presos em fevereiro do ano passado. Negociam uma delação desde julho, sem acordo com a força-tarefa.
Duque está preso desde abril de 2015. É sua terceira tentativa de um acordo com o Ministério Público. O ex-diretor, que foi indicado e era sustentado pelo PT no cargo, entre 2003 e 2012, promete falar do suposto envolvimento de Lula no esquema de corrupção na estatal.
Novos acordos
Os acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e a força-tarefa da Lava Jato, em dezembro, é o último de uma lista de 71 contratos fechados pelo Ministério Público Federal, em Curitiba – origem das investigações.
Investigadores ouvidos pela reportagem disseram, em reservado, que a delação da Odebrecht deve gerar um efeito multiplicador nas delações de empreiteiras. As revelações devem atingir negócios que envolvem outros grupos empresariais, que ficarão obrigados a confessarem seus envolvimentos, acreditam.
Além de gerar um “recall” das delações premiadas já fechadas com executivos das Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
CID GOMES VIRA RÉU POR FRAUDE EM EMPRÉSTIMOS DO BANCO DO NORDESTE
PROCESSO VAI TRAMITAR NA 10ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DO CEARÁ
Publicado: sexta-feira,13 de janeiro de 2017 às 20:33 - Atualizado às 00:45
Redação
A Justiça Federal aceitou uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-Governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), por improbidade administrativa.
Além de Cid também foram denunciados o seu ex-assessor, Ricardo Sérgio Farias Nogueira, o “Cunhado”, e a empresa Corte Oito Gestão e Empreendimento Ltda,, na qual os dois são sócios, além de outras seis pessoas. Os réus são acusados de envolvimento em irregularidade na concessão de empréstimo pelo Banco do Nordeste (BNB) para empresa de Cid Gomes, em 2014, quando ele era o Governador do Estado.
No comando do Palácio da Abolição, Cid negociou com o empresário Walter Farias, do Grupo Petrópolis, e construiu na cidade de Sobral um galpão que seria alugado pela cervejaria Itaipava. Em troca, Cid recebeu um empréstimo de R$ 1,3 milhão para a obra, sem oferecer nenhuma garantia para o BNB, e tendo fraudado prazos, segundo constatou a Justiça Federal.
Alguns pontos chamaram a atenção do MPF, como a velocidade da aprovação do empréstimo, mesmo sem apresentação de nenhum tipo de faturamento e nem balanços da empresa. Os juros aplicados sobre a transação, que foram de 6,8%, bem abaixo do mercado financeiro. Além do prazo de 18 meses para amortização da dívida.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), o empréstimo foi concedido desrespeitando as regras para as operações financeiras com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Também foram constatadas falhas no controle interno do BNB e o superdimensionamento do faturamento da empresa.
O processo vai tramitar na 10ª Vara da Justiça Federal do Ceará. Se Cid Gomes for condenado, poderá cumprir a pena na cadeia.

Polícia de SP receia ataques iminentes do PCC

Reprodução/Revista Época
Reprodução de documento veiculado pela revista Época sobre supostos planos do PCC
A polícia civil de São Paulo fez circular por “todas as unidades policiais” do Estado um alerta expedido pelo Centro de Inteligência Policial da cidade paulista de Araraguara. Veiculado na noite desta sexta-feira pela revista Época, o documento contém um alerta: o PCC, Primeiro Comando da Capiral, se equipa para promover ataques planejados atrás das grades.
O documento trata de um suposto comunicado do PCC aos seus membros. Informa que “armas de fogo foram distribuídas aos integrantes da facção para possíveis ataques.” O risco seria iminente: “Consta que, no próximo dia 17 de janeiro, o comando do PCC irá ordenar aos executores o tipo de ataque e o local onde cada um terá que agir.”
O Dipol, Departamento de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo, confirmou a autenticidade do documento produzido por seus agentes em Araraquara. Mas se absteve de comentá-lo. A movimentação do PCC seria uma resposta do grupo criminoso à transferência simultânea de 14 dos seus líderes para a cana dura do presídio de Presidente Bernardes. Ali, vigora o RDD, Regime Disciplinar Diferenciado, mais restritivo. O castigo foi programado para durar até 11 de fevereiro.
Há dez anos, uma transferência coletiva de líderes do PCC para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes resultou na deflagração de ataques que paralisaram São Paulo. Os atentados foram ordenados de dentro das cadeias. Membros da infantaria da facção atearam fogo em ônibus, alvejaram delegacias e passaram policiais nas armas. No intervalo de nove dias, os confrontos enviaram à cova 564 pessoas —505 civis e 59 policiais. A matança só cessou depois que o governo paulista negociou um armistício com os criminosos na cadeia.
O alerta sobre o risco de um novo surto de violência chega nas pegadas de massacres em que foram assassinados uma centena de presos em penitenciárias de Manaus e Boa Vista. Coisa orquestrada pela Família do Norte, facção criminosa nortista parceira do carioca Comando Vermelho. Que trava com o PCC uma guerra pelo controle de negócios e de presídios. DO J.DESOUZA

Temer posa de São Jorge, mas Lava Jato esclarece que ele casou com o dragão


Num instante em que Michel Temer celebrava a queda da inflação e a perspectiva de eleger dois aliados para as presidências da Câmara e do Senado, a Lava Jato acomodou na porta do Palácio do Planalto mais um de seus filhotes tóxicos —uma investigação sobre um esquema que ajeitava empréstimos da Caixa Econômica para empresas em troca de propinas. No centro do novo escândalo estão personagens ligadíssimos a Michel Temer. Entre eles Geddel Vieira Lima, ministro até outro dia, e o ex-todo-poderoso Eduardo Cunha.
Cada vez que um pedaço da Lava Jato desaba nas proximidades de Temer, o brasileiro tem uma incômoda sensação de continuísmo. Governar é como desenhar sem borracha. E o PMDB de Temer é coautor do borrão que Lula, Dilma e o PT produziram. Por mais que se esforce, o brasileiro não consegue enxergar em Temer um bom exemplo. Vê, no máximo, um bom aviso.
A nova operação policial chega num instante em que o governo se prepara para enfrentar no Congresso a dura batalha da reforma da Previdência. E ainda está por vir a homologação das delações da Odebrecht, que alcançam o próprio Temer. Limpo, o governo teria dificuldades para emplacar o necessário aperto previdenciário. Sujo, nem se fala. Temer tenta se comportar como um São Jorge que veio salvar a República. Mas a Lava Jato insiste em avisar que São Jorge está casado com o dragão.

Procurador cita Temer em petição do caso Caixa


Em petição sigilosa sobre o escândalo que envolve a Caixa Econômica Federal, o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes cita o nome de Michel Temer. Datado de 19 de dezembro de 2016, o documento tem 14 páginas. A íntegra pode ser lida aqui. A peça foi endereçada ao juiz federal Vallysnei de Souza Oliveira. Contém pedidos de diligências e providências relacionadas à investigação. A menção ao presidente da República consta do primeiro parágrafo da página 3 (veja reprodução abaixo”.

Reprodução

Reprodução

O procurador não associou Temer diretamente a nenhuma ilegalidade. Mencionou-o num contexto nebuloso, em que tratava de operações suspeitas atribuídas a Geddel Vieira Lima na época em que ocupava cargo de confiança na Caixa Econômica Federal, no governo Dilma Rousseff. O procurador anotou a certa altura: “…outras empresas vinculadas à família Constantino negociavam a obtenção de recursos na vice-presidência de Pessoas Jurídicas da CEF, área de Geddel Quadros Vieira Lima, com a atuação de Eduardo Cunha…”
Evocando mensagens extraídas de um celular de Eduardo Cunha, apreendido numa batida policial da Operação Lava Jato na casa do ex-deputado, em 15 de dezembro de 2015, o procurador reproduziu trecho de um documento da Polícia Federal (Relatório de Análise de Material Apreendido no 114/2016). Diz o seguinte: “69. Outra novidade dentro desta análise é a referência ao indivíduo ‘desirre’, que seria Roberto Derziê de Sant'Anna, o qual, conforme a imprensa, seria pessoa ligada ao atual presidente MICHEL TEMER e, à época dos fatos, exercia o cargo de diretor-executivo de Pessoa Jurídica da CEF.”
Funcionário de carreira da Caixa, Roberto Derziê , de fato, é ligado a Michel Temer. Em junho de 2015, quando Dilma Rousseff delegou a Temer a coordenação política do seu governo, o então vice-presidente da República requisitou Derziê para responder pela secretaria-executiva da Secretaria de Relações Institucionais, no Planalto. Em outubro de 2015, a pedido de Temer, Derziê foi devolvido à Caixa. Dilma acomodou-o no cargo de vice-presidente de Riscos da instituição.
Seis meses depois, em 31 de março de 2016, Dilma exonerou Roberto Derziê do cargo de vice-presidente da Caixa. Nada a ver com suspeitas de irregularidades. Foi uma resposta direta a Temer, adotada em reação à decisão do PMDB de romper com o governo do PT. Uma decisão que abriu uma crise política que desaguou no impeachment de Dilma e na consequente conversão de Temer em presidente.
Afora esta citação, o procurador Anselmo Lopes não voltou a mencionar o nome de Temer. Procuradores que atuam na primeira instância não têm poderes para investigar parlamentares, ministros e o presidente da República. Iniciada numa fase em que Geddel ainda era ministro, coordenador político de Temer, o inquérito sobre a Caixa coria no Supremo Tribunal Federal. Mas foi remetido para o primeiro grau depois que Geddel deixou o Planalto.
Afora esta citação, o procurador Anselmo Lopes não voltou a mencionar o nome de Temer. Procuradores que atuam na primeira instância não têm poderes para investigar parlamentares, ministros e o presidente da República. Iniciada numa fase em que Geddel ainda era ministro, coordenador político de Temer, o inquérito sobre a Caixa coria no Supremo Tribunal Federal. Mas foi remetido para o primeiro grau depois que Geddel deixou o Planalto.
Econômico nas palavras dedicadas a Temer, o procurador foi expansivo nas considerações sobre Geddel, Eduardo Cunha, o ex-vice-presidente de Loterias Fábio Cleto (hoje delator da Lava Jato) e o doleiro Lçio Bolonha Funaro, apresentado no inquérito como operador financeiro da “organização criminosa.”
Diz o documento da Procuradoria: “Todos os elementos até aqui apresentados demonstram uma sistemática ilícita para obtenção de recursos junto à CEF contando com a participação ativa do atual Secretário de Governo, Geddel Quadros Vieira Lima, quando este ainda era vice-presidente de Pessoa Jurídica da CEF, bem como de Eduardo Cunha, e ainda do então vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Fabio Ferreira Cleto, além do operador Lucio Bolonha Funaro.
O texto acrescenta: “Os indícios apontam para a corrupção passiva de Geddel Quadros Vieira Lima, posto que, valendo-se seu cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, agia internamente, de forma orquestrada, para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para os outros membros da quadrilha que integrava…”
O juiz Vallysnei de Souza Oliveira deferiu todas as diligências requeridas pela Polícia Federal, com o endosso do Ministério Público Federal: batidas de busca e apreensão e quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático. Pressionando aqui, você chega à íntegra do despacho do magistrado. DO J.DESOUZA

O recall da Camargo Corrêa: vem aí outra delação do fim do mundo

Depois da Odebrecht, a Camargo Corrêa negocia uma superdelação: quarenta executivos revelarão o que sabem sobre as propinas pagas a mais de 200 políticos

Por Daniel Pereira
Veja.com
NA FILA -  O presidente, Michel Temer, o ex-ministro Antonio Palocci, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o senador Romero Jucá: problemas à vista na Lava-Jato com a delação da Camargo Corrêa
(Sergio Dutti; Reuters/Rodolfo Buhrer; Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo; Rose Brasil/ABR)
Reportagem de VEJA desta semana revela que a Camargo Corrêa, uma das maiores empreiteiras do país, negocia com a Procuradoria-Geral da República uma segunda leva de delações, nos moldes do acordo feito pela Odebrecht, que deve envolver a colaboração de cerca de quarenta executivos e até acionistas e alcançar em torno de 200 políticos, inclusive expoentes do governo de Michel Temer.
A Camargo Corrêa promete até exumar o cadáver da Operação Castelo de Areia, que tinha a construtora no centro do escândalo – uma engrenagem que envolvia corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro – e que foi abortada pela Justiça.
Quando isso ocorreu, porém, já se sabia que Temer aparecia 21 vezes nas planilhas, ao lado de outros figurões da República, como os ministros Gilberto Kassab (PSD) e Mendonça Filho (DEM) e os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Romero Jucá (PMDB).
A superdelação também trará novos problemas para Antonio Palocci, principal interlocutor da empreiteira nas gestões do PT. Se Brasília já não dormia pela expectativa da delação da Odebrecht, apelidada de “fim do mundo”, o clima vai ficar ainda mais tenso: o mundo pode acabar
13 jan 2017

Geddel e Cunha formaram quadrilha na Caixa, diz MPF

Mensagens trocadas entre ex-presidente da Câmara e ex-ministro revelam esquema para manipular operações do banco estatal e recolher propinas de empresários

Por Thiago Bronzatto, Laryssa Borges
Veja.com
O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima: suspeito de participar de esquema de arrecadação de propinas na Caixa
(Ueslei Marcelino/Reuters)
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a operação “Cui Bono?”, expressão em latim que significa “a quem interessa?”, que deixou o Planalto de cabelo em pé. Na mira dos investigadores, está o ex-ministro Geddel Vieira Lima, responsável, até pouco tempo atrás, por fazer a articulação política entre o governo de Michel Temer e o Congresso. O peemedebista baiano é suspeito de ter participado de uma quadrilha que arrecadava propinas na Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, período em que ocupou o cargo de vice-presidente de pessoa jurídica do banco estatal. Também são apontados como integrantes do esquema criminoso: o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro, ambos presos na Operação Lava Jato, e o vice-presidente da instituição financeira pública Fábio Cleto, além de empresários interessados em receber recursos do banco estatal.
“Os elementos de prova colhidos até o presente momento apontam para a existência de uma organização criminosa integrada por empresários brasileiros e agentes públicos que, ocupando altos cargos na Caixa Econômica Federal e no Parlamento brasileiro, desviavam de forma reiterada recursos públicos a fim de beneficiarem a si mesmos, por meio do recebimento de vantagens ilícitas, e a empresas e empresários brasileiros, por meio da liberação de créditos e/ou investimentos autorizados pela Caixa Econômica Federal em favor desses particulares”, escreveu o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, em sua representação.
Segundo o Ministério Público, Geddel, enquanto ocupava o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, agia internamente “de forma orquestrada” para beneficiar empresas como a BR Vias, a Oeste-Sul Empreendimentos Imobiliários, a Marfrig e companhias do grupo JBS, entre outras. Depois de defender os pleitos de cada companhia, Geddel repassava informações confidenciais para os demais integrantes da quadrilha, como Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, para que pudessem achacar empresas que pleiteavam recursos do banco estatal.
A principal prova da atuação da quadrilha está em mensagens enviadas do celular de Cunha para Geddel. As trocas de informações entre os dois aliados peemedebistas reforçam os indícios de que recolhiam propinas das empresas que buscavam liberação de créditos ou investimentos junto à Caixa e ao FI-FGTS, fundo com recursos dos trabalhadores administrados pelo banco estatal. As propinas eram pagas tanto em contas na Suíça como em dinheiro vivo e para empresas do operador Lúcio Funaro.
Ao discutirem o caso Marfrig, em julho de 2012, Geddel reporta ao ex-deputado que o “voto sai hj”, em referência à liberação dos recursos que beneficiariam a empresa. Um mês depois, a Marfrig, quando estava com a corda no pescoço e prestes a se desfazer de alguns negócios para quitar a sua dívida, fechou um empréstimo de 350 milhões de reais com Caixa. “As empresas Marfrig e Seara se beneficiaram do esquema ilícito para a obtenção de recursos da caixa mediante contraprestação, sendo que dessa vez, ficou ainda evidente que os repasses foram realizados por meio das empresas do operador Lucio Bolonha Funaro”, diz o MPF.
No farto material em poder dos investigadores, Geddel Vieira Lima relata, também por mensagem, a Eduardo Cunha pendências do grupo J&F Investimentos com o FI-FGTS e avisa: “Fala p regularizar la”. No caso do Grupo Bertin, cujos dirigentes também caíram na rede de investigações do petrolão, a Polícia Federal mapeou uma mensagem de setembro de 2012 na qual Cunha intercede junto a Geddel em favor do grupo e cobra: “Precisa ver no assunto da bertin a carta de conforto com os termos que necessita”.
“A narrativa exposta demonstra que Geddel Quadros Vieira Lima, juntamente com Eduardo Consentino da Cunha, Lúcio Bolonha Funaro e ainda contando em alguns momentos com a participação de Fabio Ferreira Cleto, agiram de forma ilícita para a liberação de créditos da área da Vice-Presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, a qual era dirigida por Geddel Quadros Vieira Lima”, aponta o MP.
Ao longo das investigações da Operação Lava Jato, Ministério Público e Polícia Federal já haviam recolhido indicativos da atuação criminosa de Eduardo Cunha junto ao fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS). Em delação premiada, Fábio Cleto, por sua vez, detalhara que o esquema de Cunha no FI-FGTS também era replicado na Caixa Econômica, tanto na vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, presidida pelo próprio Cleto, quanto na vice-presidência de pessoa jurídica, sob responsabilidade de Geddel. Ele próprio disse que o peemedebista embolsava 80% das propinas recolhidas no esquema de corrupção no banco público. Na Caixa, a atuação de Eduardo Cunha era, segundo o MP, como intermediador na liberação de empréstimos a empresas que estivessem dispostas a realizar negociações ilícitas. A “Cui Bono?”, deflagrada nesta sexta-feira, é um desdobramento da Operação Catilinárias, de dezembro de 2015, na qual foi encontrado um celular na casa de Eduardo Cunha que registrava, entre outros, trocas de mensagens entre o ex-deputado e Geddel.
Em nota, a Marfrig afirmou que “não foi alvo de qualquer medida da Polícia Federal, que a Caixa Econômica Federal ou qualquer um de seus fundos não são acionistas relevantes da companhia”. “As operações com tal instituição financeira sempre foram feitas em condições de mercado, com custos equivalentes aos dos bancos privados, com garantias reais e sem qualquer tipo de privilégio. Todas as operações contratadas durante o período apurado nas investigações (2011-2013) foram devidamente liquidadas no prazo e condições, não restando em relação a estas quaisquer débitos em aberto”, disse.  13 jan 2017 DO R.DEMOCRATICA