Depois
de anunciar que acionarão a Justiça por uma investigação rigorosa sobre
indícios da utilização dos Correios em benefício da campanha da
presidente-candidata Dilma Rousseff, o candidato do PSDB à Presidência
da República, Aécio Neves, e o candidato tucano ao governo de Minas
Gerais, Pimenta da Veiga, começaram a reunir provas para pedir a
cassação dos registros de candidatura da petista e do candidato do PT ao
governo de Minas, Fernando Pimentel.
Os
tucanos vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido
de investigação judicial eleitoral e ao Ministério Público Federal para
que as duas instituições apurem se os Correios boicotaram
deliberadamente o envio de malotes de campanha de Aécio como forma de
favorecer a presidente-candidata na corrida presidencial.
As
denúncias levantadas pelos tucanos levam em conta depoimentos de
eleitores que não receberam material de campanha de Aécio mesmo após o
candidato ter contratado o serviço, no dia 25 de agosto. Neste contrato,
estava prevista a distribuição de 5.634.000 santinhos de Aécio no
interior de Minas, base de apoio do candidato e colégio eleitoral
considerado prioritário para a candidatura tucana. Pelo documento, os
kits de campanha deveriam ser entregues até o dia 10 de setembro e, em
alguns casos, a 100% da população de cidades pequenas e médias em Minas,
como o município de Esmeraldas, com cerca de 60.000 habitantes.
ADVOGADOS DO PSDB EM AÇÃO
O corpo
jurídico da campanha de Aécio já conseguiu mapear pelo menos 1.000
endereços, contratados como destino dos malotes pelo tucano, em que
eleitores confirmam que não receberam qualquer material de campanha do
PSDB. A campanha reúne depoimentos e dados pessoais dos eleitores
supostamente lesados pelos Correios, para embasar os pedidos de cassação
dos registros de candidatura. De acordo com o candidato Aécio Neves,
que cumpriu agenda nesta quarta-feira nas cidades de Mogi das Cruzes
(SP), Juiz de Fora (MG) e Governador Valadares (MG), uma das provas
seria a afirmação dos Correios de que poderiam “reenviar” o material.
Para
ele, isso seria a admissão de que a empresa pública reteve os kits de
campanha e não os distribuiu aos eleitores, conforme contratado. Com
base nesses indícios, a campanha do PSDB aponta que já existem
evidências de abuso de poder político e econômicos, desvio da autoridade
dos Correios e utilização de empresa pública em benefício de partidos e
candidatos.
Antes
de carreata na cidade de Governador Valadares, Aécio insinuou que as
suspeitas de uso político dos Correios são como um novo capítulo de um
grande esquema de desvirtuamento de instituições públicas, a exemplo do
que já aconteceu com a descoberta de um esquema milionário de corrupção
na Petrobras. “As denúncias em relação à utilização da empresa dos
Correios são extremamente graves. Estamos recebendo centenas de
denúncias. Se se comprovar isso, é um crime sem precedentes na história
política de Minas”, disse.ESTE VÍDEO MOSTRA A VERDADE IRREFUTÁVEL: CRIME ELEITORAL!
PRIMEIRO PETROBRAS; AGORA CORREIOS.
“É um
escândalo. Agora são os Correios. Antes era a Petrobras”, criticou o
candidato do PSDB ao governo de Minas. O tucano, que foi ministro das
Comunicações no governo FHC e, portanto, hierarquicamente superior aos
Correios, disse que há evidências de “uso despudorado” da empresa
pública para fins eleitorais.
O tom
das acusações do PSDB sobre a estatal subiu após divulgação de vídeo,
pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que o deputado estadual Durval
Ângelo (MG) diz que a presidente-candidata Dilma Rousseff só chegou à
liderança nas intenções de voto porque “tem dedo forte dos petistas nos
Correios”. “Não basta fazerem o que fizeram na Petrobras. Essa forma de
governar do PT, se apropriando do Estado como se fosse seu patrimônio,
tem que ser encerrada e os responsáveis exemplarmente punidos”, afirmou
Aécio em agenda na cidade de Juiz de Fora. Do site da revista Veja
DO ALUIZIOAMORIM