domingo, 18 de novembro de 2018
Os brasileiros poderão, enfim, se render à verdade de que o Brasil, entre 2003 e 2016, foi comandado por uma organização criminosa.
Paulo Roberto de Almeida
"O que interessa é que Luiz Inácio da Silva continua simbolizando o
Brasil que pode atropelar as instituições em nome de uma demagogia tosca
– lastreada justamente em você, prezado hipócrita esclarecido, que
continua comprando ações do “cadê as provas”, a impostura mais famosa da
fervilhante bolsa das bondades de aluguel". Coluna semanal de Guilherme
Fiuza na Gazeta do Povo:
A nova condenação de Lula, agora no processo do sítio de Atibaia,
trará consigo outro veredito ainda mais importante: é hora de saber qual
Brasil continuará perguntando cadê as provas. Ou melhor: é hora de
saber qual Brasil decidirá assumir, ostensiva e definitivamente, o papel
de cúmplice.
A brincadeira acabou. Petistas e genéricos continuarão abrigados na
fantasia patética do preso político porque não têm outra saída. Mas quem
não vive diretamente dessa lenda miserável terá de decidir. Ou vai ao
Google, constata a floresta de crimes cometidos por Lula e abandona a
ladainha vexatória, ou assina embaixo da delinquência.
E quem subscreve delinquência não é militante progressista, é delinquente.
O Brasil que quer se organizar e crescer até poderia relevar a banda
do Lula Livre – concedendo a ela, num gesto magnânimo, o status de
Napoleões de hospício. Mas infelizmente não é disso que se trata.
No início do seu depoimento a Gabriela Hardt, substituta de Sergio
Moro, Lula afrontou a juíza. Em seu conhecido (e dissimulado) estilo
intimidador, saiu interpelando a autoridade, com a velha erudição de
botequim: “Eu sou o dono do sítio ou não?”, foi disparando o
ex-presidente preso, entre outras bravatas.
“Senhor ex-presidente, este é um interrogatório – e se o senhor começar nesse tom comigo vamos ter problema”, retrucou a juíza.
Parêntese cultural: adivinhe se surgiu ou se jamais surgirá algum
militante progressista, feminista ou politicamente correto para repudiar
esta afronta de um criminoso condenado contra uma mulher representante
da lei? Adivinhou, seu danado.
Mas isso já nem interessa, fica para o anedotário do moralismo tarja
preta. O que interessa é que Luiz Inácio da Silva continua simbolizando o
Brasil que pode atropelar as instituições em nome de uma demagogia
tosca – lastreada justamente em você, prezado hipócrita esclarecido, que
continua comprando ações do “cadê as provas”, a impostura mais famosa
da fervilhante bolsa das bondades de aluguel.
O presidente do BNDES no novo governo, Joaquim Levy, foi escolhido
com a missão de “abrir a caixa-preta” do banco. É uma frase de efeito,
das que o presidente eleito gosta de usar porque estão na boca do povo.
Mas não é só uma tirada. Bolsonaro de fato deseja comprar essa briga –
talvez uma das maiores que se possa comprar no Brasil de hoje.
Nessa caixa-preta está, certamente, a maior quantidade de provas dos crimes do PT contra as instituições nacionais.
Vale dizer que há vários gatos escondidos com o rabo de fora da caixa
– como o favorecimento descarado e bilionário ao grupo de Joesley
Batista, que virou o maior corruptor confesso da República, e laranja
inconfesso do sistema petista. Desse entroncamento proveio a conspiração
de maio de 2017 para derrubar Michel Temer, operada pelo simpatizante
fantasiado de procurador Rodrigo Janot.
Se tudo tivesse corrido “bem”, a remoção da aparelhagem petista teria
sido interrompida e o açougueiro do PT teria tido um final feliz em seu
doce exílio novaiorquino, chancelado pelo STF.
Há muito mais a mostrar sobre como o dinheiro do BNDES, isto é, do
trabalhador brasileiro, financiou indiretamente até lobby da quadrilha
sobre os altos tribunais.
O Tribunal de Contas da União já tem farta literatura sobre os
caminhos criminosos de créditos do BNDES para corrupção da agremiação de
Lula, Dilma (solta) e cia envolvendo empreiteiras nacionais e ditaduras
estrangeiras. É esse ninho de obscurantismo e bandidagem que você,
hipócrita do “cadê as provas”, legitima com o seu verniz ideológico de
1,99.
Com a nova condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, é preciso condenar também a lavagem de reputações. Que os
pedalinhos personalizados de Atibaia – que gritam sua obscenidade na
paisagem dos engolidores de provas – se tornem o emblema definitivo da
honestidade intelectual: fora das caixas-pretas e sob a luz do sol,
roubo não é distração, ladrão não é vítima e defensor de bandido é,
apenas e tão somente, defensor de bandido.DO DIPLOMATIZZANDO