PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Medida, que também solicita suspensão do uso de avião presidencial, foi protocolada por militantes pró-impeachment
Por Eduardo Bresciani
A presidente Dilma Roussef, agora afastada por até 180 dias, faz declaração no Palácio do Planalto Daniel Marenco / Agencia O Globo / Agência O Globo
BRASÍLIA
- Integrantes de movimentos pró-impeachment pediram à Justiça Federal
do Distrito Federal que seja determinado o corte pela metade do salário
da presidente afastada Dilma Rousseff, bem como a proibição de uso por
ela do avião presidencial, bem como de aviões da Força Aérea Brasileira
(FAB) para deslocamentos em agenda. A ação popular questiona ato do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que manteve o salário
de R$ 27,8 mil e lhe concedeu direito a uso de aviões para o
deslocamento. A
ação foi protocolada pela advogada Dênia Érica Gomes Ramos Magalhães em
nome de Miriam Rodrigues Lopes de Barros e Alexandre Victor Borges
Scavardoni. Os três são militantes de grupos favoráveis ao afastamento
de Dilma. A advogada Dênia e Miriam, inclusive, assinaram um pedido de
impeachment entregue pelo Movimento Brasil Livre (MBL) à Câmara no ano
passado. Em
relação ao salário de Dilma, é mencionado que a Lei 1079 de 1950, que
regula o processo de impeachment, prevê que durante o afastamento o
presidente tenha direito a apenas metade da remuneração. "Manter
a remuneração integral da presidente suspensa é uma grave violação e
afronta ao princípio da legalidade insculpido do artigo 37 da
Constituição, eis que existe na lei que rege o afastamento disposição
acerca da remuneração durante o período de suspensão para julgamento",
diz trecho da ação proposta. Sobre
o direito a transporte, o argumento é que ele só existe devido às
funções de presidente e que como Dilma está afastada não teria mais esse
direito. A ação afirma que somente poderia haver deslocamento de
Brasília para Porto Alegre, onde Dilma tem residência. "No
caso da presidente suspensa Dilma Rousseff, não haverá agenda
presidencial a ser cumprida, com exceção do comparecimento ao julgamento
perante o Senado Federal", diz a ação. Há
o pedido de uma liminar para determinar o corte do salário e a
proibição do uso de aviões da FAB para deslocamentos que não sejam para a
residência da presidente afastada. Solicita-se ainda a devolução de
valores que forem gastos até que seja concedida a liminar. Até o
momento, porém, Dilma só utilizou avião para ir a Porto Alegre, onde
chegou nessa sexta-feira. A ação foi distribuída automaticamente para a juíza Diana Maria Wanderlei da Silva, da 5ª Vara Federal.14/05/2016- DO R.DEMOCRATICA
Ao cumprimentá-la por sua notável
atuação no debate institucional surgido da necessidade de afastar do Governo a
Senhora Dilma Rousseff, faço destas linhas uma oportunidade para trazer ao seu
conhecimento um drama pessoal que atinge, sem dúvida alguma, o campo do
interesse público.
Sou médico cardiologista intensivista
formado pela Faculdade de Medicina da UFRGS em 1994. Entre junho de 2010 e
setembro de 2014, fui médico intensivista concursado da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre.
Acredito ser de seu pleno
conhecimento que o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) encontra-se, desde o ano de
2003, sob comando do grupo político que hoje, 12 de maio de 2016, foi,
finalmente, afastado do Governo.
Tal afastamento, senhora senadora,
permita-me dizê-lo sem nenhuma falsa modéstia, deu-se pelo sacrifício dos
milhões de brasileiros que, como eu mesmo, estiveram nas ruas. No meu caso,
insurgir-se contra os desmandos dos apadrinhados políticos do GHC custou-me o emprego,
o salário e a exposição pública como agressor de mulheres.
Explico-lhe que por ocasião de uma
discussão técnica com uma colega de trabalho que seguiu-se a uma falsa queixa
da parte dela eu respondi a um processo administrativo que me condenou (sem
prova alguma) à exoneração. Muito antes destes fatos e já por ocasião do
incêndio da Boate Kiss, e do atendimento aos sobreviventes em Santa Maria, eu
era publicamente conhecido como ferrenho crítico do Regime Petista no Brasil.
Senadora Ana Amélia, desde 2003 o GHC
é conhecido na mídia e no meio jornalístico do Rio Grande do Sul por seus
frequentes escândalos que envolvem desde cirurgias sem necessidade e licitações
fraudulentas até o assédio moral e a execução sumária de pacientes dentro de
seus hospitais. Escrevo-lhe hoje superando meu próprio interesse profissional e
acreditando representar nesta missiva a opinião da maioria silenciosa do corpo
clínico do GHC. Peço encarecidamente à senhora seu máximo compromisso na
exoneração imediata de todos os cargos de confiança e funções gratificadas
quem, durante 13 anos, vem transformando o Grupo Hospitalar Conceição numa
aberração administrativa grande demais para representar hospitais e pequena
demais para ser um Ministério.
Creio também escrever aqui pelos
pacientes que, em condições desumanas, acomodam-se em emergências lotadas na
mais degradante de todas as condições humanas – a do descaso dos serviços
públicos. Destino de um orçamento anual estimado em 1,4 bilhões de reais, o
Grupo Hospitalar Conceição é hoje o maior cabide de empregos para esquerda
gaúcha do qual já se teve notícia. Os médicos e os pacientes de Porto Alegre
não podem esperar mais.
Certo de contar com sua mais
prestigiosa atenção, subscrevo-me desejando desde já meus melhores votos nesta
nova fase da vida política brasileira que, depois de tanto sofrimento, começa
hoje com a posse do Presidente Temer. sábado, 14 de maio de 2016
Na fala, um dos coordenadores nacionais do
grupo afirma o óbvio: eles trabalharam em favor do impeachment em
parceria com os partidos de oposição. Ainda bem!
Por: Reinaldo Azevedo
Existe
uma ação orquestrada para tentar caçar e cassar o MBL, o Movimento
Brasil Livre. Os promotores de tais ações estão, como seria de se
esperar, abrigados nos grupelhos de esquerda e no PT. Mas também se
encontram infiltrados na chamada grande imprensa.
Há um
esforço óbvio para tentar criminalizar o movimento. É compreensível,
embora detestável. O MBL integrou a vanguarda dos grupos que levaram o
povo às ruas em favor do impeachment. É consenso que Dilma não seria
hoje presidente afastada, para o bem do Brasil, se o grande protesto do
dia 13 de março deste ano tivesse dado com os burros n’água. Mas não
deu. E os jumentos tiveram de voltar a pastar.
Abaixo,
vou falar de um áudio que circula por aí, de autoria de Renan Santos, um
dos mais articulados e preparados coordenadores nacionais do MBL.
Trata-se de uma avaliação desairosa que ele faz dos grupos de
extrema-direita. E está certíssimo! Demonstra que sua agenda é furada e
traça um perfil psicológico da turma chegada a um coturno que me parece
exemplar.
Renan
também informa que o MBL está, sim, trabalhando em parceria com os
partidos de oposição. Leiam a transcrição exata da sua fala. Volto em
seguida.
“O lance é assim. Bom, vocês já sabem, não preciso nem falar pra vocês. Ali [RENAN FALA DA EXTREMA-DIREITA]
é um monte de garoto. Garotos, mulheres, sociopatas, com comportamento
social errático, com poucos amigos, com várias frustrações psicológicas.
Frustrações pessoais, afetivas e tal. E que acabam encontrando este
discurso ‘Ah sou conserva, sou reaça, opressor’. Maior mentira, eles não
oprimem! Mentira! São uns coitados! É uma gente que vê, por exemplo, no
comportamento do Olavo, meio falastrão, fumando, falando palavrão, no
Bolsonaro, uma redenção pra a própria miséria deles próprios. E acabam
entrando nessa idolatria.
E
aí eles veem no MBL — o MBL incomoda muito por causa disso — Eles veem
no MBL, o contrário, eles veem um monte de gente que tem uma postura
aberta, cara de pau mas, ao mesmo tempo, qualificado. A maior parte da
galera do MBL é alegre. Você pega da galera da Banda Loka no RS, a
galera do Nordeste, todo mundo é muito leve. E isso incomoda eles. Ser
leve, ser agradável, ser tranquilo, ser inteligente.
Não
precisa ficar incorrendo nisso. Isso incomoda o cara, o cara é
negativo. Eles não gostam de ir numa boa festa, de dar risada. Eles
acham que estão numa missão, quase religiosa. Pessoas pesadas, né?.
Então é natural que eles percam tempo e façam hangouts sobre a gente
enquanto a gente tá ai tocando nossas coisas.
O
MBL acabou de fechar com o PSDB, DEM e PMDB uma articulação pra eles
ajudarem. Ah, e também com a Força Sindical, que é o Paulinho né?, pra
divulgar o dia 13. Usando as máquinas deles também. Enfim, usar uma
força que a gente nunca teve. E foi o MBL que montou isso. A gente está
costurando com todos eles pra ter o Impeachment.
Então
a gente tá em outra, a gente tá realmente causando problemas pra Dilma.
E eles estão numa outra, eles estão lá tentando resolver os traumas e
as frustrações deles e projetando na gente tudo aquilo que eles
gostariam de ser mas não são. Então, deixa eles. Raquel, a gente já
conhece teu trabalho, vamos embora, vamos vencer. Muita gente nossa já
sofreu este tipo de coisa. A Ana sofre em Goiás. Eu já sofri ataques
desse Alex Brun. O Kim, coitado! Mas dane-se. A vida continua. O MBL
continua, e continua crescendo, a despeito deles. Gostem eles ou não.”
Voltei Renan está de parabéns. Pelo diagnóstico e
pelo prognóstico. Que bom que o movimento passou a trabalhar com os
partidos políticos. Os movimentos de oposição ao PT nunca souberam se
organizar direito. Enquanto as esquerdas transformam suas minorias
barulhentas em vozes influentes, a maioria, sempre silenciosa, era
vencida por sua desorganização.
Foi preciso, sim, combater a extrema-direita, que não acreditava no impeachment e pregava intervenção militar.
Pois é…
Agora, há meliantes disfarçados de jornalistas, gente que está a serviço
da reação, que tenta criminalizar o movimento, vendo nessa parceria com
partidos políticos irregularidades que não existem. E não é de hoje.
Um breve histórico Desde que passou a defender o impeachment com base na tese do jurista Ives Gandra Martins (aqui),
o MBL (Movimento Brasil Livre) vinha defendendo a participação ativa
dos partidos políticos que faziam oposição ao governo Dilma nas
manifestações. Para lembrar: antes, duras críticas foram feitas a esses
partidos, principalmente nas manifestações dos dias 15 de Março e 12 de
Abril de 2015.
Para
cobrar com ainda mais convicção a adesão dos partidos políticos, o MBL
organizou a Marcha Pela Liberdade, caminhada de mais de mil quilômetros,
que durou 33 dias. Coordenadores do movimento foram de São Paulo a
Brasília para protocolar o pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Quando chegaram à Câmara dos Deputados, foram recebidos por
diversos parlamentares de oposição, que, depois de muita pressão,
decidiram apoiar a denúncia.
Assim, o
MBL convocou a manifestação do dia 16 de Agosto, a primeira que contou
com o apoio oficial de setores da oposição, e pressionou para que a
denúncia fosse acolhida pela Câmara.
Apesar da
multidão que tomou as ruas, a pressão ainda não era suficiente. Por
isso, o MBL organizou um acampamento em frente ao Congresso Nacional
para pressionar, física e diariamente, parlamentares e o presidente da
Câmara. Depois de um mês, Cunha fez um acordo com Renan Calheiros
(PMDB-AL), presidente do Senado, e Rodrigo Rollemberg (PSB), governador
do DF, para expulsar os manifestantes do gramado do Congresso. Mesmo
assim, a denúncia foi acolhida uma semana depois.
Logo após o acolhimento do pedido de impeachment, no final de 2015, o MBL iniciou a campanha #EsseImpeachmentÉMeu! (aqui),
que era “Creative Commons”, ou seja, não tinha direitos autorais, e que
teve por objetivo desconstruir a narrativa governista de que o processo
de impeachment era um mero embate político entre Dilma Rousseff e
Eduardo Cunha.
Com ela, o
movimento promoveu a grande manifestação do dia 13 de Março de 2016,
além de deixar claro que o impeachment era uma batalha do povo
brasileiro — que sofre com o desemprego, a inflação, a crise política e a
crise moral — contra o partido que se apoderou do Estado para financiar
um projeto de poder.
Por fim, a
campanha foi um grande sucesso. O discurso governista caiu por terra. A
manifestação do dia 13 foi a maior da história do país, superando os
protestos das “Diretas Já” e do “Fora Collor”. O evento contou com a
presença e os discursos de parlamentares de praticamente todos os
partidos da então oposição. Dilma Rousseff, no dia 11 de Maio de 2016,
foi afastada da Presidência da República.
Ignorando
ou fingindo ignorar todo esse trabalho, pessoas de má índole tentam
difamar o MBL, utilizando um áudio (transcrito abaixo) de autoria do
coordenador nacional Renan Santos para insinuar que o movimento é
financiado por partidos de oposição.
A moçada
do Brasil Livre já está acostumada, creio, com a canalhice petralha e
direitalha. Já foram acusados de ser financiados pela CIA, pelos
bilionários irmãos Koch e, agora, inventam a história de que são meros
esbirros de partidos de oposição. Trata-se de técnicas de intimidação.
Como diria Renan, “Danem-se. A vida continua. O MBL continua, e continua crescendo, a despeito deles. Gostem eles ou não.”
Os reaças
de esquerda e de extrema-direita sabem que a deposição de Dilma Rousseff
é só o começo. E por isso se dedicam à intimidação.
Ah, sim! Parabéns, Renan! Seu diagnóstico é exato.DO R.AZEVEDO
Com José Serra à frente do Ministério das Relações Exteriores, a postura mudou.
Um dos piores pontos dos governos
petistas – e todos sabem o quanto é difícil selecionar os piores – era a
total subserviência à agenda bolivariana professada por ditaduras deste
continente. Cabeça baixa para os governos autoritários de Venezuela,
Cuba e Bolívia, por exemplo, eram uma constante.
Parece que a coisa mudou, não é mesmo?
Em menos de 24h de gestão Temer, o Itamaraty – agora com José Serra à frente da pasta – emitiu nota rejeitando “enfaticamente” as manifestações bolivarianas falando em golpismo. Em outro comunicado, criticou a postura do Secretário-Geral da UNASUL.
Até que enfim, acabou a palhaçada!
Seguem as duas notas, integralmente:
Nota 176
13 de maio de 2016
Manifestações sobre a situação interna no Brasil
O
Ministério das Relações Exteriores rejeita enfaticamente as
manifestações dos governos daVenezuela, Cuba, Bolívia, Equador e
Nicarágua, assim como da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa
América/Tratado de Cooperação dos Povos (ALBA/TCP), que se permitem
opinar e propagar falsidades sobre o processo político interno no
Brasil. Esse processo se desenvolve em quadro de absoluto respeito às
instituições democráticas e à Constituição federal.
Como
qualquer observador isento pode constatar, o processo de impedimento é
previsão constitucional; o rito estabelecido na Constituição e na Lei
foi seguido rigorosamente, com aval e determinação do STF; e o
Vice-Presidente assumiu a presidência por determinação da Constituição
Federal, nos termos por ela fixados.
Ministério das Relações Exteriores Assessoria de Imprensa do Gabinete
***
Nota 177
13 de maio de 2016 – 18:58
Declarações do Secretário-Geral da UNASUL sobre a situação interna no Brasil
O Ministério das Relações
Exteriores repudia declarações do Secretário-Geral da UNASUL, Ernesto
Samper, sobre a conjuntura política no Brasil, que qualificam de maneira
equivocada o funcionamento das instituições democráticas do Estado
brasileiro.
Os argumentos apresentados,
além de errôneos, deixam transparecer juízos de valor infundados e
preconceitos contra o Estado brasileiro e seus poderes constituídos e
fazem interpretações falsas sobre a Constituição e as leis brasileiras.
Além disso, transmitem a interpretação absurda de que as liberdades
democráticas, o sistema representativo, os direitos humanos e sociais e
as conquistas da sociedade brasileira se encontrariam em perigo. A
realidade é oposta.
Tais juízos e interpretações
do Secretário-Geral são incompatíveis com as funções que exerce e com o
mandato que recebeu do conjunto de países sul-americanos nos termos do
Tratado Constitutivo e do Regulamento Geral da UNASUL. DO IMPLICANTE