Na fala, um dos coordenadores nacionais do grupo afirma o óbvio: eles trabalharam em favor do impeachment em parceria com os partidos de oposição. Ainda bem!
Existe
uma ação orquestrada para tentar caçar e cassar o MBL, o Movimento
Brasil Livre. Os promotores de tais ações estão, como seria de se
esperar, abrigados nos grupelhos de esquerda e no PT. Mas também se
encontram infiltrados na chamada grande imprensa.
Há um
esforço óbvio para tentar criminalizar o movimento. É compreensível,
embora detestável. O MBL integrou a vanguarda dos grupos que levaram o
povo às ruas em favor do impeachment. É consenso que Dilma não seria
hoje presidente afastada, para o bem do Brasil, se o grande protesto do
dia 13 de março deste ano tivesse dado com os burros n’água. Mas não
deu. E os jumentos tiveram de voltar a pastar.
Abaixo,
vou falar de um áudio que circula por aí, de autoria de Renan Santos, um
dos mais articulados e preparados coordenadores nacionais do MBL.
Trata-se de uma avaliação desairosa que ele faz dos grupos de
extrema-direita. E está certíssimo! Demonstra que sua agenda é furada e
traça um perfil psicológico da turma chegada a um coturno que me parece
exemplar.
Renan
também informa que o MBL está, sim, trabalhando em parceria com os
partidos de oposição. Leiam a transcrição exata da sua fala. Volto em
seguida.
“O lance é assim. Bom, vocês já sabem, não preciso nem falar pra vocês. Ali [RENAN FALA DA EXTREMA-DIREITA]
é um monte de garoto. Garotos, mulheres, sociopatas, com comportamento
social errático, com poucos amigos, com várias frustrações psicológicas.
Frustrações pessoais, afetivas e tal. E que acabam encontrando este
discurso ‘Ah sou conserva, sou reaça, opressor’. Maior mentira, eles não
oprimem! Mentira! São uns coitados! É uma gente que vê, por exemplo, no
comportamento do Olavo, meio falastrão, fumando, falando palavrão, no
Bolsonaro, uma redenção pra a própria miséria deles próprios. E acabam
entrando nessa idolatria.
E
aí eles veem no MBL — o MBL incomoda muito por causa disso — Eles veem
no MBL, o contrário, eles veem um monte de gente que tem uma postura
aberta, cara de pau mas, ao mesmo tempo, qualificado. A maior parte da
galera do MBL é alegre. Você pega da galera da Banda Loka no RS, a
galera do Nordeste, todo mundo é muito leve. E isso incomoda eles. Ser
leve, ser agradável, ser tranquilo, ser inteligente.
Não
precisa ficar incorrendo nisso. Isso incomoda o cara, o cara é
negativo. Eles não gostam de ir numa boa festa, de dar risada. Eles
acham que estão numa missão, quase religiosa. Pessoas pesadas, né?.
Então é natural que eles percam tempo e façam hangouts sobre a gente
enquanto a gente tá ai tocando nossas coisas.
O
MBL acabou de fechar com o PSDB, DEM e PMDB uma articulação pra eles
ajudarem. Ah, e também com a Força Sindical, que é o Paulinho né?, pra
divulgar o dia 13. Usando as máquinas deles também. Enfim, usar uma
força que a gente nunca teve. E foi o MBL que montou isso. A gente está
costurando com todos eles pra ter o Impeachment.
Então
a gente tá em outra, a gente tá realmente causando problemas pra Dilma.
E eles estão numa outra, eles estão lá tentando resolver os traumas e
as frustrações deles e projetando na gente tudo aquilo que eles
gostariam de ser mas não são. Então, deixa eles. Raquel, a gente já
conhece teu trabalho, vamos embora, vamos vencer. Muita gente nossa já
sofreu este tipo de coisa. A Ana sofre em Goiás. Eu já sofri ataques
desse Alex Brun. O Kim, coitado! Mas dane-se. A vida continua. O MBL
continua, e continua crescendo, a despeito deles. Gostem eles ou não.”
Voltei
Renan está de parabéns. Pelo diagnóstico e pelo prognóstico. Que bom que o movimento passou a trabalhar com os partidos políticos. Os movimentos de oposição ao PT nunca souberam se organizar direito. Enquanto as esquerdas transformam suas minorias barulhentas em vozes influentes, a maioria, sempre silenciosa, era vencida por sua desorganização.
Renan está de parabéns. Pelo diagnóstico e pelo prognóstico. Que bom que o movimento passou a trabalhar com os partidos políticos. Os movimentos de oposição ao PT nunca souberam se organizar direito. Enquanto as esquerdas transformam suas minorias barulhentas em vozes influentes, a maioria, sempre silenciosa, era vencida por sua desorganização.
Foi preciso, sim, combater a extrema-direita, que não acreditava no impeachment e pregava intervenção militar.
Pois é…
Agora, há meliantes disfarçados de jornalistas, gente que está a serviço
da reação, que tenta criminalizar o movimento, vendo nessa parceria com
partidos políticos irregularidades que não existem. E não é de hoje.
Um breve histórico
Desde que passou a defender o impeachment com base na tese do jurista Ives Gandra Martins (aqui), o MBL (Movimento Brasil Livre) vinha defendendo a participação ativa dos partidos políticos que faziam oposição ao governo Dilma nas manifestações. Para lembrar: antes, duras críticas foram feitas a esses partidos, principalmente nas manifestações dos dias 15 de Março e 12 de Abril de 2015.
Desde que passou a defender o impeachment com base na tese do jurista Ives Gandra Martins (aqui), o MBL (Movimento Brasil Livre) vinha defendendo a participação ativa dos partidos políticos que faziam oposição ao governo Dilma nas manifestações. Para lembrar: antes, duras críticas foram feitas a esses partidos, principalmente nas manifestações dos dias 15 de Março e 12 de Abril de 2015.
Para
cobrar com ainda mais convicção a adesão dos partidos políticos, o MBL
organizou a Marcha Pela Liberdade, caminhada de mais de mil quilômetros,
que durou 33 dias. Coordenadores do movimento foram de São Paulo a
Brasília para protocolar o pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Quando chegaram à Câmara dos Deputados, foram recebidos por
diversos parlamentares de oposição, que, depois de muita pressão,
decidiram apoiar a denúncia.
Assim, o
MBL convocou a manifestação do dia 16 de Agosto, a primeira que contou
com o apoio oficial de setores da oposição, e pressionou para que a
denúncia fosse acolhida pela Câmara.
Apesar da
multidão que tomou as ruas, a pressão ainda não era suficiente. Por
isso, o MBL organizou um acampamento em frente ao Congresso Nacional
para pressionar, física e diariamente, parlamentares e o presidente da
Câmara. Depois de um mês, Cunha fez um acordo com Renan Calheiros
(PMDB-AL), presidente do Senado, e Rodrigo Rollemberg (PSB), governador
do DF, para expulsar os manifestantes do gramado do Congresso. Mesmo
assim, a denúncia foi acolhida uma semana depois.
Logo após o acolhimento do pedido de impeachment, no final de 2015, o MBL iniciou a campanha #EsseImpeachmentÉMeu! (aqui),
que era “Creative Commons”, ou seja, não tinha direitos autorais, e que
teve por objetivo desconstruir a narrativa governista de que o processo
de impeachment era um mero embate político entre Dilma Rousseff e
Eduardo Cunha.
Com ela, o
movimento promoveu a grande manifestação do dia 13 de Março de 2016,
além de deixar claro que o impeachment era uma batalha do povo
brasileiro — que sofre com o desemprego, a inflação, a crise política e a
crise moral — contra o partido que se apoderou do Estado para financiar
um projeto de poder.
Por fim, a
campanha foi um grande sucesso. O discurso governista caiu por terra. A
manifestação do dia 13 foi a maior da história do país, superando os
protestos das “Diretas Já” e do “Fora Collor”. O evento contou com a
presença e os discursos de parlamentares de praticamente todos os
partidos da então oposição. Dilma Rousseff, no dia 11 de Maio de 2016,
foi afastada da Presidência da República.
Ignorando
ou fingindo ignorar todo esse trabalho, pessoas de má índole tentam
difamar o MBL, utilizando um áudio (transcrito abaixo) de autoria do
coordenador nacional Renan Santos para insinuar que o movimento é
financiado por partidos de oposição.
A moçada
do Brasil Livre já está acostumada, creio, com a canalhice petralha e
direitalha. Já foram acusados de ser financiados pela CIA, pelos
bilionários irmãos Koch e, agora, inventam a história de que são meros
esbirros de partidos de oposição. Trata-se de técnicas de intimidação.
Como diria Renan, “Danem-se. A vida continua. O MBL continua, e continua crescendo, a despeito deles. Gostem eles ou não.”
Os reaças
de esquerda e de extrema-direita sabem que a deposição de Dilma Rousseff
é só o começo. E por isso se dedicam à intimidação.
Ah, sim! Parabéns, Renan! Seu diagnóstico é exato.DO R.AZEVEDO
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