quinta-feira, 18 de abril de 2019

CELSO DE MELLO: “CENSURA JUDICIAL CONSTITUI VERDADEIRA PERVERSÃO DA ÉTICA DO DIREITO”


O ministro Celso de Mello, decano do STF, divulgou uma mensagem em defesa da liberdade de imprensa e condenando a “censura judicial” imposta por seus colegas.
Leia:
“A censura, qualquer tipo de censura, mesmo aquela ordenada pelo Poder Judiciário, mostra-se prática ilegítima, autocrática e essencialmente incompatível com o regime das liberdades fundamentais consagrado pela Constituição da República.
O Estado não tem poder algum para interditar a livre circulação de ideias ou o livre exercício da liberdade constitucional de manifestação do pensamento ou de restringir e de inviabilizar o direito fundamental do jornalista de informar, de pesquisar, de investigar, de criticar e de relatar fatos e eventos de interesse público, ainda que do relato jornalístico possa resultar a exposição de altas figuras da República.
A prática da censura, inclusive da censura judicial, além de intolerável, constitui verdadeira perversão da ética do Direito e traduz, na concreção do seu alcance, inquestionável subversão da própria ideia democrática que anima e ilumina as instituições da República.
No Estado de Direito, construído sob a égide dos princípios que informam e estruturam a democracia constitucional, não há lugar possível para o exercício do poder estatal de veto, de interdição ou de censura ao pensamento, à circulação de ideias, à transmissão de informações e ao livre desempenho da atividade jornalística.
Eventuais abusos da liberdade de expressão poderão constituir objeto de responsabilização ‘a posteriori’, sempre, porém, no âmbito de processos judiciais regularmente instaurados nos quais fique assegurada ao jornalista ou ao órgão de imprensa a prerrogativa de exercer de modo pleno, sem restrições, o direito de defesa, observados os princípios do contraditório e da garantia do devido processo legal.”

ALEXANDRE DE MORAES RETIRA A CENSURA SOBRE A CRUSOÉ E O ANTAGONISTA. VITÓRIA DA DEMOCRACIA



Alexandre de Moraes derrubou a censura sobre a reportagem “O amigo do amigo de meu pai”, da revista Crusoé, bem como sobre os posts correlatos de O Antagonista.
Estamos esperando a notificação oficial para republicarmos as matérias jornalísticas que foram alvo do ato autoritário.
Quem venceu foi a democracia e um dos seus pilares, a liberdade de imprensa.
Clique AQUI para ler o despacho de Moraes. DO O ANTAGONISTA

Nota pública sobre o fim da censura

A Crusoé e O Antagonista agradecem aos seus leitores a solidariedade recebida durante os dias em que a revista e o site foram mantidos sob censura. Os nossos agradecimentos são extensivos a todos os jornais, revistas, emissoras de rádio e TV, sites e jornalistas na pessoa física que se uniram ao nosso protesto, mostrando o absurdo da decisão do ministro do STF e exigindo que a liberdade de imprensa fosse plenamente restabelecida. Importante também foi o apoio de diversos juristas e entidades dos mais variados campos. Agora é enfrentar o inquérito inconstitucional.

Mario Sabino e Rodrigo Rangel


Efeito Bolsonaro-Moro: queda de 25% no primeiro bimestre deste ano


 
O G1 noticia que foram registradas 6.856 mortes violentas no primeiro bimestre deste ano, deixando de lado o Paraná, que ainda não tabulou os dados.
Trata-se de uma queda de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A queda é puxada principalmente pelos estados do Nordeste, que, juntos, registram a redução mais significativa do número de mortes (34%).”
Os especialistas chamam a queda de “enigma”, mas é óbvio que se trata do efeito Bolsonaro-Moro.
Esperemos que o efeito continue e diminua ainda essa verdadeira tragédia nacional.

“Eis o conceito da suprema cegueira”

 
O advogado João Berchmans Serra, que integrou a equipe de Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. no processo de impeachment de Dilma, enviou a O Antagonista a seguinte mensagem sobre a censura imposta a este site e à Crusoé.
“O pior cego não é somente aquele que não quer ver. É também aquele que censura e amordaça para que outros não vejam. Eis o conceito da suprema cegueira: ferir de morte a liberdade de imprensa e o direito à informação. Em tempos de Páscoa, lutemos por libertação, por uma imprensa livre. Quem tem ouvidos que ouça. E que os cegos vejam.”

LAVA JATO ENVIA À PGR DOCUMENTO SOBRE DIAS TOFFOLI, DIZ O GLOBO


Caiu o pretexto de Alexandre de Moraes para censurar O Antagonista e a Crusoé.
Segundo O Globo, o juiz Luiz Antonio Bonat, da Lava Jato, “mandou intimar à PGR, Raquel Dodge, sobre e-mails do empresário Marcelo Odebrecht que citam o ministro Dias Toffoli, com o suposto codinome ‘amigo do amigo de meu pai'”.
Na semana passada, o ministro do STF se valeu de uma nota da PGR, que negava o recebimento do documento, para ordenar a censura aos nossos sites, com a desculpa de que se tratava de uma notícia falsa.
Não era falsa coisíssima nenhuma: a reportagem dizia que o documento havia sido encaminhado pelos investigadores, e não recebido pela PGR.
Fake News uma ova.

“O MP deve provocar o Supremo”

Marco Aurélio Mello disse a Andréia Sadi que a PGR deveria recorrer ao STF para levar ao plenário a censura imposta ao nosso site:
“Creio que as matérias chegarão ao que entendo como Supremo, o plenário. Então, teremos crivo definitivo. O MP deve provocá-lo.”
Ele recomendou cautela aos censores:
“Precisam tirar o pé do acelerador. O excesso de autoestima é prejudicial.”

O Supremo Febeapá

quinta-feira, 18 de abril de 2019


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Em 1966, 1967 e 1968, o cronista Sérgio Porto (ou Staninslaw Ponte Preta) escreveu os três livros do Febeapá (sigla de Festival de Besteira que assola o País), com ilustrações do Jaguar. Lalau era vivo... Vivo fosse (foi-se em 30 de setembro de 1968), Porto hoje seria obrigado a redigir uma obra antalógica: O Febeapá Supremo ou o Supremo Febeapá. Seria uma estupenda gozação com a nossa Suprema Ditadura sob interpretação da Constituição Vilã de 1988.
É a Demo-Cracia (na tradução tabajara: Governo do Cramulhão). A presente e persistente crise institucional há de se resolver. Por bem ou por mal... Pelo bom ou pelo mau... Mas é inegável que a guerra de todos contra todos os poderes agravou-se de modo infringente, sem embargos e com recursos hediondos. Executivo, Legislativo, Militar e Mídia criticam o Judásciário (ops, Judiciário).
A reação tende a ser vingativa. Quem deve já pode trocar a fralda, a cueca ou a calcinha. O troco será maligno. Teremos impeachment, CPI da Lava Toga e revogação da PEC da Bengala? Ou teremos mais políticos com processos correndo na velocidade da luz? Os podres poderes se destruindo será um processo benigno de depuração institucional para o Brasil.
Nesses tempos corruptos de perseguição e vingança, eis que surge uma sugestão macabramente legal. A idéia foi inspirada no suicídio do presidente peruano Alan Garcia – que preferiu cantar para subir do que ver o sol nascer quadrado, em função da transnacionalização do escândalo da Lava Jato, via falecido departamento de operações estruturadas (de corrupção) da Odebrecht.
Eis a proposta: O Presidente Jair Bolsonaro poderia baixar uma medida provisória instituindo o perdão judicial instantâneo a todos aqueles corruptos que decidirem tirar a própria vida, em função do arrependimento por participação em corrupção ou por medo de acabar condenado e preso. Será uma solução definitiva, eficaz e imediata no tratamento aos corruptos & afins. Os mortos por conta própria não vão entulhar o Judiciário com recursos infindáveis e protelatórios. A impunidade morre por ela mesma...
Corrupto bom é corrupto morto! Só fica no ar uma dúvida mortal: será que o Supremo Febeapá vai interpretar a medida extrema como inconstitucional? Melhor não esperar pela resposta de algum supremo totalitário federal... Afinal, como escreveria Machado de Assis, “matamos o tempo; e o tempo nos enterra”.

Feliz Páscoa! Jesus, Sempre! Corruptos, Nunca Mais!

Releia o artigo: Democracia é Legalidade Acima de Tudo