Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira que o grande volume de recursos movimentados no esquema de desvios e fraudes em contratos da Petrobras coloca o escândalo político “em outra galáxia” e faz do julgamento do mensalão, o maior escândalo já analisado pela Suprema Corte, um “juizado de pequenas causas”. A Polícia Federal estima que o petrolão tenha lavado cerca de 10 bilhões de reais nos últimos anos. O mensalão, por sua vez, sangrou os cofres de instituições públicas e privadas em cerca de 173 milhões de reais.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira que o grande volume de recursos movimentados no esquema de desvios e fraudes em contratos da Petrobras coloca o escândalo político “em outra galáxia” e faz do julgamento do mensalão, o maior escândalo já analisado pela Suprema Corte, um “juizado de pequenas causas”. A Polícia Federal estima que o petrolão tenha lavado cerca de 10 bilhões de reais nos últimos anos. O mensalão, por sua vez, sangrou os cofres de instituições públicas e privadas em cerca de 173 milhões de reais.
“No
caso do mensalão, falávamos que estávamos julgando o maior caso de
corrupção investigado e identificado. Agora, a Ação Penal 470 teria que
ser julgada em juizado de pequenas causas pelo volume que está sendo
revelado nesta questão”, afirmou o magistrado. Mendes fez coro à
avaliação de investigadores de que os valores desviados no petrolão
podem ser muito maiores do que os previstos inicialmente. Um dos
indicativos são os recursos que delatores, como o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o ex-gerente
de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, aceitaram devolver aos cofres
públicos.
“Quando
a gente vê o caso, uma figura secundária, que se propõe a devolver 100
milhões de dólares, já estamos em um outro universo, em outra galáxia”,
disse Gilmar Mendes, em referência a Pedro Barusco, apontado como
braço-direito do ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque.
Segundo o ministro, os altos
valores do esquema do petrolão enfraquecem o argumento de que a
movimentação financeira do grupo criminoso seria utilizada
essencialmente para abastecer campanhas políticas. “Há um certo
argumento ou álibi de que isso tudo tem a ver com campanha eleitoral,
mas estamos vendo que não. Esse dinheiro [do petrolão] está sendo
patrimonializado. Passa a comprar lanchas, casas, coisas do tipo”,
declarou.