sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sentença de Jersey e proximidade de Haddad com Maluf revelam que o ‘novo’ é pão dormido

No Brasil, o lixo da política normalmente é reciclado pelo esquecimento. Os prestigiados de hoje eram os poderosos de ontem. E não precisam adaptar nada para continuar dando as cartas. Basta que acomodem seus interesses ocultos atrás da boa estampa de um gestor ‘novo’. Fernando Haddad, por exemplo, empresta sua aparência de garotão ao velho e bom Paulo Maluf.
Pisando nos seus princípios distraído, Haddad negocia a entrega de uma secretaria da prefeitura petista de São Paulo ao PP de Maluf. De repente, chega da ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, a notícia de que o neo-aliado foi condenado a devolver o dinheiro que desviou do município. Coisa de US$ 22 milhões. Com juros, US$ 32 milhões. Em moeda nacional: R$ 66,2 milhões.
Supremo paradoxo: enquanto analisa como vai pagar a Maluf a fatura do apoio emprestado na campanha, Haddad precisa agora planejar a repatriação do dinheiro desviado por ele e já bloqueado em Jersey. De resto, tem de programar a estratégia para tirar do aliado um pedaço de patrimônio suficiente para cobrir os juros da cifra malversada.
Presidente do PT paulistano, o vereador Antonio Donato já informou que o PP de Maluf terá, sob Haddad, um cargo no primeiro escalão. Representado nas negociações por Jesse Ribeiro, secretário-geral do PP, Maluf pediu a Secretaria de Transportes. Mas Lula mandou Haddad entregar essa pasta ao líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto. Maluf passou a reivindicar, então, a Secretaria de Habitação.
O eleitor que assistiu Haddad na propaganda da tevê, com sua cara limpinha, suas boas intenções e seu verniz da USP estão se perguntando agora se o que assistiram não era apenas mais um exemplo de professor distraído sendo explorado pelo esquema de sempre. O ‘novo’ ainda nem tomou posse e já se consolida a percepção de que esta será uma prefeitura dos espertos. A boa estampa e o ego de Haddad apenas ajudarão a manter a ilusão de que é ele quem manda.
Ao posar junto com Haddad naquelas célebres fotos ao lado de Maluf, Lula imaginou que o benefício compensaria o custo. Pensou que sucederia o que sempre ocorre no Brasil. Um país onde as contradições e as calhordices políticas são mais ou menos como os cachorros que correm atrás dos carros. Perseguem quem as praticou por algum tempo. Passam a impressão de que vão trucidá-los. Mas logo desistem. Desgraçadamente, a sentença de Jersey prolongou os latidos.
A um mês e meio da posse, o ‘novo’ de São Paulo já se revelou uma coisa muito antiga. A condenação de Maluf deu à novidade a aparência de pão dormido. Considerando-se a plataforma da campanha de Haddad, pode-se dizer que nunca antes na história desse país alguém iniciou uma administração tão mal tão bem.
POR JOSIAS DE SIYZA-UOL

Dilma avisa que "não é palhaça" e condena PT por divulgar, sem consultá-la, manifesto radical contra STF

Exclusivo –Eu não sou palhaça! Eu não sou palhaça!”. Esta foi a reação irada da Presidenta Dilma Rousseff, quarta-feia à noite, ao ver no Jornal Nacional a pancada editorial dada pela Rede Globo no manifesto “O PT e o julgamento da Ação Penal 470”. A raiva de Dilma, alegando que não era palhaça, foi verbalizada ao presidente do PT, Rui Falcão. Ela se sentiu traída pela Executiva Nacional (Socialista) do PT porque não foi informada do teor da nota partidária antes de sua divulgação. Dilma só soube pela imprensa, e odiou o conteúdo.
Dilma fez reclamação parecida contra os dirigentes petistas em ligação ao ex-presidente Lula da Silva. Além de Falcão, quem também teria tomado uma bronca até mais incisiva de Dilma foi o ex-Secretário de Comunicação da Presidência, na gestão Lula. O jornalista e hoje consultor Franklin Martins teria sido um dos principais autores do manifesto petista contra o Supremo Tribunal Federal.
Dilma avalia que o raivoso documento petista tem tudo para atrapalhar as relações nada fáceis de seu governo com o Judiciário. Ainda mais com o ministro Joaquim Barbosa próximo da assumir as presidências do STF e do Conselho Nacional de Justiça, pelos próximos dois anos. Por isto, certamente, Dilma já fez questão de vazar, internamente, que nada tem ou teve a ver com o manifesto que afronta a soberania do STF.
A divulgação do manifesto sem Dilma saber antes do teor é apenas mais um capitulo da guerra surda entra dirigentes petistas e a Presidenta. A militância comandada por José Dirceu não se relaciona bem com Dilma – e vice-versa. A petralhada não gosta da independência da sucessora de Lula em relação a eles. Inclusive, temem que Dilma aproveite as condenações no processo do Mensalão como desculpa para se descolar das lideranças petistas e do próprio partido. Nos bastidores de intrigas, uns até apostam que Dilma, na hora que for conveniente para ela, sai do PT e se filia ao PDT e ao PMDB. Aliás, o ex-marido dela, Carlos Araújo, já está voltando para o partido do falecido Brizola, depois da vitória pedetista para a Prefeitura de Porto Alegre.
Guerra institucional promovida pelos Nazipetralhas
As cinco páginas do manifesto “O PT e o julgamento da Ação Penal 470” são uma declaração de guerra institucional. Basta uma leitura objetiva das radicais críticas da nazipetralhada para constatar como se manifesta o cinismo democrático da Executiva Nacional (Socialista) do PT. Selecionamos alguns trechos do manifesto como resumo do autoritário pensamento do Partido dos Trabalhadores:
“O STF deu estatuto legal a uma teoria nascida na Alemanha nazista, em 1939, atualizada em 1963 em plena Guerra Fria e considerada superada por diversos juristas. Segundo esta doutrina, considera-se autor não apenas quem executa um crime, mas quem tem ou poderia ter, devido a sua função, capacidade de decisão sobre sua realização. Isto é, a improbabilidade de desconhecimento do crime seria suficiente para a condenação”.
“Ao instaurar-se a insegurança jurídica, não perdem apenas os que foram injustiçados no curso da Ação Penal 470. Perde a sociedade, que fica exposta a casuísmos e decisões de ocasião. Perde, enfim, o próprio Estado Democrático de Direito”.
“As decisões do STF, em muitos pontos, prenunciam o fim do garantismo, o rebaixamento do direito de defesa, do avanço da noção de presunção de culpa em vez de inocência”.
“Único dos poderes da República cujos integrantes independem do voto popular e detêm mandato vitalício até completarem 70 anos, o Supremo Tribunal Federal - assim como os demais poderes e todos os tribunais daqui e do exterior - faz política. E o fez, claramente, ao julgar a Ação Penal 470”.
“Fez política ao definir o calendário convenientemente coincidente com as eleições. Fez política ao recusar o desmembramento da ação e ao escolher a teoria do domínio do fato para compensar a escassez de provas”.
“Contrariamente a sua natureza, de corte constitucional contra-majoritária, o STF, ao deixar-se contaminar pela pressão de certos meios de comunicação e sem distanciar-se do processo político eleitoral, não assegurou-se a necessária isenção que deveria pautar seus julgamentos”.
“Embora realizado nos marcos do Estado Democrático de Direito sob o qual vivemos, o julgamento, nitidamente político, desrespeitou garantias constitucionais para retratar processos de corrupção à revelia de provas, condenar os réus e tentar criminalizar o PT”.
“O PT envidará todos os esforços para que a partidarização do Judiciário, evidente no julgamento da Ação Penal 470, seja contida. Erros e ilegalidades que tenham sido cometidos por filiados do partido no âmbito de um sistema eleitoral inconsistente - que o PT luta para transformar através do projeto de reforma política em tramitação no Congresso Nacional - não justificam que o poder político da toga suplante a força da lei e dos poderes que emanam do povo”.
Assinaram o manifesto:
RUI FALCÃO – Presidente
ANDRÉ LUIZ VARGAS ILÁRIO - Secretário Nacional de Comunicação
ARLETE SAMPAIO- Vogal
BENEDITA DA SILVA – Vogal
CARLOS HENRIQUE ÁRABE - Secretário Nacional de Formação Política
ELÓI PIETÁ- Secretário-Geral Nacional
FÁTIMA CLEIDE RODRIGUES DA SILVA – Vogal
IOLE ILÍADA- Secretária Nacional de Relações Internacionais
JILMAR AGUSTINHO TATTO - Líder do PT na Câmara dos Deputados
JOÃO VACCARI NETO- Secretário Nacional de Finanças e Planejamento
JORGE LUIZ CABRAL COELHO - Secretário Nacional de Mobilização
JOSÉ NOBRE GUIMARÃES - Vice-Presidente Nacional
MARIA APARECIDA DE JESUS – Vogal
MARIA DE FÁTIMA BEZERRA - Vice-Presidente Nacional
MARIA DO CARMO LARA PERPÉTUO – Vogal
MARIENE PANTOJA DE LIMA – Vogal
PAULO FRATESCHI - Secretário Nacional de Organização
RENATO SIMÕES- Secretário Nacional de Movimentos Populares
VILSON AUGUSTO DE OLIVEIRA - Secretário Nacional de Assuntos Institucionais
WALTER DE FREITAS PINHEIRO - Líder do PT no Senado Federal
Leia a versão super ilustrada de nosso artigo que foi reproduzida no site Por isso Peço seu Voto, de Manaus: http://www.porissopecoseuvoto.com.br/?p=1166#more-1166
DO ALERTATOTAL-16-11-2012 

LULA vai a JULGAMENTO por IMPROBIDADE a qualquer momento.

Por Carlos Parrini ... 
Lula sempre conseguiu se safar dizendo que não viu, ouviu e nem sabia das tramoias que eram planejadas embaixo de seu nariz e no gabinete ao lado. Mas desta vez ele agiu e deixou rastros. BINGO! Foi pego.
Todos já diziam e poucos acreditaram que Lula sempre foi o grande chefe dessa Organização criminosa que assumiu o poder. As Próprias Celebridades e fundadores do PT como Heloísa Helena, Helio Bicudo, Ivo Patarra e outros dissidentes, já alertavam isso e pularam foram desse reduto de criminosos. Dos mais de 200 escândalos, Lula saiu ileso. Mesmo os 40 ladrões do mensalão indo para a cadeia, o Ali Babá vive em berço esplendido, por enquanto.
Mas ele cometeu uma falha para quem domina a arte de mentir e omitir. Assinou uma carta enviada a 10 milhões de aposentados recomendando a fazerem empréstimos consignados com o BMG (Aquele banco que também participou do MENSALÃO).
Na época, todos acharam muito estranho a indicação de um banco com apenas 10 agencias, receber uma indicação tão forte, quando o Governo já tinha a Caixa Econômica Federal espalhada por milhares de cidades. Enfim, graças ao apoio de LULA com ajuda do dinheiro público utilizado no envio das cartas e prejuízo da CAIXA, o pequeno BMG faturou R$ 3 Bilhões, mais que a CEF com suas mais de 2.000 agencias.
Conferiram o BINGO? Se ninguém conseguiu pegá-lo. O Aposentados que hoje são os mais prejudicados pelo PT, acabaram contribuindo para isso.
Vejam a Notícia espalhada na NET:

Pronta para julgamento ação em que Lula é réu

Está nas mãos do juiz da 13ª Vara Federal de Brasília a ação Civil Pública em que o ex-presidente Lula e o ex-ministro da Previdência Amir Lando são réus por improbidade administrativa. Eles são acusados pelo Ministério Público Federal, autor da ação, de utilizar a máquina pública para realizar promoção pessoal e favorecer o Banco BMG, fortemente envolvido no escândalo do mensalão petista. As irregularidades aconteceram entre outubro e dezembro de 2004.
http://www.fabiocampana.com.br/2012/11/pronta-para-julgamento-acao-em-que-lula-e-reu/

DO #PROTESTABRASIL

Blog realiza enquete sobre nomes para a Presidência da República

BLOG paulista de militante da social democracia realiza enquete consultando internautas sobre os nomes do PSDB para a disputa da Presidência da República. Blog do Guilherme Bara. Veja aqui

Jersey considera Maluf culpado por desvio de US$ 22 mi

Jamil Chade - Correspondente em Genebra

O deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf  - Ed Ferreira/Estadão
Ed Ferreira/Estadão
O deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf
A Corte de Jersey anunciou sua sentença final em relação ao processo do deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf (PP-SP) e concluiu que o político desviou pelo menos 22 milhões de dólares dos cofres públicos de São Paulo. A Justiça da ilha também ordenou que o dinheiro hoje em Jersey seja devolvido à Prefeitura de São Paulo.
A decisão foi anunciada em uma audiência nesta sexta-feira, 16, em Jersey e estabeleceu que Maluf foi 'parte da fraude' cometida nas obras da Avenida Água Espraiada no final dos anos 90. A Corte entendeu ainda que Flávio Maluf, filho do ex-prefeito, esteve envolvido na gestão desses recursos desviados.
Entenda. Os juízes de Jersey aceitaram a argumentação dos advogados da Prefeitura de que duas empresas offshore eram usadas como instrumento de lavagem de dinheiro, em uma rota dos recursos que envolvia empresas brasileiras de construção, contas em Nova York e o depósito final no Deutsche Bank de Jersey.
Os advogados das empresas offshore ainda podem recorrer da decisão. Mas, tradicionalmente, em Jersey a decisão da Corte Real é mantida pelos instâncias de apelação.
DO ESTADÃO

AYRES BRITO RESSALTA DERRUBADA DAS LEI DE IMPRENSA COMO MAIOR LEGADO

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, considera que o trabalho mais importante que teve em dez anos na corte foi a derrubada da Lei de Imprensa, em 2009. A afirmação foi feita em entrevista à editora de política do "Jornal das Dez", da Globo News, Renata Lo Prete. Assista ao lado à íntegra da entrevista.
Ayres Britto completa 70 anos no próximo domingo (18), quando será obrigado por lei a se aposentar. Sergipano de Propriá, chegou ao STF em 2003, na primeira leva de indicações promovida pelo então presidente Lula. Na quarta (14), presidiu pela última vez uma sessão do tribunal, fez discurso de despedida e foi homenageado.
Eu diria que a mais importante de todas as decisões, a mais importante de todas, foi a que deu pela plenitude da liberdade de imprensa. Por quê? Porque pela liberdade de imprensa ocorre no país o que há de mais importante, mais essencial, quem quer que seja pode dizer o que quer que seja. Responde pelos excessos que cometer, mas não pode ser podado por antecipação"
Ayres Britto
Na entrevista a Renata Lo Prete, o ministro conta momentos difíceis durante o julgamento do mensalão (ação penal  470), diz que "essas decisões do Supremo na ação penal 470 sinalizam uma virada de página na direção de um Brasil com melhor qualidade na vida política", reflete sobre o papel do juiz, os casos que relatou e o legado de transformações de uma presidência de sete meses, uma das mais breves da história do Supremo.
Sobre seu maior legado, o ministro destaca a derrubada da Lei de Imprensa, que havia sido editada 1967, durante o regime militar. Ayres Britto foi o relator do processo no STF que, em 2009, considerou a lei inconstitucional e a revogou. A derrubada da lei da imprensa, segundo o ministro, derrubou toda possibilidade de censura, garantindo que todos possam dizer o que quiserem, sem, no entanto, impedir depois que respondam pelos excessos que cometerem.
Leia a seguir a íntegra da entrevista:
Renata Lo Prete - A dosimetria (definição das penas) saiu mais complicada que a encomenda?
Carlos Ayres Britto - Saiu. Brincando, eu digo que dosimetria é dose. Por que é dose? É algo difícil? Porque é o momento culminante de um julgador apenar, castigar o réu, o ser humano. Aí ele percebe que aquele réu é um ser humano e que faz jus a direitos que são fundamentais, como, por exemplo, o maior de todos, o direito a individualização da pena. A pena tem que ser aplicada por uma forma rigorosamente individualizada, mas individualizada no plano da protagonização objetiva das coisas, mas também da subjetividade do réu. A história do réu conta nessa hora, a história do réu não conta na primeira fase, que é o juízo de incriminação, se ele incorreu ou não incorreu em delito. Na segunda fase, da apenação, a personalidade dele conta, a personalidade dele, diz o artigo 59, conta. O histórico de vida conta nesse segundo momento. O Código Penal, no artigo 59, lista oito vetores para que a pena seja aplicada por modo individualizado. Não quantifica, em termos de pena, numericamente mesmo, nenhum dos vetores, pena mínima ou pena máxima. Para nenhum desses oito vetores, o Artigo 59 avança uma aritmética. Então há um espaço de subjetividade para o juiz e o juiz fica preocupadíssimo com isso. Porque o juiz gosta de ser objetivo, para depois não ter remorso, para incidir o menos possível em erros. Quando os parâmetros são todos objetivos, a possibilidade de erros é muito menor. Quando são subjetivos, a possibilidade de erros é maior, suas antipatias e simpatias inconscientes, chamadas de gratuitas, elas afloram nesse momento da dosimetria.
Para chegar a um denominador comum em termos de dosimetria, é algo trabalhoso. Muitas vezes é algo, sem trocadilhos, penoso. O público não sabe disso quando não há a transparência, ou seja, o julgamento não é exibido pela televisão ou pela internet, o produto já chega para o público pronto. Agora não, é um produto que, para atingir o seu ponto de perfazimento, passa por fases que são discussões até acaloradas, como temos visto nas sessões.
Renata Lo Prete - O senhor foi uma das pessoas que mais se empenhou para respeitar os direitos de todos, os prazos, para que esse julgamento se realizasse este ano. Lhe dói não proclamar esse resultado?
Carlos Ayres Britto - Não, não dói, porque as coisas não se passam de acordo com a nossa vontade do ponto de vista arbitrário. O importante era julgar esse processo, porque os fatos aconteceram há mais de sete anos. A denúncia foi recebida há mais de quatro anos e temos mais de um ano, começo de junho, quero crer, nós já tínhamos um ano de completada a fase de instrução criminal. O processo estava completamente pronto. Então que desculpas nós tínhamos para não julgar? Quando chegavam para mim e diziam 'Mas ministro, para que julgar?', eu dizia: 'E por que não julgar?'. Basta lembrar que a lei diz assim: ultimada a instrução, o processo criminal, sobrevem o julgamento. Então, era preciso julgar, por dever nosso. Condenar, absolver, isso é contingencial, isso vem como consequência do julgamento. Agora, era preciso julgar. E nove ministros assim concluíram unanimemente.
Renata Lo Prete - Mais de três meses do julgamento, quase quatro, olhando para trás, desde agosto, se o senhor tivesse que lembrar de um momento difícil...
Carlos Ayres Britto - Houve momentos difíceis, que eu encaro com certa naturalidade e chamo isso de intercorrências, de acidentes de percursos. O que não pode haver é pane. Esse substantivo pane é até do ministro Gilmar (Mendes). Não pode haver pane processual, impasse processual.
Renata Lo Prete - Se tivesse que lembrar alguma coisa...
Carlos Ayres Britto - Logo no começo, na primeira sessão, nós ali nos bastidores, combinamos sim, que a metodologia prevalecente seria a do relator, como sempre foi na história do Supremo Tribunal Federal e de qualquer tribunal. O presidente da casa preside o julgamento, preside as sessões, mas quem preside o processo é o relator. Então, houve uma resistência, conhecida, a que a metodologia de julgamento do relator preponderasse, prosperasse. Mas nós conseguimos resolver isso. Porém, no momento subsequente, já em plena sessão, quando o ministro relator anunciou sua metodologia, o ministro revisor se opôs, e aí houve um momento de muita fricção, de muita tensão. Eu tive que dizer, junto com o ministro Celso de Mello, por exemplo, 'então cada ministro vota com sua própria metodologia'. Foi o modo de sair do impasse.
Porém, o ministro revisor, um pouco mais além, algumas horas depois, anunciou que se submeteria, acertadamente, à metodologia do relator, que foi a metodologia do fatiamento, dos temas e dos réus segundo a ordem da denúncia. Foi lógico isso, o ministro Joaquim Barbosa teve esse extraordinário mérito de adotar o método adequado para essa causa. Além de outro mérito, que a história vai registrar: o ministro Joaquim Barbosa agiu como um legista, fazendo a autópsia, no caso dos fatos. Ele reconstituiu materialmente os fatos por uma forma absolutamente fidedigna e fez um link entre os fatos, na sua ocorrência, na sua fenomenologia e os respectivos autores e partícipes.
Renata Lo Prete - Muitos momentos de atrito de grande tensão no Plenário. O senhor acha que somente sendo um algodão para conseguir conduzir os trabalhos?
Carlos Ayres Britto - A metáfora do algodão entre cristais é perfeita no sentido de que, quando a taxa de cordialidade sobe, a taxa de gentileza, cortesia, de atenção de um colega para os demais, o processo flui. Chega a ser uma técnica de gerenciamento de conflitos. Há um livro da jornalista Leila Ferreira que diz exatamente isso, que a cordialidade em ambientes coletivos de trabalho se torna um fator de eficiência. E como o processo é marcha, não é contra marcha, processo é um seguir adiante, é um mandar para frente, termina sendo um andar para a cima, porque tudo se ajeita e se ajusta. Eu me esforcei para que a taxa de cordialidade entre os ministros permanecesse alta.
Renata Lo Prete - Algumas pessoas achavam que, porque a maioria dos ministros da atual composição da corte foi indicada durante o mandato do então presidente Lula, do PT, partido que tem alguns dos principais réus da ação penal 470, os ministros se comportariam de outra forma, o julgamento não produziria condenações. O que o senhor tem a dizer sobre esse pensamento?
Carlos Ayres Britto - É preciso separar as coisas, entender bem a natureza das coisas. O cargo de ministro do Supremo, não é cargo em comissão, nem é função de confiança. Cargo de ministro do Supremo é para ser exercido com absoluta independência, a prerrogativa da independência é para ser exercitada a todo instante.
A soberania do judiciário passa por essa coragem, por esse destemor de assumir a própria independência. Gratidão do plano pessoal é uma coisa que deve existir sempre, pela sua chegada aqui, por efeito da indicação do Presidente da República. Cada um dos ministros teve sua indicação e posterior nomeação feitas por um Presidente da República que estivesse no cargo. Agora, não se pode ser grato com a toga. A toga exige de cada um de nós fidelidade às leis e notadamente à Constituição, porque o Supremo é o guardião mor, maior da Constituição. E como a Constituição é o mais legítimo dos documentos jurídicos, porque é produzido não pelo povo, quadrienalmente convocado, a Constituição é produzida pela nação, e nação é um conceito atemporal. Passado, presente e futuro. Nação incorpora da primeira geração, da mais antiga geração a mais atual, a nação é dotada de uma vontade normativa, uma vontade jurídica permanente, e essa vontade jurídica permanente da nação - da nação chega a ser um cacófato, mas é inevitável –  essa vontade permanente é derramada na Constituição. E a Constituição depositária da vontade normativa permanente da nação, que é mais do que o povo, ela, a Constituição, governa permanentemente quem governa transitoriamente. Então, a legitimidade do juiz e, sobretudo do ministro do Supremo, decola, arranca do seu apego irrestrito à Constituição. Ele só é grato à Constituição. Unicamente.
Renata Lo Prete - Alguns réus têm atacado as decisões do Supremo de uma maneira bastante ácida. Como o senhor vê? O senhor acha que essas manifestações aceitáveis, adequadas?
Carlos Ayres Britto - Isso faz parte da liberdade de expressão. Eu sou um apologista da liberdade de expressão por haver relatado aquela Adin, Ação de Direito da Inconstitucionalidade, que cominou com o reconhecimento da plenitude da liberdade de expressão em nosso país, da liberdade de pensamento, liberdade de informação e liberdade da expressão lato sensu, criação artística, as descobertas científicas, liberdade de expressão numa maneira mais geral possível. Então, criticar o Supremo é válido. Aplaudir também é válido. Isso não me tira do sério, não me tira do eixo. Eu ouço e respeito os pontos de vistas. Leio, ouço e respeito. Agora, o meu juízo pessoal da conduta do Supremo Tribunal Federal, na condução dessa Ação Penal 470, é um juízo de aplauso. Eu acho que o Supremo tem agido por modo técnico, por modo fundamentado, tem fundamentado, por modo transparente, por modo independente, por modo atual e por modo desassombrado como deve ser.
Renata Lo Prete - Nisso, qual que o senhor acha que é o principal legado do julgamento da Ação Penal 470?
Carlos Ayres Britto - O Supremo Tribunal Federal vem interferindo no curso da vida, Renata. Isso é fato. Eu aplaudo as decisões que o Supremo tem tomado, inclusive nessa, da Ação Penal 470, que sinaliza, que traduz um vislumbre pelo menos de virada de página na direção de um Brasil com melhor qualidade na vida política, e que abomina,  excomunga a formação de alianças partidárias ou parlamentares, à base de propina e de outros crimes, lavagem de dinheiro, por exemplo, evasão de divisas, peculato. É uma postura do Supremo que me parece rigorosamente técnica, porque fiel à Constituição, que é um documento técnico. Do ponto de vista jurídico ele é um documento técnico, e uma decisão que corresponde a anseios coletivos. Não que o Supremo seja submisso, seja escravo, seja refém da opinião pública, não se trata disso. Mas quando uma decisão do Supremo Tribunal Federal coincide com um pensar coletivo mais profundo, mais legítimo, é a glória, porque aí se dá a conciliação da vida com o direito. E quando o juiz percebe que está conciliando o direito com a vida, a vida mais arejada desses pontos de vista ético, ecológico, democráticos, cívico, o juiz percebe que ser juiz é mais do que um meio de vida, é uma razão de viver.
Renata Lo Prete - Saindo um pouco da Ação Penal 470, eu queria falar um pouco sobre casos importantes dos quais o senhor tratou, que o senhor relatou, durante os seus quase dez anos como ministro dessa casa, casos como o da Raposa Serra do Sol, da união homoafetiva, das pesquisas com célula-tronco, a Lei de Imprensa. O que o senhor diria que foi o seu trabalho mais importante ou os seus trabalhos mais importantes na corte?
Carlos Ayres Britto - Eu diria que a mais importante de todas as decisões foi a que deu pela plenitude da liberdade de imprensa. Por quê? Porque pela liberdade de imprensa ocorre no país o que há de mais importante, mais essencial, quem quer que seja pode dizer o que quer que seja. Responde pelos excessos que cometer, mas não pode ser podado por antecipação. Ou seja, não é pelo medo do uso, pelo medo do abuso, não é pelo temor, pelo receio do abuso que se vai proibir um uso. A liberdade de expressão está na linha de largada da democracia, e a democracia, que é o princípio dos princípios da Constituição de 1988, é a menina dos olhos da Constituição. O princípio estruturante do estado, da sociedade, do governo, da administração, não é dizer, como outro dia eu vi um governante sul-americano dizer equivocadamente: ‘A democracia não é incompatível com a liberdade de imprensa’. Não é isso. O certo é: não há democracia sem liberdade de imprensa.
Renata Lo Prete - Saindo agora do seu legado como ministro, vamos falar um pouco do seu período na presidência, eu fui pesquisar, salvo engano meu, me corrija se eu estiver enganada, só dois presidentes tiveram um período mais breve do que o seu no comando do Supremo. O que o senhor gostaria que ficasse como a marca da sua presidência no Supremo?
Carlos Ayres Britto - Eu acho que o maior exemplo, vamos dizer, a melhor pregação que tentei fazer é dar essencialidade e superioridade absoluta da democracia. Agora, no âmbito da democracia com relevo para a atuação do poder judiciário, por ser o poder judiciário, a âncora definitiva de confiabilidade do corpo social em que a sua Constituição e todo o direito, Constituição e leis em geral, serão respeitadas. Constituição e leis em geral. Só o judiciário, num regime democrático, antes de tudo democracia, conceituada como geminada à liberdade de imprensa, irmã siamesa da liberdade de imprensa. Só no âmbito da democracia é que se tem um poder judiciário soberano, ocupando o espaço da soberania para vetar e sancionar o que estiver de acordo com a ordem jurídica. Vetar o que estiver em desacordo. Sancionar o que estiver, sancionar positivamente, afirmativamente, o que estiver de acordo com a ordem jurídica.
Renata Lo Prete - O senhor já teve uma experiência em política partidária, já foi candidato uma vez. O senhor admite a possibilidade de voltar a enveredar por esse caminho?
Carlos Ayres Britto - Não. Não. O livro da vida ensina a virar páginas. Lógico, né. Senão não seria o livro da vida. Essa página está virada. Eu não volto para a vida político-partidária. Eu vou cuidar de escrever, de ler, seja na área jurídica, seja poética, seja até com alguns experimentos holísticos, quem sabe. Mas político-partidária não.
DO GLOBO.COM

Ministério do Esporte repassa R$ 17 mi a entidade mesmo após alertas da CGU

FÁBIO FABRINI / BRASÍLIA, ALFREDO JUNQUEIRA / RIO - O Estado de S.Paulo
O Ministério do Esporte deu aval às contas de um convênio fraudado pelo Instituto Contato, suspeito de desviar verbas da pasta para um grupo com ligações com o PC do B, e continuou repassando recursos à entidade, mesmo sabendo das irregularidades.
João Batista Vieira Machado, dono da empresa JJ Logística Empresarial - Fabio Motta/Estadão
Fabio Motta/Estadão
João Batista Vieira Machado, dono da empresa JJ Logística Empresarial
Alertado pela Controladoria Geral da União (CGU) em 2008 sobre esquema que envolvia montagem e direcionamento de licitações, superfaturamento na compra de materiais e descumprimento de obrigações pactuadas em contratos com fornecedores, o Esporte aprovou mesmo assim a prestação de contas final de parceria firmada com a ONG dois anos antes. Além disso, celebrou mais dois contratos, no valor de R$ 20 milhões, que também viriam a ser lesados. A constatação é de relatório da própria CGU, concluído no fim de 2011, ao qual o Estado teve acesso.
O setor de inteligência do órgão, responsável pelo controle interno do governo, confirmou o repasse de dinheiro do Instituto Contato a uma rede de empresas fantasmas, cujos sócios têm relações de parentesco entre si. Ao analisar as atividades da entidade no Esporte, concluiu tratar-se de um "vultoso esquema de desvio de recursos públicos em andamento em Santa Catarina, a reboque do Programa Segundo Tempo".
Iniciado em 2006, o primeiro convênio do Instituto Contato, cujos dirigentes são filiados ao PC do B, assegurou repasses de R$ 4 milhões à entidade para instalar núcleos do programa, que oferece oficinas de esportes a jovens fora do turno escolar. A CGU constatou fraudes em licitações e contratos da ONG com fornecedores numa fiscalização entre fevereiro e março de 2008, cinco meses antes do fim da vigência da parceria.
As empresas JG Comércio e Linha Direta foram as únicas participantes de pregão lançado pela ONG para comprar alimentos, ao custo de R$ 2,4 milhões, e tinham ex-sócios em comum. Esta última teria apresentado atestado forjado para comprovar capacidade técnica. Contratada, segundo a CGU, a Linha Direta deixava de entregar os lanches nos núcleos do Segundo Tempo e, em alguns casos, distribuía produtos em vias de vencer.
Licitações para a compra de material esportivo teriam sido direcionadas. Como o Estado mostrou na quarta-feira, segundo a CGU, as próprias autoridades do Esporte serviram de intermediárias entre o Instituto Contato e empresas subcontratadas na execução de convênios do Programa Segundo Tempo.
De acordo com relatório de fiscalização, a "aproximação" entre a entidade e a Guarani Comércio e Distribuição de Materiais Esportivos, contratada para fornecer kits e capacitação para aulas de tênis, foi feita antes mesmo da abertura de licitação para definir o processo de compra. Um dos sócios da empresa figura como "testemunha" no termo do convênio, assinado um ano antes da contratação.
O contrato com a Guarani, de R$ 344 mil, teria sobrepreço de R$ 157 mil. A especificação dos itens teria sido feita para direcionar a licitação à empresa. Para vigiar o cumprimento do convênio, o Ministério do Esporte e o Instituto Contato designaram um homem que constava da folha de pagamentos da ONG, ou seja, era ao mesmo tempo fiscal e fiscalizado.
Apesar das constatações, o ministério - administrado por quadros do PC do B, assim como o Instituto Contato - firmou outro convênio com a entidade, de R$ 13,8 milhões, com vigência iniciada após a fiscalização da CGU, em 31 de dezembro de 2008. Um terceiro convênio, de R$ 6,2 milhões, foi pactuado em dezembro de 2010. Nos dois casos, o valor liberado foi de praticamente R$ 17 milhões - exatos R$ 16,9 milhões -, a título de instalar núcleos do Segundo Tempo.
Fraudes. Com a aprovação da prestação de contas, a primeira parceria passou a constar como "adimplente" no Portal da Transparência do governo. As fraudes, no entanto, se repetiram. "Evidenciamos a ocorrência de falhas, muitas das quais configurando reincidência", destaca a CGU em seu relatório.
Nos convênios de 2008 e 2010, a Guarani voltou a ser contratada, para o fornecimento dos mesmos kits e de aulas de capacitação. Porém, em vez de abrir disputa entre interessados, como na primeira ocasião, a ONG fez as compras por "inexigibilidade de licitação", argumentando que os produtos eram únicos no mercado. Os novos contratos somaram R$ 1,056 milhão.
De acordo com a CGU, não havia justificativa para dispensar a concorrência e os preços praticados foram excessivos. "A contratação deveria ter sido realizada por meio de procedimento licitatório, não devendo existir descrição excessiva dos materiais, evitando o direcionamento à empresa Guarani", diz o relatório.
A CGU também cita a MLH Comercial Ltda., empresa contratada para fornecer lanches nos núcleos do Segundo Tempo. Segundo os auditores, ela não detalhou nas notas fiscais os produtos que vendeu. A empresa tem como sócio o empresário e ex-assessor parlamentar José Renato Fernandez Rocha, o Zeca. Trata-se do pivô do esquema que desviou 90% dos recursos do Segundo Tempo em contrato de R$ 4,65 milhões com a JJ Logística Empresarial, conforme revelou João Batista Vieira Machado, dono da empresa, em entrevista publicada pelo Estado no domingo.
"Era tudo roubo", disse o empresário, informando ter visto Fernandez Rocha repassando maços de dinheiro em Brasília, Rio e Santa Catarina. "O dinheiro vinha do Esporte para a ONG, que passava para cá. Daqui sacava o dinheiro e mandava de volta a Brasília e Santa Catarina."
A MLH recebeu R$ 1,35 milhão em quatro depósitos feitos pelo Instituto Contato entre janeiro e agosto de 2010. Nesse período, Fernandez Rocha ainda era secretário parlamentar no gabinete do deputado federal Dr. Paulo Cesar (PSD-RJ).

Governo que não constrói prisões é cúmplice de bandidos

Não há outra conclusão: governo que deixa de lado o sistema prisional está do lado dos criminosos, com ou sem colarinho branco. Mais presídios, Cardozo, mais presídios! Saia da poltrona!
O déficit no Sistema Penitenciário Brasileiro é de quase 200 mil vagas. A situação é tão precária que o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que preferia a morte a estar preso em alguma penitenciária brasileira. Apesar disso, a maioria dos recursos disponíveis para melhorar o quadro não foi sequer empenhada, o que representa a primeira fase da execução orçamentária.
Apenas 35,8% dos recursos previstos para o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) em 2012 foram reservados para futuros pagamentos. Os valores efetivamente pagos representam somente 20%, ou R$ 86,5 milhões, do total. Ao todo, R$ 435,3 milhões estão orçados para o Fundo em 2012. (veja tabela)
O Funpen foi instituído pela Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994,  com a finalidade de proporcionar recursos e meios para financiar e apoiar as atividades e programas de modernização e aprimoramento do Sistema Penitenciário Brasileiro.
Os recursos, segundo a legislação, deveriam ser aplicados na construção, reforma, ampliação e aprimoramento de estabelecimentos penais, na manutenção dos serviços penitenciários e na formação, aperfeiçoamento e especialização do serviço penitenciário.
Do montante total previsto para 2012, R$ 84,9 milhões (19,5%) estão embutidos no orçamento como “Reserva de Contingência”. Esses recursos inflam o orçamento do FUNPEN, mas não são utilizados, pois ficam esterilizados para auxiliar na formação do superávit primário. (Continua).
DO ORLANDO TAMBOSI

A "casa" de Lula já começou a cair no exterior..​.

Fantástica repercussão que é desdobramento do julgamento do mensalão pelo STF. Ele neutraliza, em boa medida, os efeitos da compra de jornalistas e agências no exterior, realizada pela máquina de propaganda à custa de milhões e milhões de dólares de dinheiro público. No exterior ele já está desmascarado, mas aqui só continuam acreditando na quadrilha petista os desinformados, os ignorantes, os aproveitadores e os mal intencionados.
UM DIA A VERDADE APARECE...   
OS PRINCIPAIS JORNAIS DO PAÍSES MAIS CIVILIZADOS DO MUNDO TAMBÉM SÃO UNÂNIMES EM DECLARAR QUE O JULGAMENTO DO MENSALÃO É O MAIOR DO SÉCULO NO BRASIL, TODOS OS BRASILEIROS DEVEM REPUDIAR ESSE GOVERNO, PORQUE SABEMOS QUE O MENSALÃO É APENAS A PONTA DO ICEBERG...
Abaixo, a  imagem brasileira no exterior, proporcionada pelo "doutor horroriz causa".  (Só se for "cara de pau").
O diário britânico 'The Guardian', em reportagem que cita 'julgamento do século' sobre corrupção no Brasil, destaca foto do ex-ministro José Dirceu, um dos 38 réus (Foto: Reprodução)
O americano 'Chicago Tribune' destaca o julgamento que pode comprometer o legado do ex-presidente Lula                                 
 (Foto: Reprodução)
BBC destacou início do julgamento em sua página principal
(Foto: Reprodução)
A emissora norte-americana "CBS" aponta que o julgamento, que tem como acusados membros do partido no poder, é um sinal positivo em um país onde o serviço público sempre foi marcado por corrupção e uma certa impunidade. Rede CBS aponta que o julgamento é um sinal positivo para o Brasil (Foto: Reprodução)
A rede norte-americana "Bloomberg" abre sua reportagem sobre o julgamento questionando se uma das figuras políticas mais poderosas do Brasil pode acabar presa, referindo-se a José Dirceu.
A rede norte-americana Bloomberg abre sua reportagem falando de José Dirceu (Foto: Reprodução)
O argentino La Nación chamou o caso de ‘julgamento do século’ e ressalta o fato de o mensalão ter ocorrido no primeiro mandato do ex-presidente Lula. O texto também aponta que o mensalão foi “um gigantesco esquema de compra de apoio político com fundos públicos, que envolveu vários altos funcionários do Partido dos Trabalhadores (PT) e afetou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
O argentino ‘La Nación’ chamou o caso de ‘julgamento do século’ e ressalta o fato de o mensalão ter ocorrido no primeiro mandato do ex-presidente Lula (Foto: Reprodução)
O jornal La Nacióndo Paraguai apresenta uma foto de Lula na reportagem e destaca que entre os réus estão ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros. O jornal também aponta que Lula não figura entre os acusados, conseguiu ser reeleito mesmo após o escândalo e sempre negou ter conhecimento do esquema.
O jornal ‘La Nación’ do Paraguai apresenta uma foto de Lula na reportagem e destaca que entre os réus estão ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros (Foto: Reprodução)
O espanhol ‘ABC’ deu destaque para uma foto de Lula e diz que o mensalão é o maior escândalo da história brasileira, sem precedentes. A publicação também aponta que o julgamento deve durar um mês e que José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, está entre os acusados.
O espanhol ‘ABC’ deu destaque para uma foto de Lula e diz que o mensalão é o maior escândalo da história brasileira (Foto: Reprodução)
A agência italiana ‘Ansa’ destaca que o mensalão ocorreu na era Lula e que consistia no pagamento mensal de dinheiro para alguns deputados da oposição para que eles aprovassem projetos. O jornal também destaca que José Dirceu é um dos acusados.
A agência italiana ‘Ansa’ destaca que o mensalão ocorreu na era Lula
DIGA NÃO AO PT!!!! DEPOIS QUE O PT ASSUMIU, DITATORIALMENTE, O PODER, O PAÍS CRESCEU....... EM VIOLÊNCIA, CORRUPÇÃO, LAVAGEM DE DINHEIRO, FRAUDES NAS ELEIÇÕES, DESEMPREGO, HOMICÍDIOS, MORTALIDADE INFANTIL, ANALFABETISMO, TRÁFICO DE DROGAS ETC ETC.
DO A CASA DA MÃE JOANA
Repasse essa informação, que ainda não chegou a muitos eleitores

As cadeias seriam outras se o doutor Cardozo fosse o ministro da Justiça de Dilma Rousseff

Uma das coisas que se poderiam esperar se José Eduardo Cardozo se ele tivesse sido nomeado ministro da Justiça seria a rápida inserção do drama carcerário na agenda do governo. A adoção de providências contra flagelos como a superlotação dos presídios e a prevalência das facções criminosas sobre o Estado talvez não compensassem do dia pra noite o descaso secular. Mas uma satisfação aos presos submetidos a violações diárias dos seus mais comezinhos direitos certamente estaria na agenda de prioridades de José Eduardo Cardozo se ele tivesse sido acomodado na pasta da Justiça.
Não é papel de repórter fazer sugestões a presidentes da República. Mas já que ninguém se habilita, por que não sugerir a Dilma Rousseff, uma ex-torturada, que aproveite a fase de ajustes ministeriais para levar à poltrona de titular da Justiça um novo ministro. Um nome emerge como opção natural: José Eduardo Cardozo. Não o Cardozo nomeado por Dilma há dois anos, mas o Cardozo que Nelson Rodrigues chamaria de “escocês”. Aquele Cardozo que há dois dias declarou a empresários que prefere morrer a passar uma temporada longa numa cadeia brasileira.
Esse Cardozo legítimo, advogado com canudo da USP, cultor de valores humanistas, muito respeitado entre os juristas, que se lançou na política, passou pela Assembléia Legislativa de São Paulo e ocupou uma cadeira de deputado federal pelo PT, esse Cardozo jamais trataria o orçamento da Justiça com a negligência do outro Cardozo. Se Dilma o tivesse nomeado, não permitiria que o dinheiro federal destinado às penitenciárias fosse subutilizado como revelado pelos repórteres Andreza Matais, Gustavo Patu e Fernanda Odila.
Dos R$ 312,4 milhões reservados no Orçamento da União de 2012 para a melhoria das condições carcerárias apenas R$ 63 milhões foram aplicados. O Cardozo legítimo seria algo de novo no Ministério da Justiça. Seria impensável imaginá-lo convivendo com assessores que consideram “comum e aceitável no setor público” gastar menos do que o previsto no já exíguo orçamento.
Com os R$ 250 milhões que permanecem entesourados, o Cardozo “escocês” teria construído oito xilindrós novinhos em folha se fosse ele o ministro. Sem superfaturamentos, cada unidade sairia a R$ 30 milhões. Não resolveria todo o problema, mas proveria calabouços decentes para os companheiros encrencados no julgamento do mensalão.
E o ministro José Antonio Dias Toffoli não precisaria passar pelo vexame de invocar o inquisidor Tomás Torquemada no plenário do STF para lamentar que condenados como o amigo e ex-chefe José Dirceu sejam enviados à “fogueira” pós-moderna dos presídios “medievais” do Brasil. Melhor: os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello não teriam razões para recordar que o Ministério da Justiça é parte do descalabro das cadeias.
Dilma precisa apressar-se. Do contrário, o doutor Cardozo, o autêntico, terminará concluindo que a repercussão do discurso que fez diante dos empresários desaconselha que aceite um convite para compor a Esplanada. Se demorar muito, quando a presidente resolver convidá-lo, Cardozo talvez responda que prefere morrer a assumir o (en)cargo de ministro da Justiça.
DO JOSIAS DE SOUZA-UOL

Contra prisão no mensalão, Toffoli impôs mais de 13 anos de cadeia a deputado noutra ação


O ministro José Antonio Dias Toffoli revelou-se um magistrado de dois gumes ao declarar que penas de prisão como as impostas aos réus do mensalão combinam “com o período medieval”. Em voto elaborado há dois anos, Toffoli não parecia tão incomodado com a precariedade dos cárceres brasileiros ao condenar o deputado Natan Donadon (PMDB-RO) a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão. Um suplício maior do que os dez anos e dez meses impostos a José Dirceu, amigo e ex-chefe de Toffoli na Casa Civil do governo Lula.
Rememorado pelo repórter Francisco Reali, o julgamento de Donadon ocorreu em outubro de 2010. Toffoli era o revisor do processo, papel que na ação do mensalão é exercido por Ricardo Lewandowski. Carmen Lúcia fazia as vezes de relatora, atribuição de Joaquim Barbosa na ação penal 470. Donadon era acusado de peculato e formação de quadrilha. Atuara como diretor financeiro da Assembléia Legislativa de Rondônia no final da década de 90. Nessa função, desviara R$ 8,4 milhões em verbas públicas.
No caso Donadon, a relatora Carmen Lúcia e o revisor Toffoli falaram a mesma língua ao analisar o crime de formação de quadrilha. Ambos condenaram o deputado a dois anos e três meses de cadeia. Pelo mesmo crime, José Genoino e Delúbio Soares mereceram do Supremo dosimetria idêntica. José Dirceu amargou uma dose ligeiramente superior: dois anos e 11 meses. Relatora e revisor divergiram quanto ao castigo de Donadon na imputação de peculato.
Nesse ponto, Carmen Lúcia impôs ao deputado 13 anos e nove meses de prisão. Toffoli calculou uma pena menos draconiana: 11 anos, um mês e dez dias. A maioria dos ministros que compunham o plenário do STF à época acompanhou o revisor. Feita a soma, chegou-se à sentença de 13 anos, quatro meses e dez dias -até então, a mais pesada condenação já imposta a um réu pelo STF.
No caso do mensalão, foram condenados por peculato o deputado petista João Paulo Cunha, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o operador Marcos Valério. As penas de João Paulo e Pizzolato ainda não foram calculadas. A de Valério, nessa imputação, somou dez anos, cinco meses e seis dias. Menor, portanto, que os mais de 11 anos estipulados por Toffoli e referendados pela maioria dos membros do STF.
Não se ouviu à época nenhum apelo dramático de Toffoli pela conversão do castigo físico em pena exclusivamente pecuniária. Ao contrário. “As provas que instruem este processo revelam a extrema censurabilidade do comportamento do agente e, em igual medida, a reprovabilidade de sua conduta”, dissera Toffoli há dois anos. Ele pintara o condenado Donadon com tintas fortes:
“Pessoa que, valendo-se do fato de seu irmão, deputado Marcos Donadon, ser o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, aderiu a verdadeiro estratagema para desvio de recursos públicos, por intermédio de empresa de fachada irregularmente contratada para prestação de serviços de publicidade.”
Nas palavras desse Toffoli de 2010, Donadon comportara-se “como se seus interesses interesses pessoais estivessem acima de todas as diretrizes e regras traçadas pela lei.” Dera a entender que o envio do acusado ao calabouço era mais do que merecido. Nada de evocar o inquisidor Tomás Torquemada. Nenhuma palavra sobre as “fogueiras” pós-modernas em que se converteram os “medievais” presídios brasileiros. Hoje, a presença de réus petistas no processo sob julgamento parece ter despertado em Toffoli insuspeitadas preocupações humanistas.
Decorridos mais de dois anos do julgamento, o condenado Natan Donadon não passou um mísero dia atrás das grades. Continua frequentando os corredores da Câmara como se nada houvesse sucedido. A defesa do deputado protocolou no STF embargos contra a condenação. E o tribunal não se dignou a julgá-los até hoje. A turma do mensalão também prepara os seus recursos.
POR JOSIAS DE SOUZA-UOL -