quarta-feira, 11 de julho de 2012

Senado dá um bom exemplo e cassa Demóstenes; que os ministros do STF sigam o exemplo e não empurrem o país para a lama

O Senado cassou o mandato de Demóstenes Torres por um placar bastante eloquente: 56 votos a 19, com 5 abstenções. Um único senador, que já estava de licença, não votou. Ninguém faltou à sessão. Está proibido de se candidatar a cargo eletivo por oito anos a partir do fim do seu mandato, que expiraria em 2018 — foi reeleito em 2010. A punição se estende até 2026, e ele só poderá se apresentar ao eleitorado, mantido o atual calendário, em 2028, já que não há eleições em 2027. Na prática, foi banido das urnas por 16 anos. Termina de modo melancólico — e emblemático — a carreira política de um homem que parecia talhado para tarefas até maiores do que as compreendidas num mandato parlamentar.
Havia, no entanto, dois Demóstenes no Senado: Dr. Jekyll costumava abraçar as boas causas, afinadas com o estado democrático e de direito e se mostrava implacável com os desmandos da República, com os arroubos autoritários do Executivo e com as agressões aos direitos individuais. Era, por isso, admirado por muitos, inclusive por alguns adversários ideológicos, que reconheciam nele as virtudes da coerência e da firmeza. Mas ninguém sabia da existência de Mr. Hyde, aquele que trocava telefonemas frequentes com o contraventor Carlinhos Cachoeira e que atuava como uma espécie de despachante dos interesses de um grupo que se esgueirava nas sombras, do qual fazia parte.
Ainda que não tivesse sido cassado por seus pares, Demóstenes sabia que já tinha sido cassado por juízes bem mais severos: o seu eleitorado, que jamais o perdoaria ou perdoará. Quando recuperar seus direitos políticos, José Dirceu vai se apresentar aos petistas e se elegerá deputado. Eles se orgulham das porcarias que seu líder faz. Os eleitores do senador que teve o mandato cassado nesta quarta são, na esmagadora maioria, pessoas honradas. Não reconhecem naquele senhor das gravações o seu representante.
Esse é o aspecto que chamei “emblemático” do caso Demóstenes. É claro que as esquerdas e os petistas procuraram inflar as suas lambanças; é evidente que o fato de ele ser considerado um político conservador, “de direita”, pesou no processo de satanização; é inquestionável que a patrulha ideológica colaborou para fazer do agora ex-senador o inimigo público número um do país. Mas atenção! Nada disso tira o peso daquilo que ele efetivamente fez. Não foram os seus adversários que o impeliram ou o convidaram a se comportar como mero esbirro de um esquema que, tudo indica, frauda licitações, compra o mandato e o voto de políticos, torna irrelevantes os instrumentos de controle do uso do dinheiro público.
E aqui começo a tratar da segunda parte do título deste post, aquela que remete ao STF. Vamos ver.
Não se iludam. Demóstenes Torres não era o único braço de um esquema a atuar no Senado ou, se quiserem, no Parlamento. Seu caso provoca especial constrangimento porque parte das atividades de Cachoeira é clandestina. Há outros que se comportam como despachantes de interesses privados no Legislativo, no Executivo e, infelizmente, também no Judiciário. É certo que o nome do grande esquema, de que o contraventor é mera expressão local, é Delta. Refaço aqui algumas perguntas: quem é, por exemplo, o Cachoeira do Rio? Vale indagar: quem é o despachante de Fernando Cavendish nesse estado? Quem é o Cachoeira do governo federal, o maior cliente da empreiteira? Tudo indica que nem Polícia Federal nem CPI fornecerão essas respostas. Nesse particular aspecto, Demóstenes é um bom bode expiatório: era um político de perfil conservador, defendia em seus discursos valores afinados com a austeridade (que agora são tachados de “falso moralismo”) e perdeu sua base social, uma vez que seus eleitores não moverão uma palha para defendê-lo. E o STF com isso?
No começo de agosto, tem início o julgamento do mensalão — que é criminal, não político, como o do Senado, que avaliou se Demóstenes quebrou ou não o decoro. Seria interessante indagar ao senador Humberto Costa (PT-PE), relator implacável do caso Demóstenes no Conselho de Ética do Senado, que destino ele espera para seus pares petistas no Supremo. Não perderei um dos mindinhos se apostar que ele os considera a todos inocentes, puros como as flores. Aquela que foi a mais grave ameaça institucional aos fundamentos da República — a compra de partidos políticos e de parlamentares, acenando para a tentativa de criar um Congresso paralelo — certamente parecerá coisa de pouca importância ao duríssimo Costa, convicto, a exemplo da esmagadora maioria dos petistas, de que os adversários são sempre criminosos, mesmo quando inocentes, mas que os aliados são sempre inocentes, mesmo quando criminosos.
Reparem, senhoras ministras e senhores ministros do Supremo: Demóstenes Torres foi cassado — e responderá por seus atos também na esfera criminal —, e ninguém sai por aí a alardear uma tramoia política para desestabilizar um ativo parlamentar da oposição. Porque a suposição seria mesmo descabida, e ninguém, entre os antigos admiradores do trabalho do então senador, tem essa cara de pau. Os defensores dos mensaleiros, no entanto, na política e também na imprensa, não se vexam de afirmar que o julgamento do Supremo representará o confronto entre as forças reformistas — os petistas — e os conservadores. Um articulista como Janio de Freitas, por exemplo, da Folha, escolheu essa vereda.
Não, não! As convicções de Demóstenes — aquelas que ele alardeava ao menos — não foram cassadas; tampouco foram julgadas. Nem faria sentido! Em nove anos e meio de mandato, ele defendeu, reitero, os fundamentos do estado democrático e os direitos individuais. Não caiu por isso. Da mesma sorte, O SUPREMO NÃO VAI JULGAR O DISCURSO OFICIAL DO PT, O SEU PROPALADO AMOR PELA JUSTIÇA SOCIAL E SUAS PREOCUPAÇÕES COM A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES — sempre destacando que há muito de mistificação e picaretagem nessa conversa. Não será, em suma, isto a que chamam “progressismo” que estará em julgamento.
É claro que alguns vigaristas votaram em favor da cassação de Demóstenes também como vingança. Em si, isso não tem grande importância. O que interessa é o fato de a instituição ter deixado claro que certos comportamentos, se descobertos, são inaceitáveis. Temos é de cobrar sempre mais transparência do Poder Público e exigir que as evidências de falcatruas sejam investigadas. Cumpre listar no caderninho da rede mundial de computadores os políticos que estão tentando impedir que a Delta seja investigada. O caso de Raul Filho (PT), prefeito de Palmas, é por demais eloquente. O acordo, conforme revelam as fitas, foi feito com Cachoeira, mas a empreiteira é que foi beneficiada por contratos sem licitação. A cassação de Demóstenes é positiva, ainda que insuficiente. Cumpriu-se um dever, mas, como se vê e como Palmas evidencia, ainda não se cumpriu a tarefa.
Como instituição, o Senado sai engrandecido desse embate. Em agosto, será a vez de o Supremo dizer que Brasil espera nossos filhos e nossos netos. Vamos saber, em suma, se as instituições que acabaram com a carreira política de Demóstenes Torres seguirão na trilha do bem ou serão expostas à sanha e aos métodos de José Dirceu.
Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Ayres Britto, Cezar Peluso, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli (???), Luiz Fux e Rosa Weber vão dizer se os crimes dos petistas são crimes ou são virtudes. O Senado que há se aproximou um pouco mais de um bom Brasil a haver.
O STF vai decidir se o empurra ou não para a lama.
Por Reinaldo Azevedo

Sai Demósfones, entra o Boina Verde

Então estava ali na TV o vampiresco Humberto Costa desempenhando o papel que sempre foi de Demósfones Torres: paladino da moral, da ética, do decoro e da justiça

Por Sanatório da Notícia

Livre há bom tempo do processo dos sanguessugas, Costa está solto por falta de provas, mas não demonstrou até hoje que é inocente.
Do alto de seu know how de réu, chupa agora o sangue do exaurido Demósfones que vai passar hoje mesmo a ter saudade do amanhã.

Sua cabeça vai rolar plenário abaixo, com todo merecimento e no seu lugar ascenderá a cabeça enfeitada e singular de Wilder de Morais aquele que foi marido de Andressa, ora mulher de Carlinhos Cachoeira seu melhor amigo na época em que ganhou uma garbosa boina de vaca.

Por ironia do destino, Wilder é de Morais, assim mesmo no plural. Ele realiza, no entanto, a façanha de ser singular sem se identificar como Moral, não consegue ser reconhecido como o Wilder de Moral.

O fato que se tira dessa versão é que o Senado é desclassificado outra vez. Recebe no lugar de um indecoroso Demósfones, um descalcificado suplente que, pelo visto, não se importa de ser titular.
E não, não é engano ortográfico. O adjetivo é descalcificado mesmo. Não fosse ele descalcificado, as saliências em sua testa já seriam protuberantes o bastante para não deixar cair a boina.
De qualquer maneira, isso é o de menos.
Tomar o drible da vaca é do jogo.
O demais é a promiscuidade.
Mas nem tão demais assim para a grande casa de tolerância nacional.
Quem já está acostumado, não estranha.

11/07/2012

DO R.D

Lugo causou muitos danos à Igreja, diz bispo paraguaio

O ex-presidente Fernando Lugo causou muitos danos à Igreja Católica, disse nesta terça-feira o bispo do departamento de Alto Paraná (leste do Paraguai), monsenhor Rogelio Livieres, depois de ter se reunido com o presidente Federico Franco no Palácio de governo
"Lugo causou muitos danos à religião, à Igreja e à sociedade", declarou a jornalistas o prelado, que evitou comentar a conversa que teve com o chefe de Estado.
Livieres acusou o ex-mandatário paraguaio de politizar as paróquias católicas e de arrastar freiras e padres para seu projeto político.
"Com a organização do governo e a ajuda de padres, tirava os meninos das capelas e das paróquias para ir à Venezuela para serem doutrinados por 15 dias", ressaltou.
Ele comentou que viagens semelhantes foram feitas a Cuba.
Acrescentou que "as capelas e paróquias se transformaram em comitês políticos de Lugo.
Tínhamos que andar patrulhando para que não fossem organizados atos políticos", relatou. "Graças a Deus, isso acabou",
disse.

O ex-presidente Lugo foi bispo católico do departamento de San Pedro até 2004. Dois anos depois, anunciou a sua entrada no mundo da política e, em 2008, foi eleito presidente do Paraguai pela coalizão Aliança Patriótica pela Mudança.
No dia 22 de junho, ele foi destituído por um julgamento político do Congresso "por mau desempenho de suas funções", decisão que foi considerada um "golpe parlamentar" pelo Mercosul e pela Unasul, organismos que suspenderam o Paraguai de seus órgãos decisórios até que fossem realizadas as próximas eleições em abril de 2013.

DO R.DEMOCRATICA

O Legado de Lula

por Carlos Alberto Sardenberg
Há menos de três anos, em 17 de setembro de 2009, o então presidente Lula apresentou-se triunfante em uma entrevista ao jornal “Valor Econômico”.
Entre outras coisas, contou, sem meias palavras, que a Petrobras não queria construir refinarias e ainda apresentara um plano pífio de investimentos em 2008.
Convoquei o conselho” da empresa, contou Lula. Resultado: não uma, mas quatro refinarias no plano de investimentos, além de previsões fantásticas para a produção de óleo.
Em 25 de junho último, a Petrobras informa oficialmente aos investidores que, das quatro, apenas uma refinaria, Abreu e Lima, de Pernambuco, continua no plano com data para terminar. E, ainda assim, com atraso, aumento de custo e sem o dinheiro e óleo da PDVSA de Chávez.
Todas as metas de produção foram reduzidas. As anteriores eras “irrealistas”, disse a presidente da companhia, Graça Foster, acrescentando que faria uma revisão de processos e métodos. Entre outros equívocos, revelou que equipamentos eram comprados antes de os projetos estarem prontos e aprovados.
Nada se disse ainda sobre os custos disso tudo para a Petrobras. Graça Foster informou que a refinaria de Pernambuco começará a funcionar em novembro de 2014, com 14 meses de atraso em relação à meta anterior, e custará US$ 17 bilhões, três bi a mais. Na verdade, as metas agora revistas já haviam sido alteradas. O equívoco é muito maior.
Quando anunciada por Lula, a refinaria custaria US$ 4 bilhões e ficaria pronta antes de 2010. Como uma empresa como a Petrobras pode cometer um erro de planejamento desse tamanho? A resposta é simples: a estatal não tinha projeto algum para isso, Lula decidiu, mandou fazer e a diretoria da estatal improvisou umas plantas. Anunciaram e os presidentes fizeram várias inaugurações.
O nome disso é populismo. E custo Lula. Sim, porque o resultado é um prejuízo para os acionistas da Petrobras, do governo e do setor privado, de responsabilidade do ex-presidente e da diretoria que topou a montagem. 
Tem mais na conta. Na mesma entrevista, Lula disse que mandou o Banco do Brasil comprar o Votorantim, porque este tinha uma boa carteira de financiamento de carros usados e era preciso incentivar esse setor.
O BB comprou, salvou o Votorantim e engoliu prejuízo de mais de bilhão de reais, pois a inadimplência ultrapassou todos os padrões. Ou seja, um péssimo negócio, conforme muita gente alertava. Mas como o próprio Lula explicou: “Quando fui comprar 50% do Votorantim, tive que me lixar para a especulação.
Quem escapou de prejuízo maior foi a Vale. Na mesma entrevista, Lula confirmou que estava, digamos, convencendo a Vale a investir em siderúrgicas e fábricas de latas de alumínio.
Quando os jornalistas comentam que a empresa talvez não topasse esses investimentos por causa do custo, Lula argumentou que a empresa privada tem seu primeiro compromisso com o nacionalismo.
A Vale topou muita coisa vinda de Lula, inclusive a troca do presidente da companhia, mas se tivesse feito as siderúrgicas estaria quebrada ou perto disso. Idem para o alumínio, cuja produção exige muita energia elétrica, que continua a mais cara do mundo.
Ou seja, não era momento, nem havia condições de fazer refinarias e siderúrgicas. Os técnicos estavam certos. Lula estava errado. As empresas privadas foram se virando, mas as estatais se curvaram.
Ressalva: o BNDES, apesar das pressões de Brasília, não emprestou dinheiro para a PDVSA colocar na refinaria de Pernambuco. Ponto para seu corpo técnico.
Quantos outros projetos e metas do governo Lula são equivocados? As obras de transposição do Rio São Francisco estão igualmente atrasadas e muito mais caras. O projeto do trem-bala começou custando R$ 10 bilhões e já passa dos 35 bi.
Assim como se fez a revisão dos planos da Petrobras, é urgente uma análise de todas as demais grandes obras. Mas há um outro ponto, político. A presidente Dilma estava no governo Lula, em posições de mando na área da Petrobras. Graça Foster era diretora da estatal. Não é possível imaginar que Graça Foster tenha feito essa incrível autocrítica sem autorização de Dilma.
Ora, será que as duas só tomaram consciência dos problemas agora? Ou sabiam perfeitamente dos erros então cometidos, mas tiveram que calar diante da força e do autoritarismo de Lula? De todo modo, o custo Lula está aparecendo mais cedo do que se imaginava. Inclusive na política.
O Custo Lula  (2)
Uma das broncas do então presidente Lula com a Vale estava no assunto siderúrgicas. A companhia brasileira deveria progredir da condição de mero fornecedor de minério de ferro para produtor de aço, tal era o desejo de Lula.
Quando lhe argumentavam que havia um problema de custo para investir no Brasil — e não apenas em siderúrgicas — o ex-presidente apelava para o patriotismo. As empresas privadas nacionais teriam a obrigação de fabricar no Brasil.
Por causa da bronca presidencial ou por erros próprios, o fato é que a Vale está envolvida em três grandes siderúrgicas — ou três imensos problemas — conforme mostra em detalhes uma reportagem de Ivo Ribeiro e Vera Saavedra Durão, no Valor” de ontem.
Em Marabá, no Pará, o projeto da planta Alpa está parado, à espera da construção de um porto e de uma via fluvial, obrigação dos governos federal e estadual, e que está longe de começar.
No Espírito Santo, o projeto Ubu também fica no papel enquanto a Vale espera um cada vez mais improvável sócio estrangeiro.
Finalmente, o projeto de Pecém, no Ceará, está quase saindo do papel, mas ao dobro do custo original.
E quer saber? Seria melhor mesmo que não saísse. Acontece que há um excesso de oferta de aço no mundo e, mais importante, os custos brasileiros de instalação das usinas e de produção são os mais altos do mundo.
Não, a culpa não é só do dólar nem dos chineses. Estes fazem o aço mais barato do planeta, com seus métodos tradicionais. Mas o aço brasileiro sai mais caro do que nos EUA, Alemanha, Rússia e Turquia, conforme um estudo da consultoria Booz.
A culpa nossa é velha: carga e sistema tributário (paga-se imposto caro até durante a construção da usina, antes de faturar o primeiro centavo), burocracia infernal e custosa, inclusive na disputa judicial de questões tributárias e trabalhistas, e custo da mão de obra.
Dados do economista Alexandre Schwartsman mostram que os salários estão subindo no Brasil na faixa de 11 a 12% anuais. A produtividade, estimado 1,5%. Ou seja, aumenta o custo efetivo do trabalho, e mais ainda pela baixa qualificação da mão de obra.
Jorge Gerdau Johanpeter, eterno batalhador dessas questões, mostra que a unidade de trabalho por tonelada de aço é mais cara no Brasil do que nos EUA.
Não há patriotismo que resolva. Mas uma boa ação governamental ajudaria. Reparem: todos os problemas dependem de ação política e, especialmente, da liderança do presidente da República. Trata-se de reformas tributária e trabalhista, medidas legais para arejar o ambiente de negócios, simplificar o sistema de licenças ambientais, reforma do Judiciário e por aí vai, sem contar com um impulso na educação.
Se isso não anda, é falha de governo, não do mercado. A crise global é a mesma para todo mundo, mas afeta os países diferentemente, conforme suas condições locais.
O Brasil precisaria turbinar os investimentos, mas não há como fazer isso num ambiente tão desfavorável e tão custoso. O governo cai então no estímulo ao consumo e no protecionismo para barrar e/ou encarecer os produtos estrangeiros. De novo, não conseguindo reduzir o custo Brasil, aumenta o custo mundo.
A situação é ainda mais grave no lado dos investimentos públicos. Uma das obras de propaganda de Lula era a Ferrovia Norte-Sul, tocada pela estatal Valec. Pois o Tribunal de Contas da União verificou que o dormente ali saía por R$ 300, enquanto na Transnordestina, negócio privado, ficava por R$ 220.
O atual presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco, nomeado há um ano, depois das demissões por denúncias de corrupção, conta ainda que vai comprar a tonelada de trilho por R$ 2 mil, contra o preço absurdo de R$ 3 mil da gestão anterior, que vinha lá do governo Lula.
Claro que um presidente da República não pode saber quanto custa uma tonelada de trilho, muito menos o preço de um dormente. Nem pode acompanhar as licitações. Mas o ritmo “vamo-que-vamo” imposto pelo ex-presidente, junto com o loteamento político das estatais, criou o ambiente para os malfeitos e, mais importante, porque mais caro, para os enormes equívocos na gestão dos projetos.
O diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, general Jorge Fraxe, também nomeado por Dilma para colocar ordem na casa, conta que encontrou contratos de obras no valor de R$ 15 bilhões — ou “15 bilhões de problemas”.
Quando o mundo vai bem, todos crescendo, ninguém repara. Quando a coisa aperta, aí se vê o quanto não foi feito ou foi feito errado.
Carlos Alberto Sardenberg é jornalista. 
Apresentador na CBN e comentarista na Globo News
DO MUJAHDIN CUCARACHA

SERRA DENUNCIA PT POR USO POLITIQUEIRO E ELEITORAL DA CPI DO LULA-CACHOEIRA

Serra: denunciando uso eleitoreiro da CPI
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, acusou o PT de utilizar a CPI do Cachoeira como um instrumento político contra partidos de oposição. O tucano reagiu à convocação pela comissão do engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que foi diretor do departamento de estradas do Estado quando Serra era governador.
"A CPI está sendo utilizada como instrumento político. É tipicamente petista: usar um aparato de Estado para oprimir e hostilizar adversários", disse Serra.
Paulo Preto foi convocado para a CPI para depor sobre contratos entre o governo paulista e a construtora Delta. Serra afirmou que não há irregularidades em obras da empreiteira.
"Meu governo não tem nada, nada a esconder", declarou.
O candidato do PSDB também criticou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que recebeu em seu congresso na capital paulista, na segunda-feira, 9, o petista Fernando Haddad.
"A CUT é uma entidade que vive de contribuições dos trabalhadores, que tem natureza pública, fazendo campanha eleitoral de um candidato. Isso é uma evidente irregularidade", afirmou.
Como ato da campanha municipal, Serra fez uma caminhada na região do Jaraguá, zona norte da capital paulista. Lá, conversou com comerciantes, exaltou a construção de um viaduto - iniciada em sua gestão - e prometeu investimentos na iluminação pública.
"É se debruçar sobre coisas que parecem pequenas, mas têm um efeito muito grande", disse o tucano. Do site do jornal O Estado de S. Paulo

MEU COMENTÁRIO: No site em um destaque em forma de subtítulo, o editor do Estadão afirma: "Candidato acredita que petistas querem 'oprimir e hostilizar adversários'.
Na verdade, José Serra não só acredita, mas tem absoluta certeza, com toda razão, que essa CPI fajuta é uma armação vulgar do PT para levar adiante as diretrizes comunistas do Foro de São Paulo. Mas notem como o editor coloca entre aspas a locução de Serra. Todavia não o faz com outro sentido que não ridicularizar a afirmativa do tucano. Quando a isso não há a menor dúvida.
Agora, o que José Serra não pode fazer é usar punhos de renda. Tem de dizer com todas as letras que se trata de uma armação essa CPI montada pelo PT.E mais: uma armação comunista, típica dos julgamentos ocorridos em países de regimes totalitários.
É a primeira vez na história da democracia que um partido que é poder convoca uma CPI. De cara, é pura jabuticaba. 
As encrencas dos envolvidos com o bicheiros Cachoeira teriam de ser apuradas pela polícia, aberto inquérito, concluído e os autos remetidos ao Judiciário. A comissão parlamentar de inquérito tem outra dimensão.
Portanto aí está a vulgarização do instituto da CPI, erigido para ser um recurso da minoria tendo em vista encontrar um equilíbrio, já que a representação política minoritária é, obviamente, uma representação de parte substancial de eleitores. 
Mas não adianta a gente explicar isso. O PT é um partido de viés comunista e, portanto, não opera dentro de critérios democráticos. O PT é um partido marginal já que seu programa partidário deseja implantar um regime socialista no Brasil. 
DO ALUIZIO AMORIM

‘Distanciados da razão, Lula debocha dos brasileiros enquanto o PT devasta o país’,

LULA DEBOCHA DOS BRASILEIROS ENQUANTO O PT DEVASTA O PAÍS
Augusto Nunes
Nada mais me surpreende neste grande bordel que um dia foi a promissora República Federativa do Brasil.
O mais lamentável é que não consigo vislumbrar no horizonte político o raiar de algum indício de melhora; ao contrário.
É desalentador ver uma nação, vocacionada para conduzir, ser conduzida por porteiros de casas de tolerância de quinta categoria.
O gigante continua deitado, só que não mais em berço tão esplêndido.
Apequena-se com disseminação da desfaçatez e sente diminuir seu fulgor ante a sanha destruidora dos que teimam em reduzí-lo a mais uma mera republiqueta terceiromundista.

Prova disso é a reportagem de Otávio Cabral, publicada no site de VEJA, com informações sobre o escândalo dos aloprados, descoberto em 2006.
Em conversas com amigos, o delegado Edmilson Pereira Bruno, da Polícia Federal, revelou que tanto o então presidente Lula quanto o hoje ministro Aloizio Mercadante, à época candidato a governador de São Paulo, sabiam da montagem de um dossiê contendo acusações forjadas para prejudicar o adversário tucano José Serra.
A gravidade das revelações é ampliada pela paralisação das investigações, determinada pelos superiores de Bruno.
Essa obscenidade adicional ilumina as profundezas do submundo da política e escancara a face verdadeira da escória que governa o Brasil desde 2003.
De costas para o cumprimento do dever, o então ministro da Justiça mostrou-se preocupado com um único detalhe: queria saber se o nome de Lula aparecia naquela conspiração.
Em vez disso, deveria, por exemplo, enquadrar o diretor executivo da PF, Severino Alexandre, por ter orientado Gedimar Passos, um dos detidos no hotel sobraçando a dinheirama suja, para excluir de seu depoimento nomes estrelados.
Também o superintende Geraldo Araújo se valeu do cargo para dificultar as investigações.
A trama descambou para o campo da criminalidade quando um dos envolvidos comunicou ao delegado Bruno que temia por sua vida porque a a missão que lhe fora atribuída era do conhecimento de Lula, Mercadante e dos principais dirigentes do PT.
A pergunta é inevitável: se Gedimar temia ser morto, de quem partiria a ordem para eliminá-lo?
Distanciados da razão, Lula e o PT já não se preocupam em pelo menos disfarçar suas transgressões.
Confiantes na impunidade perpétua, perambulam faceiros pelos sinuosos caminhos da arrogância e fazem, convencidos de que se tornaram inatingíveis.
Engano.
Pode demorar, mas haverá de chegar o dia em que serão obrigados a prestar contas à Justiça.
A inquietação decorrente dessa realidade perturbadora é potencializada pela constatação de que o o líder supremo de um governo que encalhou num pântano de escândalos é festejado pelos seguidores como benfeitor da humanidade.
Semialfabetizado, recebe títulos e honrarias reservadas somente aos doutos e é frequentemente convidado para conferências caríssimas.
Na deformação haddadiana concebida, o apedeuta ridiculariza o erudito.

Na inconsequência tomasiana assumida, o mito vulgariza a lei.

Na Era da Mediocridade, Lula debocha dos brasileiros e o PT devasta o Brasil.

DO R.DEMOCRATICA

STF manda publicar salários de servidores

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, determinou hoje à noite a divulgação dos salários de todos os funcionários públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, conforme determina a Lei de Acesso à Informação
A DECISÃO DE AYRES BRITO VALE PARA SERVIDORES DOS TRÊS PODERES
Por Claudio Humberto
A decisão de Ayres foi tomada a pedido da Advocacia-Geral da União, segundo informou o jornalista Irineu Tamanini, do site Direito Global.
A AGU protocolou no STF pedido de Suspensão de Liminar (SL 623) contra decisão cautelar da 22ª Vara Federal do Distrito Federal que determinou à União que deixasse de divulgar os rendimentos dos servidores públicos federais dos Três Poderes de forma individualizada em seus portais da Internet.
Segundo a AGU, a decisão – mantida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que indeferiu pedido semelhante formulado pela União – causa “grave lesão à ordem pública” e impede que a Administração cumpra a Constituição Federal e a Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).

11/07/22 
DO R.DEMOCRATICA