sexta-feira, 22 de maio de 2020

O Mecanismo celebra a “conciliação”?

sexta-feira, 22 de maio de 2020


Edição Atualizada do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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Muitos concordam que estamos no meio de uma crise montada de forma maquiavélica e velhaca. O objetivo foi nos manter reféns do medo e da incerteza, diante de uma situação caótica muito bem articulada. Tudo parece preparado para que a insanidade e a insensatez reinem juntas, quase absolutas. A decretação da calamidade, na emergência de uma pandemia mortal, abriu espaço para que dirigentes públicos aproveitassem do regramento excessivo e da insegurança judiciária para abusar do poder e atentar contra as liberdades e direitos civis, com baixa e ineficaz reação do povo.
Os esplanadeiros celebraram como um “encontro histórico” a reunião meio presencial e virtual de ontem entre o Presidente Jair Bolsonaro, os governadores e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. No entanto, existem várias interpretações para o grande espetáculo teatral do poder, tendo como pano de fundo a tragédia do coronavírus e a crise econômica decorrente da maneira como nossos políticos lidaram com o problema, somada à desgraça estrutural do Estado Capimunista brasileiro. O certo é que o horizonte nunca esteve tão esquisito, com prognósticos nada otimistas.
Ontem se assistiu a uma composição política forçada pela gravidade dos acontecimentos. A conflituosa instabilidade sinalizou para todos (na guerra contra todos) que as disputas terminariam mal, com conseqüências desastrosas para todos os envolvidos na guerra institucional. Sempre que se vislumbra que o impasse vai dar merda, a oligarquia hegemônica movimenta seu Mecanismo para que promova, com urgência, a famosa “conciliação”. Os “poderosos” foram sensibilizados pelo risco de “estouro da boiada” – que não vai acontecer, porque os potenciais revoltosos, na essência, são medrosos e têm medo psicológico de uma repressão estatal violenta.
Executivo e Legislativo se viram forçados a promover uma trégua pragmática. O Presidente da República e seus Generais concluíram o óbvio ululante: que não governariam sem uma mínima base no Congresso Nacional. Quando ficou calara uma aliança branca, não declarada, mas muito escancarada, do Poder Judiciário, provocado sistematicamente pelos parlamentares e partidos políticos de oposição, o Governo Federal foi obrigado a acordar, antes que sofresse um golpe político-constitucional parecido com o aplicado contra a otária da Dilma Rousseff.
Para os próximos movimentos de avanço e recuo, ataque e defesa, na guerra institucional pretensamente em trégua, é recomendável aguardar qual será a atitude do Judiciário. A pancada que Bolsonaro ainda toma também liga o sinal de alerta nos parlamentares. Afinal, eles também podem ser alvos fáceis da máquina judasciária (que age com rigor ou perdão seletivos, conforme as conveniências). Por isso, na aliança de momento entre Executivo e Legislativo pode ocorrer um movimento para enquadrar os abusos de autoridade de alguns elementos do Judiciário.
Os militares, por exemplo, não querem dar um golpe, no estilo 1964. Acontece que os Generais, também, não aceitam sofrer golpes judasciários que atrapalhem a estratégia de poder que desenharam para tocar o Centro de Governo até dezembro de 2022 ou além. Alguns “deuses” do Supremo Tribunal Federal – qualquer bebê de colo sabe quais – insistem em agredir e confrontar o Presidente com discursos politicamente ilegítimos no meio de seus votos. Nesta toada, o pirão tem tudo para desandar.
Tudo pode acontecer – principalmente o inimaginável. A aparente “conciliação” beneficia a hegemônica Turma do Mecanismo. O Crime Institucionalizado continua no controle da situação, apesar da manifesta boa intenção do Capitão e seus Generais. O medo do coronavírus e a bagunça econômica deixam o povo com um misto de medo, insegurança e muita desconfiança.
Resumindo: Bolsonaro será atacado pelos inimigos de sempre, e será extremamente cobrado por aqueles que o elegeram Presidente. É hora de apresentar resultados concretos, objetivos, comprovados. Do contrário, vai fazer papel de figurante nos palácios do Planalto e da Alvorada. Este é o desejo do Mecanismo. Seria bom contrariá-lo...

Sexta Suprema
José Dias Toffoli palestra hoje, ao meio-dia, no LIDE Live – iniciativa do Grupo Dória que reúne lideranças empresariais.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal fará uma breve exposição sobre o tema: "O papel do Judiciário no combate à crise e defesa da estabilidade política".
Às 17 horas, o ministro Celso de Mello anunciará se libera ou não o sigilo da reunião ministerial de 22 de abril, que Sérgio Moro considera como prova de interferência do Presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Celso de Mello deveria liberar geral, para a gente ver, na real, como vai ficar a confusão entre o Judiciário e o Executivo.